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O preço da gasolina segue estável nos postos um mês após corte nas refinarias da Petrobras, em um sinal de que distribuidoras e postos absorveram parte da redução como margem. A falta de repasse vem sendo criticada pelo governo.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a gasolina foi vendida na semana passada no país, em média, por R$ 6,23 por litro. É o mesmo valor das duas semanas anteriores e apenas R$ 0,04 por litro abaixo de antes da redução do preço da Petrobras.

A estatal esperava um repasse de R$ 0,12 por litro, três vezes o verificado até agora pela pesquisa semanal de preços dos combustíveis da ANP. Outras pesquisas privadas também indicam que a redução ainda não chegou totalmente ao consumidor.

A ValeCard, por exemplo, viu uma queda de R$ 0,05 por litro em junho, menos da metade do esperado pela Petrobras. Já o Índice de Preços Edenred Ticket Log captou queda média de R$ 0,06 por litro, a metade do estimado pela estatal.

Nesta segunda-feira (7), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse já ver espaço para nova redução no preço da gasolina vendida pela Petrobras, caso as cotações internacionais se mantenham nos atuais patamares.

De fato, a estatal vem vendendo o combustível com prêmio sobre o mercado internacional desde o dia 25 de junho, segundo estimativa da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Na abertura do mercado desta terça (9), o prêmio era de R$ 0,13 por litro.

O governo, porém, ainda pressiona o setor a repassar o primeiro reajuste. Na semana passada, acionou a AGU (Advocacia Geral da União) para pedir a órgãos competentes que fiscalizem e investiguem os preços praticados nos postos.

Na sexta, em evento patrocinado pela Petrobras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a falta de repasse de cortes nas refinarias faz o governo "ser tratado como imbecil".

"É preciso fiscalizar para saber se os preços estão sendo justos ou se tem alguém tentando mais uma vez enganar o consumidor brasileiro", afirmou. "Se não, seremos tratados como bando de imbecis, porque decidimos uma coisa e ela não acontece na ponta."

A partir do dia 1º de agosto, a gasolina vendida nos postos brasileiros passará a ter 30% de etanol, três pontos percentuais a mais do que a mistura atual, medida que, segundo o governo, pode ajudar a reduzir os preços.

Segundo o setor, porém, o alívio é bem menor do que o estimado pelo governo e depende das políticas de compra de etanol por distribuidoras. O preço do biocombustível também tende a subir na entressafra.

Na semana passada, o etanol hidratado teve leve queda nas bombas, de R$ 4,19 para R$ 4,16 por litro, segundo a ANP.

A pesquisa da agência também captou estabilidade no preço do diesel S-10, que é vendido por R$ 6,05 por litro há duas semanas. Esse combustível sofreu três cortes nas refinarias da Petrobras em 2024, mas os repasses já chegaram integralmente ao consumidor.

Fonte/Veículo: Folha de S.Paulo

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