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Minas e Energia pede ao Cade que garanta nova política de preços da Petrobras

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu nesta terça-feira (11) uma manifestação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em defesa do direito da Petrobras definir livremente os preços dos combustíveis. O ofício foi entregue pessoalmente ao superintendente do Cade, Alexandre Barreto. O pedido de manifestação veio na esteira das reclamações da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) contra a política de preços da estatal. A entidade alega que os cortes recentes colocaram os preços abaixo do patamar considerado eldquo;idealerdquo;. Para continuar a leitura, clique aqui.

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Transição da frota a combustão em direção aos veículos 100% elétricos passa pelos híbridos flex

Utilizar as vantagens comparativas da matriz energética brasileira -- como o etanol, combustível renovável cujo ciclo produtivo absorve carbono da atmosfera -- e unir essa solução à modernidade das baterias, resultando em uma iniciativa de mobilidade inteligente, eficaz, moderna e limpa. Os esforços na busca das reduções local e global nos níveis de carbono, definidas em acordos e metas internacionais, têm a contribuição decisiva da indústria automotiva. E a Stellantis, a maior fabricante de automóveis e comerciais leves do País, detentora de 14 marcas icônicas, incluindo no Brasil a Fiat, Jeep, Ram, Peugeot, Citroën e Abarth, está dando passos importantes na direção desse futuro mais sustentável. A empresa está estruturando uma plataforma de novos produtos e soluções, denominada BIO-ELECTRO, que articula esforços e tecnologia para desenvolver, fabricar e colocar nas ruas veículos híbridos, em busca de uma mobilidade mais limpa e sustentável. Como os veículos 100% elétricos ainda têm custo muito elevado, devido ao preço das baterias, e não contam com a necessária infraestrutura de recarga, a eletrificação da frota nacional é um processo que demanda tempo para se difundir. Dessa forma, a hibridização, baseada em veículos flexfuel com propulsão combinada com eletrificação, é uma rota tecnológica de descarbonização melhor, mais rápida e mais segura para o Brasil, destacou João Irineu Medeiros, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, durante o podcast O Caminho para Zerar as Emissões na Indústria Automotiva, produzido pelo Estadão Blue Studio. Assista à gravação da entrevista aqui: "O Brasil tem grandes oportunidades em relação a outras regiões do planeta. Enquanto muitas regiões do mundo apostam nos 100% elétricos, surge esse desafio do custo da bateria, que ainda é muito cara -- e não temos previsão de quando ela vai atingir um valor acessível para todas as faixas e segmentos de veículos", explicou Medeiros. "Assim, o que buscamos neste momento, como um país em desenvolvimento, são alternativas de descarbonização na área automotiva que nos permitam ter tecnologias e produtos que sejam acessíveis, para atender todas as faixas de consumidores." Para Medeiros, o primeiro passo em busca de soluções mais realistas em relação à realidade brasileira é "unir forças". "O BIO-ELECTRO traz a oportunidade de trabalharmos com universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento, startups e outros parceiros estratégicos, em busca de uma rota tecnológica para implementar soluções que gerem valor na nossa região, de maneira equilibrada do ponto de vista ambiental, social e econômico." O desafio é grande, destacou o executivo, mas o envolvimento dos parceiros é que vai permitir adequar as soluções para os diferentes segmentos, com distintos níveis de eletrificação, para uma transição gradual da combustão para os 100% elétricos. Os híbridos flex são o caminho natural para o Brasil. Um teste comparativo realizado pela Stellantis confirmou as efetivas vantagens do uso do etanol na frota nacional, como uma excelente alternativa para a redução das emissões. "Observamos e medimos um carro circulando com 100% de etanol, e depois também o mesmo veículo utilizando gasolina e ainda 100% a bateria nas realidades europeia e brasileira", apontou Medeiros. Com o uso de etanol, o total de emissões, comparando-se o ciclo de vida completo do carro -- desde a retirada de materiais da natureza como aço, alumínio e plástico, a fabricação, o uso e o descarte do veículo --, fica bem próximo do gerado pelo 100% elétrico. "O fato de o etanol ser renovável faz com que o CO2 que sai do escapamento seja, de forma natural, capturado pela próxima safra de cana-de-açúcar. Isso faz com que, no aspecto renovável, essa eficiência fique em 70% a 80%, tirando-se dessa conta apenas o uso de máquinas de cultivo que ainda rodam a diesel, assim como os caminhões que transportam o combustível até os postos, também a diesel", disse Medeiros. "Assim, o nível de pegada de carbono de um mesmo carro a etanol e 100% elétrico, levando-se em conta todo o ciclo, acaba resultando num empate técnico, já que no caso da bateria existe emissão na produção de energia e fabricação da própria bateria, dependente da extração de matérias-primas." Conclusão: o uso do etanol propicia uma mobilidade de baixo carbono, que pode ser otimizada com a hibridização. João Irineu Medeiros destacou outro dado que evidencia a riqueza brasileira na área dos combustíveis renováveis: dos cerca de 44,5 milhões de veículos hoje circulando no País, aproximadamente 42 milhões são leves e comerciais leves. Destes, de 10 milhões a 12 milhões já usam o etanol -- e o restante, gasolina com 27% de etanol na fórmula. "Considerando que as emissões dos veículos movidos a etanol são muito próximas às dos 100% elétricos em todo o ciclo de vida, é como se esta frota já fosse eletrificada. Nenhum país do mundo tem isso."

