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A indústria do petróleo no Brasil passou a ser vista como rica e inconveniente disse o presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Márcio Félix, em entrevista à agência epbr durante o Vitória PetroShow, na terça-feira (3/4).

Félix foi secretário-executivo de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME) durante o governo de Michel Temer.

Segundo o executivo, em anos recentes, as petroleiras independentes no Brasil tiveram conquistas que melhoraram o ambiente de negócios, como a redução dos royalties sobre a produção incremental e a maior facilidade para a renovação de concessões.

Movimento interrompido com a mudança de governo. eldquo;No Brasil, a partir dos últimos doze meses mais ou menos, a indústria de petróleo que era queridinha passou a ser vista com duas palavras: rica e inconvenienteerdquo;, afirmou.

Foi nesse contexto, afirma Félix, que o setor de petróleo foi incluído na lista do eldquo;imposto do pecadoerdquo; na reforma tributária, além de passar a ser submetido a uma taxa ambiental no Rio de Janeiro.

Ele lembrou ainda que a indústria de petróleo deixou de poder emitir debêntures incentivadas depois das mudanças nas regras editadas por Lula na semana passada. Afeta em especial os produtores independentes, que recorriam a essa forma de financiamento.

Outra discussão relevante, apontou, é a possibilidade de mudança no preço de referência para o cálculo de royalties pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

eldquo;Nesse momento, no Brasil, a indústria do petróleo está sem muita voz, sem quase ninguém para defendê-la. É cada um por sierdquo;, afirmou.

Diferenciação das petroleiras independentes

Para o executivo, é prejudicial para o setor que as petroleiras independentes tenham o mesmo tratamento que as grandes empresas do setor nessas discussões.

eldquo;Falta uma diferenciação para as empresas independentes, que são de menor porte, atuam com campos maduros, que já foram deixados por empresas maiores e esses campos para serem atrativos economicamente precisam ser tratados de outra formaerdquo;, afirmou.

Segundo o presidente da Abpip, é necessário ter atenção sobretudo à produção terrestre de gás natural.

eldquo;A produção de petróleo em terra é muito pequena comparado com o offshore no Brasil, mas a de gás não é. E a produção de gás em terra é praticamente toda aproveitada, não é reinjetada. As estruturas [terrestres] também não consomem muito gás, então, a produção líquida de gás que vai para o mercado, proporcionalmente, é muito maior do que no marerdquo;, defendeu.

Félix reforçou ainda que o país precisa repor reservas de petróleo e gás, do contrário, vai ter um declínio na produção a partir da próxima década. Ele lembrou que os Estados Unidos, por exemplo, têm conseguido ampliar a produção e as exportações de petróleo e gás.

eldquo;O Brasil deixou de estimular e de ter um carinho especial pela indústria de petróleo e começou a questionar a indústria, que tem muita lucratividadeerdquo;, disse.

Fonte/Veículo: EPBR

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