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Produção de petróleo do Brasil cai 2% em janeiro, diz ANP

A produção de petróleo no Brasil em janeiro somou 3,45 milhões de barris por dia (bpd), uma queda de 2% em relação ao mesmo mês de 2024, com um recuo de mais de 6% na extração da Petrobras, maior produtora do país, apontaram dados da reguladora ANP nesta quinta-feira (6). Na comparação com dezembro, a produção brasileira cresceu 0,8%, mostraram os dados. A Petrobras produziu 2,105 milhões de bpd em janeiro, ante 2,245 milhões de bpd no mesmo mês do ano passado. Já a Shell, segunda maior produtora do Brasil e principal parceira da Petrobras no pré-sal, produziu em janeiro 360,8 mil bpd, quase estável na mesma comparação. A produção de gás natural em janeiro no Brasil, por sua vez, foi de 160,76 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), alta de 4,4% ante janeiro de 2024 e recuo de 0,2% ante dezembro. (Reuters)

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Projetos de hidrogênio verde travam com impasse sobre quem vai pagar a conta

Mais de uma dúzia de projetos para instalação de plantas de hidrogênio verde no Brasil está paralisada à espera de uma definição sobre quem, afinal, vai bancar a conta dos empreendimentos, estimada em mais de R$ 1,4 bilhão. O impasse envolve a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a ANP (Agência Nacional de Petróleo). Em dezembro do ano passado, a área técnica da Aneel chegou a aprovar 13 projetos de plantas de hidrogênio verde. Foi o primeiro pacote no país voltado para a produção do insumo que é visto como uma das principais promessas para substituir combustíveis fósseis e reduzir emissões de gases de efeito estufa. A previsão era que R$ 1,119 bilhão do valor total saísse do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Aneel, um fundo que é bancado com recursos recolhidos pelo consumidor de energia, por meio da conta de luz. Os demais R$ 367 milhões seriam investidos diretamente pelas empresas, como contrapartida de cada projeto. O plano era iniciar as construções neste ano. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, porém, pediu vista do processo por entender que os projetos consumiriam cerca de 30% dos recursos de pesquisa recolhidos pela agência pelo prazo de até quatro anos. A avaliação foi que se trata de um valor alto para bancar projetos que, na prática, estariam mais atrelados a setores como siderurgia, indústria alimentícia e petroquímica. Outra queixa diz respeito ao baixo nível de contrapartida das empresas. A maior parte possui contrapartidas variando entre 10% e 13%, sendo o mínimo exigido pelo edital de 10%. Apenas a Petrobras tem uma participação maior, com 52% de recursos diretos. Na média, o aporte das empresas ficou em torno de 24,7% do valor total. Um terceiro fator diz respeito ao papel de cada agência sobre o assunto. Uma lei publicada no ano passado delegou à ANP a regulação do hidrogênio de baixo carbono, enquanto a Aneel seguirá responsável apenas pela parte relacionada ao uso da eletricidade na produção desse hidrogênio. Além de cobrar o aumento das contrapartidas financeiras, a pressão é para que novas fontes de financiamento entrem na equação para bancar os