Ano:
Mês:
article

Ministro aponta falha inicial da Eletrobras, mas ainda busca respostas para apagão

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (16) que o apagão de terça que afetou 25 estados e o Distrito Federal começou em uma linha da Chesf, subsidiária da Eletrobras na região Nordeste. "O evento zero, que iniciou esse processo, se deu na linha de Quixadá-Fortaleza, no estado do Ceará. Uma linha da Chesf, da Eletrobras. Foi um evento considerado, a princípio, de pequena magnitude", afirmou Silveira. "Ele isoladamente, como dissemos ontem, não era suficiente para causar o colapso do sistema como um todo. Mas, por um erro de programação, a linha e#39;abriue#39; [deixou de receber energia] e levou a uma série de falhas." Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema), destacou que a busca da causa do apagão exigiu mais atenção desta vez porque, diferentemente de outros eventos, não havia ocorrido um raio, uma intempérie ou a queda de uma torre ou de uma linha de transmissão. Segundo ele, já se sabe que a linha ficou sem energia porque uma proteção, que era programada, não se acionou quando necessário. É preciso investigar agora no detalhe a origem da falha. "Isso ocasionou uma sequência de eventos, em onda, como se fosse uma coluna de peças de dominó, com N eventos que foram se propagando por diferentes linhas da região Nordeste", afirmou. "Para se ter uma ideia, em 600 milissegundos houve a desconexão da fronteira da elétrica Nordeste, Norte e Sudeste." Segundo Ciocchi, o grande desafio do Rap (Relatório de Avaliação de Perturbação) será identificar a sequência lógica dessa falha inicial. O diretor-geral do ONS afirmou ainda que não ocorreu uma perturbação adicional, como havia sido ventilado no dia do apagão. "Ontem existia a hipótese de um segundo evento na região Norte, mas ela foi descartada", afirmou. Segundo o ministro Silveira, a própria Chesf já admitiu que o evento se iniciou em sua linha no Ceará. "Ela admitiu que houve uma falha sistêmica e não se pode ainda dizer se foi uma falha humana, por lançamento do sistema do projeto de engenharia ou sistêmica. O fato é que essa falha em si não seria capaz de causar um evento de tal magnitude", reforçou. No dia anterior, Silveira havia dito que o incidente foi gerado após uma sobrecarga no Ceará, mas evitou confirmar que a linha era do grupo Eletrobras. Durante a coletiva de imprensa em que tratou do apagão, ele já havia destacado que após a sabotagem de linhas de transmissão no início do ano, por precaução também havia determinado que órgãos de investigação fizessem uma avaliação detalhada para descartar o risco de um novo ataque ao sistema. A descoberta do ponto de partida do apagão não descarta, diz ele, a necessidade de uma investigação. Como o evento foi de pequeno porte, ele afirmou que ainda é preciso trabalhar com todas as hipóteses, e manteve as investigações com a PF (Polícia Federal). O ministro contou que se reuniu nesta quarta com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, para alinhar o trabalho nesse front. "Mais do que nunca, é extremamente necessária a participação da Polícia Federal, já que o ONS não teve como apontar uma falha técnica que pudesse causar um evento com a dimensão da paralisação da energia", afirmou. "Ontem, eu pedi a participação da Política Federal ao ministro da Justiça, Flávio Dino Hoje, e ele determinou a instauração do inquérito policial, a Polícia Federal já está mobilizada." Nesta quarta, o ONS determinou o aumento da distribuição de energia das usinas hidrelétricas e reduziu o uso de eólicas, o que levou há uma série de dúvidas e especulações sobre a participação das renováveis como causa do apagão. O ministro voltou a descarta essa possibilidade. "Quando acontece um evento dessa magnitude, o ONS tem um procedimento padrão para aumentar a segurança do sistema", afirmou. "Por isso, adotou os procedimentos para reduzir a energia intermitente [eólica e solar]. É um procedimento padrão, que não tem correção direta com a causa do padrão", afirmou. Antes mesmo de o ministro de Minas e Energia anunciar que o evento zero do apagão ocorreu em um linha da Chesf, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, já tinha notificado a Eletrobras nesta quarta para prestar esclarecimentos sobre a falta de energia. Segundo o ministério, a notificação "visa proteger os direitos dos consumidores e garantir que a prestação de serviços essenciais seja realizada com transparência e eficiência". A ação se soma a outras medidas da pasta envolvendo o apagão, como pedido à Polícia Federal que investigue a ocorrência. À noite, Eletrobras divulgou nota sobre a falha, destacando que está colaborando com o ONS na apuração do que ocorreu. A empresa confirmou ter identificado o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes do apagão ocorrido às 8h31. A empresa destacou ainda que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas associadas e reforçou que ela sozinha não poderia ter desligado o sistema. "Ressalta-se que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido. As redes de transmissão do SIN são planejadas de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia", destacou o texto. Na manhã desta quarta, o ministro Rui Costa (Casa Civil), destacou que o apagão tinha ocorrido por um problema técnico. "Foi erro técnico, falha técnica, precisa identificar o que foi que aconteceu. Espero que o mais rápido possível consigamos dizer à sociedade", afirmou em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro emdash;da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). O dia foi movimentado na porta do ministério. Políticos do Norte e Nordeste marcaram presença no MME. O deputado Danilo Fortes (União-CE), conhecido como defensor das renováveis, especialmente eólicas, que são fortes no seu estado, veio se inteirar da situação. Especialistas chegaram a cogitar que uma sobrecarga de energia eólica havia levado ao apagão. Isso foi descartado pelo ministro na coletiva realizada na terça. Em meio às apurações, o senador Omar Aziz (PSD-AM) foi ao ministério nesta quarta tratar da expansão do uso do gás na região Norte. Segundo ele, a região tem opções que precisam ser melhor exploradas para garantir mais segurança energética. A governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra (PT) também teve agenda no ministério. Representantes do segmento de térmicas aproveitaram a queda no fornecimento de energia para defender essa modalidade de geração como um importante seguro contra apagões.

