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O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na terça (29/7) e na quarta (30/7) para debater a taxa básica de juros, em um cenário marcado pela pressão inflacionária vinda da energia elétrica e pelas incertezas sobre as tarifas dos Estados Unidos contra produtos brasileiros.

  • Na reunião mais recente, em junho, o Copom elevou a taxa Selic de 14,75% para 15%.

As tarifas de energia vêm sendo pressionadas pela bandeira vermelha, cobrança adicional que ocorre quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos e há maior necessidade de acionamento de usinas termelétricas.

  • Na sexta (25/7), a Aneel confirmou que a bandeira vermelha para o mês de agosto será no patamar 2, com um adicional de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
  • É uma escalada na cobrança: em junho e julho havia sido a bandeira vermelha patamar 1, com adicional de R$ 4,46 a cada 100 kW/h. Em maio, a bandeira foi amarela.
  • A última vez que a bandeira vermelha 2 foi acionada foi em outubro de 2024. Desde então, no entanto, houve alterações nos parâmetros usados para calcular o acionamento das bandeiras, a chamada eldquo;aversão ao riscoerdquo;. O cenário agora, portanto, é diferente.

O cenário tem impactos diretos na inflação.

  • Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), em julho a bandeira na conta de luz e reajustes de tarifas em cinco capitais pressionaram a inflação. A prévia indica alta de 0,33% no mês, maior do que em junho, que foi de 0,26%.
  • O item de maior peso na inflação de junho e julho foi, justamente, a energia elétrica.

Além da energia, a tensão comercial com os EUA também pressiona o cenário econômico.

  • O país vive a incerteza dos impactos na economia das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, aos produtos brasileiros, previstas para entrar em vigor na próxima sexta-feira (01/8).
  • O governo brasileiro segue com os esforços para negociar as taxas, mas já indicou que pode acionar a Lei da Reciprocidade Econômica.
  • A adoção de tarifas recíprocas também pode impactar a inflação, com uma pressão sobre os preços dos combustíveis. Nas últimas semanas, a principal fonte de diesel importado para o Brasil foram as refinarias dos EUA.
  • Enquanto isso, a União Europeia e os EUA chegaram a um acordo no fim de semana para reduzir as tarifas anunciadas por Trump para o bloco europeu. O pacote incluiu a ampliação da compra de energia pela Europa, estimada em US$ 750 bilhões ao longo de três anos.

Tarifaço. O estado do Rio de Janeiro terá um prejuízo de R$ 830 milhões caso entrem em vigor as tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1º de agosto, calculou a Firjan.

  • O Rio de Janeiro é o segundo maior estado exportador para os Estados Unidos, ficando atrás apenas de São Paulo. Em 2024, o Rio importou R$ 8,9 bilhões dos Estados Unidos e exportou R$ 7,4 bilhões.

Fonte/Veículo: Eixos

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