projetos, como a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), além da própria ANP. O tema é acompanhado de perto pelo setor. "Terei reunião na próxima semana para tratar desse assunto com a Aneel. São projetos muito importantes para o setor elétrico, afinal essas áreas são eletrointensivas", diz Fernanda Delgado, diretora-executiva da ABIHV (Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde). "Essas inovações só têm a acrescentar ao setor elétrico, porque não concorrem. Pelo contrário, só trazem inovação e desenvolvimento a todo o setor." Para entrar em acordo, as duas agências reguladoras avaliam a possibilidade de publicar uma portaria conjunta para coordenar recursos, além de ranquear os projetos mais relevantes para cada setor. Até o dia 17 de março, as empresas com projetos aprovados devem apresentar um balanço sobre as sugestões de encaminhamentos sobre o assunto. Por meio de nota, a ANP declarou que "acompanha estreitamente as discussões sobre o desenvolvimento de projetos de hidrogênio de baixo carbono" e que mantém diálogo com a Aneel para avaliar possíveis sinergias. Dentro de seu setor, a ANP afirmou que já possui portfólio com 35 projetos e mais de R$ 420 milhões investidos na temática do hidrogênio, recurso que sai da obrigação das empresas do segmento investirem 1% da receita bruta em projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. "Quanto às tratativas entre a ANP e a Aneel, a ANP segue à disposição para aprofundar eventual proposta para estabelecimento de portaria conjunta, que vise à coordenação de esforços e a otimização da aplicação de recursos de PDeamp;I, sempre com foco no avanço tecnológico e na competitividade do setor energético brasileiro", afirmou a agência do setor de petróleo e gás. A Aneel afirmou, por meio de nota, que seu diretor-geral, Sandoval Feitosa, tem se reunido com as empresas dos 13 projetos, com a ANP e com órgãos de fomento (BNDES e Finep), para avaliar "eventual potencialidade de melhorar a efetividade dos incentivos providos pelo Programa de PDeamp;I Aneel e ampliar as contrapartidas". A Petrobras é dona do maior projeto, que prevê a construção de uma planta-piloto para produzir hidrogênio de forma integrada a uma refinaria de petróleo da empresa, no Rio de Janeiro, para uso do insumo pelo setor petroquímico. São R$ 497 milhões nesta iniciativa, dos quais R$ 259 milhões serão injetados como contrapartida pela petroleira. A Neoenergia, que é dona da Itapebi Geração de Energia, hidrelétrica localizada na divisa da Bahia e Minas Gerais, teve quatro projetos aprovados. Três projetos da China Three Gorges (CTG Brasil), dona da Rio Paraná Energia, também passaram pelo crivo da comissão. A meta é erguer plantas em Mato Grosso do Sul e Pernambuco. A Eneva, que atua na extração de gás no Maranhão, teve sinal verde para tocar duas plantas-piloto, em São Paulo e no Ceará. A unidade cearense deve se voltar para a produção de hidrogênio que ajude na descarbonização da indústria de alimentos, enquanto a base paulista mira a produção do insumo para usos múltiplos. Os outros três projetos aprovados pertencem à Cemig, Eletronorte e Furnas. O prazo para execução de todos os projetos é de até 48 meses e começa a valer em 2025.

