Ano:
Mês:
article

Planejamento elétrico passará a incluir riscos de combustíveis e renováveis, diz EPE

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) começou a fazer estudos para incluir no planejamento do setor elétrico brasileiro riscos associados aos custos de combustíveis e à volatilidade de geração das fontes renováveis, disse nesta quarta-feira um diretor da estatal. Ainda em fase inicial, os estudos propõem agregar uma segunda eldquo;dimensãoerdquo; nas análises sobre custos de geração de energia no país, mostrando não só um cálculo total, mas também os riscos disso se materializar, segundo Erik Rego, diretor de estudos de energia elétrica da EPE. eldquo;Hoje, trabalhamos só com a incerteza da água, fazemos vários cenários hidrológicos, que refletem custos de água diferentesehellip; Começamos a ter uma frente para colocar a incerteza da geração eólica e fotovoltaica, e além disso colocar a volatilidade do custo de combustível (das térmicas)erdquo;, explicou Rego, após participar do evento Brasil Wind Power. eldquo;Queremos ter o risco do custo total, para conseguirmos comparar melhor as alternativas (de geração). Às vezes a alternativa mais barata pode ter um risco de custo maiorerdquo;, acrescentou. O aprofundamento dos estudos da estatal de planejamento ocorrem em um momento de transformação do setor elétrico, com as fontes renováveis aumentando sua participação na matriz e trazendo mais geração intermitente para o atendimento da carga. Ao mesmo tempo, a geração termelétrica migra para o uso do gás natural, que enfrenta uma alta de preços no mercado internacional motivada por fatores conjunturais, como a guerra da Ucrânia, e estruturais, como a transição energética global. LEILÃO DE POTÊNCIA Rego disse ainda que a EPE já entregou ao Ministério de Minas e Energia uma primeira proposta de novos produtos para o leilão de potência de energia. Para ler esta notícia, clique aqui.

article

STF faz nova audiência de conciliação sobre cobrança do ICMS

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou ontem (19) mais uma audiência da comissão que busca conciliação entre estados e o governo federal sobre a compensação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre produtos essenciais, como combustíveis, energia elétrica, comunicações e transportes coletivos. Como também ocorreu nas reuniões anteriores, que estão sendo realizadas desde agosto, não houve acordo sobre a base de cálculo do imposto. Os trabalhos da comissão deverão ir até 4 de novembro deste ano. A comissão também é composta por representantes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União (TCU). A questão é discutida na ação em que o presidente Jair Bolsonaro defende a limitação da alíquota do tributo, nos 26 estados e no Distrito Federal. O impasse jurídico começou após a sanção da Lei Complementar 192/2022. Com a lei, os estados ficaram impedidos de cobrar mais de 17% ou 18% de ICMS sobre esses bens e serviços. Os governados locais afirmam que as leis que tratam do ICMS sobre combustíveis atrapalham a programação orçamentária dos estados e derrubam a arrecadação.

