Ano:
Mês:
article

Alta do petróleo eleva pressão por mudança em política de preços da gasolina no Brasil

A escalada das cotações do petróleo após anúncio de corte na produção por países exportadores eleva a pressão sobre a diretoria da Petrobras, que tomou posse na última sexta-feira (31) tendo como uma de suas missões alterar a política de preços da companhia. Diante do risco de novos aumentos, sindicatos e aliados do governo reforçaram o pleito por mudanças nessa política, que é baseada no conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para importar os produtos. Mantido o modelo atual, a expectativa do mercado é que a estatal se veja forçada a repassar a alta nas cotações em um momento já de pressão nos preços pela alta dos impostos estaduais. Nesta segunda (3), as ações da empresa subiram nas bolsas, diante da perspectiva de ganhos com o petróleo mais caro. De acordo com dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), as refinarias brasileiras já operam com defasagem na gasolina desde o dia 23 de março, logo após corte promovido pela Petrobras. No fim do pregão de sexta-feira (3), ainda antes do anúncio do corte de produção feito pela Opep+., a diferença era de R$ 0,10 por litro. Para o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), era ainda maior, de R$ 0,32 por litro. No domingo, a Opep+, grupo de países exportadores que inclui Arábia Saudita e Rússia, anunciou corte de um milhão de barris por dia, o que levou a cotação do Brent a superar os US$ 80 (R$ 405) por barril pela primeira vez desde 12 de março. Após o anúncio, analistas chegaram a projetar que o barril volte a se aproximar dos US$ 100 (R$ 507). O Goldman Sachs, por exemplo, elevou sua projeção para o fim do ano de US$ 90 (R$ 456) para US$ 95 (R$ 481) por barril. O pesquisador do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Adhemar Mineiro defendeu nesta segunda que o cenário demanda revisão da política de preços da estatal. "Deixar os preços praticados no Brasil flutuarem ao sabor dos movimentos internacionais é perder o papel de protagonista e ficar à mercê da estratégia de outros países", afirmou. O Ineep é ligado à FUP (Federação Única dos Petroleiros). Dois de seus ex-pesquisadores ocupam hoje cargos na cúpula da Petrobras, como assessores do presidente da companhia, Jean Paul Prates. "A conjuntura torna ainda mais urgente a mudança da política de preços", reforçou o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo. "Jean Paul Prates tem em suas mãos o momento ideal para cortar esse mal pela raiz. Essa precisa ser sua primeira ação à frente da companhia." Prates já afirmou que a política será alterada, deixando de considerar a paridade de importação, mas ainda assim com algum nível de acompanhamento das cotações internacionais. Ele argumenta que o modelo atual favorece os concorrentes da estatal, ao praticar o preço deles. Procurada, a Petrobras ainda não havia respondido a pedido de entrevista até a publicação deste texto. A empresa costuma esperar para repassar momentos de alta volatilidade de preços e a Folha apurou que a direção atual manterá a estratégia. Por enquanto, a empresa seguirá monitorando a situação, dizem fontes. O cenário é ruim para reajustes já que gasolina e diesel serão pressionados pela mudança no modelo de cobrança do ICMS, que passará a ter alíquotas maiores que as atuais. No caso da gasolina, a mudança ocorre no dia 1º de junho. A nova alíquota, de R$ 1,22 por litro, é maior do que a cobrada em quase todos os estados, à exceção do Piauí. Com relação a São Paulo, por exemplo, representa um aumento de R$ 0,32 por litro. No diesel, o impacto é menor, de cerca de R$ 0,13 por litro, em média, considerando os valores praticados na segunda semana de março. O produto, porém, também será pressionado pelo aumento da mistura de biodiesel, mais caro que o diesel de petróleo. A posse da nova diretoria, por outro lado, dá início ao processo de revisão da política de preços, que precisa também ser aprovada pelo conselho de administração da companhia, que deve ser renovado em assembleia no fim do mês.

article

ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 15 unidades da Federação (27/3 a 30/3)