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Magda diz que Petrobras investe para gerar valor e nega que governo decida pela estatal

Uma semana após o tombo das ações da Petrobras, motivado pelo susto do mercado com o aumento dos investimentos em 2024, a presidente da estatal, Magda Chambriard, defendeu à Folha que a decisão vai gerar valor real à companhia e que não houve ingerência do governo federal. Na sexta-feira (28), um dia após a divulgação do balanço de 2024, as ações da Petrobras chegaram a cair 9% na B3, com o mercado tentando entender a alta de 31% nos investimentos da empresa durante o ano e seus efeitos sobre os dividendos da companhia. "Nossos investimentos são prioridade porque geram valor real, com retornos acima do custo de capital", afirmou Magda, dizendo que a antecipação de pagamentos foi uma decisão estratégica para corrigir um descasamento entre a execução física e o fluxo financeiro de obras de plataformas. A presidente da Petrobras disse que, se pudesse, a estatal anteciparia investimentos em mais plataformas, mas não tem expectativa de repetir, em 2025, o volume de investimentos acima do previsto por seu planejamento estratégico. "Esse ajuste já foi concluído", afirmou, frisando que, uma vez que a oportunidade foi endereçada, a empresa não tem interesse em manter caixa ocioso e seguirá cumprindo sua política de remuneração aos acionistas por meio de dividendos. Ao divulgar o balanço, a Petrobras anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões aos acionistas, cerca de metade do previsto, o que motivou a correção no valor das ações da estatal. O aumento dos investimentos foi conhecido pelo mercado logo após a empresa patrocinar dois eventos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defensor de um protagonismo da estatal no desenvolvimento econômico do país. Nas duas ocasiões, Magda falou em acelerar investimentos para gerar encomendas para a indústria nacional, uma das promessas de campanha de Lula. À Folha a presidente da Petrobras defendeu que não há interferências do governo na gestão. "Desde que assumi a Petrobras, em maio de 2024, eu e a diretoria temos tido total liberdade para gerir a empresa e tomar as decisões da forma que entendemos serem mais eficazes para a saúde financeira e o desenvolvimento da companhia", afirmou. Ela alega que há interesses comuns entre a estratégia empresarial da companhia e políticas públicas do governo, citando como exemplo os incentivos à indústria naval, fomentada por Lula em seus primeiros mandatos e em crise desde a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. "É uma iniciativa ganha-ganha: o governo vê prosperar seu desejo de reativar a indústria naval e offshore nacional, e a Petrobras tem como benefício o acesso a um mercado fornecedor próximo às suas operações, o que nos traz benefícios de custo, logística e para acompanhamento das obras", disse. Magda afirmou que "o governo não toma decisões pela companhia", mas que, sempre que possível, a intenção é trabalhar na intersecção entre políticas públicas e melhor estratégia comercial e econômica para a Petrobras. "O Estado brasileiro deseja uma Petrobras saudável e rentável, assim como nós desejamos. Aí está nosso interesse comum", afirmou. Uma das promessas de Lula adotadas pela Petrobras foi a mudança na política de preços, que deixou de estar colada à cotação internacional e passou a considerar fatores internos, como custo de produção e custo de produtos concorrentes. Desde então, o número de reajustes desabou, garantindo preços mais estáveis no mercado interno, mas sob algumas críticas a respeito da perda de rentabilidade no negócio de refino. Magda considera que a política é bem-sucedida. "Nós conseguimos abrasileirar os preços dos combustíveis. Tínhamos o objetivo de não repassar para os consumidores a volatilidade dos preços internacionais do petróleo nem a flutuação do câmbio e praticar, ao mesmo tempo, preços competitivos. Acredito que alcançamos esse objetivo", afirmou. Em 2024, a empresa não promoveu nenhum reajuste no diesel. O preço da gasolina em suas refinarias foi alterado apenas uma vez. No início de 2025, pressionada pela escalada do dólar, a estatal "entendeu que era necessário" aumentar o preço do diesel. "Nós refinamos grande parte do combustível que vendemos e temos uma extensa estrutura de transporte de derivados, espalhada por todo o país, em diferentes modais. Essas são vantagens da Petrobras em relação aos concorrentes que suportam a manutenção da nossa posição no mercado e não podem ser ignoradas na formação de preço", disse a presidente da estatal. Nos últimos meses, grandes petroleiras globais recuaram em planos de investimentos em energias renováveis, reforçando o foco nas melhores rentabilidades garantidas pelo petróleo. Magda diz que, na Petrobras, "não há passo atrás". "Nossa estratégia prevê a diversificação de fontes de energia. Estamos estudando etanol, metanol, hidrogênio verde e azul, derivados de petróleo com percentual renovável, e geração de energia renovável onshore, como eólica e solar. É isso que vai garantir nosso futuro", afirmou. Ainda assim, defende ela, o petróleo tem longa sobrevida na economia global. "Estamos caminhando para um futuro de diversidade energética e esse movimento é irrefreável. Mas ele não será possível sem a presença ainda relevante do petróleo na matriz energética mundial." A presidente da Petrobras argumenta que, mesmo no cenário de transição mais acelerada, a Agência Internacional de Energia prevê uma demanda mundial de cerca de 20 milhões de barris de petróleo por dia em 2050 e que o petróleo de baixo custo e baixas emissões do Brasil terá espaço. A empresa vive hoje um embate com o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sobre a perfuração de um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, principal aposta do setor para repor o esgotamento das reservas do pré-sal a partir da próxima década. Magda diz ainda acreditar na licença este ano. "Estamos em diálogo permanente com o Ibama e cumprindo todas as exigências estabelecidas, como sempre fizemos", afirmou. Em março, a empresa entrega um centro de tratamento de animais em Oiapoque (AP), que entende ser a última exigência. "O que estamos prevendo para as águas profundas do Amapá é a maior estrutura de resposta a emergência do mundo. Em 45 anos atuando nessa indústria, eu nunca vi algo tão grande para salvaguarda das operações."

