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Petrobras avança na produção de Diesel Renovável na refinaria Repar

A empresa está produzindo o Diesel Renovável a partir do coprocessamento do petróleo com materiais de origem renovável. O objetivo da Petrobras é intensificar as operações na refinaria Repar. A Petrobras segue com a produção do Diesel Renovável, ou Diesel R, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. Ela chegou à marca de 5,8 milhões de litros do diesel com 5% de conteúdo renovável durante o mês de abril. O objetivo é tornar esses números ainda mais expressivos ao longo dos próximos meses. A produção do diesel faz parte do Programa de BioRefino da estatal, que planeja impulsionar os empreendimentos voltados para os biocombustíveis no mercado nacional ao longo dos próximos anos. Petrobras chega à marca de 5,8 milhões de litros do Diesel Renovável na refinaria Repar e expande seus investimentos no produto Uma das principais apostas da Petrobras para o mercado nacional de biocombustíveis, o Diesel Renovável produzido na Repar é fruto do coprocessamento de derivados do petróleo com material de origem renovável. Assim, a empresa vem implementando cerca de 5% de conteúdo renovável na produção do combustível e, em abril, atingiu a marca de 5,8 milhões de litros do produto. Esse foi o primeiro combustível lançado pelo programa de BioRefino da empresa, que atualmente foca na transição energética do mercado brasileiro para os próximos anos. A principal meta do projeto da Petrobras é chegar ao ano de 2027 com uma produção de 10,6 bilhões de litros por ano. Assim, ela está projetando investimentos de US$ 600 milhões para alcançar os resultados desejados. Os números expressivos da produção do Diesel Renovável na refinaria Repar demonstram o foco da empresa em intensificar o segmento. Conforme os dados da Petrobras, a produção de abril do combustível na refinaria do Paraná é suficiente para o abastecimento do tanque de até 19.300 ônibus convencionais. Além disso, os 5,8 milhões de litros do Diesel Renovável podem gerar uma redução de emissões de até 610 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. eldquo;Além do benefício ambiental, o Diesel R pode ser misturado ao diesel convencional em diferentes proporções, sem a necessidade de adaptações nos motores dos veículos, sem exigir alterações ou mudanças na cadeia logística ou no seu armazenamento. É um produto com alta estabilidade e isento de contaminantes, o que garante durabilidade e desempenho dos motoreserdquo;, destacou a Petrobras. Em seu Plano Estratégico 2023 endash; 2027, a estatal cogita chegar a uma produção seis vezes maior do Diesel Renovável A Petrobras está com projeções otimistas sobre a produção do Diesel Renovável após os primeiros resultados na refinaria Repar. O objetivo da empresa é multiplicar em até seis vezes a capacidade produtiva no seu atual Plano Estratégico, que seguirá até o ano de 2027. A estratégia da companhia petroleira é levar a produção do combustível para outras refinarias, visto que atualmente somente a Repar realiza a produção, com uma capacidade de processamento de até 1,6 bilhão de litros por ano. Até o mês de dezembro, esse número deve chegar aos 4 bilhões de litros, conforme o planejamento da empresa. A Petrobras planeja iniciar a produção do Diesel Renovável já na Refinaria de Cubatão (RPBC), em São Paulo, com potencial de até 700 milhões por ano. O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, reforçou os investimentos da empresa na melhoria da sua produção do combustível. Ele relembrou que a empresa foi a primeira do país a desenvolver uma tecnologia própria de coprocessamento, e agora investe na ampliação do segmento. Assim, com os resultados da refinaria Repar e as projeções para as demais, a Petrobras coloca o Diesel Renovável nos holofotes do mercado nacional.

