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Governo Tarcísio deve recuperar R$ 2,6 bilhões de postos sonegadores

O governo de São Paulo deve recuperar R$ 2,6 bilhões com sua primeira medida de combate aos devedores contumazes na distribuição de combustíveis, segundo estimativa do ICL (Instituto Combustível Legal). Como noticiou o Painel S.A., a gestão do governador Tarcísio de Freitas enviou boletos cobrando impostos não recolhidos a uma série de postos. Eles foram incluídos na lista do governo após chamarem atenção dos concorrentes por venderem gasolina e diesel mais baratos. Esses combustíveis são tributados na fonte, ou seja, chegaram aos postos já com preço menor, sem recolhimento de imposto por refinarias e distribuidoras. Segundo Carlo Faccio, diretor do ICL, esses postos devem ser responsabilizados, porque sabiam que estavam comprando produto que foi vendido de forma ilícita, o que prejudica a concorrência. O governo agora está estudando novas medidas para combater também o problema na fonte, ou seja, a dívida de refinarias e distribuidoras, diz Faccio. No total, a dívida ativa do setor de combustível em São Paulo soma R$ 45 bilhões. Desde 2023, quando foi implementada uma simplificação na cobrança de impostos do setor, mais de 2,1 bilhões de litros de gasolina e diesel foram comercializados ilicitamente em todo o estado. São Paulo é responsável pelo maior montante da dívida nacional do setor, que totaliza R$ 203 bilhões, segundo o ICL. Seguindo a onda do governo Tarcísio, outros estados também implementam medida semelhante, conhecida como solidariedade tributária. Entre eles, estão Mato Grosso, Goiás, Bahia e Paraná.

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Entre renováveis e nuclear: os desafios do Brasil para uma energia sustentável e segura

A demanda global por energia é predominantemente atendida em 80% por combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão) e 20% por outras fontes, sendo 16% renováveis (energia solar, energia eólica e biomassa) e apenas 4% de origem nuclear. Esse cenário evidencia o desafio de uma transição energética que equilibre três pilares essenciais da sustentabilidade: viabilidade econômica, segurança de fornecimento e redução de impactos ambientais. O Brasil tem uma posição privilegiada, pois 40% de sua demanda energética total, que engloba não apenas eletricidade, é suprida por fontes renováveis, enquanto os 60% restantes provêm de outras fontes, entre elas a energia nuclear, que representa apenas 2%. No entanto, essa vantagem pode diminuir se não forem feitas escolhas adequadas. O potencial hidrelétrico do país está próximo da exaustão e a viabilidade de novas usinas está restrita à opção a fio dersquo;água (geração que utiliza o fluxo de água de um rio para movimentar turbinas e produzir eletricidade). Além disso, assim como outras fontes renováveis, as hidrelétricas apresentam desafios de intermitência, o que dificulta a previsibilidade e a estabilidade do sistema, exigindo alternativas para garantir a continuidade do abastecimento. É essencial analisar e equilibrar cuidadosamente todas as alternativas disponíveis, buscando estruturar um mix que otimize o nível de sustentabilidade de nossa matriz e os desafios que o Brasil precisará equacionar. A geração eólica é sempre localizada e exige altos investimentos em infraestrutura de transmissão, enquanto a solar enfrenta restrições noturnas e variações diárias de irradiação. São fontes imprescindíveis para o Brasil, mas não para geração contínua. Também se fala no hidrogênio, mas os estudos de balanço energético e custos ainda precisam ser aperfeiçoados para se avaliar a real contribuição dessa opção como fonte de geração de energia. Responsável por 10% da eletricidade mundial, a energia nuclear é uma fonte confiável. Parece pouco, mas, considerando os cerca de 400 reatores nucleares operando atualmente, é um montante expressivo a ser atribuído a uma única fonte. É preciso dizer ainda que, em termos de sustentabilidade, a geração nuclear é a que menos emite CO2 mesmo se comparada à solar, considerando todo o ciclo da cadeia produtiva. Também é a fonte com menor impacto ambiental, tomando-se como parâmetro a proporção entre a quantidade de Kwh gerada e a área útil ocupada pela usina. Em termos de segurança, o conceito de "deathprint" emdash;indicador de fatalidades por milhão de Gigawatt-hora (mGWh) gerado ao longo da cadeia produtivaemdash; coloca a energia nuclear entre as menos letais, com cerca de 90 mortes por mGWh, principalmente por acidentes de trabalho nas indústrias do ciclo do combustível. Em comparação, o carvão apresenta aproximadamente 100 mil óbitos por mGWh, devido a problemas respiratórios, enquanto hidrelétricas registram cerca de 1.400, eólica têm 150 e solar 440 mortes por mGWh. São números desconfortáveis, mas é importante mencioná-los com a máxima transparência para uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios de cada fonte de energia, visando uma transição sustentável e segura para o futuro do nosso país. (Opinião por Francisco Rondinelli Júnior)

