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Petrobras quer ajustar dividendos a níveis praticados por concorrentes, diz diretor

Os estudos para a elaboração de uma nova política de dividendos da Petrobras vão considerar que a companhia deve ter remuneração compatível com outras grandes petroleiras globais, disse nesta sexta-feira (12) o diretor Financeiro da companhia, Sergio Caetano Leite. Em 2022, a estatal foi a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, de acordo com a gestora de recursos Janus Henderson, e tornou-se alvo até do então presidente Jair Bolsonaro (PL) pela elevada remuneração em tempos de recordes dos preços dos combustíveis. O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu com a promessa de alterar esse cenário, que reflete uma política de remuneração aos acionistas implantada na gestão Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro. Com a promessa de retornar aos acionistas parte da geração de caixa da companhia que não era destinada a investimentos, a política levou a estatal a ter um dos melhores níveis de rentabilidade sobre a ação do setor. Levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, mostra que o indicador que mede o retorno em dividendos sobre o preço da ação (conhecido como e#39;dividend yielde#39;) da Petrobras é bem superior ao de outras companhias do segmento, perdendo apenas para a britânica BP. Desde 2018, as ações preferenciais da Petrobras tiveram um dividend yield de médio de 12,77%. As ordinárias, de 10,78%. No caso da gigante americana Exxon, por exemplo, o indicador ficou em 5,01%. Para a norueguesa Equinor e as americanas Chevron e Conoco Philips, ficou abaixo de 5%. A líder BP tem dividend yield médio de 14,36% no período. Em 2022, o dividend yield de 12 meses da Petrobras foi superior a 50% para as duas classes de ações, de acordo com os dados da TradeMap. Em entrevista para detalhar o balanço do primeiro trimestre, Leite disse que a nova política de dividendos ainda está em estudo, mas "é natural" que a empresa pague níveis semelhantes aos pagos por suas concorrentes no setor de petróleo. Segundo o executivo, a nova política de remuneração aos acionistas será apresentada até o final de julho para apreciação pelo conselho de administração da estatal. Em teleconferência com analistas do mercado, ele afirmou nesta sexta que os estudos ainda estão em fase inicial. O governo defende que parte da geração de caixa da companhia seja destinado a mais investimentos e a empresa já se comprometeu a retornar a segmentos abandonados por gestões anteriores, como fertilizantes e energias renováveis. Mas a gestão atual propõe também usar parte dos recursos em um programa de recompra de ações, como fizeram outras grandes petroleiras globais, aproveitando o excesso de caixa gerado pela escalada das cotações do petróleo para melhorar seu valor de mercado. "A recompra ocorre nas empresas como forma de distribuição de valor aos acionistas, mas sobretudo reflete visão da Petrobras de que a empresa tem mais valor do que o mercado demonstra", disse Leite. Enquanto não altera sua política de dividendos, a Petrobras segue anunciando elevados valores aos acionistas. Pelo lucro de R$ 38,1 bilhões no primeiro trimestre de 2023, distribuirá R$ 24,7 bilhões em dividendos. Como a nova política só deve ficar pronta após o fim do segundo trimestre, a tendência é que haja nova distribuição pelo resultado entre abril e junho. Ao mesmo tempo em que são alvo de críticas do governo, porém, os dividendos da Petrobras ajudam o Tesouro, já que a União é a maior acionista da estatal. Com 28,67% das ações, a União ficará com R$ 7,1 bilhões referentes ao resultado do primeiro trimestre. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que tem 7,94% do capital da companhia, terá direito a mais R$ 1,9 bilhão.

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Preços médios da gasolina e do diesel caem nos postos, diz ANP

