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Depois de ampliar suas exportações para o Brasil, as montadoras chinesas BYD (Build Your Dreams) e GWM (Great Wall Motors) iniciam um novo capítulo de sua ofensiva no país este ano: começam sua produção local de seus veículos híbridos e elétricos.
A GWM confirmou que a fábrica de Iracemápolis, interior de São Paulo, será inaugurada em maio, e a produção para o mercado brasileiro começa no início do segundo semestre com o híbrido Haval 6, a gasolina. A BYD também pretende dar a partida em sua fábrica na Bahia neste primeiro semestre.
As novatas têm tudo para mexer com o mercado brasileiro de automóveis. Especialistas do setor apontam que a fabricação no Brasil de seus veículos faz parte da estratégia de crescimento global dessas companhias chinesas.
Afinal o país é um dos pontos com mais de 2 milhões de unidades vendidas por ano, o quinto maior mercado do mundo, resiliente mesmo nos piores momentos econômicos.
Mercado de 2,5 milhões em vendas
No ano passado, por exemplo, mesmo com juros altos, o país somou 2,5 milhões de veículos vendidos, alta de 15% em relação a 2023, o maior crescimento entre os dez maiores mercados globais.
A expectativa é que outras montadoras chinesas anunciem produção no Brasil, entre 2026 e 2030. Entre elas estão Neta, GAC e Omoda/Jaecoo.
emdash; O consumidor brasileiro é fiel e se aproximar dele com a fabricação no país passa mais confiança. É interessante notar que os carros populares sumiram, mas os brasileiros continuam comprando veículos mais caros, com mais margem de ganho para as empresas emdash; diz Cristiano Doria, sócio-diretor da consultoria Roland Berger Brasil e especialista no setor automotivo, lembrando que a fabricação local também livra as empresas do imposto de importação de carros eletrificados importados, atualmente em 18%, que chegará a 35% em 2026.
Com a produção nacional, diz Doria, as chinesas também começam a se apropriar dos incentivos do governo para o setor por meio do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), que oferece benefícios fiscais para pesquisa e desenvolvimento, produção tecnológica e autopeças.
Em pesquisa, o Mover prevê crédito num total de R$ 19,8 bilhões até 2028. Doria observa que o Brasil passará a ser um hub de exportação dessas companhias para vizinhos como Argentina, Colômbia e Bolívia, o que também é importante na estratégia de expansão chinesa.
Milad Kalume Neto, consultor e especialista no mercado automotivo, lembra que com o aumento do protecionismo dos mercados da Europa e dos EUA, com aumento de tarifas de importação sobre os carros elétricos chineses, as companhias do país asiático têm buscado eldquo;saídas estratégicaserdquo; em outros mercados, como Rússia, Austrália e Tailândia.
Para Kalume, o Brasil tornou-se uma peça fundamental de expansão global das montadoras chinesas e a fabricação aqui deve levar a ganho de mercado doméstico, acirrando a competição com as outras multinacionais que já produzem no país.
emdash; O Brasil não é apenas um eldquo;campo de provaserdquo; para as montadoras chinesas, mas uma saída estratégica já que é um mercado consolidado. E está fora das regiões onde essas companhias estão enfrentando restrições comerciais emdash; afirma Kalume Neto.
Contratações em curso
Na GWM, as contratações já começaram e chegarão a 700 funcionários este ano. Do investimento previsto no Brasil, de R$ 4 bilhões até 2026, ao menos 50% já foram aplicados.
A GWM vai produzir o híbrido Haval 6, a gasolina, na fábrica que comprou da alemã Mercedes Benz no interior paulista. Em maio, após a inauguração da unidade reformada, começam a ser feitos os primeiros protótipos. Depois de ajustes na linha de produção, em julho deve começar a produção efetivamente.
Os componentes ainda virão da China, mas já há conversas com fornecedores locais para a nacionalização de peças, que deve ficar entre 2% e 5% no início. A ideia é fabricar 25 mil veículos por ano, quando a unidade estiver a pleno vapor, mas a capacidade será de 50 mil anuais. Já são 100 concessionárias no país e mais 30 devem abrir neste ano.
Depois do Haval, no futuro sairão dali uma picape e uma SUV, que já poderão ser equipadas com o motor flex em desenvolvimento pela montadora. Os três veículos estão habilitados no Mover para ter incentivos.
emdash; O Haval para os brasileiros não é igual ao chinês. Tem power train (trem de força que dá potência ao veículo) mais forte para as estradas nacionais e está adaptado ao gosto do consumidor local, com menos cromação e iluminação interna emdash; diz Ricardo Bastos, diretor de Relações Institucionais da marca no Brasil, lembrando que a montadora já analisa acordos comerciais na região para exportar e deve inaugurar também este ano um centro de pesquisa em Iracemápolis.
