Febraban alerta e desmente notícia falsa sobre Pix
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O Brasil deixou de arrecadar R$ 6 bilhões em tributos em 2024 por não taxar a importação de veículos elétricos e híbridos em 35% como fazem outros países. O cálculo foi feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa as montadoras que produzem no país.
emdash; Não podemos ficar reféns das importações. Precisamos atenção para que os investimentos não desmoronem emdash; disse Leite, lembrando que o setor anunciou investimentos de R$ 180 bilhões no país até 2030.
No ano passado, apesar do juro elevado, o setor automotivo teve bom desempenho: 2,6 milhões de unidades vendidas (alta de 14,1% em relação a 2023), 2,5 milhões produzidas (alta de 9,7%) e 398 mil veículos exportados (queda -1,3%).
As importações alcançaram 467 mil unidades (alta de 32,5%), sendo 200 mil desses veículos movidos a eletricidade. O Brasil tomou o oitavo lugar como maior produtor global de veículos da Espanha. Após divulgar os números, Lima Leite, que deixa o comando da Anfavea em abril deste ano, falou ao GLOBO.
Como será possível recuperar, este ano, o patamar de vendas de 3 milhões de unidades com juro alto, e dólar a R$ 6?
Em dezembro, as nossas projeções estavam em 3 milhões. Mas houve o dólar e o aumento dos juros, já sinalizando mais dois pontos de aumento em 2025. Então, recuamos nossas previsões. Hoje, o cenário mais provável é que a gente vai bater na trave, mas não vai chegar nos 3 milhões. Talvez em 2026.
O crédito é a chave para atingir esse número?
O nosso setor vive de crédito. Historicamente, 70% das vendas eram a prazo e 30% à vista. Ano passado, foram 45% de vendas a prazo e 55% à vista. Em 2024, a oferta de crédito cresceu 36%, chegando a R$ 200 bilhões, com inadimplência baixa. E agora há garantia, com a retomada do bem.
Então, se a oferta de crédito continuar, a gente chega lá. E,claro, com produtos que caibam no bolso. No ano passado, a venda de usados e novos somou 14,2 milhões de unidades, recorde histórico. E isso é importante para nós, porque muita gente que vende o carro usado pega um novo.
No ano passado, a balança comercial do setor fechou negativa pela primeira vez em uma década. E para este ano?
Esse quadro só vai mudar se a alíquota de importação dos veículos elétricos e híbridos for elevada para 35% (hoje está em 18% e só chega aos 35% em 2026). A conta é simples: o mercado no mundo está se reduzindo, mas cresce no Brasil. O aumento da capacidade instalada em outros países, especialmente a China, tem que ter um destino. O foco é aumentar a exportação e não produzir fora da China. E o Brasil é o principal foco da China para exportação.
E quais as consequências disso? Este ano, os chineses começam a produzir também no Brasil...
Nós precisamos ter uma atenção muito grande para que isso não desmorone os investimentos de R$ 180 bilhções anunciados. É natural que uma empresa que chegue ao Brasil comece com CKD (sistema usado para importar veículos desmontados de outros países, que são montados no país de destino).
O que o Brasil não deve aceitar é que tenha esse aumento de produção sem a nacionalização das etapas fabris. É isso que traz geração de empregos. Temos visto um movimento tímido de comprar de fornecedores nacionais. Muitos dizem que não foram nem contatados por essas empresas que estão chegando. Eu não sei dizer se é verdade, mas é fundamental que isso aconteça.
Existe sinalização do governo para rever a alíquota de importação para 35%?
Nós tivemos uma reunião com o presidente Lula, com o ministro Geraldo Alckmin, com o ministro Fernando Haddad. Estavam lá vários sindicatos de trabalhadores, indústria de peças. Houve uma compreensão muito clara de que era necessário restabelecer a alíquota com urgência por que isso poderia impactar esse ciclo virtuoso do setor automotivo. A sinalização que a gente vem tendo é positiva para acelerar a recomposição do imposto de importação.
A Anfavea fez um cálculo da renúncia fiscal sem o aumento de imposto...
Sim, são R$ 6 bilhões em 2024, ou US$ 1 bilhão. É muita coisa. E para favorecer quem? Essa é a questão. Tanto nas importações quanto nas exportações, nós precisamos ter um olhar de governo. Não podemos ficar reféns das importações. Quando as importações impactam a realidade do país, a economia, ela acaba sendo um elemento de desequilíbrio.
Nós queremos que haja investimento no Brasil, independente de ser chinês, europeu, americano. Quando se investe no país, as empresas passam a ter acesso às tecnologias, e a gente passa a ter fornecedores capacitados.
Como aumentar as exportações de veículos?
Para eu lançar um produto na Argentina, além da homologação que é feita no Brasil, eu levo seis meses. O mesmo no Chile. A China coloca em 15 dias. Precisamos avançar em relação à harmonização regulatória. O Brasil precisa ter acordos com esses países, não só de questões tarifárias, mas regulatórias. Então, até eu lançar um produto nesses países, as novidades vêm de outros mercados. Com isso, o Brasil perde participação.
Sua gestão na Anfavea ocorreu num momento de chegada de novas tecnologias, a elaboração do Mover, a vinda das montadoras chinesas. Como foi a relação com o governo?
A Anfavea teve uma atuação não com foco lobista, mas nos propusemos a mostrar a força da indústria. Fizemos um salão do automóvel em Brasília para apresentar ao poder público um carro elétrico e híbrido, e como isso impacta a cadeia de suprimentos. Apresentamos as novas tecnologias também para os governadores. Levamos conteúdo técnico. A gente percebia uma distância muito grande da indústria para o poder público.
O Programa Mover, por exemplo, contemplou tudo o que a indústria automotiva queria?
Ele é referência mundial. Podia ser mais ou menos incentivo fiscal, mas o grande mérito do programa foi trazer previsibilidade ao setor. Isso permitiu o investimento de R$ 180 bilhões. E serão R$ 60 bilhões só em pesquisa e desenvolvimento. As montadoras chinesas já se habilitaram no Mover e a vantagem é essa. Qualquer um que queira investir no Brasil tem os requisitos a serem cumpridos.
O que você aprendeu como presidente da Anfavea?
O quão importante é ter uma interlocução saudável com o poder público. Quem está de fora tem uma ideia de lobista. E eu tinha essa ideia, muitas vezes equivocada. E aprendi também que o que falta são propostas. Muitas vezes as pessoas reclamam muito. Uma vez eu apresentei as nossas dificuldades, a chegada de chineses, a burocracia do Brasil. E a resposta que tive foi: então qual é a sua proposta. É preciso ir ao governo com propostas efetivas.
Fonte/Veículo: O Globo
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