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Defasagem em preço de combustíveis inibe importação, e distribuidoras já restringem venda de diesel

A nova política de preços da Petrobras pode dificultar o abastecimento de diesel no mercado doéstico. Segundo cálculos do setor, a defasagem do preço dos combustíveis chega, atualmente, a 26%, tornando a importação do produto inviável para distribuidoras independentes. Isso já se reflete no abastecimento do combustível, apurou o Estadão/Broadcast com fontes de distribuidoras, que ainda não sentem a falta do produto, mas começam a colocar restrições na venda em alguns pontos do País. Até o momento, a situação não se compara com o que ocorreu na mesma época no ano passado, mas caminhoneiros já relatam faltas pontuais. eldquo;Eles falam que não está tendo bombeamento do S10 aqui (Catalão-GO), está difícil achar. Querem aumentar R$ 0,40 no litro, mas isso a gente sabe que estão fazendo pressão (para aumentar)erdquo;, disse ao Estadão/Broadcast o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landin, conhecido como Chorão. A Vibra, que adquiriu a BR Distribuidora em 2021, e utiliza a marca Petrobras nos postos de abastecimento, enviou aos seus clientes no fim de julho um informe sobre a adequação das suas vendas à restrição do óleo diesel S10, o menos poluente. O documento ao qual o Estadão/Broadcast teve acesso diz que eldquo;em virtude das oscilações de disponibilidade do produto óleo diesel S10, por decisão de nossas diretorias comerciais, informamos as seguintes medidas a serem adotadas no mês de agostoerdquo;. O aviso afirma que haverá adequação das cotas dos clientes e restrição a novos pedidos para os clientes varejistas de bandeira branca (BB) e transportadores revendedores retalhistas (TRR). Os TRR são empresas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a comprar em grande quantidade combustível a granel, armazená-lo e transportá-lo para depois vender a retalhos. Oficialmente, a Vibra informou que eldquo;está atendendo normalmente a demanda regular pelo produto para seus clientes contratadoserdquo;. Segundo a consultoria Posto Seguro, as restrições de S10 já chegaram aos Estados do Pará, Rondônia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já o S500 estaria mais escasso em Rondônia, Bahia, Mato Grosso e Paraná. Sem cota Ramon Reis, presidente da Nimofast, uma das importadoras de diesel mais atuantes do mercado brasileiro em 2023, informou ao Estadão/Broadcast que, desde maio, reduziu as cargas mensais (navios) do produto de sete para quatro em função do deslocamento da demanda nacional, que passou a optar pelo produto da Petrobras, desde então mais barato que as cargas inéditas vindas da Rússia com desconto ou das fontes tradicionais do Golfo do México (EUA). A Nimofast importa diesel russo para todo o País por meio dos portos de Itaqui, Suape, Santos e Paranaguá. Agora, ante o cenário de escassez, a perspectiva da empresa é de retomada de mais cargas vindas da Rússia, que terão demanda mesmo com preços acima dos praticados pela Petrobras. eldquo;Vamos aumentar essa importação em outubro e manter o patamar por dois meses, com nova queda prevista para dezembro e janeiro. Em fevereiro, voltamos (a importar) pesado em função da safraerdquo;, disse Reis. A Nimofast mantém uma distribuidora própria que trabalhava majoritariamente com produto importado. Com a redução das cargas próprias, a empresa recorreu à Petrobras, mas não conseguiu volume de imediato porque não tem cotas passadas para basear os pedidos de momento. Segundo Reis, a tendência é que se repitam as incertezas e as dificuldades para obtenção de diesel vistas em 2022, quando a Petrobras represou preços alinhada à estratégia do governo para segurar a inflação a poucos meses da eleição presidencial. Preços em alta Segundo uma fonte de outra distribuidora, a escalada dos preços do diesel no mundo nos últimos 30 dias tornou o produto importado menos atraente que o nacional produzido pela Petrobras, que está com preços represados graças à nova estratégia comercial. Esses clientes, entre os quais estão pequenos e médios importadores e distribuidores, passaram então a procurar a Petrobras e as três grandes distribuidoras, Vibra, Raízen e Ipiranga, cujas capacidades de fornecimento já estariam tomada por contratos estabelecidos. eldquo;A