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Be8 aposta no hidrogênio em estratégia renovada de internacionalização

O ano de 2023 marca o início de uma nova fase na BSBIOS, agora Be8, empresa brasileira que cresceu junto com o programa de biodiesel e passa por uma transformação para conquistar novos mercados. As oportunidades globais de negócios trazidas pela transição energética fisgou o empresário de Passo Fundo (RS), Erasmo Carlos Battistella. Em entrevista à agência epbr, o CEO da Be8 fala sobre os planos da companhia para ir além do biodiesel e se tornar uma fornecedora de energias renováveis. O novo portfólio inclui etanol, diesel verde, combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), gás natural liquefeito (GNL), hidrogênio e amônia verdes. A Be8 submeteu uma proposta no leilão de hidrogênio do governo da Alemanha para comercializar a amônia verde, que será produzida pela biorrefinaria em construção no Paraguai. eldquo;Nós nascemos com uma empresa que sempre se propôs a produzir biodiesel. Ainda é o nosso principal produto até hoje. Mas já há algum tempo nós começamos vários projetos, que estão em maturação, em fase de construção e também a expansão internacional que está nos levando para ser uma empresa de energias renováveiserdquo;. A empresa está negociando biocombustíveis de segunda geração na Suíça, com a produção de biodiesel a partir de óleo de cozinha usado (UCO, na sigla em inglês). A planta suíça foi adquirida em 2022 para fortalecer a presença do grupo no país, onde já possuía uma plataforma de comercialização focada no mercado europeu. Na América do Sul, o Paraguai foi escolhido para receber as instalações da biorrefinaria Omega Green, que produzirá biocombustíveis para de aviação e insumos verdes para a indústria química e petroquímica. A produção futura está negociada com empresas europeias. Agenda setorial para investimentos no Brasil Segundo o Battistella, a primeira coisa que precisa acontecer por aqui, para atrair investimentos, é o Brasil ter uma lei que efetivamente garanta que vamos produzir e utilizar biocombustíveis avançados. Battistella é um dos 246 empresários que integram o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o eldquo;Conselhãoerdquo; recriado pelo presidente Lula (PT) para discutir a formulação de políticas públicas. A agenda do CEO no grupo será focada em três pontos: biocombustíveis como a principal rota de descarbonização e transição energética, o Brasil se posicionando como um dos grandes fornecedores globais desses produtos e o aproveitar a influência brasileira para construir um alinhamento no Mercosulde políticas de produção e utilização dos renováveis. A companhia nasceu no Rio Grande do Sul há 18 anos, acreditando no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Em abril de 2023, anunciou a mudança de marca para Be8, após um faturamento consolidado de R$ 9,6 bilhões em 2022, uma evolução de 9% em relação ao ano anterior. Com a produção de 889 milhões de litros de biodiesel, a companhia manteve a liderança em volume produzido no país, com 14,24% do market share do setor. A seguir, os principais trechos da entrevista com Erasmo Battistella: Do biodiesel para novas energias Battistella conta que o biodiesel continuará sendo um produto importante do portfólio, mas o empresário também está olhando para as eldquo;outras energias que estão acontecendo e vão acontecereldquo;. Planejada para ser a primeira planta de biocombustíveis avançados (HVO e SPK) do Hemisfério Sul, a Ômega Green, no Paraguai, deve começar a operar em 2025. As obras de infraestrutura do megacomplexo com investimento estimado em US$ 1 bilhão iniciaram no mês de novembro de 2021, com a definição de vias internas e de acesso, assim como todo o cercamento da área que abrigará o projeto. A produção de biocombustíveis será baseada principalmente no processamento de óleos vegetais para SAF e diesel verde, a partir de um ciclo que pretende ser autossustentável em termos de oferta de energia e hidrogênio, necessário para o