De 27/3 a 30/3, a ANP realizou ações de fiscalização no mercado de combustíveis em 15 unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, adequação dos equipamentos e instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, documentações de outorga da empresa e relativas às movimentações dos combustíveis. Além da fiscalização de rotina, a Agência também atua em parceria com diversos órgãos públicos. Neste período, houve operações conjuntas com o Instituto de Metrologia de Santa Catarina (Imetro-SC), Procon Municipal de Campo Grande (MS) e Polícia Civil de São Paulo, entre outros. Veja abaixo os resultados das principais ações nos segmentos de postos e distribuidoras de combustíveis líquidos; revendas e distribuidoras de GLP (gás de cozinha); entre outros: Distrito Federal A ANP realizou uma operação conjunta com as forças de segurança do Governo do Distrito Federal (GDF) e apreendeu cerca de três mil litros de combustíveis que estavam armazenados em uma residência na cidade Estrutural, com indícios que estariam sendo comercializados. No local houve vazamento de combustível que escorreu até a rua. Goiás Houve ações de fiscalização nas cidades de Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás. Os fiscais inspecionaram dez postos de combustíveis, cinco revendas de GLP e um ponto de abastecimento. Uma revenda de GLP de Valparaíso de Goiás foi autuada por não identificar seus veículos transportadores de botijões de gás de cozinha com os dados da revenda. Em um posto do mesmo município, a ANP apreendeu 63 frascos de lubrificante veicular sem registro do produto na Agência, o que é obrigatório para garantir a qualidade do óleo lubrificante. Um ponto de abastecimento localizado no aeroporto de Luziânia passou por vistoria conjunta da ANP, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Polícia Militar do Estado de Goiás. O estabelecimento foi notificado para a regularização da situação do único tanque de gasolina de aviação quanto ao licenciamento ambiental. Mato Grosso do Sul Os fiscais da ANP verificaram o funcionamento de um posto de combustíveis em Campo Grande em parceria com o Procon Municipal, órgão que mantém acordo de cooperação técnica com a Agência. Não foram encontradas irregularidades. Mato Grosso No estado, as ações de fiscalização ocorreram nas cidades de Sinop, Sorriso e Várzea Grande, e abrangeram cinco transportadores-revendedores-retalhistas (TRRs), três produtores de etanol, três revendas de combustíveis de aviação, um produtor de biodiesel e um posto de combustíveis. Em Várzea Grande, as ações ocorreram em parceria com o Procon Municipal, órgão que mantém acordo de cooperação técnica com a ANP. Uma revenda de combustíveis de aviação de Sinop foi autuada por não registrar, diariamente, os volumes de aquisição e de venda de produtos no "Mapa de Movimentação de Combustíveis de Aviação" (MMCA). Santa Catarina Ao todo, os fiscais da ANP inspecionaram o funcionamento de 18 postos de combustíveis e duas revendas de GLP no estado, passando pelos municípios de Bom Retiro, São Joaquim, Urubici, Águas de Chapecó, Cunhataí, São Carlos, Abelardo Luz e Coronel Freitas. Nos dias 28 e 29 de março, a Agência realizou uma força-tarefa em parceria com a Polícia Civil, o Instituto de Metrologia de Santa Catarina (Imetro-SC) e a Secretaria de Estado de Fazenda nas cidades de Cunhataí, Águas de Chapecó e São Carlos. Um posto em Bom Retiro sofreu autuação por não ter termodensímetro (equipamento usado para verificar aspectos de qualidade) instalado na bomba medidora de etanol hidratado. Rio Grande do Sul Nove revendas de GLP e seis postos de combustíveis foram fiscalizados no período. As equipes da ANP estiveram nas cidades de Charqueadas, Triunfo, São Jerônimo, São Leopoldo e Gravataí. Em Charqueadas, uma revenda de GLP foi autuada por não contar com balança decimal certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A balança é necessária para a pesagem dos botijões, que os consumidores têm o direito de pedir. Um posto de São Jerônimo sofreu autuação por não manter em suas instalações os Registros de Análise da Qualidade (RAQ). Paraná As equipes da ANP estiveram em oito postos de combustíveis e um ponto de abastecimento nas cidades de Alto Paraíso, Cruzeiro do Oeste, Maringá, Umuarama