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Etanol, biodiesel, SAF: qual a importância dos biocombustíveis para a economia brasileira?

Os brasileiros acreditam que aumentar a mistura dos biocombustíveis na gasolina e no óleo diesel pode trazer benefícios para a economia brasileira e para o meio ambiente, aponta uma pesquisa conduzida pela empresa Nexus a pedido da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República. O aumento é uma das medidas previstas no projeto de lei do combustível do futuro, já aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula. Os biocombustíveis são produzidos a partir de culturas agrícolas como cana-de-açúcar, soja, mamona e outros. Eles são considerados uma alternativa melhor que os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para o meio ambiente por emitirem menos gases de efeito estufa - enquanto as plantas crescem, elas retiram carbono da atmosfera para se desenvolver, o que compensa a queima posterior nos motores. O etanol é um exemplo de um biocombustível já presente no cotidiano do brasileiro há bastante tempo, enquanto outros, como biodiesel e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), começam a ganhar espaço. No projeto de lei do combustível do futuro, está previsto que a mistura de biodiesel ao óleo diesel deverá alcançar 20% até 2030 e poderá atingir 25% a partir de 2031, em porcentuais a serem definidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Já a mistura mínima obrigatória de etanol na gasolina deverá subir de 27% para 35%. Em outros pontos, a lei cria os programas nacionais de combustível sustentável de aviação, diesel verde e biometano, além do marco legal de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono. O governo estima que o Combustível do Futuro vai destravar R$ 250 bilhões em investimentos pelo setor privado até 2030. O marco legal prevê que o Brasil evite a emissão de 705 milhões de toneladas de dióxido de carbono (COe#8322;) até 2037. Pesquisa A Nexus entrevistou, por telefone, 2.004 pessoas com idade acima de 16 anos em todos os Estados brasileiros. No levantamento, 69% dos entrevistados afirmaram acreditar que o aumento da produção de biocombustível no País está diretamente ligado ao crescimento econômico do Brasil, e um percentual ainda maior (71%) concordaram que a medida vai gerar mais empregos nas áreas rurais por meio do incentivo à agricultura. Além disso, 66% disseram que o aumento na mistura dos biocombustíveis aos combustíveis fósseis funciona como solução ambiental, uma vez que se reduz a emissão de gases poluentes. eldquo;O aumento na demanda por biocombustíveis valoriza as commodities agrícolas, o que fortalece a balança comercial do Brasil e aumenta a arrecadação de impostos, recursos essenciais para o desenvolvimento de infraestrutura e programas sociaiserdquo;, afirma o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista ao Estadão. Silveira destaca que as cadeias produtivas não envolvem apenas as lavouras, mas também grandes e pequenos produtores, o transporte e a venda. Além das vantagens comerciais, Silveira destaca que os biocombustíveis serão fundamentais para o Brasil cumprir suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, e cita ações em prol do biodiesel. eldquo;Nesse caso, ampliar a sua mistura no diesel é uma solução rápida para a descarbonização do transporte pesado e, por isso, vamos iniciar o debate sobre a viabilidade técnica de misturas superiores a B15 (com 15% de biodiesel) para que possamos aproveitar ao máximo o nosso potencial com este biocombustível que contribui com o aumento da nossa segurança energéticaerdquo;, menciona o ministro. Utilização Se os brasileiros veem possíveis benefícios ao País com a maior utilização dos biocombustíveis, a maior parte ainda não abastece seus veículos com eles: 66% dos entrevistados na pesquisa da Nexus abastecem seus carros, na maior parte das vezes, com gasolina ou diesel. Apenas 29% usam hoje o etanol como principal combustível. A razão para isso pode ser uma preocupação com a preservação dos próprios veículos ou com os valores a pagar. Conforme o levantamento, 45% acreditam que o preço vai aumentar com a maior mistura de biocombustíveis; 44% citam que a eficiência dos automóveis pode diminuir e 43% afirmam que mais problemas mecânicos podem ocorrer - mas, caso o carro seja flex, ou seja, rode com gasolina ou etanol, os motores não devem ser afetados. Para o País como um todo, há mais benefícios por reduzir a dependência em relação aos preços internacionais do petróleo e do gás natural, diz Silveira. eldquo;O apoio da população será crucial para que o Brasil continue avançando nesse setor, consolidando-se como líder global em soluções energéticas sustentáveis.erdquo;

