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O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,50 ponto percentual (pp) nesta quarta-feira, de 14,25% para 14,75% ao ano, o maior patamar desde agosto de 2006 (14,75%), no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta marca a sexta alta consecutiva dos juros básicos da economia brasileira em meio a um cenário de inflação elevada e persistente. Sob a liderança Gabriel Galípolo, indicado à chefia do BC pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já foram três aumentos.
Diante de um ambiente de elevada incerteza, do nível alto do juro básico e dos impactos acumulados do ciclo de aperto monetário que ainda irão se materializar, o BC preferiu se abster de dar indicações sobre os próximos passos, mas, segundo economistas, dá sinais de que o aumento desta quarta pode ter sido o último do ciclo. Segundo o colegiado, o cenário demanda cautela e flexibilidade para incorporar novos dados que impactem a dinâmica inflacionária.
"Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação", disse o BC, no comunicado, acrescentando que "se manterá vigilante e a calibragem do aperto monetário apropriado seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação à meta no horizonte relevante".
Mas o Copom já sinalizou que o cenário sugere uma "política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado" para assegurar a convergência da inflação à meta de 3,0%. Atualmente, as projeções oficiais do BC apontam para uma inflação de 4,8% em 2025 (contra 5,1% na reunião de março) e 3,6% no fim de 2026 (contra 3,9% no terceiro trimestre de 2026 no encontro de março).
"O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta."
Riscos mais altos
No balanço de riscos, o BC retirou a menção de um peso maior para as ameaças de alta para o cenário inflacionário. O colegiado acrescentou mais um risco de baixa, equilibrando numericamente os "perigos" para cima e para baixo. Além disso, acrescentou que os "riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, estão mais elevados do que o usual".
A nova ameaça de baixa para a inflação é uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários. O BC ainda ajustou um pouco a redação dos demais riscos para uma inflação menor.
São eles uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação e uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza.
Antes, o colegiado mencionava os impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada e um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais.
Os riscos de alta foram mantidos ante as últimas reuniões: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.
e#39;Efeito Trumpe#39;
Em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Copom ainda incluiu a conjuntura externa, em especial, os desenvolvimentos da política comercial norte-americana, como um fator que tem impacto os preços e as expectativas dos agentes econômicos recentemente, além da política fiscal - que vem sendo citada nas últimas reuniões.
"A conjuntura externa, em particular os desenvolvimentos da política comercial norte-americana, e a conjuntura doméstica, em particular a política fiscal, têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros."
Pela primeira vez, o BC ainda fez uma avaliação mais detalhadas sobre os impactos da política comercial ameicana. O BC afirmou que o "tarifaço" alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da me#8203;agnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, "com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária".
"Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com fortes reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de maior tensão geopolítica."
Para o BC, o ambiente externo mostra-se adverso e "particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos".
Em relação ao cenário doméstico, o Copom disse que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado dinamismo, mas observa-se uma incipiente moderação no crescimento. Antes, o BC falava em "sinais" de incipiente moderação. Sobre a inflação, o colegiado destacou que, nas divulgações mais recentes, os dados mantiveram-se acima da meta.
Alta para 14,75%
A nova alta da Selic nesta quarta já era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Segundo pesquisa do Valor Pro com 124 instituições financeiras, 117 casas projetavam uma elevação dos juros de 0,50 pp, para 14,75%. Cinco aguardavam um aumento de 0,25pp, para 14,50%, e outras duas previam alta de 0,75 pp, para 15%.
Na reunião anterior, em março, o BC já havia indicado que a Selic subiria no encontro de maio em um ritmo menor do que 1 pp, magnitude que vinha sendo adotada desde dezembro. Mas não especificou qual seria o tamanho escolhido.
"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião", disse o BC, em março.
Na época, o colegiado explicou que era necessário indicar que o ciclo não estava encerrado devido ao cenário adverso para a inflação, mas que o novo aumento seria menor em função das defasagens inerentes à política monetária, isto é, o tempo que demora para o aumento de juro fazer efeito na economia.
Os integrantes do colegiado vêm frisando que já há "alguma segurança" que a Selic está em um patamar que restringe o ritmo de crescimento da economia, mas que estão "tateando" o processo de alta de juros para verificar se o nível já é contracionista o suficiente para garantir a convergência da inflação à meta.
O Copom esperava em março que a taxa de juros real (descontada a inflação à frente) chegaria a 9,4% no segundo trimestre de 2025, quase o dobro do nível considerado neutro (5%), que não restringe nem impulsiona a economia.
Nesse sentido, os novos indícios de desaceleração gradual da atividade econômica no Brasil contribuem para uma alta mais amena da Selic. Em março, o comitê fez uma leitura bastante cautelosa e disse que os dados mais recentes sugeriam sinais de "incipiente" moderação do crescimento. Esfriar a economia é uma condição considerada necessária para a inflação convergir à meta.
Na contramão de um ajuste menor, estava a grande distância entre as expectativas de inflação e a meta de 3,0%. No Copom de março, o BC disse que a desancoragem das expectativas exigia uma restrição monetária "maior e por mais tempo".
Atualmente, o IPCA emdash; índice oficial de inflação emdash; acumula alta de 5,48% em 12 meses até março, quase 1pp acima do limite de tolerância da meta, de 4,5%. Segundo o Boletim Focus, pesquisa do BC junto às instituições financeiras, a projeção mediana para o IPCA no fim do ano de 2025 era de 5,53%, menor, no entanto, do que a expectativa na época do encontro anterior, de 5,66%.
Para o fim de 2026, que será o foco de atuação do BC a partir desta reunião, a expectativa na Focus subiu de 4,48% para 4,53% desde o último encontro do colegiado, também fora da margem de tolerância.
Em relação à Selic, o mercado espera que a taxa termine 2025 em 14,75%. No último Boletim Focus, a expectativa era de um novo aumento dos juros em junho, para 15%, mas com um primeiro corte na taxa no último encontro deste ano, em dezembro.
Fonte/Veículo: O Globo
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