Lula culpa Estados e postos por alta no preço de combustíveis: 'Povo é assaltado por intermediários'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 17, que a população é eldquo;assaltadaerdquo; pelos intermediários na cadeia de distribuição de combustíveis. Ele defendeu que a Petrobras venda diesel, gasolina e gás diretamente a grandes consumidores. Lula deu as declarações em Angra dos Reis (RJ) em cerimônia que anunciou licitação para compra de navios para a Transpetro.

eldquo;O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e que na bomba ela é vendida a R$ 6,49. Ou seja, é vendida pelo dobro do que ela sai da Petrobras. Mas quando sai o aumento, o povo pensa que foi a Petrobras que aumentou. E nem sempre é a Petrobras, porque cada Estado e cada posto têm liberdade de aumentar na hora que quer. E os impostos pagos são ICMS para os Estados, como ICMS que teve agoraerdquo;, afirmou o petista.

eldquo;O óleo diesel sai da Petrobras a R$ 3,77, e o cara vai encher o tanque e paga R$ 6,20erdquo;, disse o presidente da República. eldquo;O mais grave é o preço do gás. O povo não sabe que o botijão de 13 kg de gás sai da Petrobras a R$ 35erdquo;, declarou Lula. eldquo;Povo é no fundo, no fundo, assaltado pelo intermediário. E a fama fica nas costas do governoerdquo;, disse Lula.

eldquo;O povo paga o triplo do preço que ele sai da Petrobras. E eu estava dizendo para Magda que é importante informar a população disso. Para o povo saber quem xingar na hora que aumenta, para o povo saber quem é que é o filho da mãe dissoerdquo;, declarou Lula. O preço dos combustíveis está entre as principais preocupações do presidente da República, que passa por um momento de baixa em sua popularidade.

Lula também afirmou que haverá tentativa de privatizar a Petrobras toda vez que eldquo;o povo votar erradoerdquo;. Segundo ele, é necessário que seus apoiadores tenham coragem para defender o que acreditam, caso contrário a estatal poderá ser vendida por outro governo no futuro.

Evento

O presidente participou do anúncio de uma licitação que deverá triplicar a capacidade da Transpetro de transportar gás liquefeito de petróleo (GLP). A licitação fará a frota de navios gaseiros da Transpetro passar de 6 para 14. A subsidiária da Petrobras também passará, ao fim da aquisição dos equipamentos, a ter capacidade de transportar amônia.

A licitação será dividida em dois lotes que não poderão ser vencidos pela mesma empresa ou pelo mesmo consórcio. As companhias interessadas terão até 90 dias para apresentar suas propostas. O primeiro navio deverá ser entregue em até 30 meses depois da assinatura do contrato. As embarcações seguintes deverão ser entregues uma a uma a cada 6 meses.

Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo