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A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) vê crescimento de 24% na demanda global por energia até 2050, em um cenário em que o petróleo mantém ainda papel relevante no abastecimento dos mercados.

A organização, que reúne alguns dos maiores produtores globais, diz que não vê sinais de pico de consumo do combustível fóssil, apesar da corrida pelas renováveis. Pelo contrário, crê que o petróleo terá em 2050 a maior fatia histórica na matriz energética global.

Foi a primeira vez em que a Opep divulgou seu documento de projeções anuais, chamado World Oil Outlook, fora de sua sede, em Viena, na Áustria.

"O lançamento do nosso Outlook aqui é um sinal muito claro da importância do Brasil para o mundo energético. Não só para o petróleo, mas para a energia global", afirmou Haitham al-Ghais, secretário-geral da Opep, pouco antes de ser interrompido por ativistas do Greenpeace.

Com faixas pedindo transição energética justa e falando sobre catástrofe climática, eles interromperam a apresentação e logo depois foram retirados por seguranças do evento, que reúne petroleiras e prestadores de serviços no Rio de Janeiro.

A Opep prevê que energias renováveis responderão por 60% do crescimento da demanda global, mas o consumo de petróleo deve ultrapassar os 120 milhões de barris por dia em 2050, alta de 17 milhões de barris em relação ao cenário atual.

Segundo a organização, a participação do petróleo e do gás na matriz energética em 2050 ficará acima dos 50%, com o petróleo em 29%, a maior fatia da história. "O mix de energia passará por grandes mudanças até 2050, mas petróleo e gás continuarão cruciais para o suprimento global", diz o documento.

As projeções vão de encontro ao desejo da comunidade científica e de organizações ambientalistas, que pressionam governos a impor medidas restritivas à produção de combustíveis fósseis. "Não há sinal de pico da produção de petróleo tão cedo", disse Ayed Al Qahtani, diretor de pesquisa da organização.

A organização diz que o suprimento global de petróleo demandará investimentos de US$ 17,4 trilhões no período, dos quais US$ 14,2 trilhões serão destinados a área de exploração e produção., que engloba a busca e a extração de novas reservas.

As projeções são baseadas em um cenário de crescimento da população mundial para 9,7 bilhões de pessoas em 2050, com crescimento médio de 2,9% ao ano na economia global.

Al Qahtani defendeu que, além das necessidades climáticas, a segurança energética e o desenvolvimento econômico também devem impactar estratégias de investimentos em energia.

Fonte/Veículo: Folha de S.Paulo

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