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A Petrobras está acelerando um plano para retornar ao setor de fertilizantes à medida que o setor agrícola brasileiro cresce, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
As iniciativas incluem o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e a avaliação de um investimento estimado em US$ 800 milhões (cerca de R$ 4,4 bi) para concluir obras na planta conhecida como UFN-III, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões são privadas.
A empresa vê uma oportunidade dentro do setor, já que o Brasil é uma potência agrícola e extremamente dependente da importação de fertilizantes. A Petrobras era uma produtora significativa, mas decidiu sair do negócio em 2018 sob o governo anterior.
A guerra na Ucrânia interrompeu as importações de fertilizantes e levou os preços a máximas de vários anos, estimulando o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a reconstruir a indústria nacional.
As obras da UFN-III foram interrompidas em 2014, com cerca de 80% do total concluídos. A administração da Petrobras analisa se há necessidade de ajustes na estimativa inicial de US$ 800 milhões em investimentos, ao mesmo tempo em que discute potenciais parcerias, disseram as pessoas.
A expectativa é que os investimentos na unidade sejam detalhados no plano de gastos da Petrobras para 2025-2029, previsto para novembro, acrescentaram, sem descartar a retomada das obras em dezembro.
A Petrobras disse em resposta a um pedido de comentário que ainda está avaliando o projeto e não tem estimativa de valor.
A retomada das operações em ativos que já pertencem à empresa é a prioridade da estatal. Juntas, as quatro plantas de fertilizantes atualmente paralisadas têm capacidade para suprir 35% da demanda brasileira por ureia, um dos fertilizantes mais utilizados no país.
A Petrobras anunciou no mês passado a retomada de sua unidade de fertilizantes Araucária, o que deve acontecer até maio de 2025. Também está negociando com a fabricante de fertilizantes Unigel uma solução para duas unidades de fertilizantes nitrogenados arrendadas na Bahia e em Sergipe.
A Petrobras também está de olho em inovações no segmento, como formas de produzir amônia verde. A gigante do petróleo anunciou, nesta sexta-feira (6), uma parceria com a Embrapa para pesquisa de matérias-primas renováveis para obtenção de produtos de baixo carbono, incluindo biocombustíveis, química verde e fertilizantes.
A empresa tem interesse em "aumentar a disponibilidade de produtos fertilizantes no mercado nacional e atender às metas do Plano Nacional de Fertilizantes", afirmou a presidente Magda Chambriard disse em nota.
(Bloomberg)
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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