Preços dos combustíveis ficaram mais caros em fevereiro, após reajuste de ICMS
Após o reajuste no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que elevou os preços [...]
A Cosan, holding do empresário Rubens Ometto, admitiu que avalia a possibilidade de diluição de sua participação na Raízen, gigante de distribuição de combustíveis e de produção de açúcar e bioenergia. Em teleconferência com analistas, a direção da companhia negou a possibilidade de injeção de capital na controlada, mas indicou que, além de uma diluição decontrole, também cogita a venda de negócios da Raízen ou de suas usinas.
eldquo;Avaliamos sim eventuais alternativas de entrada de sócioserdquo;, disse Rodrigo Araújo, diretor financeiro da Cosan, durante a teleconferência com investidores para tratar dos resultados não auditados divulgados no dia anterior.
eldquo;Dada nossa alavancagem em Cosan, temos disposição em sermos diluídos. A companhia não tem hoje capital para alocarerdquo;, afirmou. O CEO da Cosan, Marcelo Martins, ressaltou ainda que a holding eldquo;não vai colocar dinheiro na Raízenerdquo;, já que sua prioridade eldquo;é redução da sua alavancagemerdquo;.
A Cosan e a Cosan Nove Participações (que tem o Itaú com 27% de participação) detêm 44% das ações da Raízen, enquanto a Shell detém outros 44%. Os demais 12% estão na mão de investidores dispersos.
Contexto
A Cosan e suas investidas entraram em um processo de reestruturação no ano passado conforme a alta dos juros começou a apertar os negócios. Ontem, Ometto disse em evento do BTG que os juros elevados estão "atrapalhando um pouco" os investimentos da Raízen. Ele disse que a empresa está investindo R$ 9 bilhões eldquo;com recursos próprioserdquo; para construir seis indústrias de etanol de segunda geração (E2G) e eldquo;apanhando um pouco para organizar issoerdquo;.
Também no evento, o empresário disse que a alta taxa de juros é o que eldquo;mais atrapalhaerdquo; o empresariado brasileiro e o deixa eldquo;vagabundoerdquo;. eldquo;Se você tem a condição de aplicar seu dinheiro a 15%, 20%, até 25% ao ano, você vai ficar vagabundo, porque [isso] vai fazer com que todo mundo fique sentado na cadeira sem fazer nada, e o dinheiro não produzerdquo;, disse.
Fatiamento
O diretor financeiro da Cosan disse também na teleconferência com analistas que o grupo avalia a possibilidade de venda de negócios dentro da Raízen, como o de Renováveis (que engloba etanol e energia) de forma parcial ou integral.
eldquo;Isso tem que ser aprovado pelo outro sócio [a respeito] de eventuais parceiros em negócios da companhia, como o de energia e renováveis. Nós avaliamos a entrada de parceiros. Não tem nada específico, mas é uma das coisas que a gente consideraerdquo;, afirmou o CFO.
eldquo;Sobre uma separação de ativos na Raízen, depende de acordo com a Shell. Os dois entendendo que há possibilidade de desinvestir no negócio, vamos desinvestir. Se tiver que separar negócios, será considerado. Estamos fazendo issoerdquo;, acrescentou.
Ele também admitiu eldquo;a possibilidade de reduzir o portfólio de usinaserdquo;. eldquo;Não temos falado muito isso, mas a revisão [de portfólio na Cosan] passa também pelas usinas que estão no portfólio.erdquo;
Venda de terras
Outro negócio da Cosan que já está executando venda de ativos é a Radar, empresa de terras agrícolas que o grupo de Ometto controla, tendo como sócio o fundo de pensão americano TIA. Segundo Araújo, a Radar já aumentou suas operações de venda de terras agrícolas em 2024 e vai continuar nesse movimento neste ano.
eldquo;Tem formas de se fazer qualquer desinvestimento, e isso está acontecendo no negócio de terras. Em 2024 e neste ano não vai ser diferente. Temos aumentado o volume de desinvestimento na própria investida [Radar]erdquo;, afirmou. Em 2024, a empresa vendeu nove fazendas.
Ele comentou que esse movimento não está visível porque, ao mesmo tempo em que a Radar está vendendo terras, seu atual portfólio tem se valorizado em meio ao movimento de apreciação das terras agrícolas no Brasil. O portfólio de terras da Radar encerrou o ano de 2024 avaliada em R$ 17 bilhões, sendo R$ 5,3 bilhões referentes à participação da Cosan. Com vendas de fazendas, a receita da Radar no quarto trimestre saltou mais de três vezes, para R$ 830 milhões.
Além disso, o diretor financeiro da Cosan comentou que eldquo;qualquer outroerdquo; movimento eldquo;estruturalerdquo; em relação à Radar também eldquo;está na mesaerdquo;.
Fonte/Veículo: Globo Rural
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