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Preço da gasolina cai mais R$ 0,20 por litro nas bombas, diz ANP

O preço da gasolina nos postos brasileiros caiu mais 3,6%, ou R$ 0,20 por litro, esta semana, com novos repasses do corte nas refinarias da Petrobras. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), o combustível foi vendido, em média, a R$ 5,26 por litro. O valor está ainda acima do projetado pela Petrobras quando anunciou os cortes e a mudança em sua política de preços dos combustíveis, no último dia 16. A queda acumulada desde então é de 4,2%, ou R$ 0,23 por litro. Na ocasião, o valor de venda do produto pela estatal foi reduzido em R$ 0,40 por litro. A expectativa da empresa era que o repasse levasse o preço de venda nas bombas a R$ 5,20. O governo montou uma força-tarefa e abriu um canal de denúncias para tentar forçar a queda. O movimento é criticado por distribuidoras e postos, que alegam que não há tabelamento de preços no Brasil e que a concorrência levará os valores ao preço justo. Em nota distribuída esta semana, os postos lembram ainda que outros fatores influenciam os preços, como biocombustíveis e custos logísticos. A ANP encontrou a gasolina mais barata do Brasil em Goiatuba (GO), a R$ 4,14 por litro. A mais cara foi encontrada em Tefé (AM), a R$ 7. Também em consequência de corte nas refinarias, o preço médio do diesel S-10 nos postos brasileiros caiu 4%, ou R$ 0,22 por litro esta semana, para R$ 5,24 por litro. É o menor valor desde setembro de 2021, em valores corrigidos pela inflação. Desde o dia 16, a queda acumulada do preço do diesel S-10 é de 5,9%, ou R$ 0,33 por litro. Nesse caso, o repasse já superou o previsto pela Petrobras. A estatal esperava que o diesel comum chegasse a R$ 5,18 por litro. Chegou a R$ 5,17 esta semana. O diesel voltou a custar menos do que a gasolina pela primeira vez desde junho de 2022, quando o corte de impostos federais sobre esta última a havia tornado mais barata. Por sua importância para o transporte de cargas e passageiros, o diesel historicamente tem carga tributária menor no país. Acompanhando a queda da gasolina nas bombas, o preço do etanol hidratado caiu 3,7%, ou R$ 0,15 por litro esta semana, para R$ 3,84 por litro. As vendas do produto dependem de um preço mais competitivo, já que seu rendimento no motor é menor. Já o gás de cozinha, que também foi reduzido nas refinarias, foi vendido, em média, a R$ 105,84 por botijão de 13 quilos. É um recuo de 2,6%, ou R$ 2,88 por botijão, em relação à semana anterior. Os cortes de preços foram comemorados pelo governo e vêm sendo usados como argumento para pressionar o Banco Central a reduzir as taxas de juros, um dos principais alvos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste início de mandato. Item de maior peso na composição do IPCA, a gasolina, porém, será novamente pressionada no início de junho, com a vigência do novo modelo de cobrança do ICMS, que tem alíquota média R$ 0,20 por litro superior à atual, segundo contas do consultor Dietmar Schupp. Em julho, o governo federal deve retomar integralmente as alíquotas de PIS/Cofins, que haviam sido zeradas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e retomadas parcialmente por Lula em março. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a dizer que a Petrobras havia segurado parte do corte para compensar o aumento de impostos, mas voltou atrás após negativa da estatal. Atualmente, o espaço é pequeno: de acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a gasolina vendida nas refinarias da Petrobras está R$ 0,29 por litro abaixo da paridade de importação, conceito que foi abandonado pela empresa mas segue como referência pelo mercado.

