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Sob a liderança de Etore Selvatici Cavallieri, que trabalhou como torneiro mecânico da Aracruz Florestal, no Espírito Santo, o grupo Imetame, sediado na cidade de Aracruz, planeja colocar em operação até o fim do próximo ano a primeira fase de um projeto ambicioso endash; um terminal portuário multiúso. Na avaliação do investidor, o terminal poderá ser uma referência para o Espírito Santo, abrindo novas alternativas ao embarque de cargas na costa brasileira, em que o Porto de Santos tem amplo domínio.

O projeto da Imetame, em fase de construção, prevê ao fim de alguns anos um terminal com capacidade para movimentar contêineres, cargas gerais, granéis sólidos e também granéis líquidos, como combustíveis e petróleo cru. O investimento total está avaliado hoje em R$ 2,7 bilhões e os recursos devem vir de capital próprio, financiamentos de bancos de fomento e da entrada de sócios estratégicos no empreendimento. Por estar na área da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o projeto conta com incentivos fiscais.

Em 1980, ao deixar a empresa florestal, que era um braço da fabricante de celulose Aracruz endash; depois comprada pelo grupo Votorantim e, desde 2018, incorporada pela Suzano endash;, Cavallieri ergueu um conglomerado que atualmente fatura cerca de R$ 2 bilhões anuais. eldquo;Na época, ele identificou uma oportunidade de negócio nos serviços excedentes de usinagem e soldagem, que eram terceirizados e, em 17 de agosto de 1980, num pequeno galpão de 50 m², surgiu a Imetame Metalmecânica, a primeira empresa do grupoerdquo;, relata a empresa em seu portal. Cavallieri detém 96% do capital do grupo. O sócio minoritário, Gilson Pereira, que entrou em 1990, tem os 4% restantes.

INFRAESTRUTURA. A localização do multiterminal, em Aracruz, fica a 85 km ao norte da capital Vitória, interligado a uma malha de rodovias federal e estaduais e a uma ferrovia, a Vitória-Minas, da Vale. Segundo a empresa, o governo do Estado já lançou licitações para melhorias de infraestrutura de acesso ao novo terminal, bem como ao Portocel, operado pela companhia de celulose e papel Suzano, e ao Estaleiro Jurong.

O projeto prevê, em seu desenho, capacidade para movimentação anual de 1,6 milhão de TEUs (unidade padrão para contêiner), começando a operar com 300 mil TEUs. Pereira, que é diretor executivo do grupo e CEO da Imetame Porto Logística, disse ao Estadão que já negocia a entrada de um sócio no terminal de contêineres. A preferência é por um armador ou um operador logístico. Conforme o executivo, até o fim do ano deve ser definido o sócio do terminal, que ficará sob o guarda-chuva de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Outros investidores poderão vir a participar nos terminais de grãos e granéis.

Pereira diz que o terminal tem uma localização privilegiada na costa do Atlântico, no norte do Espírito Santo, propícia às rotas de embarcações entre Brasil e China. eldquo;Em relação ao Porto de Santos, o terminal está 200 milhas náuticas mais próximo da China. Tem a condição para se transformar num hub para navios de contêinereserdquo;, diz. Os mercados mapeados para captação de cargas são Minas Gerais e parte do norte do Estado do Rio de Janeiro.

TRÊS FASES. A Imetame Logística prevê iniciar a operação do porto no segundo semestre de 2025, com carga geral endash; produtos siderúrgicos, blocos de granito e outros. As operações de contêineres são previstas para o primeiro semestre de 2026. Para essas duas fases, estão previstos dois berços de atracação de embarcações. A terceira fase, de granéis sólidos e de líquidos (combustíveis e transbordo de óleo cru), terá berço próprio.

eldquo;Em relação ao Porto de Santos, o terminal está 200 milhas náuticas mais próximo da China. Tem a condição para se transformar num hub para navios de contêinereserdquo;

Gilson Pereira CEO da Imetame Porto Logística

O terminal poderá receber navios de grande porte com dificuldade de carregamento completo em outros portos do País, mesmo em Santos. O calado (profundidade) dos berços do porto terá 16 metros, diz, com escavação de até 17 metros na área marítima, podendo atingir 23 metros. As obras de terraplenagem já têm avanço de 52%. eldquo;O desafio maior é fazer o quebra-mar, a dragagem e a construção do caiserdquo;, diz.

O terminal será um dos três portos do País com operação de bunker para abastecimento de navios, e deve ter no futuro instalações para carregamento de navios movidos a energia elétrica.

Fonte/Veículo: O Estado de S.Paulo

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