Pesquisa mostra que brasileiros vinculam biocombustíveis a crescimento
Pesquisa mostra que os brasileiros vinculam a produção de biocombustíveis ao crescimento econômic [...]
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (21) a distribuição de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários a seus acionistas, liberando finalmente parte do valor que havia sido retido no início do ano em processo que culminou com a demissão de Jean Paul Prates da presidência da companhia.
O anúncio foi feito em paralelo à divulgação do novo plano de investimentos da companhia, que prevê um orçamento de US$ 111 bilhões (R$ 640 bilhões), contra US$ 102 bilhões (R$ 580 bilhões) da versão anterior, aprovada em 2023.
Após recuo do governo, a Petrobras já havia aprovado a distribuição de metade dos dividendos retidos no início do ano, num valor de R$ 22 bilhões. Além disso, a estatal aprovou outros R$ 44,1 bilhões referentes aos resultados dos primeiros trimestres de 2024.
A estatal afirmou que a decisão anunciada nesta quinta está alinhada à sua política de remuneração, "que prevê que a Petrobras poderá realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada".
O mercado esperava anúncio sobre os dividendos extraordinários nesta quinta após a aprovação do plano de investimentos, o primeiro sob a gestão Magda Chambriard. A Folha publicou detalhes do plano na segunda (18), o que levou a Petrobras a antecipar à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a divulgação de parte dos números.
A área de exploração e produção terá um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), com a inclusão de novos projetos de revitalização de campos antigos e US$ 7,9 bilhões (R$ 45 bilhões) destinados à busca por novas reservas em bacias do Sudeste, em novas fronteiras como a bacia de Pelotas e as bacias da margem equatorial brasileira e em projetos na África.
A expectativa é repor reservas para tentar manter uma produção média na casa dos 3,2 milhões de barris de petróleo e gás por dia na próxima década, quando os campos gigantes do pré-sal começam a entrar em declínio.
Na área de refino, o investimento proposto na versão preliminar do plano sobe de US$ 17 bilhões (R$ 97 bilhões) para US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões), com o avanço de obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e no Complexo Boaventura, antigo Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
Os investimentos em refino, diz a Petrobras, "visam, principalmente, a aumentar a capacidade do parque da Petrobras, ampliando a oferta de produtos de alta qualidade, como Diesel S10 e lubrificantes, e de combustíveis de baixo carbono".
A direção da empresa propõe ainda um reforço na estratégia de diversificação das atividades, com investimentos em petroquímica e fertilizantes, abandonados no governo Jair Bolsonaro, mas no foco da política desenvolvimentista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesse sentido, a Petrobras aprovou em outubro a retomada da construção da unidade de fertilizantes de Três Lagoas (MS) suspensas desde 2015, com investimento previsto em R$ 3,5 bilhões. Antes, havia aprovado retomada das operações da Araucária Nitrogenados, no Paraná.
Diferentemente do que a Folha publicou na segunda, porém, a previsão para investimentos em projetos baixo carbono foi elevada de US$ 11 bilhões (R$ 62 bilhões) para US$ 16,3 bilhões (R$ 93 bilhões). Um terço desse valor é focado em descarbonização das operações da empresa.
O restante, diz a companhia, deve ser direcionado a "diversificação rentável", que inclui projetos de energia renovável, captura de carbono e bioprodutos. A alta no valor previsto é resultado de maior atenção a esse último negócio, com apostas em etanol, biorrefino e biodiesel.
A previsão para renováveis ficou praticamente estagnada. A estatal diz que, nesse segmento, buscará parcerias com empresas de grande porte, "com o objetivo de descarbonização das operações, integração da carteira de soluções de baixo carbono e captura de oportunidades de mercado".
O plano traz um aumento do limite de endividamento da Petrobras dos atuais US$ 65 bilhões (R$ 370 bilhões) para US$ 75 bilhões (R$ 427 bilhões), alegando garantir maior flexibilidade frente aos crescentes custos de arrendamento de plataformas.
A empresa manteve a previsão de distribuição de ao menos US$ 45 bilhões (R$ 256 bilhões) em dividendos ordinários e de até US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) em dividendos extraordinários.
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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