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Petrobras muda contratos e promete gás natural mais competitivo

A Petrobras começou a oferecer ao mercado um novo cardápio de contratos de gás natural, que devem reduzir o preço do produto, usado como combustível e insumo industrial. A empresa não adianta valores, mas diz que o objetivo é tornar o gás mais competitivo para atrair clientes. O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim, disse à Folha que os novos contratos já estão disputando concorrências abertas por distribuidoras de gás canalizado e que pretende oferecer melhores condições também para grandes consumidores livres. "A ideia é ganhar cliente", afirmou, lembrando que há hoje grande oferta de gás natural por empresas privadas no país. Em sua chamada pública para novos contratos, a Comgás, por exemplo, recebeu 14 propostas. Como estão em competição, Tolmasquim não quis informar qual é a redução de preços nos novos contratos. Até agora, a Petrobras tinha dois produtos no mercado, um com prazo de quatro anos e preço equivalente a 13,9% da cotação do petróleo Brent e um de nove anos, a 12,9% do Brent. O novo cardápio terá cinco prazos diferentes: quatro, cinco, sete, nove e 11 anos. Também abre a possibilidade de uso da cotação do próprio gás natural nos Estados Unidos como indexador e muda pontos relacionados ao volume, com previsão de redução anual ou quando um cliente industrial deixar a rede. "O cliente vai poder montar a estratégia de acordo com o modelo de negócios", afirma o diretor da Petrobras. Hoje há queixas de que os contratos atuais da companhia são mais caros do que os concorrentes que chegaram para disputar o mercado, incluindo suas sócias no pré-sal. Estados e distribuidoras de gás canalizado chegaram a ir à Justiça contra a estatal depois que a empresa lançou, em 2021, novo contrato elevando o preço de 12% para 16,75% do Brent para a renovação de cerca de 70% dos contratos de gás do país. Para renovar, as empresas tiveram que aceitar a alta de 50%. Nesta semana, a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia) enviou carta ao governo pedindo que o gás natural fosse incluído na revisão da política de preços dos combustíveis da Petrobras, que deixou de acompanhar a paridade de importação e passou a olhar mais para o mercado interno. "É preciso destacar que os consumidores buscam a redução do custo do gás natural baseados nas condições do mercado em que atuam e no custo relativo de energéticos substitutos", afirmou a associação, que representa grandes indústrias brasileiras. Além das indústrias, o gás natural é usado em veículos e em residências e comércios no país, como combustível para cocção e aquecimento de água. No ano, com a queda da cotação do petróleo, o preço do produto vendido pela Petrobras já caiu 19%. Egresso do setor de energia, Tolmasquim quer implantar na Petrobras contratos de gás parecidos com os que hoje são assinados entre indústrias e fornecedores de eletricidade, com maior flexibilidade e produtos adequados ao consumo de cada cliente. O diretor da Petrobras diz que o país está prestes a viver um "novo choque de gás", com o início da operação de três grandes projetos da estatal. Em 2024, a empresa espera concluir a chamada Rota 3, sistema de dutos e estação de tratamento que vai trazer 21 milhões de metros cúbicos por dia do pré-sal. Depois, entre 2027 e 2028, começam a produzir os campos gigantes descobertos no litoral de Sergipe e um projeto na Bacia de Campos que a estatal tem em parceria com a norueguesa Equinor. Juntos, os três têm capacidade de cerca de 50 milhões de metros cúbicos por dia. O volume equivale à metade da demanda brasileira atual, incluindo a geração de energia térmica emdash;em 2022, com as térmicas operando menos, o país consumiu 69 milhões de metros cúbicos por dia. No esforço para tentar reduzir o preço do combustível, o governo lançou em março um programa que prevê usar a produção do pré-sal que pertence à União para ampliar a oferta e propõe criar uma política de precificação de longo prazo para o gás. "As perspectivas para o consumidor são muito boas. Com mais oferta, o Brasil passa ter contratos com possibilidades mais interessantes", diz Tomasquim.

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Petrobras de volta à distribuição de combustíveis? Entenda o que está em jogo