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Por que as empresas petrolíferas estão se afastando da energia verde

Quando as empresas de petróleo e gás assumiram compromissos ambiciosos há quatro anos para reduzir as emissões e fazer a transição para a energia renovável, seus negócios estavam em queda livre. A demanda por combustíveis estava diminuindo à medida que a pandemia se instalava. Os preços despencaram. E as grandes empresas petrolíferas ocidentais estavam sofrendo uma hemorragia de dinheiro, com perdas superiores a US$ 100 bilhões (R$ 576 bilhões), segundo a empresa de consultoria em energia Wood Mackenzie. A energia renovável, ao que parecia para muitas empresas e investidores na época, não era apenas mais limpa - era um negócio melhor do que petróleo e gás. eldquo;Os investidores estavam concentrados no que eu diria ser a narrativa predominante sobre a mudança para a energia eólica e solarerdquo;, disse Darren Woods, executivo-chefe da Exxon Mobil, em uma entrevista ao The New York Times na semana passada, em uma conferência climática das Nações Unidas em Baku, Azerbaijão. eldquo;Eu sofri muita pressão para entrar no negócio de energia eólica e solarerdquo;, acrescentou. Woods resistiu, argumentando que a Exxon não tinha experiência nessas áreas. Em vez disso, a empresa investiu em áreas como hidrogênio e extração de lítio, que são mais semelhantes aos seus negócios tradicionais. Wall Street recompensou a empresa por essas apostas. O preço das ações da empresa subiu mais de 70% desde o final de 2019, elevando sua avaliação de mercado a um recorde de quase US$ 560 bilhões (R$ 3,2 trilhões) em outubro, embora tenha caído desde então para cerca de US$ 524 bilhões (R$ 3,02 trilhões). O desempenho da gigante americana do petróleo contrasta com o da BP e da Shell, empresas de petróleo e gás sediadas em Londres que adotaram a energia eólica, solar e outras tecnologias, como o carregamento de veículos elétricos. As ações da BP caíram cerca de 19% nesse período, com base nas negociações em Londres, enquanto as da Shell subiram cerca de 15%. A aceitação renovada dos combustíveis fósseis pelo mercado ressalta um dos principais desafios da redução das emissões globais: A mudança climática apresenta riscos que se agravam ao longo de décadas. Os cientistas afirmam que cada fração de grau de aquecimento causado pelos combustíveis fósseis traz maiores riscos de ondas de calor mortais, incêndios florestais, secas, tempestades e extinção de espécies. Mas os investidores estão concentrados em ganhar dinheiro em meses e anos. eldquo;Se quisermos combater as mudanças climáticas, precisamos fazer com que seja do interesse das empresas e dos consumidores produzir e comprar alternativas de baixo carbonoerdquo;, disse Christopher Knittel, professor de economia de energia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A eleição de Donald Trump, que descreveu o aquecimento global como uma farsa, levou a um otimismo ainda maior com relação ao negócio de petróleo e gás. A diferença entre os lucros que as empresas podem obter com a extração de petróleo e gás e o que podem ganhar com o aproveitamento de energia eólica e solar já havia oscilado acentuadamente em favor dos combustíveis fósseis nos últimos anos. O retorno médio sobre o capital entre algumas das maiores empresas petrolíferas de propriedade de investidores do mundo, uma medida fundamental de lucratividade, ultrapassou 11% no ano passado, ante 8% negativos em 2020, de acordo com uma análise da Seamp;P Global Commodity Insights. O retorno médio durante esse mesmo período para as principais empresas de energia renovável ficou em torno de 2%. eldquo;Se observarmos os retornos relativos para os acionistas, o mercado tem enviado um sinal muito claro de que deseja que as empresas de energia se concentrem em suas competências essenciaiserdquo;, disse