article

Ipiranga oferece curso de ESG para revendedores

A Escola de Varejo, braço educacional da rede Ipiranga, oferece um novo treinamento online para seus revendedores, o curso de ESG (Meio Ambiente, Social e Governança), conceito que vem ganhando cada vez mais valor para as empresas. Com foco na preparação e capacitação de seus parceiros para um mercado cada vez mais voltado à sustentabilidade, a trilha online tem como objetivo informar e estimular a rede para a realização da transformação sustentável nos postos. Nas aulas são explorados os principais aspectos do ESG e como eles podem ser implementados no contexto dos estabelecimentos, promovendo, de forma prática, um diferencial competitivo. Carla Lenhart, sócia-proprietária dos Postos Mate Amargo, no Rio Grande do Sul, comenta que o curso promove atualização dos conhecimentos que já são trabalhados em sua rede e reforça o engajamento da Ipiranga nessa temática. eldquo;Os vídeos prendem a atenção. Somos um grupo com 20 colaboradores, que existe há 50 anos, e as boas práticas de sustentabilidade sempre estiveram presentes. É gratificante saber que a Ipiranga tem esse olhar para sua revendaerdquo;, conta Carla. Para Franklin Lopes, gerente comercial dos Postos Caiapônia, da Rede Mais, em Goiás, o conteúdo mostra um conjunto de ações importantes tanto para o cliente quanto para o negócio e reflete o padrão de governança e sustentabilidade que a Ipiranga tem. eldquo;Os vídeos são autoexplicativos, trazem novas estratégias para ESG e a gente já vem colocando muita coisa em práticaerdquo;, comenta o gerente. eldquo;Poder oferecer este curso aos nossos revendedores é uma grande conquista, porque esse é um tema importante e que faz parte da estratégia de negócio da Ipiranga. A implementação de práticas ESG não apenas contribui para o futuro mais sustentável, mas também traz uma série de benefícios para a revenda, como redução de custos operacionais, atração de clientes conscientes e fortalecimento da marcaerdquo;, conta Bárbara Miranda, vice-presidente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios da Ipiranga. O curso endash; composto por 11 vídeos e uma abordagem leve e descontraída, em tom de bate-papo, as aulas contam com dicas para implementar as práticas sustentáveis relacionadas ao meio ambiente no dia a dia da operação, como a utilização de energias renováveis, reciclagem de resíduos, gestão de riscos e conscientização ambiental. Além disso, serão abordados tópicos essenciais como a responsabilidade social, engajamento com a comunidade, diversidade e inclusão, e governança corporativa. O curso ficará disponível por tempo indeterminado para que todos tenham a oportunidade realizá-lo.