e Xambrê. A Agência atuou em força-tarefa com o Ministério Público Estadual e a Secretaria de Estado da Fazenda entre os dias 28 e 30/03 nos municípios de Alto Paraíso, Cruzeiro do Oeste, Umuarama e Xambrê. Na operação, foram fiscalizados oito postos de combustíveis. Em Maringá, uma associação foi flagrada e autuada pelo exercício de atividade de revenda de combustíveis sem autorização. O ponto de abastecimento da associação vinha sendo operado desde novembro de 2022 de forma irregular para a comercialização de combustíveis com a população em geral. A Resolução ANP nº 12/2007, quando trata de associações, permite o uso de pontos de abastecimentos para atendimento de seus associados, mas apenas quando o formato é de associação em grupo fechado e com associados previamente identificados, não sendo permitida a comercialização dos combustíveis. Já em Cruzeiro do Oeste, um posto foi autuado por falta de atualização cadastral. São Paulo Quarenta e quatro agentes econômicos foram vistoriados no estado, entre postos de combustíveis, revendas de GLP, transportadores-revendedores-retalhistas (TRRs), distribuidores de asfalto, produtores de óleo lubrificante acabado, produtores de etanol e agentes econômicos não regulados. As ações de fiscalização aconteceram nos municípios de Américo Brasiliense, Caieiras, Campinas, Carapicuíba, Ibaté, Jardinópolis, Osasco, Santo André, São Paulo e Suzano. Na capital, a ANP atuou em força-tarefa com o Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM-SP) e a Polícia Civil no dia 29/3 para fiscalização de três postos de combustíveis. Um posto foi autuado e totalmente interditado (18 bicos e quatro tanques) por comercializar gasolina comum fora de especificação, com 37% de etanol anidro (o correto é 27%); não permitir o livre acesso às suas instalações, criando obstáculos à fiscalização e não operar no horário mínimo previsto pela legislação. Outro posto foi autuado por não operar no horário mínimo. A ANP também realizou uma operação conjunta com a Polícia Civil em Campinas no dia 28/3: um posto revendedor de combustíveis foi autuado e interditado totalmente (20 bicos e sete tanques) por comercializar gasolina comum fora de especificação, com 59% de etanol anidro; comercializar gasolina aditivada fora de especificação, com 59% de etanol anidro; comercializar etanol hidratado fora de especificação quanto ao teor de metanol (acima de 0,5%); rompimento de lacres e remoção de faixas de interdição anterior. Minas Gerais A ANP esteve nos municípios de Divino, Miradouro, Muriaé, Orizânia, Tombos, Paracatu, Presidente Olegário, São Gonçalo do Abaeté, Vazante, Uberaba, Lontra e Belo Horizonte. Foram fiscalizados postos de combustíveis, revendas de GLP e transportadores-revendedores-retalhistas (TRRs), totalizando 50 fiscalizações em campo. Em Divino, um posto foi autuado e teve um bico abastecedor de gasolina comum interditado por entregar ao consumidor o volume incorreto de combustível. No município de Tombos, um posto sofreu duas atuações: por não funcionar no horário mínimo estabelecido pela ANP e por ausência dos instrumentos obrigatórios utilizados na análise dos combustíveis, procedimento que pode ser solicitado pelos consumidores. Um posto de Uberaba foi autuado por não comunicar sua desativação à ANP. Em Paracatu, um posto bandeira branca foi autuado por falta de atualização cadastral. Na cidade de Lontra, foi lavrado um auto de infração por irregularidades na medida-padrão de 20 litros, equipamento utilizado para o teste de volume. Já em Belo Horizonte, um posto sofreu autuação por irregularidades no painel de preços. Rio de Janeiro Ao longo da semana, os fiscais da ANP vistoriaram agentes econômicos nos municípios de Campos dos Goytacazes, Nova Friburgo, Piraí, Silva Jardim, Queimados, Nova Iguaçu, Resende, Barra do Piraí e Rio de Janeiro. No total, foram inspecionados 51 agentes econômicos, incluindo postos de combustíveis, revendas de GLP e distribuidores de combustíveis. Em Campos dos Goytacazes, um posto foi autuado por fornecer GNV acima da pressão máxima de abastecimento (220 bar) em três bicos abastecedores. O problema foi resolvido durante a fiscalização.Quatro revendas de GLP de Nova Friburgo foram interditadas por falta de segurança nas instalações. Na