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Campos Neto: IPCA ficou acima do esperado pelo mercado, mas vemos a inflação voltando para a meta

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 11, que a alta de 0,12% no IPCA de julho ficou um pouco acima do que o mercado esperava, mas considerou que a inflação está voltando para a meta. eldquo;A inflação em 12 meses é um pouco poluída porque tivemos a desoneração (dos combustíveis) no segundo semestre de 2022 que jogou a inflação muito para baixo. Sempre uso para comparar que a nossa inflação de seis meses está igual à de um anoerdquo;, afirmou, em palestra no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), em Curitiba. Campos Neto repetiu que o BC tem olhado com mais atenção a inflação de serviços, que tem caído mais lentamente. eldquo;A gente vê principalmente a questão de mão de obra, tem sido difícil contratar em alguns setores, e em outros casos há mão de obra sobrando. A parte de núcleos de serviços está bem acima da meta, mas o número de hoje nessa parte foi um pouquinho melhorerdquo;, completou. Ele voltou a dizer que um processo de queda dos juros sem credibilidade tem efeitos contrários no crédito, no crescimento da economia e no emprego. eldquo;O importante não é o que você faz com os juros, mas como você faz isso. Se fosse apenas apertar um botão para subir ou cair os juros, seria muito fácil, não teria crise nunca. Mas, infelizmente, essas soluções fáceis são enganosaserdquo;, disse. Campos Neto repetiu que o BC tem olhado com mais atenção a inflação de serviços, que tem caído mais lentamente. eldquo;A gente vê principalmente a questão de mão de obra, tem sido difícil contratar em alguns setores, e em outros casos há mão de obra sobrando. A parte de núcleos de serviços está bem acima da meta, mas o número de hoje nessa parte foi um pouquinho melhorerdquo;, completou. Ele voltou a dizer que um processo de queda dos juros sem credibilidade tem efeitos contrários no crédito, no crescimento da economia e no emprego. eldquo;O importante não é o que você faz com os juros, mas como você faz isso. Se fosse apenas apertar um botão para subir ou cair os juros, seria muito fácil, não teria crise nunca. Mas, infelizmente, essas soluções fáceis são enganosaserdquo;, disse. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,5 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano, o que surpreendeu uma parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais eldquo;parcimoniosaerdquo;, de 0,25 ponto. O colegiado sinalizou ainda a manutenção desse ritmo de cortes nas próximas reuniões.

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Ministro descarta risco no abastecimento de combustíveis; setor vê aperto localizado

