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Daoud: autossuficiência em petróleo não garante ao Brasil combustíveis baratos

Ao telejornal Mercado e Companhia, o analista econômico Miguel Daoud discutiu a disparidade de preços dos combustíveis praticados no mercado interno em relação ao mercado externo. Questionado sobre o custo de extração e refino de petróleo, Daoud apontou que gira em torno de 38 dólares, levantando dúvidas sobre a prática de adotar preços do mercado internacional. O especialista enfatizou a autossuficiência em petróleo do país, mas destacou a falta de capacidade de refino. Para ele, investir nesse setor é crucial para fortalecer as contribuições do comércio exterior brasileiro. A recente queixa das distribuidoras sobre a oferta restrita de diesel também foi abordada na entrevista. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) relatou a nova política de preços da Petrobras como um fator que impacta as importações. Enquanto a Petrobras mantém os valores internos congelados, o litro do diesel já apresenta uma defasagem de R$ 1,29 em relação à paridade. Além disso, o mercado enfrenta um aumento de 23% no preço da gasolina. O Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de petróleo, precisa analisar cuidadosamente sua estratégia econômica diante desses desafios.

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Tensões geopolíticas e desânimo com a China impactam fechamento do petróleo

O petróleo fechou em baixa nesta segunda-feira (14), com a aversão a risco nos mercados internacionais apoiando o dólar e pressionando as cotações das commodities. A cautela é inspirada por temores pela demanda da China, em meio à crise de crédito da incorporadora chinesa Country Garden, além de preocupações com as tensões geopolíticas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em baixa de 0,80% (US$ 0,68), a US$82,51 o barril. O petróleo Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,69% (US$ 0,60), a US$ 86,21 o barril. eldquo;Os preços do petróleo vinham subindo há várias semanas com as preocupações sobre o aperto da oferta em relação à demanda. Agora, parece que a demanda chinesa pode não ser tão robusta como os mercados precificavamerdquo;, comentou o analista-chefe de Mercados da CMC Markets, Michael Hewson. O mercado digere o default da Country Garden no pagamento de juros de dois títulos em dólar, com valor nominal total de US$ 1 bilhão, em mais um sinal de dificuldade no setor imobiliário chinês. Os investidores também observaram os ataques russos contra navio turco que navegava no Mar Negro e contra a cidade portuária ucraniana de Odessa. eldquo;A notícia de que um navio mercante foi alvejado aumentará as preocupações dos comerciantes de commodities, proprietários de embarcações e seguradoras sobre os perigos do Mar Negroerdquo;, comentou o Rabobank.

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Petrobras pode subir preço da gasolina em até 25% para zerar defasagem

A Petrobras (PETR3; PETR4) precisa elevar o preço da gasolina em R$ 0,80 emdash; ou 25% emdash; para zerar a defasagem do combustível nas refinarias, calcula o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. Segundo ele, ainda assim, um reajuste nesse patamar parece eldquo;pouquíssimo provávelerdquo;. O economista-chefe lembra que o valor da gasolina na refinaria representa cerca de 35% do preço final, vendido nos postos de gasolina. Ou seja, um reajuste de R$ 0,80 no início da cadeia equivale a uma alta de R$ 0,26 nas bombas emdash; ou um terço (1/3) do anunciado. Segundo informações do colunista dersquo;O Globo, Lauro Jardim, a Petrobras pode finalmente elevar os preços da gasolina e diesel nesta semana. Se confirmada, essa será a primeira alta nos preços desde 17 de junho do ano passado, quando anunciou reajuste de 5,18% na gasolina e de 14,26% no diesel. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, teria sido procurado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para falar sobre o preço dos combustíveis. A agência já manifestou sua preocupação com a defasagem da gasolina, que está em 26% ante os preços internacionais. Em relação ao diesel, o número chega a 30%. Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento. Os combustíveis da Petrobras e a política monetária Sanchez, da Ativa, ainda destaca que um eventual reajuste da gasolina da Petrobras em 9%, por exemplo, poderia ter um impacto de quase 15 pontos base no headline do IPCA. O economista André Perfeito já alertava que a defasagem poderia criar ruídos desnecessários na condução da política monetária. eldquo;Apesar do mercado ter jogado a racionalidade para debaixo do tapete, a persistência em não termos um direcionamento mais claro da política de preços da Petrobras pode ter um custo desnecessárioerdquo;, diz. Segundo ele, a eldquo;batalha pelo curto prazo está ganhaerdquo;, pois o Banco Central tem sinal verde para continuar cortando a Selic, mas a questão é o longo prazo. eldquo;Quando falo longo prazo me refiro as expectativas de inflação em horizontes mais longos. Estas estacionaram em 3,5%, acima do centro da meta de 3%, mas dentro do intervalo de confiança do regime de metaserdquo;, afirma. Perfeito destaca que o BC disse que irá manter a taxa de juros em campo contracionista até ver as expectativas em horizontes mais longos recuarem. Contudo, caso a Petrobras diminua a defasagem, por mais que gere mais inflação no curto prazo, ajudaria a ancorar ainda mais as expectativas. eldquo;Nem que seja por estratégia política, valeria a pena repassar parte das altas agora na gasolina. Melhor subir agora que em 2024, ano de eleições municipaiserdquo;, diz o economista.