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Estímulo dos EUA a biocombustível abre mercado para o Brasil

A demanda por biocombustíveis dá sinais de que seguirá firme pelos próximos anos, como uma alternativa para a transição energética. Em consequência disso, o Brasil tende a ser um dos principais beneficiários, afirma o Itaú BBA em sua primeira análise sobre biocombustíveis globais. Segundo o banco, essa demanda pode estimular as exportações de etanol, de outros combustíveis ´verdes´, e de grãos para produção de biocombustível pelo Brasil. Além disso, tende a valorizar os preços internacionais dos grãos. Guilherme Bellotti, gerente de Consultoria Agro do banco, disse que, diante desse cenário, a indústria dos Estados Unidos tem tido muitos incentivos para aumentar a produção no setor, principalmente de etanol e diesel de biomassa. O etanol, por sua vez, é utilizado como insumo para a fabricação do bioquerosene de aviação, o Sustainable Aviation Fuel (SAF). Assim, segundo o analista, surge uma nova demanda que pode ser atendida com a contribuição de insumos brasileiros. "Considerando que apenas 30% da produção esperada de SAF nos Estados Unidos em 2050 seja produzida a partir de etanol de milho, a necessidade adicional do cereal seria de 150 milhões de toneladas", estimou. Trata-se de um salto grande, visto que, para 2030, a projeção de consumo dos EUA para essa finalidade é de 13 milhões de toneladas. "Acho que isso abre mais um driver (motivador) de demanda por produtos agrícolas", acrescentou. Segundo Pedro Simionato, analista de commodities na área de biocombustíveis do Itaú BBA, o SAF pode ser produzido com etanol, óleos e gorduras vegetais, embora os EUA tenham projetos de plantas que visam a fabricação do produto apenas a partir do etanol. Isso porque os óleos e gorduras também são matéria-prima do diesel de biomassa (biodiesel) --- utilizado na mistura com o diesel convencional --- e do diesel verde, que pode substituir o combustível fóssil. "Com o aumento de produção de diesel verde nos EUA, adotamos como premissa que o mesmo material que é usado para o biodiesel vai continuar sendo usado para o diesel verde", estimou Bellotti. O óleo de soja, por exemplo, representa cerca de 48% da matéria-prima do diesel de biomassa nos EUA, conforme dados da Agência Internacional de Energia (IEA). Considerando o horizonte entre 2022 e 2027, o Itaú BBA estima que o consumo americano de soja para diesel de biomassa deve aumentar cerca de 17,6 milhões de toneladas, passando para 45,3 milhões de toneladas. Se esse aumento da demanda por soja pela indústria dos EUA se concretizar será necessário ampliar a área plantada, que precisaria crescer em torno de 4,6 milhões de hectares para adicionar um volume de 17,6 milhões de toneladas da oleaginosa, segundo a estimativa. "Isso pode parecer pouco, mas é relevante ter no radar que o espaço para a expansão de novas área agrícolas nos Estados Unidos é limitado, o que sugere que provavelmente áreas de outras culturas teriam que ser cedidas para a soja", disse Bellotti. Mas o avanço do plantio sobre outras culturas depende de uma valorização dos preços da soja. "E é aí que se abre um espaço para condições atrativas de produção em outros países como o Brasil. Temos áreas de pastagens degradadas e tecnologia que permitem aumento de produção", observou o analista. Além disso, uma eventual redução do excedente exportável americano de soja para atender a demanda local da indústria de biocombustíveis poderia colocar pressão no fluxo comercial internacional dos produtos. "Isso também tenderia a influenciar positivamente os preços para estimular o avanço da oferta em outras origens", avaliaram os especialistas do banco. Para Simionato, mesmo que esse movimento aconteça de forma paulatina e gradual, a expectativa é que o Brasil se beneficie tanto como exportador de produtos agrícolas, quanto como fornecedor de biocombustíveis aos EUA de maneira mais plena.