conjuntura está trazendo alguns clientes que não são habituais. Nesses casos, especificamente, como não havia previsão no plano de suprimento das distribuidoras, é possível que não se consiga atender. Não há falta de produto, mas demandas repentinas e imprevistas de clientes que antes importavam ou que distribuíam produto importado podem ter dificuldades nesse mercado spoterdquo;, resume um executivo do setor. Defasagem Em relação ao mercado internacional, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços praticados no Brasil estão 23% mais baratos do que no mercado internacional no caso do óleo diesel e de 18% no caso da gasolina. Se observadas apenas as refinarias da Petrobras, essa defasagem sobre para 28% e 24%, respectivamente, o que poderia levar a um aumento de R$ 1,14 por litro no diesel e de R$ 0,77 na gasolina. Segundo Sergio Araújo, presidente da Abicom, eldquo;se a Petrobras não limitar a sua nova política de preços aos volumes de gasolina e diesel produzidos nas suas refinarias, as importações por agentes privados poderão ser descontinuadas, potencializando o risco do abastecimentoerdquo;. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, descartou fazer aumento de preços na semana passada, quando o petróleo ultrapassou os US$ 85 o barril, afirmando que a lógica comercial da Petrobras é diferente dos concorrentes e dos importadores, mas que a rentabilidade da companhia seria mantida. Ele afirmou que, quando necessário, os combustíveis serão reajustados dentro da lógica da empresa. A situação do diesel não surpreende o chefe do departamento de análises do UBS BB e analista especializado em petróleo e gás, Luiz Carvalho. Como o limite de fornecimento aos clientes desse mercado se dá em função de cargas compradas nos três meses anteriores, pedidos inéditos podem não ser atendidos em um cenário de fechamento da janela de importação. Isso porque não só esses clientes importam, mas também as grandes distribuidoras do País trazem volume do exterior para compor a carga fornecida no início da cadeia pela Petrobrás. Carvalho afirma que a defasagem entre os preços dos combustíveis da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI), deixado de lado pela estatal desde meados de maio, fecharia eldquo;cedo ou tardeerdquo; essa janela de importação de combustíveis, algo essencial para País no caso do diesel, em que 20% e 25% do total consumido vêm do exterior. Nos últimos tempos, aliás, a importação de diesel se estendeu até mais do que o normal em função dos baixos preços do diesel russo, vendido com descontos e que hoje já corresponde a 80% do diesel vendido no País. A oferta mais curta de diesel, acrescenta o especialista, pode coincidir com o período da colheita de trigo e da segunda safra de milho em setembro. A exemplo do ano passado, a essa altura, não se espera um cenário de desabastecimento, eldquo;mas dificuldades pontuais estão sim no horizonteerdquo;, disse Carvalho. Resposta da Petrobras O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, descartou qualquer problema de abastecimento de diesel S10 no País, apesar da restrição de fornecimento relatada por distribuidoras ao Estadão/Broadcast. Segundo o executivo, os volumes importados para agosto já foram fechados e no momento está sendo planejada a importação de setembro. eldquo;Não há risco de desabastecimento, não trabalhamos com esse cenárioerdquo;, disse Schlosser após apresentação no 13º Rio Pipeline, maior evento do setor de dutos do País, sem informar se o volume de setembro será maior do que o de agosto. Schlosser, afirmou que a nova estratégia comercial de preços da Petrobras, que substituiu a política de paridade de importação (PPI), tem sido positiva para a companhia e também descartou eventuais prejuízos pelo fato de a estatal manter os preços dos combustíveis inalterados, apesar da alta do petróleo no mercado internacional. eldquo;Nós hoje vivemos um momento muito forte de volatilidade, os preços internacionais do petróleo e do diesel tiveram um aumento, mas dentro do que entendemos da estratégia comercial é absorvido, porque no passado teríamos de fazer reajustes contínuos para acompanhar issoerdquo;, explicou Schlosser. Segundo ele, a estratégia comercial da Petrobras, implantada em maio deste ano, tem dado maior flexibilidade para a comercialização dos produtos da companhia.

