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Com a cotação do dólar se aproximando dos R$ 5,7 e um furacão ameaçando a região do Caribe, o preço da gasolina e do diesel no Brasil se afasta cada vez mais do praticado no mercado internacional. O movimento abre espaço para que a Petrobras reajuste os combustíveis, apesar da nova política da empresa não seguir mais a paridade de importação (PPI) e a presidente da estatal, Magda Chambriard, ter acenado com a manutenção dos preços "abrasileirados".

No caso da gasolina, já são 257 dias sem mexer no preço, o que deixa a defasagem em 19% (dado do fechamento de segunda-feira) em relação ao Golfo do México, região usada como referência dos importadores. No diesel, o preço está há 190 dias inalterado e a diferença é de 17%. Para equiparar os preços, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que a Petrobras poderia elevar a gasolina em R$ 0,67 e o diesel em R$ 0,73.

O aumento de 3,2% concedido ontem para o Querosene de Aviação (QAV), reajustado por contrato mensalmente, animou os importadores, que reclamam do congelamento dos preços dos combustíveis ao longo de 2024 e temem a disparada do preço do petróleo com o furacão Beryl, que assola o Caribe.

O petróleo do tipo Brent, usado como referência pela Petrobras e pelos importadores em geral, operava em grande volatilidade nesta terça-feira, 2, entre pequenas altas e estabilidade. Por volta das 12h, a commodity registrava alta de 0,24%,por volta das 12h, cotado a US$ 86,82.

eldquo;Já passou da hora da Petrobras reajustar os seus preços. Vimos que a Petrobras anunciou aumento de 3,2%, e, pra gente, a expectativa é de que vai anunciar sim o aumento do preço da gasolina e do dieselerdquo;, disse ao Broadcast o presidente da Abicom, Sergio Araújo, destacando a pressão nas contas da estatal com a proximidade do dólar de R$ 5,70 nesta terça-feira, 2.

A Petrobras abandonou o PPI em maio do ano passado, e passou a praticar uma estratégia que leva em conta o preço mínimo que a estatal está disposta a vender com o preço máximo que o cliente quer pagar. Por este motivo, o mercado financeiro vem tendo dificuldade de adivinhar os próximos passos da estatal, que também trocou de direção recentemente. Em suas primeiras declarações, Magda declarou que não pretende alterar a política implantada pelo seu antecessor, Jean Paul Prates.

A Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala no Brasil, que controla a Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada há dois anos e que pratica a PPI, aumentou o preço da gasolina em 10% em junho, e o diesel S10 em 11%.

Já para o analista de energia da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, nada sinaliza que a Petrobras mexerá em seus preços para o diesel e a gasolina, que não sofrem revisão desde dezembro e outubro de 2023, respectivamente.

eldquo;Existe uma defasagem, sobretudo na gasolina, mas dentro da nova política da empresa, não há indicativo algum sobre alteração nos preçoserdquo;, avaliou Arbetman.

No Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), a diferença apurada entre os preços internos e externos é bem maior. No caso da gasolina a defasagem já estaria em 25,17%, enquanto o diesel registra preço 10,62% mais barato no Brasil do que no mercado externo.

"Na abertura das negociações, o barril recebeu suporte da deterioração das condições de segurança no Oriente Médio, alimentado sobretudo pela crescente tensão entre as forças de Israel e Hezbollah, na fronteira com o Líbano. Ao longo do dia, entretanto, a divulgação de resultados econômicos, aquém do esperado, nos Estados Unidos (EUA) e na Alemanha impactou os preços da commodity", explicou o Cbie.

Fonte/Veículo: O Estado de São Paulo

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