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Divulgada ontem, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central endash; que terminou com a elevação da Selic em um ponto porcentual, para 12,25% endash; afirma que houve eldquo;materialização dos riscoserdquo; em relação à trajetória da inflação.

No documento, o BC reafirmou que haverá mais duas altas de um ponto nas próximas reuniões, em janeiro e março de 2025, mas não se comprometeu com o fim do ciclo. Ou seja, não há um teto para a Selic, e isso já fez com que alguns bancos e consultorias começassem a revisar para cima suas estimativas para os juros no ano que vem.

Para o BC, a inflação de serviços está mais forte endash; em função do desemprego baixo e do crescimento mais acelerado do PIB endash;, há repasses de preços por causa da alta do dólar e as expectativas de inflação estão eldquo;desancoradaserdquo;, em parte porque a política fiscal do governo não transmite confiança para os agentes econômicos. Para completar, há o quadro externo mais adverso, com a eleição de Donald Trump, que pode fazer a inflação nos EUA ficar mais alta do que se esperava.

eldquo;Em função da materialização de riscos, o comitê avalia que o cenário se mostra menos incerto e mais adverso do que na reunião anterior. Riscos à alta da inflação, tais como a resiliência da inflação de serviços, a desancoragem das expectativas e a depreciação cambial se materializaram. Assim, um cenário que até então se mostrava bastante incerto tornouse mais adversoerdquo;, diz a ata.

Para o BC, o pacote fiscal anunciado pelo governo frustrou as expectativas do mercado, e isso se transformou em aumento do dólar e piora das expectativas de inflação. Na visão do banco, a política fiscal do governo Lula é eldquo;expansionistaerdquo;, ao contrário do que diz o Ministério da Fazenda. O Copom afirma que há eldquo;impulsoserdquo; fiscais mais fortes do que o antecipado e, por isso, pede que as duas políticas, fiscal e monetária, sejam harmoniosas.

A reunião da semana passada do Copom foi a última sob o comando de Roberto Campos Neto, cujo mandato expira neste mês. O seu lugar será assumido pelo atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. ebull;

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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