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Petróleo fecha em alta forte com expectativa de apoio fiscal na China

O petróleo subiu mais de 2% nesta terça-feira e bateu seu maior valor de fechamento das últimas 10 semanas, apoiado pela percepção de que a China vai aumentar o apoio fiscal no país para melhorar o nível da atividade local após indicadores decepcionantes da economia. A contínua fraqueza do dólar no mercado cambial também ajudou a commodity hoje. O barril do petróleo WTI - referência americana - com entrega prevista para setembro fechou em alta de 2,41%, a US$ 74,71. Já o Brent - referência global -- para o mesmo mês avançou 2,20%,a US$ 79,40 por barril. O impulso a diversas commodities industriais hoje veio principalmente por conta da decisão de autoridades na China de estenderem algumas medidas de apoio ao setor imobiliário, que enfrenta grave crise desde 2021. Entre as medidas, está uma nova prorrogação de um ano do prazo para o pagamento de dívidas. Além disso, as instituições financeiras da China serão incentivadas a negociar novos prazos para que as incorporadoras quitem seus débitos. "Isso ocorre em um momento em que também estamos vendo um pouco mais de força na estrutura do Brent, então, potencialmente, podemos começar a ver o sentimento no mercado de petróleo se tornando mais construtivo", projetam Warren Patterson e Ewa Manthey, analistas do ING. Eles ponderam, contudo, "que muito vai depender do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA de junho", cuja divulgação está prevista para amanhã, às 9h30 (de Brasília). O dado sobre a inflação americana será importante pois deve ajudar a formar as expectativas do mercado sobre as próximas decisões de juros do Federal Reserve (Fed). Na véspera do CPI, o dólar teve um novo dia de baixas em relação a moedas rivais, e seu índice DXY caía 0,24%, a 101,730 pontos, por volta de 16h10. O movimento tende a favorecer commodities cotadas na moeda americana, uma vez que as torna mais baratas a detentores de outras divisas.

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Petrobras aguarda parecer da AGU para destravar exploração de petróleo na foz do Amazonas