O preço do diesel S-10 nos postos brasileiros caiu pela 14ª semana consecutiva e chegou a R$ 5,57 por litro, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O valor representa uma queda de 2,3%, ou R$ 0,13 por litro, em relação à semana anterior. O ciclo de baixa reflete cortes promovidos nas refinarias da Petrobras e deve se manter, já que a estatal planeja nova redução na semana que vem. Desde que começou a cair, o preço médio do diesel S-10 ficou 13%, ou R$ 0,82 por litro, mais barato. O último corte no preço do diesel foi anunciado pela Petrobras no dia 28 de abril. Nesta sexta-feira (12), o presidente da estatal, Jean Paul Prates, sinalizou que nova queda deve ser anunciada na semana que vem, confirmando informações já divulgadas pelo governo. Segundo informações vazadas pelo governo, o corte no preço do diesel deve ser de R$ 0,10 por litro. A gasolina deve cair R$ 0,30 por litro e o gás de cozinha, R$ 15 por botijão de 13 quilos. Embora confirme a possibilidade, Prates disse à Folha que os valores são "adivinhação". "O anúncio oficial é feito pela Petrobras no devido dia e na devida hora, com antecedência inclusive à abertura do mercado financeiro. Não estamos descumprindo essa regra e tudo que estiver saindo de adivinhação de preços, quanto vai baixar quanto não vai, é pura especulação das pessoas" Eventual corte nos preços responde a recuo das cotações internacionais do petróleo. Segundo dados dos importadores, a gasolina vendida pela estatal está hoje R$ 0,39 por litro acima da paridade de importação. O diesel está R$ 0,28 mais caro. De acordo com a ANP, o preço médio da gasolina também caiu nos postos, após semanas de estabilidade. Esta semana, o litro da gasolina comum foi vendido, em média, a R$ 5,49, queda de 0,5%, ou R$ 0,03 por litro, em relação à semana anterior. O preço do etanol hidratado, que vinha em alta, também recuou, para R$ 4,09 por litro. O valor é 1,4%, ou R$ 0,06 por litro, abaixo do verificado na semana passada. Com impacto da alta na carga tributária após a mudança no modelo de cobrança de ICMS, o preço do gás de cozinha subiu 0,6% na semana, para uma média de R$ 108,84 por botijão de 13 quilos. A possibilidade de redução do preço desse produto nas refinarias foi celebrada em redes sociais por aliados do governo, incluindo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, antes mesmo de a Petrobras confirmar o corte.

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Plano de extrair petróleo na Amazônia ameaça agenda ambiental de Lula

Lula aproveitou a coroação de Charles III para produzir uma boa notícia na área ambiental. O Reino Unido anunciou a doação de R$ 500 milhões ao Fundo Amazônia. A preservação da floresta não foi discutida apenas com o primeiro-ministro Rishi Sunak. eldquo;A primeira coisa que o rei disse para mim foi para cuidar da Amazôniaerdquo;, confidenciou o presidente, após ser recebido no Palácio de Buckingham. Alemanha e Estados Unidos já haviam anunciado doações ao Fundo, que ficou paralisado no governo Bolsonaro. Os aportes indicam a retomada da confiança no Brasil como protagonista da agenda climática. A diplomacia verde está funcionando, mas não pode se sustentar só em palavras. Depende de decisões concretas a serem tomadas pelo governo. No fim de abril, técnicos do Ibama opinaram contra um pedido da Petrobras para procurar petróleo na foz do rio Amazonas. A estatal quer perfurar o chamado bloco 59, a cerca de 160 quilômetros da costa do Amapá. Seria o primeiro passo para explorar a Margem Equatorial, região descrita como a nova fronteira do pré-sal. O processo está na mesa do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tenta convencê-lo a desconsiderar o parecer técnico e liberar a licença. Enquanto o martelo não é batido, as pressões sobre o órgão se avolumam. Em ofício enviado ao governo, ambientalistas dizem que o plano da Petrobras causou um eldquo;alerta gravíssimoerdquo;. Assinado por 80 ONGs, o texto afirma que um eventual vazamento de óleo na foz do Amazonas causaria eldquo;danos imensuráveiserdquo; para a biodiversidade. E argumenta que a perfuração só poderia ser autorizada após uma avaliação de impacto socioambiental em toda a região. eldquo;Liberar essa licença seria um tiro no péerdquo;, diz Suely Araújo, ex-presidente do Ibama e analista do Observatório do Clima. eldquo;O presidente Lula elegeu a questão ambiental como eixo importante do terceiro mandato. O discurso é muito bom, mas precisa haver coerência nas ações práticaserdquo;, cobra. Ao celebrar cem dias de governo, Lula prometeu incentivar a Petrobras a investir em energias renováveis para reduzir as emissões de carbono. Falta combinar com os dirigentes que ele pôs na estatal. Em entrevista recente, Jean-Paul Prates defendeu o aumento da produção de combustíveis fósseis e disse que a empresa quer ser a última a extrair petróleo no mundo. Pode até ser, mas não às custas da Amazônia. Grampinho e Toninho Em visita à Bahia, Lula chamou ACM Neto de eldquo;Grampinhoerdquo;. O apelido persegue o ex-prefeito de Salvador desde 2003. Na época, seu avô era acusado de montar um esquema de escutas clandestinas para espionar adversários. Neto não gosta da alcunha, mas herdou o nome de outro político conhecido por apelidar os rivais. O velho Antonio Carlos Magalhães só se referia ao ex-ministro Eliseu Padilha como eldquo;Eliseu Quadrilhaerdquo;. Michel Temer virou o eldquo;Mordomo de filme de terrorerdquo;. O próprio ACM teve que conviver até o fim com um epíteto indesejado: Toninho Malvadeza.