hidrotratamento dos óleos vegetais (HVO). O projeto é hoje o principal investimento da Be8 nos chamados biocombustíveis avançados e, segundo o empresário, está praticamente pronto para começar a construção da planta. eldquo;Passamos por pandemia, pela escalada de preços de commodities, pelo início da guerra Rússia-Ucrânia. Tudo isso impactou em custos para os investimentos e também desequilibrou as relações das energias do mundo como um todo. Mas o projeto amadureceu muito e está praticamente pronto para começar a construçãoerdquo;. A capacidade de produção dos biocombustíveis projetada é de 20 mil barris por dia e, a princípio, será destinada à exportação para os Estados Unidos, Canadá e países da União Europeia endash; onde está a demanda atualmente. Diesel verde no mercado brasileiro Para que esses produtos ganhem o mercado brasileiro, será preciso avançar com as definições de marcos legais para o SAF e diesel verde. eldquo;Essa indústria, além de colaborar na descarbonização do transporte terrestre, colabora na descarbonização do transporte aéreo e dos produtos petroquímicos. Os gases que saem do processo de produção são matérias-primas para a petroquímica. Por isso dependemos tanto que o Brasil tenha uma política pública para que se possa estabelecer uma indústria de segunda geraçãoerdquo;, defende. Battistella reforça que a transição energética precisa ser planejada olhando além dos carros e caminhões, e alcançar a petroquímica, que tem uma participação quase que dominante na economia, desde a produção de embalagens dos produtos que consumimos até as roupas que vestimos. Marco legal para o SAF Internacionalmente, a aviação civil tem um acordo para descarbonizar suas operações usando prioritariamente o querosene de baixo carbono em misturas com o fóssil. Chamado Corsia, o tratado passa a ser obrigatório em 2027 endash; por isso o apetite de países ricos em firmar acordos de fornecimento antecipados. Internamente, Europa e Estados Unidos também aprovaram políticas de incentivos para alavancar a indústria, garantir produção e desenvolver a demanda. O Brasil ainda não conseguiu sair do lugar. O país tem matéria-prima de sobra, mas ainda não tem a infraestrutura. E o mercado pressiona por uma regulação que indique que será viável instalar biorrefinarias aqui. De acordo com um mapeamento da RSB (Roundtable on Sustainable Biomaterials), o potencial para produção de SAF a partir de resíduos chega a 9 bilhões de litros, o suficiente para cobrir toda a demanda atual de querosene no país (7,2 bilhões de litros) e volume extra para exportar. A demanda política está no radar do governo federal com o programa Combustível do Futuro. Há mais de um ano, o grupo formado por stakeholders, ministérios e outros órgãos de governo conseguiu chegar a um acordo e desenhar um projeto de lei criando o primeiro mandato de descarbonização para a aviação, com uso de SAF. O PL, no entanto, ficou nas gavetas do Ministério de Minas e Energia (MME) no governo passado, e há uma promessa da gestão atual de finalmente apresentá-lo para discussão no Legislativo. Para Battistella, o texto original, divulgado no ano passado, é tímido. Ele acredita que o potencial de produção é superior e para que o mercado possa fazer os investimentos necessários é preciso uma segurança jurídica maior. Na avaliação do empresário, pesou contra o andamento do programa Combustível do Futuro as recorrentes reduções no mandato de biodiesel durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Oportunidade para exportação de SAF eldquo;Eu acredito que, além de criar uma demanda local endash; que é importante porque o Brasil é signatário do Corsia e se não tivermos produção de SAF vamos ter que importar endash;, quando nós criamos e organizamos o mercado interno, temos a oportunidade de exportarerdquo;. Ele cita como exemplo a história do etanol, em que o Brasil primeiro criou um mercado interno e hoje exporta. Algo que começa também a ser replicado no setor de biodiesel endash; embora a exportação deste último seja ainda