Desafios da matriz energética e o futuro do mercado veicular são destaques no 16º Fórum Expopostos
O primeiro dia de debates do 16º Fórum ExpoPostos eamp; Conveniência, maior evento internacional de postos de serviços, equipamentos, lojas de conveniência e food service, ficou marcado pela encontro de grandes nomes do setor e debate de temas relevantes para todo o segmento.
Na abertura, estiveram presentes Tatiana Zaccaro, diretora de unidade da GL events Exhibitions, responsável pela promoção e organização da ExpoPostos; Armando Júnior, secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Trabalho - representando o prefeito Ricardo Nunes; Cristian Bazaga, presidente Associação Brasileira das Empresas de Equipamento e de Serviços para o Mercado de Combustíveis de Conveniência - (ABIEPS); James Thorp Neto, presidente da Fecombustíveis; Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP); Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal (ICL); José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC); Fulvius Tomelin, presidente da Ale; Leonardo Remião Linden, presidente Ipiranga; Marcelo Besteiro, vice-presidente Comercial de mobilidade da Raízen; e Ernesto Pousada, presidente da Vibra Energia.
Nesta terça-feira (10), um painel especial sobre a "Energia do Futuro" abordou as perspectivas da matriz energética brasileira nos próximos anos. O debate trouxe uma análise sobre o posicionamento do país no cenário emergente de transição energética, com foco no uso crescente de biocombustíveis e outras fontes renováveis.
Especialistas de diversos setores compartilharam suas visões sobre as tendências e desafios desse processo. Roberto Ardenghy, do IBP, ressaltou a relevância da produção de petróleo no Brasil, afirmando que "se o Brasil parasse de produzir petróleo, o mundo passaria a emitir mais CO2". Thiago Castilha, da ABIEPS, apontou o potencial econômico na transição, destacando que "explorar a revenda de energia é uma forma de obter um bom ganho". Já Daniel Maia, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), indicou que o país já está à frente nessa jornada: "Nós já estamos no futuro". Contudo, ele alertou sobre a necessidade de considerar o impacto social: "É preciso avaliar o equilíbrio entre o avanço da matriz energética e o impacto para a população, especialmente os mais pobres". Sob a mediação de James Thorp, o painel proporcionou discussões essenciais sobre o futuro energético do Brasil.
A importância do Gás Natural Veicular (GNV) para o cenário energético brasileiro e as estratégias para ampliar seu uso em áreas urbanas e, especialmente, interiorizar sua aplicação no interior do país foram outros temas de destaques, colocando em pauta o futuro do mercado veicular no Brasil. Com mediação de Adriano Nogueira, Presidente do Sindestado-RJ, a palestra contou com participação de Bruno Ambrush, especialista em Gás Natural e Gabriel Kropsch, diretor executivo do Comitê Nacional do GNV.
Para Gabriel, em 2025 possivelmente o Brasil será autossuficiente em gás natural. eldquo;O biogás já é economicamente viável e competitivo. Tendo mais escala, haverá mais negócioserdquo;. Bruno destacou que no próximo ano o mercado livre deve aumentar a concorrência e diminuir a concentração de players. eldquo;Isso pode reduzir o preço no ponto de venda, o que é bom para o consumidor finalerdquo;.
O Fórum tratou ainda dos desafios e oportunidades do cenário político-econômico do Brasil, expondo as principais tendências globais e suas implicações para o cenário brasileiro e outros países emergentes. O economista Eduardo Giannetti traçou um panorama do mercado internacional de petróleo e os desafios e oportunidades para o setor de combustíveis no Brasil. De acordo com ele, a economia tem sido impactada por eventos de baixa previsibilidade, como a pandemia, guerras na Ucrânia e Oriente Médio - que impactam diretamente o setor do petróleo, polarização política, processo furioso de inovação tecnológica (incluindo inteligência artificial e uso de dados) e aumento da frequência de eventos climáticos extremos (chuvas no Rio Grande do Sul e os incêndios).
Para o economista, há boas notícias para o Brasil com três eventos mundiais se encerrando: hiperglobalização - que permite diversidade de fornecedores e segurança por não depender de concentração de produção; juros e inflação extremamente baixos em países em desenvolvimento; e a China que agora é página virada na história contemporânea com relação ao crescimento de dois dígitos por anos seguidos. Ele ainda destaca o aumento do protagonismo do etanol, que pode proporcionar mais 40% de produtividade. Ainda, destacou os pontos positivos da reforma tributária para o setor do petróleo. eldquo;Melhora a transparência, facilita a fiscalização e diminui o custo de transação de cinco para dois impostos. Com isso, teremos uma chance real de diminuir a sonegação, o contrabando e a concorrência deslealerdquo;.
As novas características do consumidor também foram tema de um painel no 16º Fórum ExpoPostos eamp; Conveniência, que expôs para os presentes o porquê as companhias precisam estar atentas para uma mudança de perfil. Segundo Roberto James, autor e mestre em Psicologia, os novos consumidores são digitais, ágeis e em busca de experiência, o que faz com que a eletromobilidade se torne um foco central para o setor. eldquo;A transição para veículos elétricos não é apenas uma questão de tecnologia, mas de atender a uma demanda crescente por soluções de mobilidade mais sustentáveis e eficienteserdquo;, afirmou James. Ele destacou que o consumidor moderno valoriza empresas que oferecem soluções integradas, como pontos de recarga rápida em postos de combustível e parcerias que facilitem o uso de carros elétricos, além de considerar o impacto ambiental de suas escolhas. Essa nova mentalidade reforça a necessidade de o setor se reinventar, investindo em infraestrutura e serviços que proporcionem uma experiência diferenciada, alinhada às expectativas desse público em transformação.
De acordo com Tatiana Zaccaro, diretora de unidade da GL Events, responsável pela promoção e organização da ExpoPostos, eldquo;os temas abordados neste primeiro dia de Fórum mostram o quanto o evento trouxe como proposta debates atuais e importantes para o segmento, o que tem refletido no crescimento exponencial de 50% no número de inscritos, que chegou a cerca de 1.500 participantes confirmados para os três dias. O mercado tem passado por uma transformação, em todas as vertentes, e tanto o Fórum ExpoPostos, quanto a feira, têm estado à frente às novas necessidades do segmentoerdquo;.