Crítico da privatização da antiga BR Distribuidora (hoje Vibra Energia), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, colocou uma possível volta da petroleira ao negócio de distribuição de combustíveis no radar, em suas falas mais recentes sobre os planos da companhia para o futuro. Na avaliação de Prates, a saída da distribuição foi um eldquo;erro crassoerdquo;, do ponto de vista estratégico, dentro do contexto da transição energética. Isso porque a BR era o principal elo entre a petroleira e os consumidores finais: não só os motoristas, mas também indústrias, empresas de navegação e do agronegócio que hoje demandam soluções para descarbonização de seus negócios emdash; justamente as soluções que a Petrobras quer passar a oferecer. Mas, afinal, o retorno da Petrobras à distribuição é viável? O que há de concreto nessa história? Quais as possíveis alternativas, para que a estatal volte ao setor? E quais os possíveis ganhos para a empresa com isso? A seguir, a agência epbr se propõe a clarear o debate sobre o assunto. O que se sabe até agora Antes de mais nada, existe hoje uma barreira prática para que a estatal volte ao negócio de distribuição: o contrato de licenciamento da marca Petrobras nos postos da Vibra. A marca pertence à petroleira, mas que foi cedida à distribuidora por um prazo de dez anos, até 2029, prorrogável por mais dez. Pelos termos do acordo, a Petrobras se compromete, durante a vigência do contrato, a se abster de atuar no segmento de Postos de Serviços. A vedação não inclui o B2B, a comercialização para indústrias, por exemplo. Sem entrar em detalhes, Prates tem feito críticas recorrentes à privatização da BR e aos termos do contrato de licenciamento da marca. E, nas últimas semanas, passou a falar mais sobre o interesse de que a petroleira volte à distribuição: eldquo;A Petrobras não pode ficar tão longe do consumidor final. O que não quer dizer que aconteça já no primeiro ano. Ela já cometeu um erro, não pode ser um erro em cima de outro. Não venderia a BR, tenho que pensar o que faço sem ela: pode ser voltar a ter ela ou pode não ser, pode ter alternativas que me obriguem a acelerar processos da transição energéticaerdquo;, disse Prates, em entrevista ao jornal O Globo, ao ser questionado diretamente sobre o assunto. No mercado financeiro, o risco de a Petrobras recomprar a Vibra já tem sido alertado por analistas: eldquo;se a Petrobras pensa em elsquo;recuperar o que perdeuersquo;, a tese de recompra da Vibra deve permanecer vivaerdquo;, cita relatório do Bradesco BBI, deste mês. Mas não há nada concreto até o momento. Prates contou à agência epbr que a volta da Petrobras ao mercado de distribuição será analisada eldquo;com calmaerdquo;, depois de outras questões consideradas mais urgentes pela cúpula da empresa endash; como, por exemplo, a política de dividendos aos acionistas e a revisão do plano de investimentos. Ele destaca que a decisão pelo retorno à distribuição, se ocorrer de fato, não será tomada eldquo;apenas para reverter processoserdquo; de privatização passados, mas sim dentro do contexto do reposicionamento estratégico da petroleira. Um pouco de contexto O interesse da Petrobras de voltar à distribuição tem sido sinalizado num momento de revisão geral do posicionamento da companhia, sob nova direção. A empresa está debruçada sobre a revisão de seu planejamento estratégico. Prates já têm manifestado a intenção da petroleira de diversificar suas áreas de negócios (biorrefino, eólicas offshore e hidrogênio, por exemplo), de olho na transição energética. Também defende a interrupção na venda das refinarias endash; e planos de convertê-las em eldquo;bio-petro-gás refinariaserdquo;, para processamento de eldquo;combustíveis de nova geraçãoerdquo;. O plano é fortalecer a Petrobras como uma empresa integrada de energia. E a distribuição de combustíveis desponta como mais uma alternativa de negócio, dentro desse caldeirão de possibilidades. Petroleiros reacendem campanha por retomada da BR Parte da base de apoio ao governo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) tem defendido o retorno da companhia ao segmento e que a Petrobras conteste na Justiça o contrato de licenciamento da marca Petrobras nos postos, para retomá-la. Os sindicatos dos petroleiros fazem pressão para que a Petrobras interrompa as vendas de seus ativos de uma forma geral endash; e que, em alguns casos, reaveja negócios já sacramentados, como a alienação da refinaria Rlam (BA), para o Mubadala, por exemplo. A eldquo;retomada da BRerdquo; está presente nos discursos dos petroleiros. A defesa ganhou um novo contorno depois que a Petrobras divulgou, na semana passada, a nova política de preços dos combustíveis. Os sindicalistas alegam que a BR atuava como elo importante no controle de preços no mercado e que a reestatização da distribuidora é essencial para o plano do governo de eldquo;abrasileirarerdquo; o preço dos derivados. Esse discurso está na fala do coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar: eldquo;Foi um contrato draconiano que precisa ser questionado na Justiça, para a Petrobras poder voltar à comercialização e distribuição de derivados de petróleoerdquo;, disse, em entrevista a um canal institucional do PT. Como chegamos até aqui A saída da Petrobras do negócio de distribuição de combustíveis começou a ser gestada no governo Michel