Mark Viviano, sócio-gerente da Kimmeridge, uma empresa de investimentos em energia com sede em Denver e Nova York. eldquo;Isso não significa abandonar a transição energética, mas significa apenas ser mais pragmático em relação a ela.erdquo; Em 2020, a BP se comprometeu a reduzir sua produção de petróleo e gás em 40% até o final da década. Menos de três anos depois, ela voltou atrás e disse que aumentaria os gastos com combustíveis fósseis. A empresa deu baixa de US$ 1,1 bilhão (R$ 6,33 bilhões) em investimentos eólicos offshore no ano passado e recentemente disse querer vender outros ativos eólicos, embora continue a investir em energia renovável. eldquo;Estaremos muito, muito focados em retornos, garantindo que os novos negócios concorram em nível competitivo com os negócios históricos por capital escassoerdquo;, disse o executivo-chefe da empresa, Murray Auchincloss, a analistas financeiros em uma recente teleconferência. A Shell suavizou ou descartou algumas de suas metas de redução de emissões, ao mesmo tempo em que reduziu as expectativas de crescimento de seu negócio de energia renovável. eldquo;Não nos consideramos privilegiados na geração de energia renovável para gerar retornos significativos em relação a outroserdquo;, disse recentemente Wael Sawan, executivo-chefe da Shell, a analistas. eldquo;Por isso, estamos nos afastando.erdquo; Nos Estados Unidos, onde o investimento ambientalmente consciente tem se tornado cada vez mais politizado, os investidores deixaram de questionar regularmente os executivos do setor de petróleo e gás sobre seus planos de transição energética e passaram a se concentrar em projetos com maior probabilidade de elevar os resultados financeiros em breve, disseram os executivos. eldquo;Algumas pessoas se precipitaram e seguiram caminhos que acabaram sendo, eu diria, devastadores para seus resultadoserdquo;, disse Toby Rice, executivo-chefe de uma produtora de gás natural de Pittsburgh, a EQT, em uma entrevista. eldquo;Agora eles voltaram ao centro.erdquo; Dito isso, o negócio de petróleo e gás está sujeito a grandes oscilações de preços que podem rapidamente fazer fortunas e destruí-las com a mesma rapidez. Antes da pandemia da covid-19, os investidores se afastaram dos produtores nacionais após sofrerem perdas contundentes enquanto as empresas buscavam o crescimento da produção. A energia renovável tende a ser um negócio muito mais estável. Os investidores ainda esperam amplamente que as empresas de petróleo e gás reduzam suas emissões, entre outras coisas, tapando os vazamentos de metano, um potente gás de efeito estufa. E em todo o mundo, quase duas vezes mais dinheiro está sendo investido em energia limpa do que em combustíveis fósseis, segundo a Agência Internacional de Energia, uma organização com sede em Paris cujos membros incluem os Estados Unidos e outros países industrializados. eldquo;Acho que o objetivo final ainda é amplamente endossadoerdquo;, disse Dan Pickering, diretor de investimentos da Pickering Energy Partners, uma empresa de investimentos com sede em Houston. eldquo;Estamos oscilando em torno de uma inclinação ascendenteerdquo;. O próximo ano pode representar um teste para as empresas petrolíferas e seus acionistas. Os preços do petróleo bruto nos EUA caíram de cerca de US$ 78 no ano passado para menos de US$ 70 o barril, reduzindo os lucros das empresas. No próximo ano, é provável que a produção global seja mais de um milhão de barris por dia maior do que a demanda, disse o IEA na semana passada. eldquo;Vamos ver como essas empresas se sairão se o preço do petróleo voltar a cairerdquo;, disse Amy Myers Jaffe, diretora do Laboratório de Energia, Justiça Climática e Sustentabilidade da Universidade de Nova York. (The New York Times)

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Carros elétricos podem se tornar paradoxo ambiental