article

Nas usinas, alta do açúcar limita perdas provocadas pelo etanol

Nas companhias do setor sucroenergético, os resultados financeiros do primeiro trimestre da safra 2023/24, de abril a junho, foram mais favoráveis do que os que companhias de outros segmentos do agro tiveram no mesmo intervalo. E o grande protagonista foi o açúcar. Entre as cinco companhias de açúcar, etanol e bioenergia que tiveram a margem Ebitda avaliada pelo Valor Data, duas registraram alta: a gigante Raízen e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A Raízen encerrou o trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 527 milhões, queda de 52% na comparação anual, mas que poderia ser sido ainda pior não fosse a influência positiva do açúcar, já que o etanol pressionou a ponto de levar a companhia a recorrer à formação de estoques para o biocombustível. Na avaliação da empresa, o negócio de açúcar trouxe resultados fortes para o trimestre, e agora prevê moagem de cana de no mínimo 80 milhões de toneladas neste ano, em função de ganhos de produtividade. Depois de abril ter sido um mês ruim sob o ponto de vista climático, maio e junho foram eldquo;excepcionaiserdquo; e os preços mais elevados da commodity ajudaram. Por outro lado, as usinas que passaram por margens em queda no primeiro trimestre da safra tiveram em comum os impactos da redução nos preços e no volume de vendas do etanol. No caso do CTC, o lucro líquido cresceu 53% no trimestre para R$ 33 milhões. Segundo Denise Francisco, diretora financeira e de relações com investidores da empresa de biotecnologia e genética da cana, o resultado foi impulsionado pela melhora no mix de venda dos produtos e por uma proteção de variedades mais antigas do portfólio que expirou, e havia afetado negativamente o resultado da temporada passada. Olhando para frente, a executiva acredita que o bom momento nos preços do açúcar para exportação e a safra 2023/24 com alta produtividade podem se traduzir em mais investimentos das usinas em tecnologia, o que abre uma oportunidade para avanços nos resultados do CTC. Na São Martinho, por exemplo, a margem Ebitda caiu 10,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ciclo anterior, tendo o biocombustível como eldquo;vilãoerdquo; do lucro e da receita. O mesmo aconteceu com a Jalles Machado, cujo lucro caiu 58,8%, que também recorreu aos estoques do biocombustível para atravessar o momento.

article

Caramuru inicia comercialização de etanol hidratado de soja

A processadora de grãos Caramuru anunciou nesta quarta (16/8) o início da comercialização de etanol hidratado de soja produzido em seu complexo industrial em Sorriso, no Mato Grosso. Segundo a empresa emdash; que também trabalha com milho, girassol e canola emdash; aplicação da soja na produção de etanol é pioneira. Geralmente, o biocombustível é feito a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba. Já o óleo de soja costuma ser destinado ao biodiesel. Júlio Costa, CEO da Caramuru, conta que a iniciativa busca ampliar a atuação da empresa dentro do agronegócio. O etanol é produzido a partir do melaço de soja, resultante do processamento do SPC (proteína concentrada de soja). Neste processo, todo o potencial da matéria-prima é reaproveitado com eficiência energética, minimizando os impactos ambientais e maximizando o potencial da economia circular. Outro ponto é que a transformação do melaço em etanol representa um aumento do valor agregado do produto, o que reduz custos e aumenta receitas. Atualmente, as empresas precisam comprar etanol no mercado e utilizá-lo como solvente para produzirem o concentrado proteico. Com a produção própria de etanol, as indústrias de SPC conseguem eliminar a necessidade de compra do insumo. Aplicação na indústria A unidade industrial está instalada em Sorriso, no Mato Grosso, e tem capacidade anual de 9,5 milhões de litros de etanol hidratado. Destes, 72% serão comercializados no mercado interno brasileiro e 28% consumidos na planta como insumos. Na unidade, a empresa já produz farelo e óleo de soja, lecitina e SPC. Ao processar a soja, serão produzidos simultaneamente energia elétrica (através da cogeração), biodiesel e etanol hidratado. O projeto é financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação. A planta é uma das primeiras no Brasil e no mundo a produzir etanol de soja em escala comercial. O etanol hidratado, além de ser usado como combustível para veículos, na sua forma pura, é também matéria-prima industrial, largamente utilizado na fabricação de perfumes, materiais de limpeza, solventes e tintas. A