incipiente. A Be8, inclusive, foi pioneira na exportação de biodiesel e Battistella observa que o país poderia estar enviando ainda mais do seu biocombustível para outros países, não fossem os custos internos e a estrutura tributária. eldquo;Quando o Brasil criar o programa de biocombustíveis avançados, eu acho que ele cria sim uma demanda interna, mas cria a condição de se instalar parque industrial, que obviamente vai olhar os dois mercados, interno e externoerdquo;. Espaço para todo mundo Também em discussão no Combustível do Futuro e no Congresso Nacional está a política para inserção do diesel verde na matriz de combustíveis. A regulamentação desse mercado precisa ocorrer para viabilizar a produção de SAF, já que ambos saem juntos da biorrefinaria. O que está em estudo é como o diesel verde vai chegar: se como concorrente ou complementar ao biodiesel. Para Battistella, há espaço para todo mundo e o país precisa de um marco para os biocombustíveis, para garantir que o etanol e biodiesel, que já existem, tenham segurança, e também para trazer previsibilidade para os novos: diesel verde, diesel coprocessado e SAF. eldquo;O mercado de etanol e biodiesel deve ser preservado, porque temos toda uma indústria instalada, investimentos feitos, a cadeia organizada. Mas é óbvio que precisamos fazer as evoluções como estão acontecendo, e implementar novas rotas tecnológicaserdquo;. A expectativa é que o Combustível do Futuro consiga endereçar essas questões. eldquo;Por exemplo, não tem mercado de SAF. Então vamos criar. O mercado de diesel verde e do coprocessado, não existe. Vamos criar esse mercado. E aí, para esses biocombustíveis que são drop in que ele possa ser tratado de forma diferente, que ele possa ser utilizado por exemplo em mercados mais concentradoserdquo;. Uma alternativa seria a utilização de uma mistura de biodiesel com HVO para amenizar o problema de poluição nas grandes cidades. A aplicação em mercados cativos teria ainda um impacto menor sobre a inflação, já que o diesel verde é mais caro que o biodiesel e o diesel de petróleo. RenovaBio e certificações verdes De olho na demanda internacional, o executivo acredita que o país precisa analisar o que está sendo feito em termos de certificações da sustentabilidade do produto. eldquo;O RenovaBio foi um grande avanço. Hoje as empresas que têm certificação elas já têm [que cumprir] muitas e muitas etapas, porque é uma certificação internacional. Mas nós defendemos uma atualização do programa para que ele possa ser aberto ao mercado externoerdquo;. eldquo;O que eu percebo, conversando com players de outros países, é que o mercado externo além de ter uma demanda para produtos, há uma demanda por crédito de descarbonizaçãoerdquo;, completa. O RenovaBio é o único mercado regulado de carbono atualmente no Brasil, mas é setorial. Produtores de biocombustíveis emitem créditos de descarbonização (CBIOs) que remuneram a eficiência energética e ambiental da produção por tonelada de carbono que deixou de ser emitida. Do outro lado, distribuidoras de combustíveis têm metas anuais obrigatórias de descarbonização que são cumpridas com a aquisição dos títulos negociados na bolsa de valores B3. Atualizações no programa estão em discussão desde o último governo.

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Presidente da Anfavea pede que governo incentive uso do etanol

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, questionou a eficácia da ideia do governo de aumentar de 22% para 30% a mistura de etanol na gasolina. E ainda deixou uma intrigante pergunta no ar: eldquo;Por que não aumentar o etanol na bomba?erdquo; Segundo Lima Leite, se o objetivo é aumentar o uso do etanol, seria muito mais fácil simplesmente o governo incentivar o uso do etanol, que ainda é subutilizado no Brasil. Não deixa de ser mais uma oportunidade para fortalecer o lobby do etanol contra os carros totalmente elétricos, mas faz sentido. Afinal, o uso de mais etanol na gasolina vai aumentar um pouco o consumo dos carros. E o etanol é uma das