Temer (MDB) e foi concluída no mandato de Jair Bolsonaro (PL). Ocorreu dentro da estratégia da companhia de concentrar investimentos em ativos de maior retorno (leia-se exploração e produção de óleo e gás em águas profundas e ultraprofundas) e vender ativos para reduzir sua dívida. A petroleira se afastou então da distribuição: vendeu não só da BR, mas também a Liquigás (gás liquefeito de petróleo, o GLP); a Gaspetro (gás natural); e ativos de distribuição de derivados em outros países na América do Sul. A saída da BR foi feita em etapas: em 2017, a Petrobras abriu o capital da empresa na bolsa, numa operação que levantou R$ 5 bilhões. Em 2019 fez uma nova oferta de ações que lhe retirou o poder de controle sobre a companhia, por R$ 8,5 bilhões. E em 2021, deixou o capital da distribuidora de vez, com a venda das ações (37,5%) que ainda detinha na BR, por R$ 11,36 bilhões. O que a Petrobras pode ganhar com a distribuição? Na avaliação de Prates, a saída da petroleira da distribuição foi um eldquo;erro crassoerdquo;, do ponto de vista estratégico, dentro do contexto da transição energética. eldquo;Como você discute bateria, eletromobilidade ou veículos híbridos sem posto?erdquo;, questionou o presidente da Petrobras, em entrevista ao jornal eldquo;O Globoerdquo; este mês. eldquo;Não tem outra congênere que fez o que a Petrobras fez: vender a empresa que interage diretamente com seus consumidoreserdquo;, complementou, na mesma entrevista. Fundada em 1971, com 840 postos, a Vibra tem hoje uma rede de 8,4 mil postos emdash; além de 18 mil clientes B2B (consumidores finais, sejam empresas privadas e entes públicos de diferentes setores, como indústrias, agronegócio, transportadoras, transportador revendedor retalhista de combustível e marítimo). Uma vez privatizada, a Vibra resolveu justamente apostar em novos negócios, de olho nessa carteira B2B. Entrou, por meio de parcerias, na comercialização de energia (Comerc) e nos negócios de biogás/biometano (ZEG Biogás), comercialização de etanol (Evolua) e eletromobilidade (EZVolt), por exemplo. Outra questão presente nos discursos a favor da volta da Petrobras à distribuição é o argumento de que um braço de distribuição poderia ser usado para ajudar a controlar preços no mercado. A ideia por detrás desse ponto é a de que uma distribuidora estatal com forte presença no setor pressionaria concorrentes a trabalhar com margens menores, eventualmente, em momentos altistas nos preços. Distribuidoras, no entanto, têm uma margem baixa, de cerca de 3% endash; o que coloca em dúvida esse argumento. Os caminhos para o retorno Uma questão central nesse debate é se a companhia tentaria, nesse caso, reaver a marca Petrobras nos postos, como defendem os petroleiros, ou construir uma nova identidade emdash; para atuação na comercialização no B2B, devido aos impeditivos contratuais com a Vibra para atuação nos postos. A questão da marca: A Vibra tem direito ao uso da marca nos postos de combustíveis por meio de um contrato de licenciamento de dez anos, com vencimento em 2029, e possibilidade de renovação por mais dez anos. Prates fez críticas recentes aos termos do acordo, mas descartou judicializar a questão. Ele defende a via negocial com a Vibra. eldquo;Os postos não só não são mais da Petrobras como podem vender gasolina que não é da Petrobras. Porque esse contrato, a meu ver esdrúxulo, permite isso. É claro que estamos conversando sobre isso, não há conflito nisso. As pessoas perguntam se vamos judicializar e brigar com a Vibra. Não tem nada disso. Vamos conversar no devido tempo. Várias coisas que foram feitas recentemente nós vamos ter que rever. Sem trauma e sem prejudicar ninguémerdquo; disse em entrevista recente à GloboNews, sem entrar em detalhes. Em outra entrevista recente, ao Estadão, Prates afirmou que não se trata de voltar à distribuição para eldquo;fazer tudo do mesmoerdquo;, mas sim pensar o futuro. eldquo;Daqui a pouco você está falando de um downstream, em vez de simplesmente, como querem muitos, comprar a BR [hoje Vibra] do nada e sair fazendo tudo do mesmo. Tem que pensar como chegar próximo ao consumidor do futuro, meu filho ou o filho do meu filho. O cara lá na frente não vai nem ter carro, o carro vai ser compartilhado, tem o veículo autônomo, vai trocar bateria e não abastecererdquo;, respondeu, ao ser questionado sobre como imagina que será feita a comercialização do hidrogênio, no futuro. O que mais diz o contrato de licenciamento: a Petrobras tem direito de preferência para explorar, em conjunto com a Vibra, novos negócios, produtos ou serviços em segmentos de novas energias; a Vibra paga, anualmente, royalties à Petrobras, no valor correspondente a 0,03% sobre a receita operacional líquida total da Vibra; o contrato de licenciamento pode ser rescindido por interesse mútuo das partes ou unilateralmente caso uma das partes