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A reeleição de Pietro Mendes à presidência do conselho de administração da Petrobras indica que, apesar da pacificação sobre a distribuição de dividendos extraordinários, a relação entre a gestão da estatal e o colegiado que define sua estratégia seguirá conflituosa.
Secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), Mendes é visto na estatal como linha de frente do ministro da pasta, Alexandre Silveira, que tem atrapalhado a deliberação de pautas importantes em nome de uma alegada disputa de poder na empresa.
Do outro lado, interlocutores do ministro afirmam que as divergências ocorrem porque Mendes tem a função de fiscalizar o alinhamento da estratégia da empresa às promessas de investimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mendes é servidor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e foi levado ao MME no governo Jair Bolsonaro (PL), em 2020, pelo então ministro Bento Albuquerque. Assumiu a diretoria de Biocombustíveis, chegou a secretário-adjunto, mas foi exonerado em 2022 por Adolfo Sachsida.
Sua passagem pelo governo Bolsonaro foi alvo de críticas de aliados de Lula ainda na sua primeira eleição para a Petrobras, em 2023. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) chegou a chamar os indicados de Silveira de "nomes ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor das privatizações".
Durante o governo Bolsonaro, foi responsável pelo programa Renovabio, que incentiva os biocombustíveis, o que lhe rendeu apoio do agronegócio e questionamentos também nas distribuidoras de gasolina e diesel.
Silveira, porém, defende o conhecimento técnico do indicado, que tem 41 anos. Há duas semanas, logo após Mendes ser afastado do conselho da estatal por liminar (depois derrubada), afirmou que "o Brasil já conhece esse jovem, mas experiente servidor de carreira".
A falta de experiência na gestão de empresas, por outro lado, é alvo de críticas entre outros conselheiros da Petrobras. Como presidente do conselho, é sua atribuição convocar as reuniões, definir a agenda de deliberações e escolher conselheiros relatores para cada pauta.
Mendes tem batido de frente com a gestão da estatal desde o início do terceiro mandato de Lula, divergindo sobre temas como oferta de gás, preço dos combustíveis, plano de investimentos e, mais recentemente, a distribuição dos dividendos.
A equipe de Prates diz que ele foi o responsável por levar a proposta de retenção dos valores ao conselho no início de março. A direção da Petrobras queria dividir 50% dos R$ 44 bilhões disponíveis, mas a proposta foi rejeitada pelos conselheiros indicados pelo governo.
Prates se absteve da votação, que derrubou as ações da estatal no dia seguinte. A abstenção foi criticada por Silveira em entrevista à Folha semanas depois, alegando que o executivo foi contra uma decisão de governo, o que esquentou a fritura sobre o presidente da companhia.
O presidente da Petrobras tentou impedir que Mendes fosse indicado à recondução, mas não obteve sucesso. Segundo aliados, Silveira não abre mão de ter a presidência do conselho, justamente para poder influenciar sobre a estratégia da empresa.
Investidores privados e seus representantes no conselho criticam os ruídos provocados pelos embates e veem risco de conflitos de interesse entre a atuação de Mendes como formulador de políticas no MME e seu papel no conselho da Petrobras.
Em 2023, o comitê interno que analisa as indicações à estatal chegou a questionar esse ponto, mas foi ignorado pelo governo, que preferiu bancar a nomeação.
Na eleição de 2024, já com Mendes presidindo o conselho, o comitê não viu vedações à sua indicação. Mas apontou risco de conflito de interesses na nomeação do advogado Marcelo Gasparino, um de seus desafetos no colegiado. Gasparino acabou sendo eleito por minoritários.
Um dos potenciais conflitos vistos pelo mercado, por exemplo, é a discussão do novo programa de incentivo aos biocombustíveis, a lei do Combustível do Futuro, um dos focos de divergência entre Petrobras e MME.
A estatal quer incluir no programa o diesel que produz em suas refinarias usando matéria prima renovável, mas o agronegócio até agora vem conseguindo convencer governo e parlamento a manter o foco no biodiesel produzido no campo.
O plano de investimentos é outro foco. Em 2023, Mendes questionou a estratégia de comprar ativos em energias renováveis, um dos focos do plano de transição de Prates, enquanto o governo cobra por investimentos em refino e fertilizante.
Procurado, o MME disse que Mendes está em viagem internacional e não daria entrevista. A Petrobras não havia respondido o pedido de entrevista até o fechamento deste texto.
Fonte/Veículo: Folha de São Paulo
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