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Postos de combustíveis self-service podem virar realidade em São Paulo

Realidade nos Estados Unidos desde os anos 50 do século XX, os postos de combustíveis self-service, ou seja, no qual o próprio cliente abastece sozinho o seu veículo sem a ajuda de um frentista, podem se tornar uma realidade na capital paulista, já que nesta quarta-feira (9/8) os vereadores que compõem a Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica deram parecer favorável ao PL (Projeto de Lei) 49/2022. De autoria do vereador Rubinho Nunes (UNIÃO) e coautoria do vereador Marcelo Messias (MDB), a proposta pretende revogar a Lei nº 12.500/1997 que proíbe o autoatendimento em todos postos de combustíveis do município. As bombas de autoatendimento nos postos de combustíveis existentes ao redor do mundo funcionam da seguinte maneira: primeiro o cliente escolhe o combustível e valor desejado, efetua o pagamento e logo em seguida a bomba de combustível é liberada para que o consumidor possa retirar o bico da bomba do gancho e abastecer o seu veículo. O bico é colocado novamente no gancho da bomba e o equipamento libera o recibo do serviço. No texto do projeto, os autores da proposta, justificam que esta maneira de abastecer os veículos se mostra bastante promissora, eldquo;pois permite a venda por um preço mais barato e um ganho de escala, visto que reduz o custo trabalhista do empresário, gerando redução dos preços dos combustíveis e ganhos estruturais em cadeiaerdquo;. Para o relator deste PL na Comissão de Trânsito, vereador Rodolfo Despachante (PSC), a instalação de bombas de autoatendimento nos postos de combustíveis vem para facilitar ainda mais a vida dos motoristas. eldquo;Não se pode impedir o avanço da tecnologia, principalmente quando a mesma se propõe a dar mais agilidade num determinado serviço. Sem contar na redução dos preços dos combustíveis que esse novo modelo pode gerar aos consumidoreserdquo;, ressaltou o parlamentar. Além deste Projeto de Lei, a Comissão aprovou cinco requerimentos, sendo três deles de autoria do vereador Adilson Amadeu (UNIÃO) convidando o secretário-executivo adjunto da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, entre outras autoridades da pasta, a prestarem esclarecimentos sobre o processo que envolve o uso de CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) na secretaria. Os CEPACs são valores mobiliários emitidos pela Prefeitura e utilizados como meio de pagamento de contrapartida para a outorga de direito urbanístico adicional dentro do perímetro de uma operação urbana consorciada. Cada CEPAC equivale a determinado valor de m² para utilização na construção de área adicional ou em modificação de usos e parâmetros de um terreno ou projeto. Com os recursos captados através da emissão dos CEPACs a Prefeitura realiza projetos de revitalização de determinada região do município. Porém, de acordo com o vereador Adilson Amadeu, muitos edifícios novos que estão sendo construídos na cidade estão deixando de efetuar o pagamento deste título imobiliário. eldquo;Tem vários casos que CEPACs e outorga não foram recolhidos aos cofres da Fazenda municipal e eu como fiscalizador do município quero informações do secretário, do subprefeito, e já temos uma CPI protocolada para tratar do tema. Caso as providências não sejam tomadas vamos dar entrada nesta CPIerdquo;, ressaltou Amadeu. A reunião desta quarta-feira, que pode ser conferida na íntegra clicando no vídeo abaixo, foi presidida pelo vereador Senival Moura (PT) e contou com a presença dos vereadores Adilson Amadeu (UNIÃO), Camilo Cristófaro (AVANTE), Danilo do Posto de Saúde (PODE), João Jorge (PSDB), Ricardo Teixeira (UNIÃO) e Rodolfo Despachante (PSC).

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Ineficiência no transporte encarece combustíveis e alimentos no Brasil, diz Roberto Ardenghy