cidade de Silva Jardim, um posto foi autuado e teve bicos e tanque de etanol hidratado comum interditados por comercializar o produto com teor alcoólico fora da especificação, igual a 91,5%, quando o correto é entre 95,5% e 95,4% em massa. No município de Queimados, um posto foi autuado e teve dois bicos de GNV interditados por fornecer o produto acima da pressão máxima permitida. Outro posto da cidade foi autuado por não exibir adesivo contendo informações do revendedor. Em Nova Iguaçu, dois postos foram autuados e tiveram bicos de GNV interditados por fornecerem o produto acima da pressão máxima de abastecimento. Na capital fluminense, um posto foi autuado por não possuir termodensímetro instalado na bomba de etanol hidratado. Outro posto da cidade teve um tanque de etanol interditado, pois não havia ligação com as bombas de abastecimento e cobertura fiscal para o produto. Em Resende, dois postos revendedores foram autuados e tiveram bicos de GNV interditados por fornecerem o produto acima da pressão máxima permitida. Um terceiro estabelecimento foi autuado por não manter em perfeito estado de funcionamento equipamentos para testes de qualidade, que podem ser solicitados pelos consumidores. Alagoas No período, os fiscais atuaram nos municípios de Campestre, Flexeiras, Jacuípe, Joaquim Gomes, Jundiá, Matriz de Camaragibe, Novo Lino e Porto Calvo. Ao todo, foi verificado o funcionamento de 15 postos de combustíveis. Dois postos, um em Joaquim Gomes e outro em Porto Calvo, foram autuados por apresentarem problemas em seus termodensímetros. Em Flexeiras, um posto foi autuado por comercializar gasolina aditivada fora das especificações. Bahia Vinte quatro agentes econômicos foram vistoriados no estado, entre postos de combustíveis e revendas de combustível de aviação. Os fiscais estiveram em campo nos municípios de Guanambi, Igaporã, Porto Seguro e Salvador. Em Guanambi, um posto foi autuado e teve equipamentos interditados por utilizar bico abastecedor com volume incorreto. Outro posto da cidade sofreu autuação por não possuir instrumentos utilizados na análise dos combustíveis, procedimento que pode ser exigido pelo consumidor. Ainda em Guanambi, um ponto de abastecimento - PA de combustíveis de aviação foi autuada e interditada por armazenar incorretamente líquidos inflamáveis e combustíveis. Um posto de Igaporã foi autuado por comercializar e armazenar óleo lubrificante em desacordo sem registro na ANP. Houve apreensão do produto no local. Outro posto da cidade foi autuado por não ter os instrumentos de análise dos combustíveis e exibir incorretamente os preços dos combustíveis. Na capital, um posto foi autuado e sofreu interdições por utilizar pressão de abastecimento com GNV acima do permitido pela legislação. Outros dois postos de Salvador foram autuados por infrações como deixar de prestar informações ao consumidor e falta de segurança nas instalações, entre outros. Ceará Croatá, Hidrolândia, Ipu e Pires Ferreira foram os municípios visitados pelos fiscais da ANP no período. No total, foram inspecionados 15 postos de combustíveis. Em Croatá, um posto foi autuado por utilizar medida-padrão em desacordo com a legislação, além de comercializar e armazenar lubrificante veicular fora das especificações e sem registro na ANP. Houve apreensão do produto no local. Também na cidade, outro posto sofreu interdições por manter em funcionamento mangueira de abastecimento danificada. Um posto de Hidrolândia foi autuado e teve equipamentos interditados por utilizar bico abastecedor que fornecia volume incorreto de combustível. Paraíba As ações de fiscalização se concentraram nas cidades de Caaporã e João Pessoa, onde os fiscais verificaram o funcionamento de 15 postos de combustíveis. Não foram encontradas irregularidades. Pernambuco Os fiscais da ANP estiveram em dez postos de combustíveis de Moreno e de Recife. Em Moreno, dois estabelecimentos foram autuados: ambos exibiam incorretamente os preços dos combustíveis, e um deles também utilizava recipiente inapropriado no abastecimento da gasolina. Em Recife, houve três autuações por problemas como exibição incorreta da marca comercial do distribuidor e dos preços dos combustíveis, entre outros. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei.

