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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que bateu o martelo sobre o reajuste do diesel na sexta-feira (31), mas a sequência de acontecimentos durante a semana não deixa dúvida de que o governo mais uma vez atropelou a governança da estatal.

Já na segunda (3), fontes próximas vazaram para a imprensa que a estatal tinha um reajuste engatilhado. Depois, o governo iniciou uma estratégia de comunicação para reforçar que, mesmo com aumento, a estatal ainda venderia diesel mais barato do que sob Bolsonaro.

A estratégia foi usada pelo presidente Lula e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevistas na quinta (30). Silveira chegou a entregar à Folha possíveis cifras para um aumento que ainda não havia sido anunciado pela estatal.

A política comercial da Petrobras diz que os reajustes são definidos por um trio de executivos formado pela presidente da empresa e pelos diretores responsáveis pela área financeira e de comercialização de combustíveis emdash;hoje, Magda Chambriard, Fernando Melgarejo e Claudio Schlosser.

Esse grupo tem autonomia para tomar as decisões, sem necessidade de aval do Conselho de Administração. Os anúncios de reajustes costumam ser feitos em comunicados ao mercado no fim da manhã do dia anterior ao início da vigência.

O sigilo é importante para evitar especulações de mercado emdash;tanto o financeiro, negociando ações da empresa com informação privilegiada, quanto o de combustíveis, que poderia antecipar movimentos com estoques para lucrar mais com os novos preços.

Na ânsia de se desculpar antecipadamente pelo aumento, o governo desconsiderou o rito. Não foi a primeira vez: a crise dos dividendos em 2024, que culminou com a demissão do ex-presidente Jean Paul Prates, foi pródiga em declarações antecipadas sobre assuntos estratégicos da empresa.

As ações da Petrobras ainda não se recuperaram totalmente do tombo daquela ocasião. E seu Conselho de Administração, domesticado pela maioria aliada ao governo, vem se mantendo calado diante dos atropelos.

(Coluna por Nicola Pamplona)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo (Coluna)

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