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira que não há risco de desabastecimento de combustíveis no Brasil, após agentes de mercado apontarem nos últimos dias restrições pontuais na oferta de produtos pelas distribuidoras em diversos Estados do país. O ministro fez o comentário ao ser questionado sobre o cenário atual de oferta, que estaria sendo impactado por uma decisão da Petrobras de manter preços de diesel e gasolina abaixo dos praticados no mercado internacional, segundo representantes do mercado. O movimento da petroleira estaria desestimulando a importação por terceiros, segundo representantes do mercado ouvidos pela Reuters. O Brasil importa cerca de um quarto do necessário para atender a demanda. Fontes do setor, no entanto, dizem que não há falta de produto no mercado. "Tenho absoluta convicção que não (vai faltar combustíveis)", disse Silveira a jornalistas, acrescentando que a Petrobras tem "autonomia e independência" para definir seus preços e que a empresa já informou ao governo que faria reajustes se necessário diante de uma alta da cotação do petróleo. A Petrobras atendeu pedidos de fornecimento de diesel feitos pelas distribuidoras em agosto e as solicitações para setembro estão sendo negociadas, afirmou nesta semana o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da companhia, Claudio Schlosser, descartando riscos para abastecimento. Em nota a clientes nesta sexta-feira, analistas do Goldman Sachs afirmaram acreditar que a Petrobras "pode estar prestes a aumentar o preço do combustível no Brasil, especialmente para manter o mercado equilibrado e evitar a escassez de combustível no Brasil, principalmente no lado do diesel, dado que cerca de 25% da oferta vem de importações". Os analistas do Goldman afirmaram ainda que representantes da administração da Petrobras disseram na véspera em reunião com investidores que a empresa continua lucrativa com os preços atuais e, portanto, vê menos necessidade de ajustar as cotações a partir dessa perspectiva. O cenário ocorre após a petroleira ter adotado neste ano uma nova estratégia comercial, que deixou de seguir apenas paridade de importação e passou a considerar outras variáveis, como o custo alternativo do cliente, buscando ser o mais competitiva possível. Cálculos da consultoria StoneX apontam que o diesel da Petrobras precisaria atualmente de um reajuste de 37,7% para ficar em paridade com o mercado internacional, enquanto a gasolina da companhia necessitaria de uma alta de 24,3%. "Estamos de fato tendo algumas restrições. A defasagem da Petrobras desincentivou a compra de produto importado para essas regiões, que estão reportando falta", disse a consultoria em gerenciamento de risco da StoneX em nota, reiterando ainda que a capacidade de refino da Petrobras não é suficiente para suprir toda demanda brasileira por combustíveis. A petroleira atingiu um fator de utilização (FUT) médio do seu parque de refino de 93% no segundo trimestre, maior nível desde o terceiro trimestre de 2015, e sinalizou que poderá elevar ainda mais o indicador para acima de 95%. A empresa tem batido recordes mensais de produção de diesel S-10. ALERTAS SOBRE A OFERTA A Fecombustíveis, federação que representa cerca de 40 mil postos de combustíveis no país, confirmou nesta sexta-feira que está havendo restrição de produtos pelas distribuidoras, em diversos pontos espalhados pelo Brasil, mas frisou que não há desabastecimento. Já a Federação Brasilcom, que agrega mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis instaladas em quase todos os Estados brasileiros, afirmou em nota que "não tem notícias de desabastecimento de diesel, apenas informações de faltas pontuais e localizadas, mas todas sanadas e abastecidas dentro das cotas do dia". O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, afirmou que a Petrobras não está fazendo nada diferente do que prometeu, segurando por mais tempo a realização de ajustes. Mas pontuou que a empresa precisa dar previsibilidade ao mercado, para que os agentes possam se posicionar para não faltar produto. Apesar dos alertas de integrantes do setor, os preços dos combustíveis nos postos estão relativamente comportados. O diesel S-10 acumulou alta de quase 1% no primeiro decêndio de agosto nos postos brasileiros, para uma média de 5,17 reais o litro, invertendo uma tendência de queda recente, apontou nesta sexta-feira o Índice de Preços Ticket Log (IPTL) Procurada, a reguladora do setor de petróleo ANP afirmou que no momento não há informes relativos à redução na oferta nacional ou internacional de diesel, tampouco foram relatados à agência problemas relativos à falta de óleo diesel, gasolina ou de qualquer outro produto. "Os estoques de diesel situam-se em patamares satisfatórios, sendo suficientes à demanda interna. As importações complementam a oferta interna de produto", afirmou a autarquia. (Reuters)

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Diretoria da Petrobras discute o reajuste dos combustíveis

Jean Paul Prates foi procurado pela ANP para falar de reajustes de combustíveis. A agência mostrou-se preocupada, uma vez que a estatal estaria segurando o aumento dos preços. O presidente da Petrobras respondeu que sua diretoria está discutindo essa possibilidade para breve. As apostas do setor convergem para que na semana que vem seja anunciado o reajuste. Mas não seria um aumento que acabará com a defasagem atual. A expectativa é de um reajuste mais contido. De acordo com estimativas da Abicom (associação Brasileira dos Distribuidores de Combustíveis), a defasagem da Petrobras no diesel em relação aos preços internacionais chegou a 30% anteontem. Para a gasolina, a defasagem é de 26%.