article

Corte na produção de petróleo pode dificultar controle da inflação, dizem analistas

O mercado respondeu rapidamente nesta segunda-feira, 3, ao comunicado de países da Opep+ de que serão cortados voluntariamente 1,66 milhão de barris por dia até o fim do ano. O grupo reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados. Como resultado, o petróleo aumentou mais de 6%. A Opep diz que a decisão é uma medida preventiva com o eldquo;objetivo de sustentar a estabilidade do mercado de petróleoerdquo;. Especialistas afirmam que os preços da commodity não devem cair no curto prazo, mas que ainda é muito cedo para falar em outras tendências, visto a volatilidade do momento. O anúncio do corte na produção impactou os mercados globais diante da possibilidade de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tenha que subir mais os juros para combater a inflação. No Brasil, as apostas de corte da Selic começam a migrar de junho para agosto. O Citi considera que o eldquo;surpreendente corte preventivoerdquo; deve levar a um movimento para cima no preço da commodity no curto prazo, mas o banco também avalia haver ainda eldquo;ventos contrários adianteerdquo;. O banco afirma que o novo anúncio eldquo;gera dúvidas sobre a capacidade deles de manter a produção constanteerdquo;. Mauro Rochlin, professor de MBAs da FGV, afirma que o aumento expressivo nos preços é uma resposta do eldquo;calor dos acontecimentoserdquo;, e que, pouco tempo depois, já era possível ver uma volatilidade. eldquo;Para falarmos em tendências desse anúncio, é preciso primeiro esperar passar essa volatilidade. É recomendado esperar uma semana, dez dias, para podermos observar se teremos um novo patamar com estabilidadeerdquo;, disse. O professor afirma que ainda é cedo para falar em impacto nos preços brasileiros. eldquo;Há duas semanas, o Brent estava em cerca de US$ 84, e houve uma queda para cerca de US$ 79. Com o anúncio, voltamos ao patamar de duas semanas atrás. Sem estabilidade, não podemos dizer ainda que teremos altas expressivas no Brasil.erdquo; O corte antecipa o movimento de alta do preço internacional da commodity, mas não muda a projeção de preço médio anual entre US$ 80 e US$ 90 para o barril tipo Brent, a principal referência do mercado, analisa Marcelo de Assis, analista de óleo e gás da Wood Mackenzie. Há uma tendência de alta para os próximos meses, mas o nível não deve chegar ao da pandemia, quando o barril do petróleo superou os US$ 110 num momento em que o mundo todo crescia, afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. eldquo;Não podemos cravar que o preço vai subir devidamente porque estamos num momento de alta de juros, desacelerando a atividade nos EUA e Europa, isso reduz bem a demanda nos próximos meseserdquo;, analisa Gala. Ele destaca também que as reservas de petróleo americanas caíram praticamente pela metade. eldquo;Nossas previsões apontavam para o barril a um valor médio entre US$ 80 e US$ 90 este ano e permanecem assimerdquo;, diz Assis. Para ele, o corte efetivo na oferta de petróleo vem para acompanhar a queda na demanda e preservar o preço. eldquo;Isso interrompe a trajetória descendente (de preços) do momentoerdquo;, diz. Para o analista, os preços não devem se descolar da casa dos US$ 85 no curto prazo, e o aumento no segundo semestre vai depender da atividade econômica no mundo - hoje deprimida pelas altas taxas de juros - e principalmente pelo avanço da economia chinesa, que deve se concentrar no fim do ano. Em relação ao aperto monetário mundial, Gala coloca que era mais fácil controlar a inflação com o petróleo próximo a US$ 70 do que com acima de US$ 80. A situação dificulta a vida do Fed e do BC europeu, mas não muda completamente o quadro, afirma Gala. eldquo;Talvez suba um pouco a mais a taxa. A Opep tem influência no preço, mas o nível de atividade global é mais importante, se as economias estão contraindo ou expandindo é o que no final do dia vai definir o preço do petróleoerdquo;, explica. eldquo;A gente está vendo um aumento das taxas de juros justamente por conta da alta do petróleo, por causa do corte da Opep. Ou seja, o cenário de inflação pode ser mais desafiador do que inicialmente previstoerdquo;, diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno. Petrobras Para Assis, o corte da Opep e a apreciação do barril não devem ter efeitos imediatos sobre os preços de derivados praticados pela Petrobras, mas eldquo;diminui bastanteerdquo; o espaço para quedas de preços em refinarias, sobretudo no caso da gasolina. Ele lembra que, de um lado, a companhia ganha em receita, por ser produtora e exportadora de petróleo, mas sofre aumento de pressão política e inflacionária relacionada a combustível, dilema que, diz, não será só do Brasil, mas de todo o mundo, o que inclui Europa e Estados Unidos. Para Gala, o preço brasileiro só terá um aumento expressivo se o barril ultrapassar os US$ 90. Se esse for o caso, há uma melhora do lado fiscal, já que governo arrecada mais, porém piora a trajetória de inflação no País, o que pode atrasar o corte dos juros. Além disso, os preços dos combustíveis no País também dependem da definição da política de preços da Petrobras, o que ainda não está claro, explica Rochlin. Há incertezas se os preços continuarão atrelados aos preços do mercado internacional. Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou no começo de março que não haverá intervenção do governo nos preços, mas que a política de paridade de importação (PPI) pode mudar. eldquo;A Petrobras vai praticar preços competitivos para o mercado dela, conforme achar que tem de ser para garantir sua fatia de mercado, onde estiver presente. Se for o PPI, que seja, mas em alguns casos talvez não seja. O PPI só garante ao concorrente uma posição mais confortável. A minha função é ser competitivoerdquo;, disse Prates. Ministério da Fazenda O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como exagerada a reação de preços no mercado internacional ao anúncio de redução da oferta de petróleo pela Opep+. eldquo;Teve um overshooting. Um milhão de barris não é para dar 8,0% de aumento do preço do barrilerdquo;, disse em entrevista à GloboNews. eldquo;A Opep sinalizou que pode cortar mais, que vai administrar o preço, e pode ser que ela queira manter o petróleo em um patamar mínimo, para não deixar ocorrer o que aconteceu em outros tempos, quando caiu a US$ 60, US$ 50, US$ 40.erdquo;