A Petrobras descarta ir à Justiça e aposta na articulação política para conseguir a licença ambiental que lhe permita explorar a Margem Equatorial. A posição já tinha sido assumida pelo presidente da companhia, Jean Paul Prates, mas a costura ainda não estava clara. O Estadão/Broadcast apurou que isso depende de um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) sobre a questão, que pode considerar decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre autorizações à atividade de exploração e produção de petróleo. O parecer, dizem fontes, levaria a um consenso jurídico no governo federal capaz de levar o Ibama a rever sua posição. Mais objetivamente, a Petrobras aguarda que a Casa Civil solicite à AGU um parecer sobre a necessidade ou não de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para a exploração da Margem. A AAAS é um estudo prévio que autoriza ou não o leilão de áreas para EeP, e que deve ser feito pelos Ministérios de Minas e Energia (MME) e Meio Ambiente (MMA), segundo portaria de 2012. Na ausência dessa avaliação, cuja preparação leva anos, os leilões do petróleo têm sido autorizados por manifestações conjuntas das pastas, que partem de análises mais simples. Em maio, o Ibama negou a licença ambiental para a Petrobras perfurar um poço exploratório no litoral do Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas, uma das cinco que formam a Margem Equatorial. No indeferimento, foi evocada justamente a falta de uma AAAS para a margem Equatorial, além de limitações no plano de proteção à fauna em caso de acidentes e o impacto do fluxo aéreo do aeroporto do Oiapoque, que serviria às operações, nas comunidades locais. Segundo pessoas na Petrobras familiarizadas com o assunto, o terceiro e último apontamento do Ibama, a falta de um AAAS, é o mais crítico, por ser considerado eldquo;não gerenciávelerdquo;, ou seja, estar fora da alçada da estatal. Os outros dois pontos, dizem as fontes, são mais objetivos e, inclusive, já teriam assistido a uma convergência entre a companhia e o Ibama. Decisões do Supremo Dentro da Petrobras, porém, decisões recentes do STF que têm dispensado as AAAS para atividades de EeP podem favorecer a Petrobras na questão da Margem Equatorial se forem utilizadas para balizar o parecer da AGU. De fato, em 1º de julho, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 887, o STF decidiu por unanimidade que eldquo;AAAS não é condição indispensável para que sejam leiloados blocos exploratórios e nem para o exercício das atividades de EeP em áreas que não tenham sido objeto de AAASerdquo;. Essa é a segunda decisão nesse sentido. A ADPF 887 foi ajuizada pela Rede Sustentabilidade em outubro de 2021 para, à época, pedir a suspensão da 17ª Rodada de Licitações de Blocos de EeP, que envolvia blocos nas Bacias Marítimas de Pará-Maranhão, Potiguar, Campos, Santos e Pelotas emdash; as duas primeiras dentro da Margem. A legenda questionava justamente que as normas da licitação permitiam a dispensa das conclusões de estudos multidisciplinares de avaliações ambientais e a definição de áreas para EeP sem a realização de AAAS, mediante apenas manifestação conjunta de MME e MMA. Julgado esse mês, o questionamento não foi julgado procedente. eldquo;De certa maneira o assunto já está judicializado. Essa (887) já é a segunda ADPF com entendimento favorável (à exploração), sendo essa segunda com entendimento por unanimidade no STF. A Casa Civil deve fazer uma consulta à AGU para pacificar a questãoerdquo;, diz uma pessoa com acesso à discussão. eldquo;A Justiça é a última opção (da Petrobras), uma bala de prata que sempre fica por último, porque nunca se sabe o resultado de um processo judicial. Então vai ser tentado o caminho do diálogo (com o Ibama)erdquo;, continua a fonte. Não há um prazo para a AGU se manifestar sobre o assunto, mas a Petrobras tem prazo até agosto de 2024 para executar a campanha exploratória na Bacia da Foz do Amazonas, conforme acordado com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O prazo já foi prorrogado devido à pandemia e, até o momento, a Petrobras não solicitou novo adiamento, o que pode acontecer se a negativa com o Ibama se arrastar. A companhia, já disseram diretores e técnicos ao Estadão/Broadcast, não pretende desistir da Margem Equatorial, considerada estratégica para a renovação de suas reservas, ante o declínio da produção do pré-sal na próxima década. Segundo o Plano Estratégico para o quinquênio 2023-2027, a Petrobras reservou US$ 6 bilhões para investir em exploração, dos quais 49% emdash; ou US$ 2,94 bilhões emdash; para a Margem Equatorial. Esse montante, disse uma segunda fonte da Petrobras, está mantido. O bloco que a Petrobras pretende perfurar para procurar petróleo foi ofertado ao mercado ainda em 2013, quando foi arrematada pela petroleira francesa TotalEnergies. Em 2021, a área foi vendida e passou às mãos da Petrobras que tenta, desde, então, destravar a exploração.

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Brasil tem deflação de 0,08% em junho, puxada por alimentos, combustíveis e carros novos

