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A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse nesta quinta-feira (23) que a estatal concluirá neste primeiro trimestre o que acredita ser a última exigência para a licença ambiental do polêmico poço no bloco 59, da bacia da Foz do Amazonas.

Trata-se de um centro de despetrolização de animais em Oiapoque (AP), cidade mais próxima ao poço que a estatal encara como prioritário para repor suas reservas de petróleo a partir da próxima década.

A estrutura de resgate foi questionada no último parecer da área técnica do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), que rejeitou a concessão de licença para o poço.

A diretora da Petrobras diz acreditar que, com a entrega da unidade, o Ibama dará a licença. "A partir daí, acho que não vai ter mais motivo [para negativas do órgão ambiental]", afirmou.

A proposta inicial da Petrobras previa uma estrutura de resgate terrestre em Belém, com apoio de embarcações próximas ao local do poço, na costa do Amapá. Depois, incluiu uma base avançada em Oiapoque, mas o Ibama questionou seu tamanho.

Sylvia Anjos voltou a defender nesta quinta a exploração da margem equatorial como principal alternativa para evitar que o Brasil volte a importar petróleo na próxima década, quando as reservas do pré-sal começam a declinar.

Esse argumento encontra eco na área energética do governo, mas é rechaçado por ambientalistas, por considerar que o Brasil vem gastando suas reservas atuais com exportações e mira agora uma região que é ambientalmente sensível. O projeto também vai na contramão do processo de descarbonização defendido pelo governo Lula.

A área ambiental do governo tem mostrado também resistência a autorizar a exploração na região, às vésperas do vencimento do aval para a licitação de áreas exploratórias.

Parecer de grupo de trabalho solicitou a retirada de blocos em águas profundas na bacia Potiguar sob o argumento de que estão próximas a áreas de grande sensibilidade ambiental, como o arquipélago de Fernando de Noronha.

O parecer é parte de um trabalho para renovar as manifestações interministeriais que permitem as licitações de blocos exploratórios no país. Todas as da margem equatorial vencem em junho. Sem novo aval, o governo não teria mais áreas na região para licitar.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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