Pesquisa: 94% dos donos de elétricos não querem abandonar a eletrificação
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Na recepção de um hotel em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, dois chineses fazem check-in com o auxílio do celular. Funcionários de uma empresa fornecedora de eldquo;robôs logísticoserdquo; endash; como empilhadeiras automáticas endash; para a montadora BYD, eles usam um aplicativo de tradução para conversar com a recepcionista.
Desde que a montadora chinesa iniciou no primeiro semestre deste ano suas obras nessa cidade de 300,4 mil habitantes, o fluxo de chineses nos estabelecimentos comerciais é crescente endash; apesar de não ser uma novidade. Polo industrial, Camaçari já está acostumada, segundo os moradores, com estrangeiros que vêm visitar as fábricas. O município, por exemplo, é sede de uma planta da também chinesa Sinoma, que fabrica pás eólicas. O volume maior de orientais pelas ruas, porém, é a novidade de 2024.
Carros elsquo;vetadosersquo; Mercados dos EUA e da Europa criaram restrições comerciais para os veículos chineses
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Camaçari e Região (Sindticcc) calcula que mil operários trabalham hoje nas obras da fábrica de carros eletrificados da BYD, sendo 500 deles orientais. De acordo com a montadora, os chineses foram contratados por empresas terceirizadas por possuírem eldquo;expertise na construção deste tipo de fábrica que tem diversas características únicas de tecnologiaerdquo;. Questionada pela reportagem, a empresa não informou quantos estrangeiros trabalham na obra.
A presença de trabalhadores chineses nas cidades brasileiras é uma das faces mais visíveis de uma transformação da indústria automotiva. Com cus
to inferior e tecnologia elétrica, a China vem inundando o mundo todo com seus carros, e as montadoras tradicionais perdendo competitividade.
Os mercados americano e europeu, no entanto, criaram restrições comerciais para os veículos chineses, e o país de Xi Jinping viu o Brasil como alternativa. É um destino com alta demanda por veículos e capacidade de se tornar base exportadora para toda a América do Sul.
eldquo;Os chineses começaram exportando pequenos volumes de carros elétricos para o Brasil, que passou a aceitar o produto. Automaticamente, deuse a decisão de que o Brasil será a porta para a ocidentalização dos veículos chineseserdquo;, diz o consultor Ricardo Roa, sócio da consultoria KPMG e especialista no setor automotivo.
Além da fábrica da BYD em Camaçari, o Brasil também receberá uma planta da GWM. A montadora está adaptando uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (a 165 quilômetros de São Paulo) para produzir carros eletrificados. A GAC, quinta maior montadora chinesa, afirma que investirá US$ 1 bilhão até 2029 para produzir no Brasil. Ela não revela quando iniciará a fabricação, mas, segundo pessoas a par do assunto, ela tem entre suas opções a compra da planta da
Toyota em Indaiatuba (SP), que será desativada até 2026. A Neta Auto também estaria de olho na fábrica da japonesa, e a Omoda/Jaecoo (Oeamp;J) negocia
um local para montagem de CKDs (conjunto de peças que vem pronto da China e são agregados aqui, com pouco ou nada de componente local) em 2025.
OBRAS. Na Bahia, a presença de chineses também deve crescer na construção civil, com as obras da ponte de 12,4 km entre Salvador e a ilha de Itaparica por um consórcio chinês. O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) retomou as conversas com as companhias chinesas após ameaçar romper o contrato, no início deste ano, devido a custos adicionais que elevariam o preço da obra orçada inicialmente em R$ 13 bilhões.
Enquanto não movimentam Salvador, os chineses mudam o cenário de Camaçari. Por lá, já há alguns bairros famosos por concentrar os orientais, como o Inocoop. A partir das 6h, eles ocupam as ruas da vizinhança enquanto esperam o transporte que os levam para a fábrica da BYD. O mesmo acontece entre 17h e 18h30, quando retornam da planta.
Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo
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