article

PGR defende essencialidade da gasolina para incidência do ICMS

O procurador-geral da República, Augusto Aras, opinou de forma favorável à essencialidade da gasolina para fins de incidência do ICMS - a alíquota do imposto para mercadorias e serviços essenciais, categoria que também inclui energia elétrica, comunicações e transporte, é reduzida. A manifestação foi enviada nesta quarta-feira, 16, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para Aras, a gasolina é produto essencial à vida dos brasileiros e não pode ser tributada mais pesadamente do que as demais mercadorias e serviços. A medida que previu a essencialidade da gasolina foi editada em junho do ano passado pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de diminuir o valor do combustível ao consumidor final. A alteração na lei foi contestada no STF por governadores de 11 Estados e do Distrito Federal, que reclamaram do ônus na arrecadação do imposto estadual. Para a PGR, a medida de Bolsonaro não representou uma intromissão na competência dos Estados. "Na verdade, essa essencialidade resulta da realidade fática e sempre esteve presente (a lei complementar apenas positivou aquilo que já existia)", afirmou. Na mesma manifestação, Aras opinou contra a lei que fixou teto do ICMS para combustíveis, energia elétrica e gás natural. Para o PGR, "a fixação de alíquotas do ICMS é competência privativa dos Estados e do Distrito Federal, e não competência compartilhada com a União". (Estadão Conteúdo)

article

Os reajustes do diesel e da gasolina

Os reajustes do tipo eldquo;meia pancadaerdquo; nos preços do óleo diesel (25,8%) e da gasolina (16,2%) lançam mais dúvidas sobre os novos critérios de preços da Petrobras que substituíram a regra anterior, a da paridade internacional. Em seu depoimento em uma das comissões do Senado nesta quarta-feira, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, justificou a decisão como necessidade de se antecipar à nova alta do petróleo esperada pela provável recuperação da atividade econômica dos Estados Unidos e da China. Em nenhum momento mencionou a provável razão mais importante: a de que o atraso nas remarcações já vinha produzindo certo desabastecimento de diesel, na medida em que levou os importadores de combustíveis a se retirarem do mercado porque já não podiam competir com os preços achatados da Petrobras. Prates chegou a afirmar que não há risco de desabastecimento de diesel. Mas isso parece ter-se seguido apenas depois dos reajustes agora definidos. Se a Petrobras conseguisse atender a todo o mercado nacional, seja com combustíveis de suas refinarias seja com importados, essa ameaça de desabastecimento não existiria. A corporação dos funcionários da Petrobras e a velha guarda petista vêm pressionando o governo Lula para que determine a construção de outras refinarias estatais, de modo a garantir autossuficiência em combustíveis. Prates advertiu que não faria sentido construir novas refinarias. As razões técnicas para essa afirmação são definitivas. Uma nova refinaria levaria pelo menos sete anos para ser erguida e mais três décadas para pagar o investimento. No entanto, a transição energética em curso produzirá enorme capacidade ociosa de refinarias em todo o mundo entre 15 e 20 anos. O presidente da Petrobras repete que os combustíveis não podem seguir a volatilidade dos preços do barril de petróleo. Se está correta a aposta do avanço dos preços internacionais em consequência do aumento do consumo, a principal consequência desse ponto de vista é a necessidade de eldquo;reajustes pancadaerdquo;. A nova alta dos combustíveis em vigor a partir desta quinta-feira por si só acrescentará alguma inflação em torno de 0,4% nos dois próximos meses. E pode sancionar novas altas nos outros itens da cesta de consumo do brasileiro. Não há como evitar esse efeito. O subjetivismo e a falta de transparência da nova política de preços da Petrobras tendem a acentuar o comportamento defensivo dos eldquo;fazedores de preçoserdquo; em todo o País, fator que pode dificultar a coordenação das expectativas do Banco Central e conter em alguma medida a esperada queda dos juros.

Como posso te ajudar?