article

Preço do petróleo salta 5,7% com corte surpresa na produção da Opep+

Os preços do petróleo subiam nesta segunda-feira (3), registrando o maior aumento diário em quase um ano, depois que um anúncio surpresa da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados) para cortar mais produção sacudiu os mercados. O petróleo Brent subia 5,71%, a US$ 84,45 (R$ 429), por volta de 8h10 (horário de Brasília) após atingir a máxima em um mês, a US$ 86,44 (R$ 439) no início da sessão. O petróleo nos EUA subia 5,90% a US$ 80,14 (R$ 407) depois de atingir o nível mais alto desde o final de janeiro. A Opep+, incluindo a Rússia, abalaram os mercados ao anunciar cortes extras na produção de cerca de 1,16 milhão de bpd (barris por dia) no domingo (3). Esperava-se que o grupo, conhecido como Opep+, mantivesse sua decisão anterior de cortar a produção em 2 milhões de bpd até dezembro em sua reunião mensal nesta segunda-feira. As promessas elevam o volume total de cortes da Opep+ para 3,66 milhões de bpd, segundo cálculos da Reuters, o equivalente a 3,7% da demanda global. Como resultado, o Goldman Sachs reduziu sua previsão de produção para o final de 2023 para a Opep+ em 1,1 milhão de bpd e elevou suas previsões de preço do Brent para US$ 95 (R$ 482) e US$ 100 (R$ 508) o barril para 2023 e 2024, respectivamente, disse em nota. O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a medida anunciada pelos produtores era desaconselhável e alguns analistas questionaram a justificativa da Opep+ para o corte extra na produção. "É difícil aceitar o raciocínio e#39;preventivoe#39; e e#39;cautelare#39; emdash;especialmente agora, quando a crise bancária diminuiu e o Brent voltou a subir para US$ 80 em relação a mínimas de 15 meses no início de março", disse Vandana Hari, fundadora do provedor de análise de mercado de petróleo Vanda Insights. RÚSSIA DIZ QUE CORTE DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO É IMPORTANTE PARA APOIAR PREÇOS GLOBAIS O Kremlin disse nesta segunda-feira que é do interesse da indústria energética mundial apoiar os preços do petróleo e dos produtos petrolíferos, um dia depois que a Rússia anunciou que irá estender até o fim do ano o corte de 500 mil bpd em sua produção de petróleo. Perguntado sobre as críticas dos EUA, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse aos repórteres: "Neste caso, é do interesse da energia mundial manter os preços mundiais do petróleo e dos produtos petrolíferos no nível adequado. É nisto que você precisa se concentrar. Se os outros países estão satisfeitos ou insatisfeitos emdash;isso é assunto próprio deles". Peskov afirmou que é importante manter os preços em um certo nível porque o setor é intensivo em investimentos e porque no futuro previsível não é possível atender a todas as necessidades dos países a partir de fontes renováveis. Perguntado se a Rússia tinha coordenado suas ações com a Opep+, ele disse: "A Rússia está em contato constante com vários estados da organização, este é um processo normal, mas nada mais. Neste caso, os países têm uma linha independente, um interesse independente em estabilizar o mercado". (Reuters)