alternativas de redução das emissões de carbono. Portanto, porque complicar, aumentando o nível de etanol na gasolina, se é mais fácil simplificar, incentivando o abastecimento com etanol ou até mesmo voltando ao tempo do eldquo;carro a álcoolerdquo;? Na última coletiva da Anfavea, nesta segunda, 8, Márcio de Lima Leite também criticou as associações que tentam impor um modelo de descarbonização ao Brasil sem ir na raiz do problema. eldquo;Precisamos enfrentar o problema com menos powerpoint e mais realidadeerdquo;, afirmou. Para o presidente da associação das montadoras, não basta fazer projeções. Por isso, ele pretende que a Anfavea se mantenha unida na questão de uma política energética para a mobilidade brasileira. No momento, a associação está rachada. Stellantis e Volkswagen defendem o carro híbrido a etanol, a GM defende o carro 100% elétrico. eldquo;Precisamos ter um foco absolutoerdquo;, disse Lima Leite. eldquo;Qual é a política em relação à infra-estrutura? Não temos? Então temos que criarerdquo;. Para o presidente da Anfavea, mais do que projetar cenários, as associações interessadas em qualquer solução de descarbonização devem colaborar com, estudos, iniciativas e parcerias. Pensando nisso, a Anfavea promoverá em Brasília, no dia 14 de junho, o Summit Anfavea de Mobilidade Elétrica. Esse encontro será destinado à imprensa, ao governo, às lideranças estaduais e municipais, à academia e ao setor privado. Haverá 50 veículos eletrificados expostos no local, desde automóveis de passeio como comerciais leves, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e componentes. Haverá painéis de debates para que os participantes considerem as alternativas que o Brasil tem para reduzir as emissões de CO2 no âmbito da mobilidade.

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Etanol e gasolina ficam mais caros nos postos; preço do diesel cai

Os preços médios do etanol, da gasolina comum e da gasolina aditivada subiram nos postos de todo o país na última semana, segundo o levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O etanol teve o maior aumento: custava, em média, R$ 4,10 no país e passou para R$ 4,15, entre os dias 30 de abril e 6 de maio emdash; uma alta de 1,22%. Esse combustível vem apresentando aumentos em sequência. Há duas semanas, no levantamento divulgado pela ANP em 24 de abril, referente aos preços encontrados nos postos entre os dias 16 e 22 do mesmo mês, o preço médio no país era de R$ 3,98. Na semana anterior, de 9 a 15 de abril, de R$ 3,90. A gasolina comum, que ficou com o valor estável em R$ 5,51 na última semana, voltou a ter alta, de 0,18%, a menor registrada na pesquisa divulgada nesta segunda, e seu preço médio passou para R$ 5,52. A gasolina aditivada, que custava R$ 5,67 em média nos postos de todo o país, agora está em R$ 5,69 emdash; um aumento de 0,35%. O segundo maior reajuste foi no valor do GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha, que subiu 0,55%. O botijão de 13 kg, que custava R$ 107,54, agora sai, em média, por R$ 108,13. A pesquisa semanal da ANP também mostra que, de 30 de abril a 6 de maio, o óleo diesel, o diesel S10 e o GNV (gás natural veicular) tiveram redução de preço. O diesel, que custava R$ 5,71, caiu 1,05%, e agora sai por R$ 5,65, e o diesel S10, que era R$ 5,77, custa agora R$ 5,70 emdash; uma redução de 1,21%. O gás veicular registrou a maior desaceleração, de 2%, e passou de R$ 4,49 para R$ 4,40 por m³. No levantamento por estados, os preços mais altos do país foram encontrados em Roraima para vários combustíveis, mas não todos. O litro do etanol custa R$ 4,98; o da gasolina comum, R$ 6,08; e o da aditivada, R$ 6,16. O estado também tem o GLP e o diesel S10 mais caros registrados pela ANP: R$ 129,63 (o botijão de 13 kg de GLP) e R$ 6,98 (o litro do S10). Roraima só fica atrás nos preços do GNV e do diesel. No primeiro caso, o estado em que ele é mais caro é Santa Catarina, onde o gás veicular custa R$ 5,52 por m³. O óleo diesel mais caro é o do Acre, onde o litro sai por R$ 7,30.