O País registrou uma deflação de 0,08% em junho, o menor resultado para o mês desde 2017, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia brasileira não mostrava deflação desde setembro do ano passado, quando as reduções de impostos promovidas pelo governo Bolsonaro em meio à corrida eleitoral forçaram para baixo os preços dos combustíveis e da energia elétrica. O desempenho atualmente mais benigno do cenário inflacionário voltou a desacelerar a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses, que desceu de 3,94% em maio para 3,16% em junho, ficando assim abaixo da meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central, de 3,25%, cujo teto de tolerância é de 4,75%. O resultado reforçou a expectativa de analistas por um corte na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária do Banco Central. A persistência da inflação de serviços dentro do índice, porém, levou os analistas a projetarem uma maior eldquo;parcimôniaerdquo; do BC no corte. eldquo;Vemos uma inflação de serviços mais alta, mesmo excluindo passagens aéreas, e isso é importante para a política monetáriaerdquo;, diz a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória. eldquo;Não muda o call (previsão) de início dos cortes da Selic em agosto, mas indica que um corte mais acelerado, de 0,50 ponto, deve ficar para setembro.erdquo; O cenário do Inter é de um corte inicial de 0,25 ponto na reunião do Copom de agosto, mas Vitória explica que estava eldquo;flertandoerdquo; com um primeiro recuo um pouco maior, diante das quedas recentes nas expectativas do Boletim Focus. eldquo;Em nossa avaliação, o real mais forte, os preços das commodities contidos, os preços dos alimentos mais baixos, a deflação dos preços no atacado, a melhora das expectativas de inflação e a baixa/moderada inflação realizada devem sustentar uma inflexão da política monetária na reunião de agostoerdquo;, avaliou, em relatório, o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos. O Goldman Sachs também espera um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic em agosto, mesma previsão de João Savignon, chefe de pesquisa macroeconômica da gestora de recursos Kínitro Capital, para quem os dados do IPCA ainda indicam que o eldquo;BC deve manter a parcimôniaerdquo;. eldquo;Na nossa visão, a inflação acumulada em 12 meses atingiu seu patamar mínimo agora em junho e voltará a subir já a partir de julho, quando deve ficar acima de 4% novamenteerdquo;, lembrou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em comentário. O índice de difusão do IPCA, que mostra a proporção de itens investigados com aumentos de preços, desceu a 50% em junho, o menor resultado desde maio de 2020, quando a economia estava impactada pela chegada da pandemia de covid-19. Quatro dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em junho, com destaque para as reduções em Alimentação e bebidas, com recuo de preços de 0,66%, e Transportes, queda de 0,41%. eldquo;A deflação foi bastante influenciada pelos preços dos automóveis, combustíveis e alimentícios, foram os principais impactoserdquo;, confirmou André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. O pacote do governo para descontos nos carros populares deu a maior contribuição para a deflação no País em junho. O preço do automóvel novo recuou 2,76%, item de maior contribuição negativa sobre o IPCA. Com o carro novo mais barato, houve impacto indireto ainda do programa do governo sobre o preço do automóvel usado, que encolheu 0,93%. Enquanto os recuos nos preços de automóveis estão relacionados ao programa de descontos lançado pelo governo, os combustíveis refletem as reduções praticadas nas refinarias pela Petrobras. Houve quedas no óleo diesel (-6,68%), etanol (-5,11%), gás veicular (-2,77%) e gasolina (-1,14%). Já os alimentos ficaram mais baratos por conta da safra recorde de grãos, além da queda nas cotações internacionais de alguns produtos, maior oferta de itens na lavoura e até redução de custos na produção de produtos de origem animal. A valorização do real ante o dólar também parece ter ajudado a conter o IPCA no mês. eldquo;A taxa de câmbio é um dos fatores que pode influenciar diversos subitens dentro do IPCA. A valorização do real frente ao dólar pode ter algum impacto dentro do índice, principalmente bens industriais, que usam insumos importados, e alguns alimentícios, que usam cotação em dólarerdquo;, disse Almeida. eldquo;A gente percebeu queda em alguns itens eletrônicos e eletrodomésticos, isso pode ter algum tipo de relação sim (com desvalorização do dólar).erdquo; Na direção oposta, houve altas nos preços de passagens aéreas e de alguns serviços relacionados ao turismo, que podem ter como explicação o feriado prolongado que ocorreu no mês de junho, o que teria impulsionado a demanda por esses itens. eldquo;Quando tem feriado prolongado, normalmente a gente tem maior demanda por serviços turísticoserdquo;, justificou Almeida. O aumento de 10,96% nos preços das passagens aéreas fez o item exercer a maior pressão inflacionária sobre o IPCA de junho, ao lado da energia elétrica residencial, que subiu 1,43%.

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