article

Combustíveis podem ficar mais caros no país, após corte na produção de petróleo

Depois de um começo de ano de estabilidade, os preços dos combustíveis podem voltar a subir nos próximos dias no Brasil, após a disparada do valor do barril de petróleo nesta segunda-feira (3) em 6,31%, com o anúncio do corte inesperado na produção do óleo pela Arábia Saudita e por outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), a partir de maio. A decisão da Opep+, anunciada no domingo (2), foi baseada nos temores de uma demanda mais fraca por petróleo no mundo. Assim, os países vão produzir cerca de 1 milhão de barris a menos por dia até o fim do ano. E este anúncio levou o petróleo brent a subir e chegar aos US$ 84,93 nesta segunda. eldquo;Se esse corte não fosse feito, o petróleo provavelmente cairia abaixo de 80 dólares o barril, o que é uma marca considerada pelos analistas de mercado como um patamar muito baixo. Então o que a gente deve ter como consequência é que o alívio que estava havendo nos preços dos combustíveis internamente no Brasil deve encontrar um piso a partir de agora. A menos que o dólar recue abaixo de R$ 5, o preço dos combustíveis não deve cair mais no Brasil", analisa Robson Gonçalves, economista e professor de MBAs da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "A Opep é um cartel e está tentando segurar os preços, compatibilizando a produção com o ritmo de crescimento da economia mundial, que vai ser mais lento, principalmente por conta do ajuste de crescimento na Chinaerdquo;, completa. E além de parar de cair, o preço da gasolina pode subir. Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticar a forma de cálculo do preço do combustível, que sobe quando o valor do barril de petróleo aumenta e vice-versa, desde a implementação do sistema de Preço de Paridade Internacional (PPI) em 2016, pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), a Petrobras ainda mantém este modelo de cálculo. eldquo;Provavelmente, a gente está próximo da definição de uma nova política de precificação de combustíveis. É algo ainda que ninguém sabe ao certo, mas pode ser que o governo não mude muito a política que a gente tem visto, nos últimos anos, mais alinhada com os preços do petróleo no mercado internacional. Então essa alta do preço do petróleo lá fora seria refletida nos preços dos combustíveis aqui no Brasilerdquo;, afirma Ruy Hungria, especialista da casa de análise Empiricus. Mas o governo também pode optar por uma maior interferência nos preços, na tentativa de evitar uma alta desenfreada dos combustíveis. Mas o temor do mercado financeiro é que ocorra o que houve na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando a Petrobras segurou os preços da gasolina e do diesel para a população e amargava prejuízo bilionário, enquanto o valor do barril de petróleo subia no mercado externo. eldquo;O governo pode adotar uma política de precificação que pondera as coisas, fica no meio do caminho, o que seria um pouco ruim para a Petrobras, mas entendo que o mercado já enxerga esse cenário dos preços com uma interferência que não seja tão grande assim. E tem o cenário mais catastrófico, que é o petróleo subir muito lá fora e a Petrobras não repassar nada aqui no mercado interno, assumindo para ela o prejuízo. É o grande medo do mercado hoje, mas não é o cenário base, na nossa visãoerdquo;, avalia Hungria. Com a valorização do preço do petróleo, as ações das empresas petrolíferas listadas na Bolsa de Valores lideraram as altas no Ibovespa nesta segunda, com os papéis da Petrobras subindo 4,76%, os da PetroRio 3,88% e os da 3R Petroleum fechando em alta de 1,56%. Em março, o preço do barril de petróleo caiu e chegou a ser cotado a US$ 67, com o mercado aflito em relação ao sistema bancário dos Estados Unidos e o pavor de uma recessão global. eldquo;A iniciativa liderada pela Arábia Saudita é incomum e provavelmente elevará os preços do petróleo. Os cortes seguem uma queda acentuada nos preços do petróleo no mês passado após o colapso do Silicon Valley Bank dos EUA e a aquisição forçada do Credit Suisse pelo UBS, o que provocou temores de contágio nos mercados financeiros globais e uma queda significativa na demanda por petróleoerdquo;, disse o analista da Eleven Financial, Raphael Figueredo. Mas após o anúncio de domingo da Opep, o grupo financeiro Goldman Sachs aumentou as previsões de preço para o barril de petróleo brent em 5 dólares, de US$ 90 para US$ 95 para dezembro de 2023, e de US$ 97 para US$ 100 para dezembro de 2024. Inflação e juros Os especialistas de mercado acreditam que o aumento do preço do barril de petróleo deve dificultar ainda mais a queda da taxa básica de juros no Brasil, que está em 13,75% para tentar controlar a inflação no país. Como a gasolina e o diesel são usados no transporte de alimentos e de diversos outros produtos, o aumento desses combustíveis impactam os preços de várias cadeias produtivas. Neste cenário, o estrategista-chefe e sócio da Acqua Vero, Antonio van Moorsel, vê pouca chance de queda na Selic em 2023. eldquo;Considerando uma maior pressão inflacionária, é natural conjecturar sobre a possibilidade de um ciclo de ajuste mais extenso ou uma manutenção da Selic em 13,75% por mais tempo, algo que já é o nosso cenário básico. Acreditamos que deve permanecer assim até o fim do ano, justamente por uma inflação que exacerba o desafio do Banco Central em ancorar as expectativaserdquo;, analisa. Também nesta segunda-feira, o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, apontou um aumento na previsão de inflação para 2023 no Brasil, passando de 5,93% para 5,96%. Petrolíferas sobem, outros setores caem Com a possibilidade da inflação e dos juros continuarem altos no país, vários outros setores do Ibovespa não tiveram bom desempenho neste início de semana. O índice fechou o pregão com queda de 0,37%, aos 101.506 pontos. As maiores baixas do dia foram das Lojas Renner (-7%), da Hapvida (-6,49%) e do Grupo Soma (-5,80%).

article

Debate sobre preço de combustíveis deve começar pela Petrobras, diz Vital do Rêgo

