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O mercado global de petróleo enfrentará um excedente de mais de 1 milhão de barris por dia no próximo ano, à medida que a demanda chinesa continua a enfraquecer, amortecendo os preços contra as turbulências no Oriente Médio e em outras regiões, afirmou a Agência Internacional de Energia (IEA).

O consumo de petróleo na China - o motor dos mercados mundiais nas últimas duas décadas - caiu por seis meses consecutivos até setembro e crescerá este ano a apenas 10% do ritmo observado em 2023, disse a IEA em um relatório mensal nesta quinta-feira (14). O excesso global será ainda maior se a Opep+ decidir avançar com os planos de retomar a produção interrompida, quando se reunir no próximo mês, segundo a agência.

Em meio à fraqueza prolongada da demanda chinesa, os preços do petróleo bruto recuaram 11% desde o início de outubro, apesar das hostilidades entre Israel e Irã, com os operadores com foco no aumento da produção nas Américas, informou a IEA, sediada em Paris. A queda antecipa um "mercado bem abastecido em 2025", acrescentou a agência.

"Com os riscos de oferta sempre presentes, um equilíbrio mais frouxo proporcionaria alguma estabilidade muito necessária a um mercado abalado pela pandemia de Covid, pela invasão da Ucrânia pela Rússia e, mais recentemente, pela crescente agitação no Oriente Médio," disse a agência. Os futuros do Brent eram negociados próximos a US$ 72 o barril nesta quinta-feira.

O consumo global de petróleo aumentará em 920 mil barris por dia este ano - menos da metade do ritmo observado em 2023 - para uma média de 102,8 milhões por dia, segundo o relatório. No próximo ano, a demanda crescerá em 990 mil barris por dia.

"O crescimento abaixo de 1 milhão de barris por dia em ambos os anos reflete condições econômicas globais abaixo da média, com a liberação de demanda reprimida pós-pandemia já concluída," segundo o relatório. A rápida implantação de tecnologias de energia limpa também cada vez mais substitui o petróleo no transporte e na geração de energia, segundo a IEA.

A agência, que aconselha as principais economias, previu no início deste ano que a demanda mundial deixará de crescer nesta década, em meio a uma mudança do uso dos combustíveis fósseis para fontes de energia renovável e veículos elétricos.

Enquanto o crescimento da demanda esfria, a oferta de produtores como EUA, Brasil, Canadá e Guiana deve crescer neste e no próximo ano em 1,5 milhão de barris por dia, prevê a agência. Como resultado, a oferta mundial vai superar a demanda no próximo ano em mais de 1 milhão de barris por dia, mesmo que o cartel Opep+, formado por 23 nações, abandone os planos de retomar a produção.

(Bloomberg)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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