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O governo espera efetivar a nomeação de Magda Chambriard na Petrobras até o fim do mês. A executiva, que substitui o demitido Jean Paul Prates, ainda precisa passar por avaliação em órgãos internos de governança da estatal.

O mandato de Prates foi encerrado em reunião do conselho de administração da petroleira nesta quarta-feira (15), sem a participação do executivo. Dos dez membros restantes do comitê, nove votaram pela saída. Marcelo Gasparino, indicado pelos acionistas minoritários da companhia, se absteve.

O conselho também decidiu destituir o diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, por oito votos a dois (também representantes de minoritários). Em seu lugar, ficará o gerente executivo Carlos Rechelo, até que um substituto seja escolhido pela nova presidente.

Com o mandato encerrado, o ainda presidente da Petrobras havia se comprometido a renunciar ao seu posto no conselho de administração para facilitar a troca de comando, já que o presidente da Petrobras precisa ser membro do colegiado.

O estatuto prevê que, em caso de vacância de conselheiro, o próprio conselho pode eleger um substituto. Mas o nome precisa passar por análise do Comitê de Pessoas, que é um órgão de aconselhamento do colegiado que avalia antecedentes e potenciais conflitos com a legislação.

Enquanto Chambriard passa pelo crivo da governança interna, a Petrobras será presidida interinamente pela diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Copetti.

Após a aprovação de seu nome no conselho, Chambriard pode ser eleita presidente pelo próprio colegiado para terminar o mandato de Prates, sem necessidade de assembleia de acionistas. O mandato, de dois anos, havia sido iniciado no fim de abril.

A expectativa de representantes do governo no conselho é que todo o processo seja concluído em reunião do conselho de administração no dia 24 de maio.

A demissão de Prates menos de um mês após a assembleia que o reconduziu ao cargo gerou reação negativa do mercado. Em Nova York, os ADRs da estatal chegaram a cair 9%, diante de temores de maior ingerência política sobre a empresa.

Chambriard é vista como uma executiva mais alinhada a ideias desenvolvimentistas, defende as encomendas de bens e serviços em estaleiros nacionais e foi chefe da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff.

Nesta quarta, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) divulgou nota apoiando sua nomeação. No texto, a entidade diz que a Petrobras precisa cumprir o programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "sendo um agente do desenvolvimento econômico e social do país, indutora de emprego e renda".

"As ideias de Magda Chambriard, especialista da área, coadunam com as da FUP em relação ao fortalecimento da indústria naval nacional, conteúdo local, ampliação do parque de refino", avalia Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

No texto, a FUP cobra avanço em em pontos como apoio à indústria naval, com a retomada de encomendas da no Brasil, aumento do índice de conteúdo local, queda nas taxas de financiamento ao setor com a atuação de bancos públicos.

A demissão foi comunicada a Prates em reunião no fim da tarde de terça (15), no Palácio do Planalto, com a presença dos ministros da Casa Civil e de Minas e Energia, com quem Prates vinha tendo desentendimentos públicos desde o início de sua gestão.

Logo após o encontro, Prates mandou uma mensagem comunicando a demissão a assessores próximos. "Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração. Vão anunciar daqui a pouco", escreveu.

Fonte/Veículo: Folha de São Paulo

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