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Raízen lança nova marca para atuar no setor de energia elétrica

A Raízen lançou nesta segunda-feira (8) uma marca exclusivamente dedicada a seus negócios no setor de energia elétrica, que compreendem desde comercialização no mercado livre até geração distribuída solar. Segundo a empresa, a Raízen Power se posiciona como uma "one stop shop" de soluções de energia renovável, com o objetivo de ajudar clientes em diferentes frentes em sua transição energética e redução das emissões de carbono. A marca terá atuação nacional, com foco no desenvolvimento de soluções para todos os perfis e tamanhos de clientes, disse a companhia. "Com um plano de expansão bem estruturado, tendo nas soluções renováveis cada vez mais uma fonte de diversificação dos negócios, temos o objetivo de atingir milhares de novos clientes e dar apoio aos nossos parceiros no processo de descarbonização dos seus negócios", afirmou em nota Frederico Saliba, vice-presidente de Power da Raízen. O lançamento ocorre em um cenário de expansão do mercado livre de energia elétrica, com a abertura do chamado "ACL" a novos grupos de consumidores a partir de 2024, e crescente interesse de consumidores pela geração própria de energia em telhados solares e energia solar "por assinatura". Joint venture da Shell com o grupo Cosan, a Raízen atua tradicionalmente no setor de açúcar e etanol, tendo iniciado operações em energia elétrica para atender o consumo de suas próprias unidades industrias e para vender excedentes de energia a partir da cogeração para a rede elétrica nacional. A companhia vem intensificando sua aposta no setor elétrico desde 2018, quando adquiriu participação majoritária em uma comercializadora e, mais recentemente, com sua entrada em geração distribuída solar. Hoje, a comercializadora de energia da Raízen está entre as cinco maiores do país em volume, com mais de 24 mil clientes, disse a companhia citando dados da associação do segmento Abraceel. Já em geração distribuída, a companhia possui 31 plantas operacionais e mais 35 em construção. (Reuters)

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Indicados por Haddad para o BC reforçam ala pró-queda de juro

Os nomes de Gabriel Galípolo e de Ailton Aquino foram apresentados pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) para as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização do Banco Central, respectivamente. Caso confirmadas pelo Senado, as indicações endash; as primeiras do governo de Lula para o BC endash; vão levar para o Comitê de Política Monetária (Copom) nomes que tendem a favorecer uma queda mais rápida da taxa básica de juro, a Selic, hoje em 13,75% ao ano. A ida de Galípolo, atual secretário executivo da Fazenda, para o BC ocorre num momento de pressão pela redução dos juros sobre Roberto Campos Neto, presidente do banco indicado pela gestão Bolsonaro e com mandato até 31 de dezembro de 2024. Haddad afirmou que a primeira pessoa que mencionou o nome de Galípolo como possibilidade de indicação para o BC foi Campos Neto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ontem a indicação de Gabriel Galípolo, seu secretário executivo, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Para a outra diretoria vaga do BC, a de Fiscalização, o escolhido pelo governo foi Ailton Aquino, chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira, ligado à diretoria de Administração do BC. As indicações, as primeiras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, caso confirmadas no Senado, vão levar para o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC nomes que tendem a favorecer uma queda mais rápida da taxa básica de juro, a Selic, do que a composição atual do colegiado. