Brasil assina acordo com Argentina para trazer gás de Vaca Muerta
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A reação dos empresários do transporte a decisão da câmara sobre o aumento dos biocombustíveis no diesel, foi quase imediata. Na recente Conferência Nacional dos Estudos em Transporte, Tarifas e Mercado (CONETeamp;Intersindical), realizada no último mês pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTCeamp;Logística), um dos temas centrais do debate foi exatamente a adição de biodiesel e seus impactos no transporte rodoviário de cargas (TRC). Empresários do setor tiveram a oportunidade de expressar com os palestrantes convidados, suas crescentes preocupações em relação ao aumento do percentual de biodiesel no diesel. O debate adquiriu destaque especialmente diante das mudanças em vigor desde 1º de março, quando a mistura de biodiesel no diesel passou para 14%. Essa alteração causou considerável agitação em setores que dependem desse combustível, como é o caso do TRC. Estudos técnicos realizados pela CNT por meio da Universidade Federal de Brasília (UnB) indicaram um impacto negativo expressivo em termos financeiros e ambientais quando há elevação do percentual da mistura.
José Alberto Panzan, diretor da Anacirema Transportes e presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp), destaca os principais impactos que as empresas de transporte rodoviário de cargas podem enfrentar com essa mudança. eldquo;Atualmente, não podemos afirmar que temos um biodiesel de boa qualidade. Com o aumento da mistura para 14%, será necessário avaliar diversos pontos, como o sistema de filtragem de combustível dos veículos, e com isso prevê-se um aumento no número de paradas para trocas, causando uma diminuição da produtividade e disponibilidade operacionalerdquo;.
A proposta desse aumento tem como objetivo acelerar a descarbonização da frota, além disso, aprovou-se na Câmara que, até 2025, será acrescentado 1 ponto percentual de mistura anualmente, até atingir 20% em março de 2030, segundo metas propostas. A CNT advoga pela manutenção de uma proporção inferior a 7% na mistura, alinhando-se à prática adotada por nações europeias. A confederação argumenta que, dessa maneira, seria possível alcançar um equilíbrio mais eficaz entre os aspectos econômicos e ambientais. Do ponto de vista da indústria de caminhões, não há oposição à inclusão de misturas contanto que não excedam 15%.
Com essa divergência entre apoiadores da mistura e setores com receio, o executivo compartilha as estratégias sendo adotadas em sua empresa: eldquo;De acordo com testes em campo apresentados no CONET, montadoras de veículos de carga e transportadores concordam que o sistema de injeção de combustível é mais sensível a danos causados pela formação de borra e ao aumento do teor de água na mistura que são oferecidos com essa mistura. Na Anacirema, ajustamos os intervalos de troca de filtros e reexaminamos o sistema de filtragem entre o tanque e a bomba de abastecimento para enfrentar essas questõeseldquo;
Diante desses desafios, transportadores como José Alberto Panzan acreditam na necessidade de reavaliar o teor atualmente implementado, razão pela qual o apoio de entidades de classe do setor é essencial para uma discussão mais ampla com os órgãos reguladores. eldquo;As entidades do setor, representando os principais usuários do combustível que são os transportadores, não foram consultadas sobre essa mudança. A CNT conduziu um estudo prático sobre os impactos do aumento na mistura, propondo alternativas, como o biodiesel do Uruguai, com menor impacto nos motores. Os sindicatos aconselham a revisão das políticas de filtragem e de injeção dos veículos, instruindo a comunicação dos impactos dessa alteração na misturaeldquo;, afirmou o executivo. Em meio às incertezas e aos desafios apresentados pela alteração na mistura de biodiesel, a promoção de discussões abertas e inclusivas se tornam necessárias, priorizando alternativas que se atentem aos impactos financeiros e ambientais e visando ao equilíbrio entre a descarbonização da frota e a eficiência operacional das empresas de transporte rodoviário de cargas.
Fonte/Veículo: Petronotícias
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