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Preço da gasolina da Petrobras está 45% abaixo do PPI, diz XP

A Petrobras segue segurando reajustes nos preços dos combustíveis apesar da escalada na cotação do barril de petróleo. O preço médio da gasolina vendida nas refinarias da estatal está R$ 1,15 abaixo das cotações internacionais, aponta relatório da XP Research divulgado nesta 2ª feira (14.ago.2023). A diferença em relação ao PPI (Preço de Paridade de Importação) representa 45% do valor atual praticado pela estatal No caso do óleo diesel, o eldquo;descontoerdquo; equivale a 31% do preço, ou seja, R$ 0,95 abaixo das estimativas a partir das cotações internacionais do barril de petróleo e do câmbio, segundo o boletim semanal da XP sobre o PPI. O relatório compara a diferença nos preços com os valores atuais da Petrobras. O estudo é assinado pelos analistas André Vidal e Helena Kelm. Clique aqui para ler mais.

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Infra Gás recebe aval do Cade para compra de fatias da Commit em distribuidoras de gás do Nordeste

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda das participações detidas pela Commit (ex-Gaspetro) nas distribuidoras de gás canalizado de Alagoas (Algás), Ceará (Cegás), Pernambuco (Copergás), Rio Grande do Norte (Potigás) e Sergipe (Sergas) para a Infra Gás e Energia. A conclusão do negócio, contudo, ainda depende de cláusulas precedentes, como o exercício do direito de preferência dos sócios da Commit nas distribuidoras endash; como a Mitsui e os estados, acionistas controladores das concessionárias. De acordo com o parecer do Cade, sobre a alienação, a opção pelo exercício de preferência pela Mitsui implicaria num novo ato de concentração. Em 2022, o órgão antitruste aprovou a aquisição da Gaspetro, por R$ 2 bilhões, sem restrições, mas com uma ressalva: a de que a Compass teria que cumprir um plano de desinvestimento anunciado pela própria companhia, na ocasião. A empresa do grupo Cosan se comprometeu a enxugar seu portfólio após a operação endash; da participação nas 18 distribuidoras originalmente reunidas na Gaspetro, o plano era ficar com seis, todas no Centro-Sul. Desde então, a Compass se desfez de parte dos ativos. Sacramentar o contrato com a Infra Gás é o último passo dessa gestão de portfólio. A Infra Gás e Energia tem acordo com a Compass para comprar: 29,4% na Cegás (CE) 83% da Potigás (RN) 41,5% da Copergás (PE) 29,4% da Algás (AL) e 41,5% da Sergas (SE) A operação prevê a cisão da Commit em duas novas sociedades, sendo uma delas a Commit Nordeste endash; alvo da venda para a Infra Gás e que reúne as participações da Commit na Copergás, Algás, Sergás, Cegás e Potigás. Infra Gás é estreante no mercado de gás A Infra Gás é a mais nova empreitada de dois empresários com negócios no Rio de Janeiro: João Henrique Sigaud Cordeiro Guerra e Marconi Braga Edmundo. Eles são sócios em uma série de empresas, em diferentes campos do setor de infraestrutura, e com histórico de contratos com o poder público. A Infra S.A. Investimentos e Serviços é uma das holdings da dupla. No passado, atuava em obras de manutenção de rodovias. É debaixo do guarda-chuva da Infra S.A. que está a Infra Gás e Energia, fundada pelos empresários em 2021, com capital social de R$ 30 milhões. Também compõem a holding a GTP Energia, empresa em fase pré-operacional, concebida para atuar em projetos de gás e energia e que tem autorização da ANP para comercialização de gás natural; além da Infra Operações Aeroportuárias Farol De São Tome S.A. e a Infra Operações Aeroportuárias Campos Dos Goytacazes S.A. Essas últimas duas companhias administram, respectivamente, o Heliporto Farol de São Tomé e o Aeroporto Bartolomeu Lysandro, ambos em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Sigaud e Edmundo também atuam, na mesma região, na revenda de combustíveis de aviação da Air bp para o heliporto e aeroporto, por meio das empresas BASE Combustíveis e Beta Combustíveis endash; que ficam, por sua vez, debaixo de uma segunda holding da dupla, a Estrutura Asset Management. A Infra Gás informou ao Cade que um dos motivos da compra das distribuidoras do Nordeste é o potencial de crescimento dessas concessionárias de gás por meio de investimentos que eldquo;potencializarão a capacidade de produção e, consequentemente, o incremento ao atendimento do mercadoerdquo;.

