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A demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras levou a petroleira ao centro das atenções do debate público.

Esta alteração tem sido amplamente discutida não apenas na imprensa, mas também se espalhou por grupos de WhatsApp e Telegram, especialmente entre aqueles que se opõem ao governo atual.

Os dados da Palver de monitoramento de mais de 70 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram mostram um pico significativo nas menções sobre Petrobras, Jean Paul Prates e Magda Chambriard em 14 e 15 de maio, refletindo a intensa repercussão da mudança na presidência da estatal.

Com o tema em alta e pouco esclarecimento sobre o assunto, grupos de direita conseguiram impulsionar no WhatsApp a narrativa da "volta da corrupção".

Diversas mensagens traziam um texto apontando que a troca de gestão visava recriar esquemas de corrupção, relacionando Magda Chambriard com João Vaccari Neto. As principais alegações observadas são de que a nova presidente, sendo uma "petista histórica", estaria sendo colocada no cargo para servir a interesses partidários.

Além disso, muitas críticas focaram o "uso político" da Petrobras. Mensagens com o maior índice de encaminhamentos circulam com vídeos que fazem comparações com episódios de interferência na política de preços durante o governo Dilma Rousseff: "Lula está dobrando a meta do desastre econômico de Dilma, cometendo os mesmos erros e, em alguns casos, com os mesmos personagens".

Nos grupos de debate de mercado financeiro, o impacto no valor das ações foi um dos principais tópicos. As principais discussões são sobre a queda no valor de mercado da Petrobras, com investidores preocupados com a volatilidade.

Por outro lado, alguns viam a situação como uma oportunidade de compra. Frases como "A Petrobras vai fazer aquilo que sabe fazer de melhor, prospecção em águas profundas" e "O risco é enorme devido ao safado do governo Lula" refletiam a divisão de opiniões.

Nestes grupos, a expectativa sobre a política de dividendos também foi o principal ponto de destaque. A incerteza sobre se os dividendos seriam mantidos ou reduzidos levou a especulações variadas, desde "O governo não vai cortar os dividendos da Petrobras por agora" até "O governo pode fazer merda e ela dar prejuízo".

Entre as discussões, surgiram também alguns pontos positivos para o governo. Circulam imagens acompanhadas do texto "Lula está certo => A Petrobras é de todo o povo brasileiro e não fonte de enriquecimento fácil de poucos".

Outras mensagens apontaram que a Petrobras, sob a nova gestão de Magda Chambriard, poderia voltar a focar investimentos estratégicos: "A Petrobras vai recomprar as refinarias da Bahia e do Amazonas e reativar a indústria naval," comentou um usuário.

Acompanhar as discussões em redes sociais sobre decisões estratégicas da Petrobras sob a nova liderança e avaliar a percepção pública sobre o controle de preços dos combustíveis e outros impactos econômicos das políticas do governo Lula será essencial para entender a evolução deste cenário.

Do ponto de vista da estratégia nas redes, nos grupos de direita é possível observar a tentativa de associação com eventos passados e amplamente conhecidos da população como é o caso da corrupção na Petrobras. Esse tipo de tática tem o objetivo de criar um sentimento de imediatismo na população e um pessimismo com relação ao governo.

(Coluna - Encaminhado com Frequência)

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo (Coluna)

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