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O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, afirmou nesta terça-feira (24) que o mercado internacional de petróleo ainda registra grande volatilidade, em uma indicação de que a companhia não planeja mudanças nos preços dos combustíveis.

Ele afirmou ainda que decisões sobre reajustes são técnicas, em resposta a notícias divulgadas na semana passada sobre cortes na gasolina para ajudar a conter pressões inflacionárias e segurar as taxas de juros.

"O cenário está bastante volátil", afirmou, em entrevista durante evento do setor de petróleo no Rio de Janeiro. "Em fevereiro nós tivemos petróleo a US$ 94 o barril. Chegamos agora recentemente e chegou a US$ 70, ele voltou a US$ 75", completou.

Questionado sobre notícias de que já teria decidido por cortes, Schlosser respondeu que a Petrobras não antecipa decisões de reajustes e que segue acompanhando o mercado, mas frisou que sua política de preços tem como princípio não repassar volatilidades internacionais para o consumidor brasileiro.

O preço do diesel nas refinarias da estatal, por exemplo, não foi alterado em 2024, apesar das oscilações no mercado internacional durante o ano. "Isso tem um valor tremendo para a sociedade de uma forma geral", defendeu.

A empresa opera nas últimas semanas com prêmio sobre as cotações internacionais dos combustíveis, o que ajudou a criar expectativas sobre cortes.

Na abertura do mercado desta terça, por exemplo, a gasolina da Petrobras estava R$ 0,08 por litro acima da paridade de importação medida pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). No diesel, o prêmio era de R$ 0,10 por litro.

A estatal, porém, passou a maior parte do ano operando abaixo das cotações internacionais, o que ajudou a reduzir suas margens de refino durante o segundo trimestre do ano.

O diretor da Petrobras destacou que o preço do diesel costuma subir no mercado internacional no segundo semestre, com a formação de estoques para o inverno no Hemisfério Norte e a redução da oferta russa, com a safra naquele país.

Em evento do setor de petróleo nesta terça, Schlosser afirmou que o Brasil tem vantagens para se tornar um grande fornecedor global de biocombustíveis, mas depende de romper barreiras de proteção criadas por mercados emergentes.

"Um país que tem três safras por ano. Isso não tem paralelo. É um diferencial competitivo absolutamente enorme", afirma. "Mas de um modo geral, os blocos econômicos têm imposto algumas formas de restrição."

Ele disse que avanços na certificação dos produtos, seus reais impactos sobre as emissões, são fundamentais para garantir mercado para os produtos brasileiros.

Schlosser vê a eletrificação da frota distante do mercado brasileiro, tanto pelas dimensões continentais quanto pela possibilidade de usar a infraestrutura já construída para a distribuição de combustíveis líquidos.

Assim, etanol e biocombustíveis devem ser o foco da transição energética no setor de mobilidade brasileiro. A operação integrada das refinarias da Petrobras, diz, dá vantagem competitiva à empresa nesse processo.

A estatal já vem produzindo diesel com 5% de matéria prima renovável, com venda de dez milhões de litros por mês, e começou a oferecer combustível marítimo com 25% de biodiesel. A empresa planeja investimentos para produzir combustível sustentável de aviação, conhecido pela sigla em inglês SAF.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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