article

Carro elétrico custará o mesmo que um modelo a combustão em breve, diz GM

Quando os carros elétricos terão preços equivalentes aos modelos a gasolina/flex? Antes de responder essa pergunta, é importante frisar que o segmento dos veículos elétricos é o que mais cresce atualmente no mundo. No primeiro semestre de 2022 houve um crescimento de 75% no volume global de vendas, na comparação com o mesmo período do ano passado. A maior oferta de modelos, grandes investimentos em infraestrutura de recarga e leis de emissões mais rígidas são alguns dos fatores que impulsionam a mobilidade elétrica. Outro ponto fundamental é que a diferença de preço dos carros elétricos em relação aos carros tradicionais a combustão também vem caindo, em boa parte por conta da redução dos custos das baterias que alimentam os elétricos. Estudos de mercado apontam que o custo médio do kWh das baterias caiu quase pela metade nos últimos cinco anos e deve reduzir mais 30% até meados da década, com o desenvolvimento de novas composições químicas e a produção em maior escala. A GM projeta que a nova geração de baterias, com a tecnologia Ultium, tenha um custo 40% inferior à da linha de produtos concebidas anteriormente. A montadora já trabalha numa composição ainda mais avançada, que permitirá aos seus carros elétricos terem um custo total de propriedade compatível com automóveis a combustão, considerando porte e equipamentos semelhantes. A expectativa é que isso ocorra já a partir da segunda metade desta década, incluindo modelos compactos, pensados também para a América do Sul, incluindo, naturalmente, o Brasil. A longevidade das baterias e os planos extensos de garantia também estão trazendo tranquilidade para os consumidores e confiabilidade para o mercado de carros usados, que tem demostrado a mesma receptividade dos veículos mais sofisticados, assim como acontece com o segmento de financiamento e de seguros. Outra característica dessas baterias de nova geração é a maior densidade energética. Mais eficientes, elas são capazes de armazenar uma quantidade maior de energia sem que seja necessário ampliar seu tamanho. No caso da GM, a linha de veículos elétricos irá crescer com a chegada de modelos como Blazer EV e Equinox EV, ambos apresentados recentemente e que também serão lançados no Brasil mais adiante. Os dois já fazem parte da nova geração de elétricos equipada com a tecnologia Ultium. O Blazer elétrico tem autonomia estimada de 530 km com uma carga completa, o suficiente para uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro sem precisar parar para carregar. Se for necessário carregar, o trajeto já conta uma infraestrutura de eletropostos: no caso, o SUV elétrico pode recuperar até 130 km de alcance em apenas 10 minutos usando um carregador ultrarrápido.

article

Emissões globais de CO2 devem crescer menos de 1% este ano graças às energias renováveis

As emissões globais de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis devem aumentar em pouco menos de 1% este ano graças à expansão de energias renováveis e veículos elétricos, disse a AIE (Agência Internacional de Energia). As emissões de CO2 devem aumentar em quase 300 milhões de toneladas, chegando a 33,8 bilhões de toneladas este ano, um aumento muito menor do que o salto de quase 2 bilhões de toneladas em 2021, informou a agência em um relatório. O aumento deste ano foi impulsionado pela geração de energia e pelo setor de aviação, à medida que as viagens aéreas se recuperam das baixas da pandemia. Embora esse aumento pudesse ter sido muito maior, possivelmente de 1 bilhão de toneladas, com a demanda de carvão dos países aumentando em meio à disparada dos preços do gás devido à Guerra da Ucrânia, a implantação de energia renovável e os veículos elétricos frearam o aumento das emissões. "A crise energética global desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia levou a uma corrida de muitos países para usar outras fontes de energia para substituir o fornecimento de gás natural que a Rússia reteve do mercado", disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE. "A notícia encorajadora é que a energia solar e eólica estão preenchendo grande parte da lacuna, com o aumento no carvão parecendo ser relativamente pequeno e temporário", acrescentou. De acordo com o relatório, a energia solar fotovoltaica e a eólica estão liderando um aumento na geração global de eletricidade renovável de mais de 700 terawatts-hora (TWh). Sem esse aumento, as emissões globais de CO2 teriam sido mais de 600 milhões de toneladas maiores este ano. Apesar das secas em várias regiões, a produção global de energia hidrelétrica aumenta ano a ano, contribuindo com mais de um quinto do crescimento esperado em energia renovável. (Reuters)

