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Inflação sobe 0,59%, surpreende analistas e deixa para trás 3 meses de queda

Após três meses consecutivos de deflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) voltou a subir em outubro, informou nesta quinta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Puxado pelos alimentos, o indicador oficial de inflação do país teve alta de 0,59% no mês passado. A taxa ficou acima das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg, que esperavam avanço de 0,49%. O novo resultado veio após quedas de 0,29% em setembro, de 0,36% em agosto e de 0,68% em julho. Em 12 meses, o IPCA acumulou alta de 6,47% até outubro, a menor desde março de 2021 (6,10%). O acumulado estava em 7,17% até setembro deste ano. Mesmo com o alívio em 12 meses, o IPCA caminha para estourar a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) pelo segundo ano consecutivo. O mercado financeiro projeta alta de 5,63% até dezembro, conforme a mediana do boletim Focus divulgado na segunda (7) pelo BC. O centro da meta é de 3,50% em 2022. O teto é de 5%. "A mensagem é que a inflação segue preocupando. O patamar segue alto", afirma Mirella Hirakawa, economista sênior da gestora AZ Quest. ALIMENTOS VOLTAM A SUBIR Dos 9 grupos de produtos e serviços do IPCA, 8 tiveram avanço em outubro. Os segmentos de alimentação e bebidas e de transportes, que haviam recuado 0,51% e 1,98% em setembro, voltaram a subir no mês passado. Isso ajudou a pressionar o IPCA. O grupo dos alimentos avançou 0,72%. Assim, teve a maior contribuição para o índice de outubro, de 0,16 ponto percentual. A alta foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%). O IBGE destacou os avanços da batata-inglesa (23,36%) e do tomate (17,63%). Também houve aumentos expressivos na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%). Do lado das quedas, os destaques foram para o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta redução consecutiva. Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, lembrou que os alimentos vêm sendo pressionados neste ano por choques de oferta devido a efeitos do clima. "Você vê questões do campo influenciando", disse. Segundo ele, também há o peso do aumento nos custos de produção após o início da Guerra da Ucrânia. Kislanov ainda mencionou que os preços da comida costumam subir na reta final do ano. "Agora a gente começa a perceber o efeito sazonal, com aumento de chuvas, o que é bom para o leite, mas ruim para outros alimentos", apontou. Depois de alimentação e bebidas, os principais impactos dos grupos vieram de saúde e cuidados pessoais (1,16%) e transportes (0,58%). As contribuições foram de 0,15 ponto percentual e 0,12 ponto percentual, respectivamente. Os três segmentos responderam por cerca de 73% do IPCA de outubro. Nos transportes, o recuo dos combustíveis (-1,27%) foi menos intenso do que no mês anterior (-8,50%). Gasolina (-1,56%), óleo diesel (-2,19%) e gás veicular (-1,21%) seguiram em queda, enquanto o etanol registrou alta de 1,34%. Para tentar conter a inflação no ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou em junho o teto para cobrança de ICMS (tributo estadual) sobre combustíveis. A medida veio acompanhada pela redução dos preços praticados nas refinarias da Petrobras. Em conjunto, os dois fatores levaram os combustíveis para baixo, o que puxou a deflação do IPCA às vésperas das eleições. A trégua nas bombas dos postos, contudo, agora dá sinais de perda de ímpeto. Ainda em transportes, houve aumento expressivo nos preços das passagens aéreas de outubro (27,38%). Os bilhetes exerceram a maior contribuição individual no IPCA do mês passado (0,16 ponto percentual). ROUPAS MAIS CARAS A maior variação entre os grupos veio de vestuário. O ramo subiu 1,22% em outubro. Em 12 meses, acumula alta de 18,48%. "Isso está relacionado com a retomada da demanda, no contexto de melhora da pandemia", disse Kislanov. Custos de produção pressionados também tiveram influência na carestia das roupas, acrescentou o pesquisador. Apenas o grupo comunicação teve queda de preços em outubro. A baixa foi de 0,48%. De acordo com Mirella Hirakawa, da AZ Quest, a tendência é que o impacto da redução de ICMS, que também atingiu energia, transporte e telecomunicações, diminua até o final do ano. Assim, não há perspectiva de nova deflação em 2022, diz a analista. O banco Original vê uma tendência de pressões inflacionárias vindas de alimentação e transportes, apontou relatório dos economistas Marco Caruso e Eduardo Vilarim. Nesse sentido, a instituição sublinha que a gasolina está subindo nos postos, conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A alta deve gerar reflexos na inflação de novembro. Análises preliminares do Original sugerem IPCA de 0,47% em novembro e de 0,73% em dezembro. O banco projeta alta de 6% no acumulado do ano. CENÁRIO PARA 2023 Durante a pandemia, a inflação elevada afetou produtos sensíveis ao bolso dos brasileiros mais pobres, como os alimentos. Isso serviu como munição para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu Bolsonaro no segundo turno das eleições. Para 2023, a estimativa do boletim Focus sinaliza IPCA de 4,94%. O mercado ainda aguarda a montagem da equipe econômica de Lula para avaliar os possíveis rumos do novo governo a partir do próximo ano. Na visão de analistas, um dos principais desafios petistas será conciliar responsabilidade fiscal com pagamento de benefícios sociais prometidos durante a campanha, incluindo a manutenção do valor mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil, que deve ser rebatizado como Bolsa Família.