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Petróleo cai com dólar mais forte e temores sobre demanda

Os preços do petróleo caíram mais de 1% nesta sexta-feira, fechando a terceira semana consecutiva de recuo, após o mercado equilibrar temores relacionados à oferta e renovadas preocupações econômicas nos Estados Unidos e na China. O petróleo Brent fechou em queda de 0,81 dólar, ou 1,1%, para 74,17 dólares, enquanto o petróleo nos EUA (WTI) caiu 0,83 dólar, ou 1,2%, para 70,04 dólares. Ambos os contratos de referência caíram cerca de 1,5% semana a semana. O dólar norte-americano manteve ganhos modestos em relação ao euro nesta sexta-feira e caminhava para seu maior ganho semanal desde fevereiro, com a incerteza em torno do teto da dívida dos EUA e da política monetária levando a uma mudança para portos seguros. [=EUR] Um dólar mais forte torna o petróleo cotado em dólar mais caro para detentores de outras moedas. "A falta de confiança na economia está se traduzindo em um recuo para o dólar mais seguro e também está causando pessimismo sobre a demanda por petróleo", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York. (Reuters)

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Gasolina com 30% de etanol pode afetar motores que não sejam flex

Oito anos após o último aumento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou no final de abril que o Governo Federal estuda elevar de 27% para 30% o teor de etanol na gasolina. Assim como em 2015, a preocupação de consumidores e especialistas é como essa medida afeta veículos que são movidos somente a gasolina. Naquela ocasião, testes realizados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não identificaram evidências que impedissem o uso da gasolina com 27,5% de etanol para os veículos avaliados eldquo;desde que o combustível comercializado possua as mesmas características daquele enviado pela Petrobras para estes ensaioserdquo;, sublinhava o relatório. O diretor de Combustíveis da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), Rogério Gonçalves, comentou que o possível acréscimo de 3% não afetaria o funcionamento de veículos flex, uma vez que estão preparados para qualquer percentual de etanol entre 22% e 100%. Já em veículos somente a gasolina, o primeiro impacto seria no consumo de combustível. eldquo;Pensando em veículos antigos, uma coisa óbvia e direta é o aumento de consumo. Pelo poder calorífico dos dois combustíveis, vai ter uma perda. Isso já é esperado", afirmou Gonçalves. No ensaio da Anfavea em 2015 para estudar os atuais 27,5%, o aumento de consumo verificado variou entre 1% e 2% em relação à mistura de 25%. O especialista também aponta que outra consequência para motores apenas a gasolina seria o impacto nos materiais do sistema de alimentação de combustível e no mapeamento da injeção que tenha sido projetado para algum determinado teor, como no caso das injeções diretas. eldquo;Mas só através de testes que esses problemas podem ser identificadoserdquo;, ressaltou. Redução de poluentes Segundo estimativa da Copersucar, o aumento para 30% de etanol à gasolina pode evitar a emissão de quase 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Entretanto, embora seja menos poluente, o etanol é mais corrosivo para motores movidos somente a gasolina e, na opinião da fabricante de peças Delphi, isso pode trazer consequências à manutenção desses veículos: eldquo;Por conta da composição do etanol, o combustível renovável é mais corrosivo do que a gasolina. Por este motivo, esse aumento de etanol na gasolina pode, sim, impactar o sistema de injeção do veículo, de maneira que as peças possam sofrer o desgaste de forma mais acentuadaerdquo;, afirmou a Delphi, ressaltando que a preocupação com os modelos mais recentes a gasolina, como os híbridos importados. Carros mais modernos serão os mais afetados eldquo;Geralmente pensamos primeiro nos carros mais antigos movidos apenas