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Fecombustíveis participa do 17º Congresso de Revendedores do Sudeste do Brasil  

O primeiro dia do 17º Congresso de Revendedores do Sudeste do Brasil realizado, ontem (10), em Belo Horizonte (MG), foi um sucesso. Promovido pelo Minaspetro e demais sindicatos revendedores do Sudeste, o evento contou com a participação de James Thorp Neto, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis (Fecombustíveis), autoridades públicas locais e revendedores de todo o país. Na cerimônia de abertura, o anfitrião Rafael Macedo, presidente do Minaspetro, mostrou o trabalho competente que está sendo desenvolvido junto à revenda mineira e recomendou aos sucessores do negócio familiar para se espelharem nos pais. "Vocês tem nos pais toda potência por ser explorada. O cargo que tenho hoje é muito mais do que eu sonhei. Sonhem grande, mas só um sonho não basta, resolvam, aos poucos, os pequenos problemas do dia a dia", disse destacando aos jovens sucessores que nada acontece de imediato, tudo é construído com pequenos passos. Com pouco mais de 30 anos, Macedo chegou à presidência do Minaspetro implementando modernidade e inovação, porém contou com a referência dos presidentes antecessores, Paulo Miranda Soares e Carlos Eduardo Guimarães, o Cadu. James Thorp Neto destacou que é preciso desmistificar a imagem do empresário da revenda, que chega a ser tratado com desrespeito quando há alteração de preços nas refinarias ou mudança nos impostos dos combustíveis. "O Brasil é um país capitalista e o empresário sobrevive do lucro. Hoje, a gente vive um momento em que ter lucro parece ser uma coisa errada. O lucro faz parte da atividade econômica", disse. "O posto, que nem porta tem, recebe a polícia e tem que justificar os preços, que são gerados pelas oscilações do mercado. O revendedor precisa ser respeitado. Ele é um empresário gera emprego e renda. E para melhorar as condições do trabalhador passa necessariamente pelo sucesso da empresa ", disse. Thorp exemplificou que na composição de preços da gasolina, os impostos federais e estaduais pesam mais do que as margens da revenda, segundo os dados oficiais da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). "E o revendedor é acusado por ter lucro abusivo, será que a culpa é do revendedor? Não podemos carregar uma culpa que não é nossa. Ter lucro não é ser irregular, todo empresário trabalha para ter lucro", finalizou. O 17º Congresso de Revendedores do Sudeste do Brasil termina hoje (11) e traz uma programação intensa, com palestrantes de renome, e feira de exposições com novidades para a revenda. Confira a cobertura completa na próxima edição da revista Combustíveis e Conveniência.

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Defasagem da Petrobras toca maior nível do ano

A diferença entre os preços da gasolina e do óleo diesel praticados pela Petrobras e as cotações internacionais alcançou os maiores níveis registrados no ano, conforme cálculos de especialistas, colocando mais pressão para que a petroleira promova reajustes.Caso a empresa opte por elevar os preços nas refinarias, será a primeira vez desde a adoção da nova estratégia comercial. O avanço do Brent elevou a defasagem da gasolina da Petrobras para 35,4% (R$ 1,21 por litro) em relação aos preços internacionais, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). No diesel, a defasagem foi de 29,5% (R$ 1,28 por litro). Para a StoneX, a diferença da gasolina foi de 24% (R$ 0,6/litro), e de 36,2% (R$ 1,10/litro) do diesel. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Crédito rotativo do cartão deve ser extinto, afirma presidente do BC

