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Produtores de etanol projetam uma safra menor para 2025-2026, mas estão otimistas com a possibilidade de expansão do mercado, aguardando o aumento da mistura do biocombustível à gasolina e ampliação da oferta do produto à partir do milho.

Estimativas da SCA Brasil indicam que a produção total pode chegar a 33,8 bilhões de litros, no período 2025-2026, sendo 24 bilhões de litros da cana e 9,8 bilhões de litros de milho.

A projeção, no entanto, é inferior aos 36,83 bilhões de litros registrados em 2024.

Segundo Martinho Ono, CEO da SCA Brasil, a área colhida de cana de açúcar do Centro-Sul deve ser menor em função dos incêndios que destruíram lavouras no segundo semestre de 2024. Cerca de 400 mil hectares foram afetados, o que prejudicou o processo de plantio/renovação dos canaviais durante o inverno.

A expectativa é de que a área total a ser colhida seja de 7,4 milhões de ha e queda para 600 milhões de toneladas no ciclo 2025-2026 na produção de cana-de-açúcar, 8% menos do que no período 2023-2024, quando foi registrada a produção recorde de 654 milhões de toneladas, aponta o departamento de Inteligência de Mercado da SCA Brasil.

Além disso, o açúcar deve expandir sua participação no mix das usinas, de 48% no ano passado para 51% na safra atual.

Ainda assim, Ono aposta em um cenário positivo para o setor ao longo de 2025.

Durante uma live da SCA em fevereiro, o executivo listou a valorização do etanol hidratado frente à gasolina, as alterações ao RenovaBio aprovadas no final de 2024 e o avanço da mistura de etanol na gasolina para 30% como fatores que podem melhorar a demanda.

O etanol hidratado foi beneficiado pela monofasia na reforma tributária. Nesse caso, somente o produtor pagará o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

O setor também está otimista com a elevação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação e Serviços (ICMS) incidente na gasolina.

eldquo;Somadas, [mudanças no ICMS, PIS e COFINS] aumentarão a competitividade do etanol hidratado em R$ 0,17 por litro ou dois pontos percentuais em relação à gasolinaerdquo;, estimou.

Já a nova mistura do biocombustível na gasolina, que pode saltar de 27% para 30% (E30), se aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), incrementaria em cerca de 1,18 milhão de metros cúbicos (m³) a demanda de etanol anidro, que passaria de 10,7 milhões de m³ para 11,9 milhões de m³, na safra 2025/2026.

De acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), serão fabricados 1,5 milhão de litros a mais do que no ano passado. A projeção é que a participação do biocombustível na matriz energética continue crescendo e chegue a 11,5 bilhões de litros no ciclo de 2026-2027.

Apesar do etanol auxiliar na expansão da lavoura de milho do Mato Grosso, as elevadas taxas de juros podem limitar o aumento da produção, disse no mesmo evento o vice-presidente da trading Inpasa, Gustavo Mariano.

eldquo;É uma questão que afeta diretamente todo o agronegócio nacional. Com a probabilidade da manutenção ou elevação da taxa de juros e alto spread bancário, quantifica-se em 20% a tomada de capital por parte do produtorerdquo;.

Fonte/Veículo: Eixos

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