à gasolina, porém os carros novos importados, os híbridos e motocicletas são os que acabam sofrendo mais, fazendo com que todo o sistema (bomba de combustível, sistema de condução de combustível, galeria de combustível e bicos injetores) devam passar por revisões mais regulares para garantir o perfeito funcionamentoerdquo;, completou a empresa. Essa preocupação é a mesma de Rogério Gonçalves, da AEA, que afirmou já ter havido testes com percentuais de etanol superiores a 27,5% lá em 2015. Porém, o estudo precisa ser atualizado. eldquo;Os veículos antigos daquela época não são os veículos antigos de hoje. Hoje temos carros importados a gasolina muito mais modernos, com sistemas diferenciados, turboalimentados, que não haviam naquela épocaerdquo;, disse. Gonçalves reforça ainda que os híbridos com motor a gasolina também precisam ser estudados quanto a esse possível acréscimo eldquo;Não existem testes com esse tipo de veículo com teores (de etanol) acima de 27%erdquo;, declarou. Cuidado com os itens do sistema de alimentação de combustível Já o diretor de Produtos da divisão de Powertrain Solutions da Bosch, Fábio Ferreira, comenta que as variações definidas pela ANP precisam ser cuidadosamente discutidas com as fabricantes de automóveis para garantir que todos os componentes envolvidos não sejam negativamente impactados. Porém, a visão dele é diferente da Delphi com relação à adaptabilidade dos sistemas já existentes. eldquo;Exclusivamente sobre a parte do gerenciamento de motor, onde a Bosch está diretamente envolvida no desenvolvimento e acompanhamento de qualidade, a avaliação é que os componentes fornecidos, que trabalham diretamente em contato com o combustível, podem absorver essa variação sem maiores riscos visíveiserdquo;, declarou Ferreira. Desde outubro de 1993, automóveis nacionais e importados com injeção e ignição eletrônicos estão preparados para suportar o mínimo de 22% de etanol anidro na gasolina C brasileira. Naquela ocasião, o etanol substituiu o chumbo tetraetila como agente para aumentar a octanagem do combustível. A gasolina E22 ainda é o padrão para homologação de veículos, testes de emissões e consumo do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro.

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Gas release será discutido no Gás para Empregar

O diretor de Infraestrutura e Melhoria do Ambiente de Negócios no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Alexandre Messa, afirma que a possibilidade de um Programa de Redução de Concentração da oferta de gás natural (gas release) será discutida como uma proposta complementar, na estruturação do Gás para Empregar. A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) concluiu o estudo com o diagnóstico concorrencial do mercado, mas a inclusão do tema na agenda regulatória e o início da avaliação de impacto regulatório ainda não passaram pelo aval da diretoria do regulador. Segundo Messa, o gas release é fundamental para a continuidade da abertura do mercado. eldquo;[O Brasil] precisa aumentar a oferta, mas, ao mesmo tempo, aumentar a concorrênciaerdquo;, afirmou ao estúdio epbr, durante participação no Seminário de Gás Natural do IBP. GT será formado nas próximas semanas O diretor do MDIC diz que é natural a oposição da Petrobras aos compromissos assumidos para abertura do mercado, mas que vê espaço dentro do governo para avançar com a discussão do gas release. eldquo;A questão é desenhar o mercado de tal forma a torná-lo atrativo para todos os agenteserdquo;, comentou. Messa conta que o grupo de trabalho interministerial do Gás para Empregar deve ser formalizado nas próximas semanas. Independente disso, as discussões já estão acontecendo dentro do governo. eldquo;O grupo tem, justamente, essa missão de procurar desenhar com detalhes [o programa Gás para Empregar] para tornar a proposta redondaerdquo;, afirmou.

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