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou ontem a senadores que o crédito rotativo no cartão de crédito deve ser extinto. Segundo ele, o grupo de trabalho formado por BC, Ministério da Fazenda e bancos para analisar o tema deve apresentar nos próximos 90 dias uma solução no âmbito do Conselho Monetário Nacional (CMN). O rotativo é um tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento. O exemplo mais comum é a quitação do chamado valor mínimo da fatura. O rotativo, porém, passa a valer quando o consumidor paga qualquer quantia que não seja o valor integral. A diferença entre o valor total e o que foi pago de fato se transforma em um empréstimo. Assim, passam a ser cobrados juros sobre o valor que faltou pagar. A taxa média de juros do crédito rotativo cobrada pelos bancos está em torno de 437% ao ano. No mês passado, a inadimplência na modalidade ficou em 49,1%. No entanto, o entendimento do setor é de que apenas o fim da modalidade, com a dívida sendo automaticamente parcelada com juros mais baixos, não deve ser suficiente para realmente baixar as taxas. Desde 2017, na segunda fatura depois que o consumidor recorre ao rotativo os bancos são obrigados a transferir a dívida para um parcelamento com juros mais baixos. Nessa modalidade, as taxas hoje estão em 196,1% ao ano. eldquo;A solução está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito possa ir direto para o parcelamento (mensal), e seja uma taxa ao redor de 9% (de juro mensal, equivalente a 181% em 12 meses)erdquo;, afirmou ele, durante audiência pública no plenário do Senado. DESENROLA. Além do grupo de trabalho, a Câmara também discute os juros do rotativo como parte da Medida Provisória do Desenrola, programa de renegociação de dívidas para quem está com o nome sujo. O relator da MP, deputado Alencar Santana (PT-SP), deve incluir no texto um dispositivo que obrigaria a autorregulação dos bancos sobre os juros do rotativo. Nesse caso, se os bancos não estabelecessem uma norma em 90 dias, seriam obrigados a cobrar no máximo 8% ao mês endash; o teto das taxas do cheque especial, uma outra modalidade de crédito. Para aceitar a autorregulação, porém, os bancos querem limitar o parcelamento de compras no cartão em até 12 meses. As instituições dizem que o parcelamento sem juros e a inadimplência implicam cobrança de taxas maiores no cartão de crédito. Nas alturas Taxa média cobrada pelas operadoras de cartão no crédito rotativo em junho foi de 437,25% ao ano O uso do rotativo do cartão de crédito endash; linha de financiamento mais cara do País, amplamente difundida entre a população de menor renda endash; mais do que dobrou nos últimos três anos. A concessão cresceu 108% no período entre junho de 2020 e o mesmo mês de 2023, quando alcançou R$ 30,2 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC). Os juros médios nessa modalidade superaram os 437% ao ano (números de junho), mas instituições chegam a cobrar quase 1.000%, segundo o BC. O consumidor cai no rotativo toda vez que opta por pagar apenas uma parte da fatura do cartão até o vencimento. Nesse cenário, a inadimplência alcançou o recorde de 53% em maio (agora está em 49%), e levou governo e Congresso a pressionarem pela queda dos juros. Temendo um tabelamento, como ocorreu com o cheque especial endash; que hoje tem teto de 8% ao mês endash;, os bancos aceleraram as negociações com varejistas e empresas do setor. RAZÕES. Essa disparada na concessão do rotativo, segundo especialistas, tem diversas explicações. Elas vão desde o impacto da pandemia no orçamento até a proliferação do número de cartões e o maior acesso a esse tipo de crédito, passando pela falta de educação financeira. eldquo;Muitas pessoas, principalmente as que estavam na informalidade, tiveram períodos de perda de renda durante a pandemiaerdquo;, afirma a coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim. Ela explica que, por falta de opção, as famílias de baixa renda acabam recorrendo a linhas de crédito sem garantias, que têm juros mais elevados. eldquo;A grande oferta de cartões atende a essa necessidade, mas isso vem acompanhado da maior taxa do mercadoerdquo;, diz. VÁRIOS CARTÕES. A proliferação de cartões de crédito, com a entrada de novos concorrentes, ajuda a explicar o maior uso do rotativo. Dados do BC apontam que 20 milhões de pessoas passaram a ter acesso a um ou mais cartões entre 2019 e 2022. Uma expansão positiva, do ponto de vista de inclusão financeira, mas que tem potencial de aumentar o nível de endividamento das famílias, alerta o BC. O aumento nas emissões foi puxado pelas instituições digitais, mas a autoridade monetária também cita as instituições financeiras pequenas e médias e aquelas ligadas às lojas varejistas. Ricardo Vieira, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), diz que a Abecs está finalizando uma proposta com medidas que podem contribuir para a redução do juro do rotativo. EDUCAÇÃO FINANCEIRA. A falta de educação financeira também está no cerne da disparada do uso do rotativo. Ione, do Idec, aponta que parte dos consumidores usa o cartão para pagar despesas correntes e, assim, eldquo;complementarerdquo; a renda do mês. Na hora da compra, os consumidores avaliam se a parcela cabe no bolso, mas esquecem os juros. Os especialistas também apontam que falta planejamento de longo prazo para se adquirir bens à vista, sem ter de recorrer aos parcelamentos.

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