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Cerca de 100 trabalhadores do ramo do petróleo protestou contra a venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) em frente à empresa, no Bairro Mucuripe, em Fortaleza, na manhã desta sexta-feira (27). A manifestação começou às 7h e acabou por volta das 10h. O trânsito não foi bloqueado no local.

Os manifestantes protestam contra a venda da empresa, anunciada na quarta-feira (25), por cerca de R$ 163 milhões. A companhia tem sede em Fortaleza e tem capacidade de processar 10,4 mil barris por dia. A companhia é uma das líderes nacionais em produção de asfalto, além de ser a única unidade de refino no país a produzir lubrificantes naftênicos.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo do Ceará (Sindipetro-CE), Iran Gonçalves, a venda da empresa pode provocar perda da soberania nacional. "Entendemos que manter a Lubnor estatal, como parte integrante da Petrobras, é a melhor opção para o cearense e para o Brasil", disse.

Para o líder sindical, a Petrobras tem um significativo papel social para o país e o estado, dado que a companhia é a maior contribuinte de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviço (ICMS) em solo cearense. "O que a Petrobras faz no Ceará não tem outra que faça."

Possibilidade de reajustes

Iran Gonçalves ainda alertou que a venda da refinaria pode provocar aumento de valores de produtos como combustíveis e gás de cozinha. Como exemplo, ele apontou o caso da venda de uma refinaria na Bahia, pontuando que, após a venda, a população baiana passou a pagar mais caro.

"A gente passa para refém, e a Petrobras deixará se socializar os seus lucros, pois estes ficarão nas mãos de grupos privados e não serão revertidos para o país", afirmou, acrescentando ainda que a alta pode ser revertida em outros produtos. "Tudo ficará mais caro, pois o transporte público e de mercadorias depende do preço do diesel."

Ainda segundo ele, a concretização da venda pode provocar redução de postos de trabalho e riscos de segurança. Ao privatizar a unidade, a tendência seria de extinguir algumas funções e diminuir o contingente de trabalhadores, o que poderia causar "maiores riscos de problemas ambientais e de segurança para a unidade".

Problema jurídico

O presidente do Sindipetro-CE apontou, também, que a venda da Lubnor esbarra em uma questão jurídica. Segundo ele, a empresa está localizada em um terreno no qual houve cessão de direitos de algumas áreas por parte da Prefeitura de Fortaleza.

"Dessa forma, estamos entrando com as ações cabíveis, através do Prefeito e da Câmara, para que seja restabelecida a posse do terreno", declarou.

Fonte/Veículo: G1

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