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Comunicado Fecombustíveis

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) afirma que, de acordo com informações apresentadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), não há desabastecimento de diesel e gasolina no país. Atualmente, há uma restrição nas entregas de combustíveis em algumas bases de distribuição para os postos, o que não significa necessariamente falta de produtos para a ponta final da cadeia (postos e distribuidoras). Consultada pela Fecombustíveis, a ANP informou que os níveis de estoques estão em normalidade. Conforme a Agência, até o momento, nenhuma distribuidora relatou estar operando abaixo dos estoques mínimos. Com a alta da cotação do petróleo no mercado internacional, as refinarias da Petrobras passaram a comercializar combustíveis por custos menores no mercado interno, o que pode ter impactos sobre a importação e para as refinarias privadas do país. De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), no período entre 4 e 10 de agosto, a defasagem de preços da gasolina comercializada pela Petrobras em relação aos preços internacionais é de 31,15% (R$ 1,14 por litro) e a do diesel atinge 27,68% (R$ 1,17 por litro). Hoje, o Brasil precisa contar com a importação de óleo diesel e gasolina para manter o abastecimento no país, o que tem causado preços mais elevados, de forma generalizada, tanto para as distribuidoras quanto para os postos. Também deve-se levar em consideração outro reflexo do produto importado para o mercado interno. Com a diferença de valores entre os combustíveis adquiridos no mercado externo e os comercializados pelas refinarias da Petrobras, a janela da importação pode fechar em determinados períodos, eventualmente causando diminuição de produto disponível no país. Além disso, parte do abastecimento é suprido pelas refinarias privadas, que também seguem os preços do mercado internacional, como, por exemplo, as refinarias de Mataripe (BA) e Clara Camarão (RN), na região Nordeste, e a Ream no Amazonas, o que eleva os preços do suprimento dos combustíveis em determinados locais do país. Outro desdobramento da elevação de custos em certos locais envolve a complexidade do sistema logístico e a demanda por fornecedores de diesel e gasolina a preços mais competitivos. Os postos de marca própria, também chamados de postos bandeira branca, buscam adquirir combustíveis em bases de distribuição alternativas na busca por menores preços, que não as tradicionais supridoras locais. Este é outro reflexo do momento atual, ocasionando sobrecarga de pedidos em determinadas bases em detrimento a outras e, consequentemente, restrição nas entregas de produtos pelas distribuidoras. Essa questão de mercado aponta para uma situação atípica. Os postos de marca própria (bandeira branca) podem ter dificuldade para adquirir combustíveis a preços competitivos em virtude do aumento de custos generalizado por parte das distribuidoras. Além disso, em uma situação de restrição de combustíveis, as distribuidoras nacionais priorizam as entregas de produto para os postos da sua rede bandeirada, visando o cumprimento dos contratos. Ou seja, em alguns locais, pode ocorrer restrições pontuais de fornecimento pelas distribuidoras, principalmente para os postos de marca própria. Importante ressaltar que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada distribuidora e posto revendedor decidir se irá repassar ou não ao consumidor as elevações de preços totais ou parciais, de acordo com suas estruturas de custo, posicionamento de mercado e demais fatores comerciais. Esta Federação, entretanto, entende ser imprescindível manter a sociedade informada para que a revenda não seja responsabilizada por alterações de preços ocorridas em outras etapas da cadeia e que, muitas vezes, são apenas repassadas pelos postos.

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