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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que visa reestruturar o setor de biocombustíveis no Brasil. A medida busca aumentar a proporção de etanol na gasolina e de biodiesel no óleo diesel, em prol de uma matriz energética mais limpa. Contudo, a decisão tem gerado críticas de especialistas, que alertam sobre eventuais danos a veículos mais antigos.
Atualmente, a mistura de etanol na gasolina varia entre 18% e 27,5%. O novo projeto mantém a proporção mínima em 22% e possibilita aumento para até 35%, uma mudança que é vista como potencialmente prejudicial para carros movidos exclusivamente a gasolina, especialmente os fabricados há mais tempo.
Efeitos mecânicos em veículos antigos
O diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Rogério Gonçalves, ressalta que os motores flex sofrerão impacto no consumo. Já os veículos somente a gasolina poderão enfrentar falhas mecânicas, como desgaste no motor e corrosão de peças, devido à alta concentração de etanol.
Diego Receputi, do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado (Sindirepa ES), alerta sobre os danos causados pelo aumento de etanol. Mais corrosivo que a gasolina, o produto pode deteriorar mangueiras, sistema de injeção e até o módulo de funcionamento dos motores.
Veículos mais antigos, calibrados para uma mistura com 22% de etanol, são especialmente suscetíveis a esses problemas.
A introdução de uma proporção maior pode causar ataques a materiais como borrachas e elastômeros, e até mesmo falhas nos sensores de reconhecimento de combustível.
Soluções e perspectivas
Para mitigar os efeitos negativos, uma solução proposta é disponibilizar combustíveis com maior concentração de gasolina. Contudo, isso poderia elevar os custos, já que a gasolina premium, que possui menor proporção de etanol, é mais cara.
Apesar dos benefícios ambientais almejados com a descarbonização, os desafios técnicos e financeiros para proprietários de veículos mais antigos ainda precisam ser cuidadosamente avaliados.
Mesmo com as críticas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende que eldquo;os avanços que teremos em razão dessa lei são inéditoserdquo;. Segundo ele, o projeto irá descarbonizar eldquo;setores que contribuem significativamente para a poluição do planetaerdquo;.
eldquo;O Combustível do Futuro é transição energética com desenvolvimento social e responsabilidade ambientalerdquo;, declarou o ministro.
Fonte/Veículo: News Motor
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