A ineficiência no transporte encarece os combustíveis e os alimentos no Brasil e pode ser melhorada com a expansão da malha de dutos para a fronteira agrícola brasileira, afirmou Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), em entrevista ao estúdio epbr, durante a Rio Pipeline 2023 (veja a íntegra acima). eldquo;Muitas vezes as pessoas ligam o preço da gasolina e do diesel na bomba exatamente à questão do preço internacional, quanto é que aumentou o barril de petróleo e, portanto, vai aumentar a gasolina e o diesel no Brasil. Mas nós temos também um lado da ineficiência, da baixa produtividadeerdquo;, disse. Transporte ineficiente De acordo com Ardenghy o transporte rodoviário de combustíveis é ineficiente, mais caro e poluente. eldquo;Você veja a irracionalidade de uma operação na qual um distribuidor de gasolina, por exemplo, de Sinop, no Mato Grosso, manda o caminhão dele para a refinaria de Paulínia, em São Paulo, que são 1.200 km. São 60 mil litros que transporta um caminhão grande de combustível, para carregar diesel ou gasolina. Então, ele anda 1.200 km para cá, 1.200 km para lá, para levar 60 mil litros. Ora, isso não é nada dentro de um duto, é uma gota no oceano.erdquo; O presidente do IBP afirma que o mercado está se desenvolvendo nos últimos anos e cita como exemplo o alcoolduto da Logum, que liga regiões produtoras de etanol de Minas Gerais e São Paulo ao principal ponto de armazenamento de distribuição, em Paulínia (SP) e também ao Rio de Janeiro. eldquo;90% do álcool consumido hoje no Rio de Janeiro vem por esse modal de dutoerdquo;, disse. O interesse, segundo ele, se reflete na participação das empresas na Rio Pipeline 2023. O número de participantes passou de 1.300, na última feira, para 2.200 no evento deste ano.

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Transportadoras confirmam que já está faltando diesel em Minas Gerais

Já está faltando diesel para diversas empresas de transporte em Minas Gerais, como o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) alertou na noite desta terça-feira (8) que poderia ocorrer. O problema é que a Petrobras não consegue suprir toda a demanda do mercado nacional e os distribuidores de combustíveis não querem importar o combustível, alegando que a prática não compensa mais após o governo federal mudar a política de Paridade de Preços de Importação (PPI). eldquo;Neste cenário atual, as distribuidoras não estão importando porque o produto está chegando muito caro aqui no mercado nacional. A diferença de preço está em torno de 80 centavos. E é por isso que está faltando produtoerdquo;, afirma Juliana Martins, diretora do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg). Desde a mudança de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já indicou que acabaria com a prática adotada na última gestão pela Petrobras, que repassava ao consumidor todo o reajuste do valor do petróleo no mercado internacional. Atualmente, a Petrobras segura parte do aumento. De acordo com relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), publicado na terça-feira, a defasagem do diesel entre o preço praticado no Brasil e o mercado externo é de 22%. eldquo;Já começou a faltar diesel. Está tendo uma restrição pesada e ninguém consegue atender com totalidade os seus parceiros. A Shell não consegue atender todos os clientes dela, a Ipiranga também não. Então já há uma redução na quantidade solicitadaerdquo;, explica a diretora do Setcemg. eldquo;Uma transportadora que consome 10 mil litros de diesel por dia, por exemplo, está recebendo 5 mil. A gente está tendo que fazer uma seleção de quantidades para tentar ver se isso acontece por um curto período de tempo e vamos trabalhando desta forma. Mas infelizmente o mercado interno não está suprido neste momento, especialmente do diesel S10. O S500 ainda tem uma quantidade, mas o S10 está faltando muitoerdquo;, alerta Martins. Nos postos, o risco é maior de faltar diesel nos estabelecimentos de marca própria, principalmente no interior de Minas, segundo a diretora do Setcemg. eldquo;As distribuidoras procuram suprir os postos que elas têm bandeira. Por exemplo, a Shell supre os postos da própria Shell, a Ipiranga a mesma coisa. E os de bandeira branca, como não têm distribuidor fidelizado, acabam ficando sem produtoerdquo;. Serviços básicos terão prioridade no abastecimento Segundo o sindicato que representa as transportadoras, as distribuidoras já garantiram que vão priorizar o abastecimento de empresas que prestam serviços de necessidade básica. eldquo;É lógico que há uma priorização para os hospitais, que necessitam de diesel para seus geradores, também para empresas de coleta de lixo. Então os mercados que não podem parar de jeito nenhum são priorizados. O restante a gente vai suprindo à medida que vai tendo liberação do produto nas distribuidoras. Então há sim o risco de uma paralisação pelo menos de parte dos serviçoserdquo;, justifica Juliana Martins. Qual seria a solução? A única saída para o problema, segundo o Setcemg, seria a Petrobras voltar com a política de Paridade de Preços de Importação e desistir de segurar o valor dos combustíveis no mercado interno. eldquo;Não é algo que agrada ao consumidor, que é realmente voltar à adoção da política de paridade de preços. Mas para suprir o mercado, é a única forma existente no momento para poder regularizar a situação. Porque aí as distribuidoras vão voltar a importar e a gente consegue suprir o mercado como um todo. Mas enquanto houver esta opção de segurar preços internamente, ficará difícil porque as distribuidoras não importam maiserdquo;, explica a diretora do Setcemg. Uma outra possibilidade seria o governo federal criar um subsídio para evitar tanto prejuízo dos distribuidores de combustíveis. Mas Juliana Martins não acredita nesta possibilidade. eldquo;É uma possível solução. Nunca aconteceu esse modelo e acredito que a Petrobras não faça isso uma vez que ela já está perdendo dinheiro subsidiando o preço do produto interno. Traria problemas financeiros para a empresaerdquo;. E segundo ela, a situação pode ficar ainda pior, com o risco real de paralisação de alguns serviços. eldquo;Essa situação de agora é porque as distribuidoras não importam há três meses. Hoje a gente está vendo o reflexo de meses atrás, quando houve essa mudança mais agressiva da Petrobras, mantendo os preços aqui mais baixos. E se o governo não mudar agora, daqui a três meses vai estar pior do que está hojeerdquo;. Resposta da Petrobras A Petrobras não vê risco de desabastecimento de diesel. Segundo a empresa, ela está eldquo;cumprindo integralmente suas obrigações contratuais junto às distribuidoras. Destaca-se ainda que, atualmente, o mercado brasileiro é atendido por diversos atores além da Petrobras (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores), que produzem e importam derivados com frequência e têm plena capacidade de atender demandas adicionaiserdquo;, diz em nota.