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ida de Galípolo para o BC faz parte de um movimento do governo de mudar a autarquia por dentro. A indicação vem no momento em que a pressão pela redução da Selic confronta a liderança de Roberto Campos Neto, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro e detentor de mandato até 31 de dezembro de 2024. O Copom tem nove membros com direito a voto, sendo presidido pelo chefe do BC, que tem o voto de qualidade. Aquino, que já foi auditor-chefe do órgão, é bem avaliado, conhecido por posições técnicas, internamente. Caso confirmado pelo Senado, será o primeiro diretor negro do BC. MERCADO. Questionado sobre como seria a reação do mercado a Galípolo, o ministro da Fazenda tentou mostrar que o indicado tem a simpatia do próprio chefe do BC. Apesar disso, o dólar fechou em alta de 1,37%, cotado a R$ 5,0115. Já a Bolsa subiu 0,85% com commodities e bons resultados de bancos. Haddad afirmou que a primeira vez que ouviu o nome de Galípolo como possibilidade de indicação para o BC foi da boca de Campos Neto. eldquo;Eu estava no G20, na Índia, fomos almoçar juntos (Haddad e Campos Neto), e foi a primeira pessoa que mencionou a possibilidade de o Galípolo ir para o BC, no sentido de entrosar as equipes do BC e da Fazendaerdquo;, afirmou o ministro, ao lembrar que Galípolo já foi presidente de banco endash; o Fator. Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, a indicação de Galípolo antecipa o perfil da troca na chefia do BC. eldquo;A indicação dá uma sinalização muito clara para as próximas trocas e para a própria troca de presidente (do BC) no ano que vem, que caminha para um BC mais à esquerda, pensando em quedas mais fortes de juros à frenteerdquo;. Ele disse esperar que os nomes a serem anunciados trabalhem sob o ponto de vista técnico, e não político. Para o lugar de Galípolo na secretaria executiva da Fazenda, Haddad escolheu Dario Durigan, que foi seu assessor especial na Prefeitura de São Paulo e é chefe de políticas públicas do Whatsapp no Brasil. ebull; Sucessão Para especialista, indicação antecipa o perfil do futuro presidente do banco Economistas ouvidos pelo Estadão disseram que a indicação de Gabriel Galípolo para a direção de Política Monetária do Banco Central (BC) sinaliza como será o perfil das escolhas do governo para ocupar a direção da autoridade monetária. O governo terá mais duas trocas para fazer até 31 de dezembro deste ano, para os cargos de Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e de Mauricio Moura, diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Além disso, no próximo ano, em conjunto com a escolha do novo presidente que irá suceder a Roberto Campos Neto, há outras duas trocas a serem feitas nas diretorias da autoridade. Para Carlos Kawall, sócio-fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, a repercussão da indicação de Galípolo dependerá das próximas declarações dele sobre a economia e a condução da política monetária no País. eldquo;Vai ser importante ouvir o que ele tem a dizer na sabatina do Senado e, em particular, qual é a posição dele sobre a execução da política monetária, se ele vai professar ou não as teses da MMT (Teoria Monetária Moderna, na sigla em inglês), que tem gerado mais nervosismo no mercadoerdquo;, diz Kawall. RECEIO. As preocupações em torno da associação de Galípolo à MMT endash; teoria econômica heterodoxa que defende que países que emitem sua própria moeda sempre poderão imprimir mais dinheiro para pagar sua dívida endash; decorrem do histórico acadêmico do economista. No ano passado, o nome dele apareceu no texto Diretrizes de Políticas Públicas para 2023, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), ao lado do economista André Lara Resende, tido como um dos expoentes da MMT no País. Para Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC, a indicação do secretário executivo da Fazenda para o BC confirma os temores de que o governo age para ocupar o Comitê de Política Monetária (Copom) com aliados. eldquo;Está claro que ele vai para lá com uma missão: tentar interferir na política monetária hoje e, lá na frente, talvez virar presidente do BC quando Roberto Campos Neto sairerdquo;, diz. eldquo;Isso vai ser lido como sinal de que o BC pode se tornar muito mais leniente com inflação endash; não agora, mas em algum momento dos próximos anos.erdquo; Para o banco Goldman Sachs, a indicação de Galípolo para o BC tem o potencial de aumentar os ruídos na comunicação do Copom no curto prazo. eldquo;Não ficaríamos surpresos se começarmos a ver decisões divididas e visões diametralmente opostas dentro do Copom sobre qual seria a posição adequada de política monetáriaerdquo;, escreve o diretor de Pesquisa Macroeconômica do banco para América Latina, Alberto Ramos, em relatório. ebull;

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