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Corredores marítimos sustentáveis estão na lista de prioridades do Ministério de Minas e Energia (MME) para 2025, disse nesta quarta (4/12) o diretor do Departamento de Combustíveis Derivados de Petróleo, Renato Dutra.

A descarbonização do transporte marítimo foi tema de um dos comitês criados pela pasta em 2021 para subsidiar a formulação da lei do Combustível do Futuro.

O texto, recém sancionado, excluiu os navios de propósito: era preciso aguardar as definições da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês).

Além de adotar, em julho de 2023, a ambição de emissões líquidas zero até 2050, a IMO discute mecanismos de precificação de emissões para incentivar a adoção de tecnologias de baixo carbono, como amônia e metanol derivados de hidrogênio verde.

Com a adoção da taxa de carbono em vias de ser acordada endash; a previsão da IMO é definir até abril de 2025 sua Estrutura Net Zero endash; o governo brasileiro enxerga que chegou o momento de avançar com sua política doméstica.

eldquo;Em 2021-2022, a discussão na IMO ainda não estava em um estágio que nos permitisse dar um passo, talvez, além do necessário. O que o Combustível do Futuro entregou foi um relatório extenso sobre o que precisaríamos fazer, no momento oportuno, para finalizar esse processo. Esse momento chegou agora no segundo semestreerdquo;, explica Dutra.

O diretor do MME participou nesta manhã de um evento organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a Embaixada da Noruega sobre transporte marítimo verde. Os dois países são parceiros na entrega de uma proposta para precificar as emissões de carbono do setor que está em discussão na IMO.

O inimigo é o carbono

Quando foi lançado em 2021, o programa Combustível do Futuro tinha três objetivos: encontrar alternativas eficientes que fossem de melhor custo-benefício para reduzir a intensidade de carbono da matriz de combustível de todos os modais de transporte; incorporar a análise do ciclo de vida dos combustíveis; e o estímulo à ciência, tecnologia e inovação.

São visões que colocam o carbono como o centro do problema, deixando aberta a possibilidade de uso de diferentes alternativas de combustíveis, desde que comprovem sua eficácia no corte de emissões.

Esse trabalho será retomado agora, em dezembro, a partir de um novo comitê criado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em agosto de 2024 para se dedicar ao transporte marítimo.

A entrega dos resultados deve ocorrer em maio de 2025. À frente do grupo está o comandante da Marinha Flavio Mathuiy, assessor da Comissão Coordenadora para os Assuntos da IMO.

eldquo;O comitê vai discutir o passo final para fazer a entrega que falta para o setor aquaviário no contexto do programa do Combustível do Futuroerdquo;, diz Dutra.

Ele explica ainda que a ideia é alinhar a estratégia brasileira com a internacional.

eldquo;Esse ponto é importante porque a gente vai contar com a participação de diversas pastas do governo federal, mas também com a participação do setor privado, como ocorreu nos demais segmentos no Combustível do Futuro. O setor privado vai ter oportunidade de contribuir para que a gente alcance soluções de política que entreguem a melhor relação de benefícios para o paíserdquo;.

Hoje, cerca de 90% das exportações do Brasil ocorrem por via marítima e a navegação de longo curso responde por 71% da carga transportada e 57% das viagens.

Substituir o combustível marítimo carrega uma série de desafios, desde custos até adaptação de infraestrutura portuária, passando pela disponibilidade das alternativas e redefinição de rotas logísticas endash; onde entram os corredores sustentáveis.

eldquo;A base de trabalho do comitê tem que refletir a estrutura desse mercado. É uma indústria hard to abate (difícil de abater), não vai ter uma solução única, vai ter uma solução multicombustível. Então essa solução multicombustível tem que ter por trás uma série de outras açõeserdquo;, aponta o diretor do MME.

Fonte/Veículo: Eixos

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