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OvComitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, por decisão unânime, aumentou ontem a taxa básica de juros de 13,25% para 14,25%. Com essa quinta alta consecutiva, a terceira de um ponto porcentual, a Selic alcançou o mesmo patamar registrado na crise econômica deflagrada no governo Dilma Rousseff, em 2016. Em comunicado, o Copom antecipou um novo eldquo;ajuste de menor magnitudeerdquo; em maio, sem indicar porcentual. Depois disso, o BC vai analisar dados como a evolução da dinâmica da inflação. No cenário atual, diz o Copom, eldquo;projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalhoerdquo; exigem política monetária mais contracionista.

Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou ontem a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, de 13,25% para 14,25%, mesmo patamar registrado na crise econômica deflagrada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. Foi a quinta alta seguida da Selic, sendo a terceira de um ponto porcentual endash; confirmando as indicações dadas ainda em dezembro.

No comunicado divulgado logo após a reunião, o Copom já antecipou um novo eldquo;ajuste de menor magnitudeerdquo; no seu encontro de maio, sem indicar um porcentual. Depois disso, afirma que as suas decisões vão depender da evolução de dados como o comportamento da dinâmica da inflação endash; eldquo;em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetáriaerdquo;.

eldquo;O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionistaerdquo;, diz.

Sobre o regime de gastos do governo, voltou a dizer que eldquo;a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida se

Evolução

Desde setembro, a taxa básica de juros aumentou 3,75 pontos porcentuais

gue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agenteserdquo;. Há também menção ao cenário externo, que eldquo;permanece desafiadorerdquo; diante das incertezas geradas com as medidas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Desde setembro, o BC já aumentou a Selic em 3,75 pontos endash; o segundo maior ciclo de alta nos últimos 20 anos, só menor que os 11,75 pontos entre março de 2021 e agosto de 2022, após o fim da pandemia.

Questionado sobre a decisão do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que prefere esperar a publicação da ata da reunião, na próxima semana. Já o mercado começou a avaliar as opções de alta nas próximas reuniões. eldquo;Mantemos o cenário: claramente, o viés ainda é para juros mais elevadoserdquo;, disse Roberto Padovani, economistachefe do banco BV. A princípio, ele projeta alta de 0,5 ponto para a Selic em maio.

É a mesma estimativa do estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz. Mas ele frisa que esse cenário considera uma redução da inflação. Caso contrário, o mercado vai passar a projetar uma alta de 0,75 ponto ou mesmo a repetição do 1 ponto porcentual.

eldquo;Juntando tudo, me soou como preferência um 0,5 ponto em maio e porta aberta para junhoerdquo;, avaliou o economista Marco Caruso, do Santander. Em relatório, a XP afirmou que mantém seu cenário de alta de 0,75 ponto, em maio, e de mais 0,5 ponto na reunião de junho, o que colocaria a Selic em 15,5%. ebull;

Diante do novo aumento na taxa básica de juros, que ontem subiu de 13,25% para 14,25% ao ano, o head de renda fixa da Suno Research, Guilherme Almeida, avalia que os títulos pós-fixados, um tipo de investimento em renda fixa, continuam sendo a melhor opção para os investidores. A preferência se justifica pelo fato de que esses ativos permitem aproveitar o movimento de alta dos juros, especialmente em um cenário onde o mercado projeta uma taxa final próxima a 15% este ano.

Almeida também destaca os títulos indexados à inflação, sobretudo os de prazo mais curto. Esse tipo de investimento é uma proteção contra a incerteza gerada pelo período eleitoral que se aproxima, o que pode trazer volatilidade aos mercados. De acordo com ele, em anos de eleição, os principais indicadores econômicos tendem a reagir de forma descompassada em relação ao cenário real da economia, tornando papéis atrelados ao IPCA uma escolha estratégica.

Entre os títulos indexados à inflação, a preferência recai sobre os títulos públicos, já que as taxas desses papéis estão em patamares historicamente elevados. Como exemplo, ele cita o Tesouro IPCA+ 2035. Além da rentabilidade, os títulos públicos oferecem maior liquidez e menor risco de crédito.

Já os títulos prefixados podem ser uma alternativa para perfis moderados e arrojados. Para investidores conservadores, a recomendação é que a exposição a títulos prefixados deve ser feita com cautela e apenas com recursos que não serão necessários no curto prazo. O que está em jogo é que, apesar de uma leve redução nas últimas semanas, as taxas prefixadas seguem atrativas, chegando a 14,5% ou até 15% ao ano. No entanto, o conselho para esse perfil é manter o título até o vencimento para evitar riscos de perda.

PAPÉIS PRIVADOS. Além dos títulos públicos, os papéis privados também podem compor a carteira do investidor, especialmente os isentos de Imposto de Renda, como LCIs e LCAs.

No entanto, Almeida ressalta que, nesses casos, é fundamental avaliar a qualidade do emissor, pois o risco é maior do que nos títulos do governo.

A análise é complementada pelo economista Fabrício Voigt, da gestora Aware Investments, que observa que, atualmente, os investidores podem se beneficiar de uma grande gama de ativos financeiros com risco relativamente baixo, como os títulos de crédito bancário, garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em certos casos. Voigt diz que, quando se trata de crédito privado, empresas que pagam IPCA mais uma taxa fixa oferecem um cenário confortável, pois elas podem repassar o aumento da inflação aos preços finais, atenuando o impacto sobre os custos da dívida.

De acordo com Voigt, esse tipo de operação, apesar de sua natureza inflacionária, apresenta uma segurança adicional para o investidor, especialmente em setores como a produção de proteína animal, onde a capacidade de transferir custos para o consumidor final ajuda a proteger a rentabilidade da empresa. Ele também reforça que os investidores que buscam mais segurança podem optar por títulos públicos, como os do Tesouro Direto, cujos riscos são consideravelmente menores.

A pedido do E-Investidor, Fabio Gallo, colunista do Esta

dão e professor de Finanças na Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), realizou uma simulação para analisar o desempenho de investimentos em renda fixa, levando em conta a nova taxa Selic. O estudo utiliza previsão de 5,66% para o IPCA, conforme o boletim Focus, e considera rentabilidade anual da poupança de 7,1%. Os cálculos simulação aplicações de R$ 1 mil. ebull;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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