PM desativa 4 artefatos explosivos na praça dos Três Poderes
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Já na próxima semana o rio Amazonas deve ficar inavegável para navios, e a projeção é de agravamento da seca no Norte do país durante o mês de setembro.
Uma estrutura logística foi montada para que nem a Zona Franca de Manaus nem a capital do estado sofram com desabastecimento de insumos e produtos, mas o governo local admite a possibilidade de alta nos preços.
Atualmente, pelo menos 36 dos 62 municípios do estado estão com difícil acesso em razão do baixo nível das águas emdash;que não atinge só o Amazonas, mas é recorde no Solimões e no Madeiraemdash; e no mínimo 77,5 mil famílias já sofrem efeitos da estiagem extrema.
" No ano passado, os portos ficaram dois meses sem funcionar, sem receber carga. Isso causou prejuízo, desabastecimento no comércio Neste ano, não há expectativa disso em razão desse movimento [logístico], mas haverá um aumento inevitável no preço dos produtos", afirmou à Folha o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).
A Casa Civil, responsável por coordenar a sala de situação da seca na Amazônia, disse que monitora os estoques de combustíveis e energia, e que trabalha com alternativas para atendimento das demandas, mesmo com as baixas dos rios, utilizando embarcações de menor porte.
"Desde a estiagem de 2023, os órgãos federais têm se preparado para uma possível repetição de seca extrema", afirma a pasta. E acrescenta que finaliza a contratação, por cinco anos, de dragagem as hidrovias da região.
O governo do Amazonas diz que distribuiu 730 toneladas de alimentos pelo estado, e irá destinar 6.000 caixas de#39;água de 500 litros para a população, além de instalar purificadores e estações de tratamento.
Há a expectativa que uma reunião com os governadores do Norte aconteça no Palácio do Planalto, inclusive com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para tratar da situação, mas o encontro ainda não tem data marcada.
Segundo boletim divulgado nesta terça-feira (3) pelo Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia), a seca em agosto foi menos grave do que em julho, mas a situação deve piorar novamente em setembro.
A projeção do centro aponta que o número de municípios em situação de seca extrema (a penúltima mais grave pela graduação do órgão) deve subir de 201 para 232 neste mês.
"Essa situação exige atenção e ações preventivas para minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais, sobretudo em relação ao maior risco de propagação do fogo", diz o Cemadem, que extende o diagnóstico também para Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.
A expectativa do governo é que o rio Amazonas fique inavegável para navios a partir do próximo dia 9 emdash;essas embarcações conseguiriam trafegar, no máximo, até a região de Itacoatiara.
Por isso, foram montadas portos temporários nesta altura do Amazonas, para que dali em diante produtos e insumos subam o rio em balsas menores, para garantir que a cidade de Manaus não fique desabastecida.
O custo dessa operação gira em torno de R$ 40 milhões e foi financiada pela iniciativa privada, e por isso deve impactar o preço dos produtos para o consumidor final.
Segundo dados da defesa civil nacional, compilados pelo governo estadual, a seca atinge com mais força as regiões do Alto e do Médio Solimões, do Juruá e de Purus, onde todos os municípios tem acesso difícil.
As regiões do Madeira, Baixo Solimões e Baixo Amazonas também apresentam este quadro, em menor grau.
O cenário real pode ser pior, uma vez que as informações são inseridas no sistema pelos próprios municípios, e é muito provável que haja subnotificação.
Todo o estado está em estado de emergência e também enfrenta uma onda recorde de incêndios, que são potencializados pela seca histórica que atinge a região Norte.
O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) marcou nos próximos dias atos e protestos em todos os estados da Amazônia reivindicando ações de proteção e reparação às comunidades mais vulneráveis e impactadas pelos efeitos das mudanças climáticas.
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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