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A AIE (Agência Internacional de Energia) projeta um "grande excedente" nos mercados de petróleo até 2030, devido a uma desaceleração do crescimento da demanda e ao aumento da produção mundial, afirma o relatório anual publicado nesta quarta-feira (12).

À medida que a transição energética avança, com o auge das energias renováveis e dos veículos elétricos, "o crescimento da demanda mundial de petróleo deve desacelerar nos próximos anos", destacou a AIE no relatório.

O documento, baseado nas "políticas atuais e nas tendências de mercado", destaca a expectativa de que "a forte demanda das economias asiáticas em rápido crescimento, assim como de setores da aviação e petroquímica, estimule o consumo de petróleo nos próximos anos".

Porém, ao mesmo tempo, "estes ganhos serão cada vez mais compensados por fatores como o aumento das vendas de veículos elétricos, avanços no rendimento energético dos veículos convencionais, a redução no uso de petróleo para geração de energia no Oriente Médio e mudanças econômicas estruturais".

A AIE prevê que a demanda mundial de petróleo, incluindo os biocombustíveis, "será estabilizada por volta dos 106 milhões de barris diários até o fim da década", contra pouco mais de 102 milhões de barris diários em 2023.

Um aumento de pouco menos de 4%, impulsionado pelas economias da Ásia, em particular China e Índia, enquanto a procura diminui nas economias avançadas.

"Ao mesmo tempo, a produção mundial de petróleo deverá aumentar, o que aliviará as tensões do mercado e elevará a capacidade de produção adicional a níveis nunca observados fora da crise da Covid", destaca o relatório.

O aumento da oferta mundial de petróleo, estimulado pelos produtores que não integram o grupo Opep+, especialmente os Estados Unidos, deve superar a demanda prevista a partir de 2025.

A capacidade total de oferta deverá atingir quase 114 milhões de barris por dia em 2030, superando a demanda mundial projetada em 8 milhões de barris por dia.

Este excedente de produção "poderá abrir caminho a um ambiente com preços do petróleo menores", destaca a AIE.

Neste ambiente de "grande excedente de oferta, as empresas de petróleo podem querer garantir que as suas estratégias e planos de negócios estão preparados para as mudanças em curso", afirmou o diretor-geral da AIE, Fatih Birol.

(AFP)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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