Passageiros frequentes podem pagar pela descarbonização de voos, sugere estudo
Estudo do Conselho Internacional sobre Transporte Limpo (ICCT, na sigla em inglês) propõe criar uma taxa sobre viajantes frequentes como solução para ajudar a pagar a conta da descarbonização da aviação civil até meados do século. Com meta setorial de alcançar emissões líquidas zero até 2050, o transporte aéreo vai precisar de pelo menos US$ 4 trilhões em investimento em tecnologia até lá, calcula a Organização de Aviação Civil Internacional (Icao, em inglês). São recursos para desenvolver e adquirir aeronaves aptas a usar 100% de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, em inglês) e até mesmo hidrogênio, além de desenvolver a cadeia desses novos combustíveis, por exemplo. Para contribuir com uma parcela dessas despesas, que vão demandar cerca de US$ 121 bilhões por ano, o ICCT propõe a criação de uma taxa global de voo frequente (FFL), a partir de US$ 9 para o segundo voo de uma pessoa a US$ 177 para o vigésimo no mesmo ano. Isso colocaria o custo climático de voar para longe sobre os passageiros frequentes mais ricos, com potencial de gerar 81% da receita de passageiros frequentes (2% da população global) e 90% da receita dos 10% mais ricos da população mundial. Os países de alta renda contribuiriam com 67% da receita global total. Como os países de alta renda emitiram cerca de 70% do COe#8322; da aviação nas últimas quatro décadas, a carga de custos sob uma FFL acompanharia de perto as emissões históricas, sugere o estudo. eldquo;Os viajantes frequentes deveriam pagar mais pelos custos associados às tecnologias limpaserdquo;, diz Sola Zheng, a principal autora do estudo. eldquo;De outra forma, algumas pessoas poderiam ser excluídas do ato de viajar emdash; aquelas que mal contribuíram para a crise climática em primeiro lugarerdquo;. O tributo é uma sugestão. Implementá-lo exigiria um grande esforço de alinhamento entre países e companhias aéreas, além da criação de um banco de dados e uma estrutura de controle sobre o uso das receitas. O estudo, divulgado na quarta (28/9), chega em um contexto justamente de tentativa de um acordo mais ambicioso sobre a descarbonização da aviação internacional, durante a 41ª Assembleia da Icao. Os países planejam mudar a linha de base do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (Corsia) e estão avaliando uma meta apoiada pela indústria de emissões líquidas zero até 2050. (Reuters)