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Petróleo brent atinge maior valor desde janeiro por oferta mais apertada

Os preços do petróleo atingiram novos picos nesta quarta-feira, com o Brent atingindo seu nível mais alto desde janeiro, depois que uma forte redução nos estoques de combustível dos EUA e cortes na produção saudita e russa ajudaram a compensar preocupações com demanda mais fraca da China. O petróleo Brent fechou com alta de 1,38 dólar, ou 1,6%, a 87,55 dólares o barril, máxima desde 27 de janeiro. O petróleo nos EUA (WTI) fechou com avanço de 1,48 dólar, ou 1,8%, a 84,40 dólares, máxima desde novembro de 2022. Os estoques de gasolina dos EUA caíram 2,7 milhões de barris na semana passada, enquanto os estoques de derivados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, caíram 1,7 milhão de barris, mostraram dados do governo, em comparação com as expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters para ambos se manterem praticamente estáveis. eldquo;As quedas nos (estoques de) produtos refinados continuam altistas para o mercado de petróleoerdquo;, disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates em Houston. Os mercados, em grande parte, ignoraram um aumento acima do esperado de 5,85 milhões de barris nos estoques de petróleo dos EUA, após uma redução recorde na semana anterior. A redução do estoque de combustível dos EUA ajudou a compensar algumas preocupações com a demanda depois que dados chineses na terça-feira mostraram que as importações de petróleo bruto em julho caíram 18,8% em relação ao mês anterior, para a menor taxa diária desde janeiro. Do lado do suporte dos preços, no entanto, estão os planos do principal exportador, a Arábia Saudita, de estender seu corte voluntário de produção de 1 milhão de barris por dia (bpd) por mais um mês, incluindo setembro. A Rússia também disse que reduziria as exportações de petróleo em 300.000 bpd em setembro. eldquo;A recuperação mais recente é impulsionada principalmente pela promessa de grandes produtores, como Arábia Saudita e Rússia, de manter a oferta moderada por mais um mêserdquo;, disse Charalampos Pissouros, analista sênior de investimentos da corretora XM. (Reuters)

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Artificialismo da Petrobras (PETR4) e aumento na gasolina: O que mexe com o etanol?