article

Oferta menor de etanol guia alta de preço da gasolina no Brasil

Enquanto a Petrobras mantiver os preços da gasolina nas refinarias, a menor oferta de etanol será um fator com maior protagonismo a colaborar com preços mais altos do combustível fóssil, que conta com uma mistura de 27% de álcool anidro, disseram especialistas à Reuters. A situação rara emdash;uma vez que o valor da gasolina na bomba geralmente é mais influenciado pela Petrobrasemdash; ocorre em função de estoques baixos do biocombustível, em meio a uma safra de cana atrasada e forte direcionamento da matéria-prima para produção de açúcar, produto de exportação mais rentável que o etanol. Na última semana, os preços médios da gasolina nos postos do Brasil registraram sua primeira alta em mais de três meses, segundo pesquisa da reguladora ANP, contando com o fator etanol, além de reajustes praticados em outubro pela importante refinaria privatizada na Bahia (da Acelen) e um movimento de revendedores em busca de margens, segundo especialistas e graduadas fontes próximas ao governo e da Petrobras. "O etanol tem potencial para subir porque os estoques de anidro estão baixos. Essa safra está sendo muito peculiar, a indústria perdeu dias de moagem em um número muito maior do que temos observado em anos anteriores", afirmou o presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari, explicando os efeitos das chuvas para o processamento de cana e o mercado de combustíveis. Mas ele ressalvou que, para a Datagro, a referência de preço da gasolina no Brasil é a cotação da Petrobras, que está há mais de 40 dias sem reajustar os preços do combustível em suas refinarias. "Se algum agente, seja Acelen, ou importador que importa e vende gasolina A a níveis diferentes do preço de venda da Petrobras, pode acontecer, mas não é um fator que muda a realidade do preço de referência principal", disse Nastari. A Acelen, segunda maior refinaria do Brasil em capacidade de refino, tem seguido a paridade do valor de importação, enquanto a Petrobras mantém suas cotações antes da eleição que tem o presidente Jair Bolsonaro como candidato. A expectativa é que os preços do etanol permaneçam com tendência altista nas próximas semanas, apontou o consultor sênior de petróleo gás e renováveis da StoneX, Smyllei Curcio. Assim como Nastari, ele ainda citou que os produtores de etanol que têm fôlego financeiro estão segurando vendas para janeiro, quando impostos federais (PIS/Cofins) de combustíveis devem voltar, elevando a competitividade do biocombustível frente à gasolina e proporcionando melhores retornos. "Outro motivo é que tem chovido bastante, o que tem dado uma desacelerada na colheita", pontuou Curcio. O preço médio do etanol anidro nas usinas de São Paulo, principal mercado produtor e consumidor do país, subiu 5,6% no acumulado das duas primeiras semanas de outubro, segundo dados do Cepea/Esalq, enquanto o álcool hidratado (usado diretamente nos carros "flex") avançou no mesmo período quase 10%. "O que se desenha até o momento é um volume moído de cana menor na região centro-sul, 18 usinas já com a moagem encerrada, exportações fortes, estoques baixos e, ainda, perspectiva de valorização da gasolina por conta do comportamento do preço do petróleo nas últimas semanas", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em nota nesta semana. Já o sócio-diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), Pedro Rodrigues, também citou como causa do aumento da gasolina um movimento de tentativa de melhorar as margens pelo setor de postos combustíveis. "Vale lembrar que o preço da gasolina é livre no Brasil, ou seja, significa dizer que os donos dos postos podem precificar o produto conforme sua necessidade. O principal fator, na minha opinião, é que em razão das quedas sucessivas no preço alguns postos tenham visto a possibilidade de aumentar suas margens sem prejudicar o consumo", disse Rodrigues à Reuters. DEFASAGEM? Segundo relatório publicado nesta quarta-feira pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio da gasolina vendido pela Petrobras está R$ 0,18 (5%) abaixo do preço de importação. A defasagem em relação ao mercado externo já dura duas semanas, mas, em meio às eleições presidenciais, não há expectativas de que a Petrobras possa mexer nos valores. Um diretor da estatal disse recentemente que a empresa está "próxima ao valor de mercado" e "demora" mais para repassar a subida do petróleo para beneficiar a sociedade. Os cálculos da Abicom, contudo, levam em consideração a conta de importação de players menores. "Não é erro (da Abicom). Apenas tem outra conta. Eles não têm infra de transporte ou de armazenagem, dependem de lotes menores (mais caros), tem menor capital (maior risco). Logo, o preço mínimo para eles trazerem é maior que o de atores maiores como as grandes distribuidoras ou grandes trading companies", disse uma fonte próxima da Petrobras, que atribuiu ao etanol e à Acelen a alta na ponta da cadeia. Mas o avanço dos preços do petróleo Brent no mercado externo, que na máxima de outubro chegou a subir 10% ante o fechamento de setembro, também está impactando nas bombas do país. "A Acelen (dona da Refinaria de Mataripe), diferentemente da Petrobras, tem seguido a paridade de importação, então ela reajustou os preços dela nas últimas semanas. Só em outubro somou uma variação positiva na ordem de R$ 0,40", afirmou o sócio da Raion Consultoria Eduardo Melo. Localizada na região metropolitana de Salvador (BA), a refinaria vendida pela Petrobras no ano passado tem capacidade para processar mais de 300 mil barris de petróleo por dia, o que corresponde a 14% da capacidade total de refino do Brasil e mais da metade do abastecimento do Nordeste brasileiro. Neste mês, a refinaria elevou o preço da gasolina para as distribuidoras em 9,3% em 8 de outubro e em 3,3% em 15 de outubro. Nos postos da Bahia, os preços subiram 10,3% na semana passada, segundo a ANP, alta que abrange também o impacto do etanol anidro. (Reuters)

