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A montadora chinesa GAC Motors divulgou nesta quinta (5) seus planos para produção no mercado brasileiro. A empresa vai investir R$ 120 milhões no desenvolvimento de motores, incluindo opções flex e híbridas (que conciliam etanol, gasolina e eletricidade). O valor faz parte de um investimento de R$ 5,8 bilhões que será aplicado nos próximos cinco anos.

"O objetivo da montadora é ser a primeira fabricante chinesa a ter uma linha de produção completa e um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil, produzindo carros à combustão, híbridos e elétricos, assim como é na China", diz o comunicado enviado pela empresa.

O desenvolvimento das motorizações que aceitam etanol, gasolina e eletricidade será feito em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

De acordo com a GAC Motors, a duração dos acordos de cooperação será de cinco anos, com possibilidade de renovação. A montadora, que é a quinta maior da China, pretende ainda desenvolver biocombustíveis para utilização em diferentes mercados. Nesse caso, o Brasil seria uma plataforma de exportação de tecnologias de baixo carbono.

Os planos ambiciosos agradam ao governo federal. Em julho, Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Mdic (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), foi à China e se reuniu com Feng Xingya, presidente do grupo GAC. O anúncio do investimento bilionário foi feito nesse encontro.

Contudo, a empresa ainda não definiu qual será o local de sua futura fábrica nacional. Na China, a empresa produziu 2,52 milhões de automóveis em 2023. A marca também fabrica modelos em parceria com as japonesas Honda e Toyota.

Antes da instalação da linha de montagem local, haverá um período de venda de modelos importados. A empresa ainda não divulgou quais serão os carros que virão para o Brasil.

Conheça outras montadoras chinesas que atuam no Brasil

BYD

Com mais de 60 mil carros vendidos no Brasil entre janeiro e novembro emdash;e um estoque igualmente vultosoemdash;, a montadora chinesa acelera as obras na futura fábrica de Camaçari (BA).

No momento, a empresa lida com denúncias de más condições de trabalho: chineses de empresas terceirizadas que atuam na construção da linha de montagem estariam sendo submetidos a rotinas de trabalho de até 12 horas por dia, sem folga semanal e sem equipamentos de proteção.

Caoa Chery

Em 2017, o grupo Caoa adquiriu 50,7% das operações da chinesa Chery no Brasil. Cinco anos depois, a empresa desativou a fábrica em Jacareí (interior de São Paulo), e hoje produz modelos da linha Tiggo em Anápolis (GO).

GWM

A montadora comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (interior de São Paulo) e anunciou um investimento de R$ 10 bilhões. A produção de modelos híbridos da linha Haval terá início em 2025.

JAC Motors

Logo após o sucesso da estreia no mercado nacional, em 2011, a marca chinesa importada pelo grupo SHC tornou-se pouco competitiva devido à sobretaxa aos importados imposta no mesmo ano.

De lá para cá, desistiu de investir em uma fábrica nacional, mudou o foco e apostou nos veículos comerciais 100% elétricos, que tem ido bem na comercialização para frotas. O produto mais recente, contudo, é a picape Hunter, movida a diesel.

Neta

A empresa iniciou a pré-venda dos modelos elétricos AYA e X no Brasil há um mês. A primeira fase das operações prevê a oferta dos veículos em lojas instaladas em shoppings. A montadora tem planos de produção local.

Omoda/Jaecoo

As marcas da Chery chegam ao Brasil em operação própria, sem vínculo com o grupo Caoa. A previsão inicial era começar a vender seus veículos em 2024, mas os planos foram revistos. A comercialização está prevista para a partir do primeiro trimestre de 2025.

Seres

A empresa anunciou a chegada em 2023, trouxe poucos carros e sumiu do mercado. Pessoas ligadas à operação relatam desentendimentos internos, e as operações estão suspensas desde julho.

Zeekr

A marca chinesa, que faz parte do grupo Geely (dono da Volvo) estreou no Brasil em outubro. O esportivo 001 e o SUV chamado apenas X já estão à venda.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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