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O aceno do presidente dos EUA, Donald Trump, para uma boa relação com a China, em discurso virtual no Fórum de Davos, na Suíça, derrubou ontem o dólar em relação a outras moedas no mundo. Esse movimento no mercado de câmbio foi acompanhado também de um arrefecimento dos juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).
O real se beneficiou desse enfraquecimento da divisa americana em nível global. No mercado de câmbio local, a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 5,92, queda de 0,35%.
eldquo;( O presidente) Trump adotou um discurso mais brando em relação à China, sabendo da dependência dos EUA de produtos importados e do impacto de aumento de tarifas sobre a política monetária americanaerdquo;, disse o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, para quem o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), dependendo das medidas de Trump, pode ter espaço para um redução adicional da taxa de juros no país.
Após a fala do presidente americano, à tarde, o dólar passou a cair em relação a outras moedas fortes, como o euro, e aprofundou o ritmo de queda ante as divisas emergentes. No Brasil, a moeda americana rompeu o piso de R$ 5,90 e chegou a descer a R$ 5,87, menor valor diário desde 12 de dezembro (R$ 5,86).
O pregão de ontem foi o quarto consecutivo de queda da moeda americana, que já acumula depreciação de 2,31% na semana, e de 4,12% no mês endash; o que faz o real ter o melhor desempenho entre as principais divisas globais neste mês.
Para o economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, o recuo recente do dólar reflete, em grande parte, o desmonte de posições compradas na moeda americana por investidores estrangeiros, dada a melhora do apetite ao risco no exterior. O gatilho teria sido o fato de Trump não ter optado pela imposição agressiva de tarifas neste início de mandato.
BOLSA. O fortalecimento do real no mercado de câmbio não foi suficiente para dar fôlego ao Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira (B3), que encerrou o dia ontem em baixa de 0,40%, aos 122.483,32 pontos. eldquo;O dólar caiu frente ao real, mas o dia não foi bom para outros ativos brasileiros, como os da Bolsa e a curva de juros, que subiuerdquo;, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. eldquo;O modo ainda é de voo de galinha para a Bolsa.erdquo;
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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