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Quando Magda Chambriard substituiu Jean Paul Prates no comando da Petrobras no ano passado, temia-se que a intervenção do governo na empresa aberta de capital misto seria pesada. A suspeita era que práticas do tempo de Dilma Rousseff na Presidência da República fossem retomadas. Infelizmente, os preços baixos dos combustíveis nos postos de gasolina são mais uma confirmação dos piores temores. O real vem perdendo valor ante o dólar, e o barril de petróleo ficando cada vez mais caro. Com esse quadro, uma gestão responsável levaria à elevação dos valores cobrados nas bombas. Não na Petrobras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O último reajuste da gasolina ocorreu no distante mês de julho. O do diesel aconteceu há mais de um ano, em dezembro de 2023. Nesta semana, a defasagem dos preços internos em relação aos externos na gasolina chegou a 14%. No diesel, derivado que o país mais importa, atingiu 23%.

À primeira vista, a estratégia de segurar os preços dos combustíveis pode parecer atraente. O transporte de cargas por todo o país emdash; do preponderante rodoviário ao ferroviário emdash; é movido a diesel. Portanto qualquer alteração nas refinarias resulta em aumento de custos aos transportadores. Num efeito cascata, as altas são repassadas para os varejistas e logo chegam aos bolsos dos consumidores. Em pouco tempo, as alterações são sentidas nos índices que medem a inflação de diferentes tipos de alimentos em supermercados e produtos industrializados nas lojas.

Essa costuma ser a preocupação de quem ocupa o Palácio do Planalto, um dos raros pontos de concordância do atual governo com o de Jair Bolsonaro. O problema é que a defasagem praticada pela Petrobras, a maior empresa do mercado local, traz efeitos indesejados. No caso de companhias menores e bem geridas, inibe as importações, podendo causar até desabastecimento. Na Petrobras, a diferença de preço significa prejuízo ou endividamento.

Quando Pedro Parente assumiu a empresa em 2016 com a missão de saná-la, a dívida beirava os R$ 690 bilhões em valores de hoje. Era, na época, o maior endividamento entre as petroleiras. A conta deixada por Dilma pela política de represar os preços dos combustíveis era estimada em mais de R$ 90 bilhões. Felizmente, a situação atual é bastante distinta. A petroleira tem obtido receitas elevadas com as vendas externas de petróleo e seu endividamento está sob controle. Mas é uma irresponsabilidade voltar a trilhar o caminho da má gestão.

Em 2023, o presidente Lula decidiu eldquo;abrasileirarerdquo; a metodologia usada para determinar os preços. O dólar, moeda em que o valor do barril é cotado, deixou de ser a única referência. Entraram no cálculo itens como volume de produção e custos de transportes. Tudo em nome de reduzir a volatilidade. Mesmo com todas as modificações, o problema acabou chegando. A questão da defasagem está à espera de solução. Em fevereiro, os preços subirão, mas a causa é o aumento da alíquota de ICMS.

Fonte/Veículo: O Globo - Editorial

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