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Silveira cobra Petrobras: 'É hora de analisar e reduzir preço dos combustíveis'

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que, com a queda da cotação do petróleo no mercado internacional, é hora de a Petrobras analisar a redução dos preços no Brasil. Em entrevista à Coluna do Estadão, ele avaliou, entretanto, que não é o preço dos combustíveis que está impactando na inflação dos alimentos - maior dor de cabeça do governo Lula no momento - e garantiu que não haverá nenhuma medida intervencionista na estatal. erdquo;Com a queda do Brent e com o dólar a R$ 5,75, nós estamos muito atentos para defendermos naturalmente, sem nenhuma intervenção. A Petrobras tem a sua governança e o seu direito de discricionário, mas entendo que já está na hora. Essa é a primeira vez que eu falo aqui. Já está na hora de a Petrobras analisar a possibilidade de redução de preçoerdquo;, declarou. Ele acrescentou que a alta nos valores cobrados pelos alimentos não pode ser atribuída ao aumento nos custos com combustíveis. erdquo;O preço na bomba hoje é menor que em dezembro de 2022. Então não é o combustível, são outros fatores que estão impactando o preço de alimento. Mas acho que há uma tendência agora de queda do preço dos combustíveis e natural queda do preço dos alimentos, em especial com essas medidas que o presidente Lula está anunciandoerdquo;, completou. Silveira defendeu que sejam encontradas soluções de mercado, eldquo;sem malabarismoerdquo; que geraria eldquo;atropeloserdquo; mais à frente. Para ele, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) deve reforçar a fiscalização para evitar abusos na cadeia de combustíveis. eldquo;A ANP pode ser mais eficiente e se modernizar mais. Hoje tem equipamentos, por exemplo, para garantir a mistura de biodiesel e diesel. Então a ANP tem que se reinventar no papel dela de órgão fiscalizador do setor de combustíveiserdquo;, avaliou. O governo indicou dois novos diretores para a ANP, no final do ano passado, mas aguarda a sabatina e votação no Senado. Preço de todos os combustíveis aumentou em fevereiro Os preços de todos os combustíveis registraram alta em fevereiro na comparação com o mês anterior, segundo o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O destaque foi o diesel, que ficou 4,6% mais caro nos postos de abastecimento, após o aumento de 6% aplicado pela Petrobras nas suas refinarias a partir de 1º de fevereiro. Em seguida, o etanol teve alta de 3,9%; a gasolina comum, um aumento de 2,9%, e a aditivada de 2,8%. O Gás Natural Veicular (GNV) ficou praticamente estável na comparação, com alta de 0 1%. Na ultima segunda-feira, 3, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Países Aliados (Opep+) anunciou o aumento na produção da commodity até 2026. ; especialistas projetam preço médio de US$ 70 para este ano. A decisão teve efeito imediato no mercado e os preços atingiram o nível mais baixo do ano nos EUA: US$ 68,37 por barril na segunda-feira, queda de 2%.

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Bosch cria motor flex a diesel e etanol no Brasil; veja como funciona

Há tempos em que a tecnologia automotiva avança por caminhos inusitados. Este é o caso da Bosch, que acaba de confirmar o desenvolvimento de um motor capaz de rodar com diesel e etanol ao mesmo tempo. A empresa alemã, vale lembrar, ajudou a criar os motores flex no começo dos anos 2000. O novo motor funciona com partes iguais de diesel e etanol, o que representa uma diferença em comparação com os propulsores flex, que podem misturar gasolina ou etanol em qualquer proporção. Neste novo sistema, o combustível fóssil será injetado no início da operação do propulsor para que, depois, o derivado de cana-de-açúcar entre gradativamente na mistura. Para tornar a combinação possível, a Bosch instalou um segundo sistema de injeção de combustível (sendo este a etanol) e um controlador eletrônico da mistura. Dessa forma, o propulsor detecta de forma autônoma a possibilidade de substituição e, sem qualquer interferência do condutor, ajusta a proporção de diesel e etanol. A Bosch trabalha no desenvolvimento deste novo motor há pelo menos uma década, mas apenas em 2024 os estudos avançaram suficientemente ao ponto de viabilizar sua produção em escala comercial. Outro fato interessante é que essa tecnologia não é nova: foi aplicada comercialmente no Brasil em 1983, pela antiga empresa Valmet, como revelou o site Auto Entusiastas. Na ocasião, a combinação de diesel e etanol não foi bem aceita. A intenção da Bosch é que a tecnologia esteja pronta para ser lançada no fim deste ano. Antes de aparecer em caminhões e ônibus, entretanto, o inédito motor vai dar as caras em máquinas agrícolas, como colheitadeiras e locomotivas. De acordo com a Bosch, existem mineradoras que consomem 1 milhão de litros de diesel por ano. Logo, um motor que também consome etanol poderia equilibrar a balança e emitir menos dióxido de carbono (COe#8322;). Por se tratar de uma tecnologia em testes, ainda não é possível mensurar a redução do impacto ambiental ao adicionar o derivado de cana-de-açúcar na mistura do diesel. Após a incorporação em colheitadeiras e locomotivas, a Bosch pretende apresentar a mesma tecnologia para motores de caminhões. A empresa recebeu R$ 521 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da (Finep) para o viabilizar o recurso. Tecnologia flex consagrada no Brasil A chegada dos motores que combinam diesel e etanol representaria uma revolução para a mobilidade brasileira. A própria Bosch esteve à frente de outra inovação que mudou a indústria automotiva para sempre: o lançamento do primeiro motor flex, em 2003. Naquele ano, 22 anos atrás, o Volkswagen Gol chegava às lojas na versão Total Flex, que poderia combinar qualquer proporção de gasolina e etanol. Os primeiros meses foram difíceis por conta da tecnologia recém-incorporada, mas os conjuntos flex logo se consagraram e hoje equipam até modelos de luxo no Brasil. Mesmo veículos híbridos, aos poucos, se tornam compatíveis.