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Lula diz que estatais serão respeitadas e que Petrobras não será 'fatiada'

O presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, 10, que as estatais serão "respeitadas" no novo governo e que a Petrobras (BVMF:PETR4) não será "fatiada". Durante encontro com parlamentares aliados no Centro Cultural Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) (CCBB), sede do governo de transição, o petista também disse que os bancos públicos voltarão a ser bancos de investimentos. Em seu discurso, Lula criticou o volume de dividendos pagos pela Petrobras a acionistas. "A ideia é esvaziar o caixa da Petrobras para que a gente não possa fazer nada", acusou o presidente eleito. Lula também afirmou que o governo atual quer "esvaziar" o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para acabar com a capacidade de investir do banco de fomento. "Muitas coisas consideradas como gastos devem ser consideradas como investimentos", declarou o presidente eleito. "A coisa mais barata em um País é cuidar dos pobres. A coisa mais cara é pagar o sistema financeiro o que o Estado lhe deve", emendou. Lula também reforçou o discurso de valorização da educação e contra o armamento no País. "Não quero arma, quero livro, não quero cadeia, quero escola", disse. "A democracia e a civilidade estão de volta", acrescentou, ao afirmar que a dívida com a Educação é grande e que haverá dentistas nas escolas novamente em seu governo. O presidente eleito declarou que vai voltar ao governo sem mágoas e ressentimentos, mas com "muito compromisso". "Pessoas já estão acreditando que a democracia voltou de braços abertos", disse Lula. Também afirmou que o Congresso pode ter defeitos, mas que era muito pior quando a Câmara e o Senado foram fechados na ditadura.

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Shell e Unicamp vão desenvolver agave para produção de biocombustíveis

A Shell e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) firmaram uma parceria para o desenvolvimento do agave, cultivar típico do sertão brasileiro, como nova fonte de biomassa, e há planos também da construção de plantas-piloto de processamento e refino a serem instaladas na Bahia, para produção de biocombustíveis. O programa denominado Brave (Brazilian Agave Development) receberá um investimento de R$ 30 milhões, disse Shell em nota hoje (10). Segundo a companhia, o potencial produtivo do agave se assemelha ao encontrado na cana-de-açúcar cultivada em outras regiões do Brasil. O objetivo é tonar o agave mais uma fonte eficiente e produtiva, capaz de capturar e armazenar grandes quantidades de carbono. O desenvolvimento do Brave contempla soluções biológicas para a melhoria da produtividade, adaptabilidade e resistência do agave, assim como a criação, pela primeira vez no mundo, segundo a Shell, de equipamentos para plantio e colheita deste cultivar.

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RenovaBio: ANP realiza workshop sobre etanol importado dos EUA

A ANP realizará na próxima segunda-feira (14/11), às 14h, o Workshop sobre Procedimento de Certificação do Importador de Etanol Americano no âmbito do RenovaBio. O evento será online e terá transmissão ao vivo pelo canal da ANP no YouTube: https://www.youtube.com/user/ANPgovbr. O objetivo do workshop será apresentar proposta de informe técnico sobre o procedimento para a certificação de importadores de etanol americano no âmbito do RenovaBio e colher sugestões dos segmentos envolvidos. O evento é destinado a firmas inspetoras, importadores de etanol e produtores de etanol americanos, mas a transmissão pelo YouTube é aberta a quaisquer interessados. O RenovaBio é a política nacional instituída com os principais objetivos de estimular a produção e consumo de biocombustíveis no Brasil, baseada na previsibilidade, sustentabilidade ambiental, econômica e social, e de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na matriz de combustíveis. Saiba mais sobre o RenovaBio: https://www.gov.br/anp/pt-br/assuntos/renovabio