article

Petrobras deveria aumentar preços de gasolina e diesel, dizem importadores

Com a recente alta do petróleo no mercado internacional, os preços da gasolina e do óleo diesel ficaram defasados no Brasil, e a Petrobras deveria anunciar aumentos, avalia Sergio Araújo, presidente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). "Na nossa visão, a Petrobras deveria anunciar reajustes na gasolina e no diesel para que seja coerente com a política de precificação implantada", afirma. "Se você observar, há poucas semanas, quando teve queda no mercado, a Petrobras ajustou os preços para baixo quase semanalmente", acrescenta. As cotações do petróleo e a taxa de câmbio são pilares da política da estatal. Neste mês, a commodity engatou alta com o anúncio do corte de produção pela Opep+, que reúne os maiores exportadores do mundo. O cenário de oferta reduzida levou as cotações para cima. A Petrobras, contudo, tem evitado reajustes nas refinarias às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Como mostrou a Folha, fontes da empresa relatam pressão do governo para evitar notícias negativas até o fim da disputa. O temor é de prejuízos à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quarta-feira (19), o valor médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava 5% abaixo da paridade de importação, segundo a Abicom. A defasagem em relação aos preços internacionais correspondia a R$ 0,18 por litro. Essa diferença era ainda maior na semana passada. Chegou a tocar em R$ 0,43 na sexta (14). O conceito simula quanto custaria para importar o produto dos fornecedores mais próximos. De acordo com a Abicom, o preço da gasolina no Brasil está abaixo do praticado no exterior desde 4 de outubro. Ou seja, já são mais de duas semanas nessa condição. A defasagem é ainda maior no caso do diesel. Ficou em 12% nesta quarta, ou R$ 0,70 abaixo da paridade, segundo a entidade. A diferença chegou a bater em R$ 0,97 na sexta. O diesel também mostra defasagem desde a primeira semana de outubro. Consultada sobre o assunto, a Petrobras disse que, por questões concorrenciais, não pode antecipar decisões sobre manutenção ou reajuste de preços. "O monitoramento das cotações é feito diariamente e a decisão de atualizar os preços é integralmente técnica", afirmou a companhia em nota. A Petrobras teve papel de destaque às vésperas do primeiro turno das eleições. Na ocasião, a estatal confirmou cortes de preços quase semanalmente em meio à trégua das cotações do petróleo. As notícias foram comemoradas pela campanha de Bolsonaro. Agora, com a valorização do petróleo, as quedas foram interrompidas. Enquanto isso, a maior refinaria privada brasileira, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, aumentou no sábado (15) seus preços de venda da gasolina e do diesel. Foi o segundo aumento após o corte de produção da Opep. A refinaria é controlada pelo fundo árabe Mubadala. Após 15 baixas, a gasolina voltou a subir nos postos brasileiros na semana passada, conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). O combustível foi vendido a R$ 4,86 por litro. Para Sergio Araújo, da Abicom, o viés é de alta para os preços do petróleo, o que tende a seguir pressionando a Petrobras. "O principal impacto é o anúncio da Opep, já que diminui a oferta e a demanda permanece."

Como posso te ajudar?