BYD: produção neste semestre
Já a BYD promete iniciar neste primeiro semestre a produção em Camaçari, na Bahia, na fábrica que foi da americana Ford. Está prevista a abertura de 2 mil vagas este mês, 3 mil em maio e 5 mil em agosto.
A empresa já anunciou o desenvolvimento de um motor flex, que vai equipar o híbrido Song Plus, que será fabricado na Bahia. O BYD Dolphin Mini, carro 100% elétrico, será o segundo modelo a ser montado aqui.
As obras da fábrica da BYD começaram há cerca de nove meses. Na primeira fase, estão sendo preparados o galpão para a montagem dos carros no sistema SKD (Semi Knocked Down), a fábrica de inspeção final e as pistas de teste de velocidade.
Na segunda fase, que deve terminar até o fim do ano, serão 28 novas edificações e dois pátios para a produção completa de veículos elétricos e híbridos.
Será a maior fábrica da BYD fora da China, com capacidade de produzir até 150 mil carros por ano na primeira fase de operação e 300 mil na segunda. A empresa já tem 150 concessionárias no país.
Problemas trabalhistas
Em dezembro, a BYD teve problemas com uma empresa terceirizada chinesa, a Jinjiang Group, que foi acusada pelo Ministério do Trabalho brasileiro de submeter 163 operários chineses trazidos para a obra a condições degradantes de trabalho.
A BYD cortou relações com a empresa, que negou essa situação. Por isso, a primeira fase que estava prevista para terminar após o carnaval, pode atrasar um pouco, diz uma fonte ligadas às obras.
eldquo;Estamos entusiasmados em produzir no Brasil o primeiro SUV híbrido plug-in flex, uma inovação que combina tecnologia de ponta e sustentabilidade. O complexo de Camaçari posiciona o Nordeste como um polo estratégico de inovaçãoerdquo;, afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil, referindo-se ao Song, em nota.
Preço não deve cair: carros mais baratos são R$ 115 mil
Para o consumidor, o início da produção local não deve se refletir em preços mais baixos que os importados, dizem os especialistas. Como estão em fase de investimentos, as empresas precisam de margens de lucro mais altas para cobrir seus custos de instalação.
O Haval 6 custa em torno de R$ 240 mil enquanto o Song Plus e o Dolphin Mini saem por volta de R$ 299 mil e R$ 115 mil, respectivamente.
Levantamento da Bright Consulting, especializada no setor automotivo, mostra que os carros chineses avançaram no mercado brasileiro no ano passado.
A participação da BYD, por exemplo, saltou de 0,8% em 2023 para 3,1% enquanto a da americana General Motors caiu de 15% para 12,7%. As duas marcas com maior participação no mercado de eletrificados foram BYD (72%) e GWM (10,4%).
Mas os especialistas ainda veem obstáculos para um crescimento mais forte delas no Brasil, como a falta de infraestrutura de carregamento de elétricos por aqui.
O ano passado terminou com pouco menos de 11 mil carregadores públicos e semipúblicos, ainda aquém do que o país precisa, diz Milad Kalume. Doria observa que o preço ainda elevado dos elétricos e a taxa básica de juros em 12,5% ao ano também dificultam as vendas, mesmo financiadas.
Fabricantes tradicionais preocupados
O avanço das chinesas preocupa a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que representa as montadoras multinacionais que já produzem no país. O presidente da entidade, Márcio de Lima Leite, observou que a importação de veículos deixou a balança comercial do setor negativa em 2024, o que não acontecia desde 2021.
A China, que respondeu por 10% nas importações brasileiras de veículos entre janeiro e novembro de 2023 (com 32.180 unidades), saltou para 26% em 2024 (105.763). A Anfavea quer a elevação do Imposto de Importação para 35% para estimular as montadoras já instaladas no país, que investem R$ 150 bilhões até 2030.
A capacidade total das montadoras no país é de 4 milhões de veículos por ano, mas há ociosidade de cerca de 45%. A Anfavea prevê 2,8 milhões de veículos vendidos neste ano, alta de 6,8%, mas com a chegada das chinesas, a disputa pelo consumidor vai aumentar.
Fonte/Veículo: O Globo
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