O novo presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB), defende que a avaliação de uma nova política voltada para preços de combustíveis precisa partir da Petrobras. eldquo;Nós [parlamentares] vamos opinar, mas quem vai dar início em termos de proposta é a Petrobras, que já inclusive anunciou issoerdquo;, disse Vital do Rêgo em entrevista à agência epbr. Vital do Rêgo também defende uma pauta cara para montadoras e usineiros: a preservação do motor a combustão e o etanol como a rota da descarbonização do transporte, na competição com os elétricos. Papel natural da Petrobras Para o senador, é inviável escapar do papel eldquo;naturalerdquo; da companhia nas articulações por políticas para os consumidores de combustíveis. É um tema pendente no país: a Petrobras, uma empresa pública e aberta, sofre pressão política do governo pelo fim do PPI, as práticas comerciais criadas nos governos passados para abrir o mercado nacional de combustíveis para outros agentes. eldquo;Por maior que seja o malabarismo [para] dizer que uma coisa não está vinculada a outra, está. Não é intromissão. A Petrobras não pode deixar, através de quem a conduz, de propor como serão estabelecidas essas políticaserdquo;, adicionou. A politização excessiva do debate pode dificultar a busca por uma prática de preços que atenda eldquo;acima de tudo a função socialerdquo; da empresa, mas sem prejudicar os acionistas, sejam os minoritários ou o estado brasileiro como majoritário, diz Vital do Rêgo. Ele assume a cadeira na frente parlamentar deixada por Jean Paul Prates (PT), ex-senador pelo Rio Grande do Norte, que nem sequer concorreu à reeleição e assumiu o comando da Petrobras nesse novo governo Lula. Esse mês, o conselho da Petrobras efetivou Prates e sua nova diretoria em mandatos até agosto de 2025. A transição completa no comando ocorrerá após 27 de abril, com a eleição do novo conselho. Promessas de campanha A mudança no modelo de precificação da Petrobras foi promessa de campanha de Lula para o setor de combustíveis. Prates já indicou que pretende realizar mudanças na precificação dos combustíveis emdash; enquanto defende, paralelamente, que o Brasil deveria debater uma política de estado para lidar com a flutuação dos preços. O executivo afirma que a Petrobras deve disputar todo o mercado, e não praticar preços com o objetivo de favorecer concorrentes. Por enquanto, a maior aposta está na criação de uma conta estabilizadora dos preços de derivados emdash; o que está previsto no PL 1472/2021, aprovado sob relatoria do próprio Prates no Senado Federal. Ano passado, Arthur Lira (PP/AL) e o então ministro da economia Paulo Guedes, foram contrários ao projeto. O sentimento entre parlamentares é que o tema ainda carece de uma direção clara do novo governo. É preciso que o Planalto ou lideranças do Congresso Nacional coloquem de volta o assunto na agenda legislativa. Reforma tributária e ICMS A reforma tributária também está na pauta da frente da energia e a primeira lei que alterou as regras do ICMS dos combustíveis completou um ano agora em março, sem entrar plenamente em vigor. Tudo indica que o tema também voltará a ser discutido na Câmara e no Senado. Vital do Rêgo afirma que ouvir agentes do setor para colher as contribuições para a reforma administrativa, hoje em discussão no grupo de trabalho formado na Câmara dos Deputados. É preciso fugir de propostas de eldquo;cunho político eleitoreiroerdquo;, como o senador avalia que foi a decisão do governo de Jair Bolsonaro em zerar os impostos federais durante a corrida eleitoral de 2022. eldquo;Somos muito influenciados por estas políticas. A discussão voltou pela necessidade da reoneração, então vai ser um tema que estará na nossa agendaerdquo;, disse. Hidrogênio será um dos focos do Senado Iniciativas que possam fomentar tecnologias, pesquisas e estimular a produção do hidrogênio verde devem ser estudadas pela frente parlamentar, segundo o presidente. É um debate ainda no campo teórico, mas que já é uma realidade do Brasil e merece iniciativas legislativas. eldquo;Eu acho que cabe um projeto de lei. Não é um debate abstracionista. A gente não pode tratar a realidade do hidrogênio como muito distante dos dias atuais. Ela pode não estar hoje consagrada em larga escala, mas amanhã ela estaráerdquo;, avaliou o senador. Lembrou ainda que a cadeia do hidrogênio pode ser integrada não apenas com a de eólicas offshore, mas também com a produção de etanol emdash; que pretende fazer alguma defesa enquanto presidente da frente. Recentemente, o Senado criou uma comissão temporária para acompanhar e debater políticas públicas sobre hidrogênio verde. A criação da comissão foi encabeçada por Cid Gomes (PDT/CE), que preside o grupo. Etanol vs elétricos: a realidade do país A ideia de Veneziano é que haja um intercâmbio de atuação entre a comissão e a frente da energia. O senador sinalizou uma preocupação com iniciativas estrangeiras que buscam a eletrificação total da frota e restrições severas ao uso de motores à combustão. Semana passada, a União Europeia deu os primeiros passos para eliminar veículos leves responsáveis por emissões de carbono. Após negociações, o decidiu preservar os motores a combustão. O regulamento exige que todos os carros novos vendidos emitam 55% menos CO2 a partir de 2030, em comparação com os níveis de 2021, e sejam carbono zero a partir de 2035. Vale apenas para os veículos leves. Há uma outra proposta em discussão para ônibus e caminhões seguindo a mesma linha, com metas até 2040. Por aqui, o senador Veneziano Vital do Rêgo defende que quaisquer banimentos de rotas não são aplicáveis ao Brasil. eldquo;Qual é esse impacto para uma economia que tem essa vasta dimensão de cultura canavieira, por exemplo? Você tem que levar em consideração a realidade do paíserdquo;. eldquo;Não há dúvida que, onde couber esses investimentos [em transição da frota], serão bem vindos. Só não dá para substituirerdquo;, defende. Essa é uma peça-chave das articulações do setor sucroenergético há anos no Brasil e uma disputa global. Diferentes cenários para zerar as emissões líquidas de carbono na metade do século colocam a eletrificação como uma rota essencial. O mercado brasileiro, por sua vez, atua para internacionalizar a solução bioenergética. Montadoras embarcaram na disputa e diferente das empresas com atuação no país, como Toyota e Volkswagen defendem a preservação do motor flex, quase hegemônico nos veículos leves vendidos no mercado nacional.

Como posso te ajudar?