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O Engenheiro de produção Ricardo Mussa conduz há quatro anos a Raízen, empresa criada em 2011 pelo grupo brasileiro Cosan e pela britânica Shell para atuar na distribuição de combustíveis e na produção de açúcar e etanol. Uma líder no setor, a Raízen faturou 220 bilhões de reais líquidos e lucrou 614 milhões no último ano. Sua estratégia é explorar os diversos usos da cana e aproveitar a agenda de descarbonização e transição energética, que prevê a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia renovável. eldquo;O coração da descarbonização está aíerdquo;, afirma. No escritório da Raízen em São Paulo emdash; colorido de roxo, cor que representa a idade madura para a colheita da cana emdash;, Mussa recebeu VEJA e falou da relevância da biomassa e de outros planos da companhia, como a expansão da rede de lojas de conveniência Oxxo, operada com o grupo mexicano Femsa, a exploração do etanol industrial e o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). Confira a seguir os principais trechos da conversa.

Qual a relevância da cana-de-açúcar no processo de descarbonização?

O coração da descarbonização está aí, na cana-de-açúcar. Vamos comparar com outras culturas, como a soja. Cada hectare de soja rende 3,5 toneladas de biomassa. No caso do milho, são 11 toneladas. Cada hectare de cana são 90 a 93 toneladas de biomassa. Ou seja, a cana é a planta mais eficiente na conversão. Você esmaga a cana e retira o caldo, mas ele representa apenas um terço da energia da planta. Esse caldo é transformado em açúcar e etanol, um processo que já existe há 100 anos.

Se o processo já é conhecido, o que tem de inovador no uso da cana?

A novidade para a transição energética está no bagaço, que é queimado e colocado numa caldeira. Isso produz vapor, que serve para rodar a própria usina, e bioetanol, ou etanol de segunda geração. Ou seja, é possível aumentar a produção de etanol sem precisar de um pé de cana a mais, transformando um resíduo em energia. O etanol já tem uma pegada de carbono muito menor que a da gasolina. O etanol de segunda geração, como vem do resíduo, tem pegada ainda menor e não compete com o alimento, porque é feito do bagaço.

O etanol tem vantagens frente a combustíveis fósseis, mas, em relação à energia elétrica, há vantagens?

Sim. O etanol não precisa de bateria porque ele já é, em si mesmo, a bateria. Um carro elétrico da Tesla tem uma bateria cujo peso pode chegar a 600 quilos. A mesma energia que há nesse material há em 27 quilos de etanol. Por isso, dizemos que o etanol tem mais densidade energética que a bateria. Além disso, é mais fácil de ser transportado a longas distâncias. O Brasil já tem a vantagem de ser um produtor de energia solar, cujo armazenamento é caro, porque baterias são produtos caros. Por meio do etanol de segunda geração, é possível movimentar essa energia e de forma mais barata. Para ler esta notícia, clique aqui.

Fonte/Veículo: Veja

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