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Combustíveis seguem em alta e pesam no orçamento das famílias

Os combustíveis continuam em alta no Brasil, comprometendo 6,2% da renda mensal das famílias para encher um tanque de 55 litros no quarto trimestre de 2024. O impacto é mais forte no Nordeste (9,9%) e no Norte (8,5%), enquanto o Sudeste (5,0%) e Centro-Oeste (5,1%) registram os menores percentuais. Esse aumento nos preços tem gerado preocupação entre os consumidores, que precisam equilibrar gastos essenciais. Aumento no preço dos combustíveis preocupa consumidores Os dados são do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O estudo revela que o poder de compra das famílias se manteve praticamente estável entre o último trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024, mas com diferenças regionais expressivas. Essa desigualdade é explicada pela variação na oferta e demanda de combustível em cada localidade e pela diferença de nível e variação de renda. Em fevereiro de 2025, todos os combustíveis registraram aumento. O diesel comum e o diesel S-10 lideraram as altas, com variação de +4,6% cada, seguidos pelo etanol (+3,9%), gasolina comum (+2,9%), gasolina aditivada (+2,8%) e GNV (+0,1%). No acumulado do primeiro bimestre do ano, os combustíveis que mais encareceram foram o etanol hidratado (+6,6%), seguido pelo diesel comum (+5,2%) e diesel S-10 (+5,1%). Nos últimos 12 meses, o etanol hidratado apresentou o maior aumento, subindo 22,1%. O preço médio nacional da gasolina comum atingiu R$ 6,434 por litro, com alta de 2,9% no mês e 10,3% nos últimos 12 meses. O Norte (R$ 6,869) e o Nordeste (R$ 6,511) tiveram os maiores valores, enquanto os menores preços foram no Sudeste (R$ 6,274) e Sul (R$ 6,434). O etanol foi comercializado por uma média de R$ 4,437 por litro, subindo 3,9% no mês e 22,1% no acumulado de 12 meses. Os preços mais elevados foram encontrados no Norte (R$ 5,207) e Nordeste (R$ 4,912), enquanto os menores valores foram no Sudeste (R$ 4,321) e Centro-Oeste (R$ 4,477). Já o diesel S-10 teve um preço médio de R$ 6,533 por litro, com alta de 4,6% no mês e 7,9% nos últimos 12 meses. Gasolina ou etanol? O que vale mais a pena abastecer? Segundo o Indicador de Custo-Benefício Flex, em fevereiro de 2025, o preço médio do etanol correspondeu a 72,2% do valor da gasolina na média dos estados brasileiros. Nas capitais, essa relação foi de 72,7%. Como o patamar está acima de 70%, o abastecimento com gasolina se torna mais vantajoso financeiramente na maior parte do país. No entanto, algumas regiões, como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ainda apresentam condições favoráveis para o uso do etanol. Vale lembrar que, em fevereiro de 2024, o cenário era diferente. Naquela época, o indicador estava em seu menor nível histórico desde 2017, tornando o etanol mais competitivo no Brasil. Agora, com a alta dos preços, os consumidores precisam analisar melhor qual combustível escolher para otimizar seus gastos.

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