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Rodovias ruins geram R$ 6,4 bi de prejuízo só com desperdício de diesel

As rodovias brasileiras estão em péssimo estado de conservação. Mais de 66% das estradas pavimentadas têm algum problema. Assim, apenas 34% da malha viária estão em boa ou ótima condições. Os dados são parte de um estudo feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). De acordo com a CNT, a maioria das vias foi classificada como ruins e péssimas. Segundo a confederação, o estudo avaliou a malha pavimentada das rodovias federais e seus trechos estaduais. Ou seja, isso engloba 110.333 quilômetros de estradas em todo o Brasil. Conforme o estudo, 55% do pavimento dessas estradas apresenta ao menos um tipo de problema. Por sua vez, 44,5% estão em condições satisfatórias e 0,6% apresenta total deterioração. Estradas ruins causam prejuízo bilionário De acordo com a CNT, a sinalização das estradas brasileiras também requer atenção. Segundo o estudo, 60% da extensão das vias têm sinalização considerada regular, ruim e péssima. Ou seja, apenas 39,3% estão em boas condições. Outro problema é que 8,3% das vias avaliadas não têm faixa central, que divide uma pista da outra, e 14,3% estão sem faixas laterais. Além disso, há 2.610 pontos críticos nas rodovias brasileiras avaliadas. Como resultado, isso causa 33,1% de aumento nos custos operacionais. Em outras palavras, isso deve representar um consumo desnecessário de 1,1 bilhão de litros de diesel em 2022. Considerando o preço médio do litro do combustível nos postos, estamos falando de cerca de R$ 6,4 bilhões jogados no ralo. Isso sem considerar os gastos com pneus, suspensão, freios, filtros e outros componentes. Bem como o maior desgaste físico do caminhoneiro. Segundo a CNT, realizar ações emergenciais para recuperar as rodovias do Brasil requer investimentos de cerca de R$ 72,6 bilhões. O levantamento também mostra as condições das estradas por região do País. Assim, no Norte estão as rodovias em pior nível de conservação. De acordo com a CNT, 79,2% dos Estados da região apresentam algum tipo de problema. E apenas 20,8% da malha estão em boa ou ótima condição. Por outro lado, as rodovias do Sul foram avaliadas como as melhores do Brasil. Do total das rodovias pavimentadas da região, 55,7% têm algum tipo de problema. Contudo, 44,3% foram avaliadas como boas e ótimas, segundo a metodologia do estudo.

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Déficit nos preços dos combustíveis permanece

A defasagem no preço da gasolina em relação ao preço de paridade de importação (PPI) era de R$ 0,11 (3%) nessa terça (8/11). No diesel, o déficit chegava a R$ 0,33 (6%), segundo cálculos da Abicom, que reúne importadores. emdash; As diferenças percentuais são bem inferiores aos 18% de déficit registrados pela gasolina em 28/10 e 1/11, e de 25% pelo diesel, em 31/10. Mostram, porém, uma resiliência da defasagem. O que pressiona a Petrobras em relação a possíveis aumentos. emdash; Desde 4 de outubro, a Abicom aponta defasagem nos valores da gasolina vendida pela estatal. No diesel, a diferença para menos vem ocorrendo desde 5 de outubro, ambos de forma constante. Para o mercado, a ausência de aumentos da Petrobras em outubro foi motivada pelo segundo turno das eleições. Foi uma forma de não prejudicar a tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que cortou impostos federais sobre os combustíveis e conseguiu que o Congresso aprovasse o teto do ICMS, forçando a queda dos preços. emdash; Além disso, a Petrobras acelerou as reduções de preços entre julho e setembro, durante a campanha eleitoral, na esteira da queda do petróleo no mercado internacional. Foram quatro reduções no valor da gasolina e três no preço do diesel nesse período. emdash; Mesmo sem a estatal alterar seus preços, a gasolina vem subindo nas bombas há quatro semanas consecutivas, movimento que começou antes do segundo turno. O valor vem sendo pressionado pelo aumento do etanol anidro e por ajustes nas margens dos revendedores. emdash; Até mesmo o diesel, que registrava certa estabilidade, aumentou na semana passada.

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