Nas últimas duas semanas, o preço do etanol tem retomado patamares mais elevados, segundo o indicador do biocombustível do Cepea/Esalq, atingindo R$ 2,1297/litro até o dia 4. Como você leu na semana passada, segundo Marcelo Di Bonifácio, analista de açúcar e etanol na StoneX, no dia 21 de julho, o biocombustível atingiu o eldquo;pisoerdquo; de R$ 2,09 o litro. Nesta semana, o destaque fica para os números de consumo do biocombustível de junho, a crítica do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) para os eldquo;artificialismoserdquo; nos reajustes dos combustíveis fósseis, em especial a gasolina, assim como para um possível aumento da mistura de etanol na gasolina. Artificialismo da Petrobras (PETR4) Durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Abag, em São Paulo, o presidente da Unica, Evandro Gussi, disse que os eldquo;artificialismoserdquo; só fizeram o setor de biocombustíveis no Brasil sofrer. Na visão de Gussi, o controle de preços de combustíveis fósseis é um eldquo;subsídio inadmissívelerdquo; no século XXI. Para o analista da StoneX, apesar de a fala soar polêmica, o comentário é natural por parte da Unica. eldquo;Como falamos recentemente, há um espaço para um aumento no preço da gasolina por parte da Petrobras (PETR4), já que o valor do combustível está 21% defasado comparado com a antiga política de preço de paridade de importação (PPI), segundo a Abicom. No entanto, esse reajuste é favorável ao etanol, já que, se a gasolina sobe, a paridade na bomba cai ainda mais, o que tende a aumentar o consumo e o preço do biocombustível, sendo benéfico para as usinaserdquo;, explica. Bonifácio relembra que, em 2021, a estatal realizou uma série de reajustes, a partir da PPI, com a maior parte deles resultando em altas para gasolina, política favorável ao etanol. eldquo;Desde o fim da PPI, o momento de alta para gasolina não tem se refletido no preço da Petrobras, então há espaço para um aumento, o que favorece o biocombustível. Ao que tudo indica, a estatal tem evitado novos reajusteserdquo;, afirma. Consumo de gasolina e etanol em junho De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o consumo de etanol hidratado atingiu 1,17 bilhão de litros no Brasil, sendo 1,07 bilhãode litros apenas no Centro-Sul, ambos registrando quedas mensais e anuais. Segundo Bonifácio, a expectativa era de que o consumo de etanol crescesse no Centro-Sul, uma vez que a paridade entre o hidratado e a gasolina caiu, na média, cerca de 3,5% em termos mensais, mas ficou abaixo de 70% (favorável ao biocombustível) na região apenas em julho. eldquo;Por outro lado, a participação do etanol hidratado no Ciclo Otto (gasolina + etanol) foi de 21,2%, 1% acima do registrado em maio, o que reflete esse ganho de competitividade relativo para o biocombustívelerdquo;, diz. Fora os dados da ANP, a expectativa fica para os números da Unica referentes à segunda quinzena de julho, que devem ser divulgados entre amanhã (10) e o início da próxima semana. O mercado projeta um aumento na produção do biocombustível e nas vendas domésticas, uma vez que na segunda metade de julho já eram observados preços ainda mais desvalorizados, com a demanda se reaquecendo. eldquo;O mix nas usinas, por sua vez, continua maximizado para o açúcar, uma vez que a commodity segue fortalecida em Nova Iorque, pagando bem mais que o etanol. Na primeira quinzena de julho, o mix foi de 50,1%, e esse patamar pode se repetir na segunda metade do mêserdquo;, comenta. No acumulado, a StoneX estima que a safra 2023/2024 no Centro-Sul feche com um mix açucareiro de 48%. Aumento de etanol na gasolina Na última sexta-feira (4), a fabricante de biocombustíveis Be8 (antiga BSBios) anunciou os detalhes da construção de uma usina de etanol de cereais em Passo Fundo (RS), com investimento de R$ 556 milhões. Durante o anúncio da nova planta, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que o aumento da mistura de etanol na gasolina pode passar de 27% para 30%. Apesar de o governo eldquo;flertarerdquo; com esse novo aumento da mistura, Bonifácio não enxerga essa elevação no curto prazo. eldquo;Esse aumento está mais no campo do discurso neste primeiro momento, com o governo elsquo;testandoersquo; o mercado e a população quanto a essa possibilidade. Caso aumente, isso deve resultar em uma queda nos preços da gasolina, já que aumenta a presença do anidro, favorecendo as usinas produtoras de etanolerdquo;, pontua. Por fim, o analista vê a nova usina da Be8 como um catalisador no longo prazo, sendo capaz de atender essa demanda crescente pelo biocombustível.

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