Sindiposto | Notícias

O repique das cotações internacionais do petróleo nos últimos dias joga ainda mais pressão sobre a Petrobras. A petroleira opera desde o início do ano com elevadas defasagens nos preços da gasolina e do diesel.

Nesta quarta-feira (3), o barril do tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, opera perto dos US$ 90 por barril, patamar atingido pela última vez em outubro de 2023.

A alta reflete o aumento das tensões no Oriente Médio e melhores perspectivas para a economia global.

"A fotografia hoje é de uma pressão grande para reajuste [no preço dos combustíveis]", diz Bruno Pascon, sócio da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

O governo, por outro lado, vem enfrentando problemas de popularidade, com mais brasileiros considerando que a economia brasileira e sua situação econômica pessoal pioraram, cenário que poderia ser agravado com o efeito inflacionário do aumento no preço da gasolina.

A Petrobras está prestes a completar seis meses sem mexer no preço da gasolina em suas refinarias. A última alteração foi um corte de R$ 0,12 por litro no dia 20 de outubro de 2023, acompanhando queda da cotação internacional do petróleo.


Na abertura do mercado desta quarta, o preço da gasolina nas refinarias da estatal estava R$ 0,62 por litro abaixo da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Já são quase três semanas com defasagem acima dos R$ 0,50 por litro, de acordo com esse indicador. Na média nacional, a defasagem bateu R$ 0,58 por litro nesta quarta.

A Petrobras diz em sua nova política de preços que não segue mais de perto o conceito de paridade de importação, mas que não se afastará totalmente do mercado internacional.

Em 2024, a cotação do Brent subiu quase 18%, considerando o fechamento desta terça-feira (2), ou US$ 13 por barril. O mercado de combustíveis está ainda mais pressionado, com estoques em baixa diante de paradas para manutenção em refinarias ao longo do mundo.

O mercado de gasolina entra ainda em um período de alta com a proximidade do verão no hemisfério Norte, quando o consumo é impulsionado pela temporada de viagens de carro nos Estados Unidos.

No caso do diesel, o preço das refinarias da Petrobras está R$ 0,44 por litro abaixo da paridade calculada pela Abicom emdash;na média nacional, a diferença é de R$ 0,43 por litro. O último reajuste foi promovido no fim de dezembro, com corte de preço na véspera da retomada da cobrança de impostos federais.

"A expectativa é que em algum momento a Petrobras tenha de revisar os preços no mercado doméstico", diz Pascon, do CBIE. A consultoria estima que, na média do ano, os preços da gasolina e do diesel subirão 3,2% no país, em comparação à média de 2023.

Em um comunicado padrão sobre o tema, a Petrobras diz que segue "acompanhando com atenção os fundamentos do mercado internacional e nacional". "Por questões concorrenciais, não podemos antecipar as nossas decisões de reajuste", afirma a empresa.

O texto diz que a nova estratégia comercial da empresa considera, além da paridade de importação, "as nossas melhores condições de refino e logística para a prática de preços competitivos e mitigação da volatilidade externa, proporcionando períodos de estabilidade de preços aos nossos clientes".

Fonte/Veículo: Folha de S.Paulo

Leia também:

article

Diesel comum e S-10 iniciam novembro com preço médio em alta, aponta Edenred Ticket Log

Tanto o diesel comum quanto o diesel S-10 fecharam a primeira quinzena de novembro em alta em rel [...]

article

Corteva e BP planejam produzir bioinsumos para combustível de aviação

A Corteva, multinacional que atua no setor de sementes, defensivos e biológicos, e a multinaciona [...]

article

MME debate governança da Aliança Global de Biocombustíveis e comemora novos avanços na COP29

O Ministério de Minas e Energia (MME) participou de reunião sobre a governança da Aliança Global [...]

Como posso te ajudar?