Após a ascensão dos carros elétricos, vivem-se agora a queda e o paradoxo da energia fóssil verde? Até quem chegou de Marte nas últimas semanas sabe que os carros elétricos (VEs) viraram um amuleto de narrativas, uma solução para a redução das emissões de carbono e a eliminação de combustíveis fósseis, e, assim, frear o aquecimento global e acelerar a transição energética. Mas, como de costume, medimos políticas pelo entusiasmo das ideias e não por seus resultados. Adicione previsões irrealistas, negligência e complexidade; para resolver um problema é preciso identificá-lo. O Environmental and Energy Study Institute aponta que cerca de 80% da energia consumida no mundo vem de fontes fósseis. O Journal of Industrial Ecology mostra que a produção de um VE é cerca de três vezes mais tóxica que a de um a combustão, tanto para o ser humano quanto para o ambiente. Ou seja, é mais carbono intensivo. O que isso nos diz? Que os VEs são abastecidos com energia fóssil e sua produção não é limpa. Os pontos de recarga de VEs, em regiões distantes, às vezes são alimentados por geradores a diesel; na Polônia, que estima que até 2025 1 milhão de VEs rodarão em suas estradas, tem 87% da sua matriz baseada em energia fóssil; e na Europa, 70%, segundo dados do International Energy Agency. Chegamos ao que eu chamo de eldquo;paradoxo da energia fóssil verdeerdquo;, que é uma balança desequilibrada. A transição para VEs e outras tecnologias verdes é dependente de combustíveis fósseis. A produção de baterias, por exemplo, requer fontes de energia estáveis, um desafio para as atuais fontes renováveis. Ou seja, a transição energética exige uma reestruturação significativa de infraestrutura. Mesmo com muito investimento em pesquisa e projetos de infraestrutura, levaremos décadas. Sem soluções inovadoras e vontade política, estamos longe do futuro prometido. Para entender o desafio: a produção de pás para turbinas eólicas requer a quantidade de energia fóssil necessária, aproximadamente, para suprir uma família média no Brasil por cerca de quatro anos ou 297mil km rodados de um VE (15kWh/100 km média). Os carros elétricos estão caindo em desgosto; baixa autonomia, pontos de recarga insuficientes e baixo poder de revenda nos coloca à beira de passivo ambiental. Obviamente que temos benefícios a longo prazo, mas como mensurá-lo? O entusiasmo das ideias nos faz acreditar em um cenário que, talvez, um dia chegue. (Opinião por Jaques Paes)

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Petróleo fecha em baixa com dólar forte e apreensão no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, com a valorização do dólar e volta das apreensões sobre a demanda contendo o impacto das preocupações sobre a guerra na Ucrânia. A sessão trouxe dados que revelaram aumento dos estoques americanos, sobretudo, de gasolina, o que acabou contribuindo para que a pressão baixista prevalecesse. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para janeiro fechou em baixa de 0,71% (US$ 0,49), a US$ 68,75 o barril, enquanto o Brent para igual mês, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,68% (US$ 0,50), a US$ 72,81 o barril. O mercado seguiu vulnerável ao dólar, que subiu em relação a uma cesta de outras moedas importantes, em um movimento que torna o petróleo denominado na moeda americana mais caro para compra por outros países. Os investidores assimilaram ainda o relatório do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), que mostrou alta de 545 mil barris do petróleo na semana passada nos EUA, enquanto os estoques de gasolina tiveram aumento de 2,05 milhões barris, em contraste com projeção de queda. O Rabobank avaliou, em relatório, que a oferta dos produtores de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) deve aumentar o suficiente para fazer baixar os preços do petróleo bruto e dos produtos refinados, independentemente das decisões do bloco. eldquo;Tudo o que a OPEP pode fazer neste momento é ditar quando os preços deverão cairerdquo;, observaram os analistas do bancos. eldquo;A próxima administração Trump terá menos efeito em muitos mercados de energia do que parece inicialmenteerdquo;, pontuaram os analistas. O lema eldquo;perfure, baby, perfureerdquo; é uma frase de efeito, a menos que o governo dos EUA decida subsidiar diretamente a perfuração ou comece a fazer por si mesmo a perfuração, será a economia ainda que ditará o crescimento futuro da produção de petróleo e gás, concluiu o Rabobank. As tensões geopolíticas seguiram no radar, com forças armadas da Ucrânia disparando mísseis de cruzeiro britânicos contra alvos militares dentro da Rússia pela primeira vez. As embaixadas dos EUA e de outros países em Kiev foram fechadas diante da apreensão com um ataque russo. (Estadão Conteúdo)

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