comprovadamente e de forma continuada descumpra obrigações assumidas. Nesse caso, a parte que descumprir o acordo deverá pagar multa; a Petrobras pode rescindir unilateralmente o contrato, sem ônus, se for privatizada ou se retire do Novo Mercado da B3. Um eventual rompimento unilateral do contrato seria judicializado, destacam advogados. As perdas financeiras da Vibra, nesse caso, são um dos argumentos possíveis na discussão. O sócio do escritório Amaral Lewandowski Advogados, Romeu Amaral, lembra, por exemplo, que a Vibra recentemente investiu em reformas em diversos postos com a marca eldquo;BRerdquo;. eldquo;Imagine o prejuízo que seria ter que trocar novamente esses layoutserdquo;, disse. Sócio da área de Energia do Giamundo Neto Advogados, aponta ainda que a possível perda do direito ao uso da marca pela Vibra seria uma sinalização muito ruim para investidores. eldquo;Seria uma sinalização, por parte de empresas vinculadas ao governo, de que os contratos não são respeitados no paíserdquo;, afirmou. A volta da Petrobras ao setor de distribuição pode se dar por três principais caminhos: Recompra da Vibra: A possibilidade de voltar a controlar a antiga BR é uma das opções para que a Petrobras retorne ao mercado com uma participação relevante. Trata-se, contudo, de uma opção custosa. O estatuto da Vibra possui uma cláusula de poison pill, que funciona como uma proteção contra tentativas de aquisição hostil. Obriga o acionista que adquirir o controle da distribuidora a fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) endash; ou seja, comprar as ações dos outros acionistas para fechar o capital da Vibra na bolsa. Hoje, o valor de mercado da empresa é da ordem de R$ 20 bilhões. Aquisições de distribuidoras menores: Outra opção seria a compra de outra(s) distribuidora(s), se houver alguma renegociação emdash; ou judicialização emdash; dos termos do acordo com a Vibra que impedem a atuação da estatal no segmento de postos. Além disso, há outros dificultadores: o mercado é muito concentrado e a compra das outras líderes do setor emdash; Ipiranga (Ultrapar) e Raízen (Cosan/Shell) endash; é encarado como um cenário pouco provável entre fontes do setor. As demais companhias possuem fatias pouco relevantes endash; nenhuma delas possui participação maior que 3% nas vendas de diesel e gasolina (Alesat é um exemplo). Para ter alguma relevância no mercado, a petroleira teria, portanto, de fazer mais de uma aquisição. Criação de uma nova distribuidora (ou comercializadora): A Petrobras pode também optar por recomeçar do zero no setor (inclusive com a criação de uma nova marca). Esta pode ser uma opção se a petroleira quiser construir do zero um braço de distribuição já voltado para as novas tendências de consumo no B2B e não quiser, por exemplo, reentrar de imediato no segmento de postos, como o contrato com a Vibra impede. Seria difícil atingir capilaridade de imediato, mas aquisições podem acelerar o plano. Executivos da área de distribuição relatam, nos bastidores, que têm interpretado os sinais de interesse da Petrobras na volta ao setor, por ora, como um aceno político para a base. Interlocutores acreditam que o desgaste necessário para que a Petrobras volte a esse mercado seria alto demais, sem um retorno claro na opinião pública emdash; já que, na prática, o consumidor final não percebeu os efeitos da privatização, por não ter havido mudança nos nomes usados nos postos. O que diz a Vibra Procurada, a empresa destacou que o contrato de licenciamento da marca Petrobras está em plena vigência e não tem cláusula de saída. Pontua ainda que fica eldquo;feliz em honrá-loerdquo; e reconhece a força da marca. eldquo;Respeitamos muito a Petrobras, somos clientes e parceiros em diversas operações e negócios, temos ótimo relacionamento, uma relação bastante sólida, longa e maduraerdquo;, citou a Vibra, em nota. Sobre as críticas de Prates aos termos do contrato que permitem à distribuidora comprar volumes de outros supridores, a Vibra esclareceu que a maior parte dos combustíveis adquiridos pela empresa eldquo;é feita e priorizada com a Petrobraserdquo;, mas que, como a estatal tem limites para seu volume de vendas, a companhia busca complementação no mercado externo quando há demanda por isso.

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Tributos sobre combustíveis sobem em junho e julho; Haddad indica que Petrobras pode compensar

Duas rodadas de aumento na tributação sobre combustíveis estão previstas para os próximos meses, o que pode impactar os preços ao consumidor emdash; pressionando-os para cima. Porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a Petrobras, estatal controlada pela União, pode agir para impedir ou, pelo menos, atenuar altas nos preços em razão da elevação de impostos. Para isso, a empresa teria de baixar os preços dos combustíveis na bomba quando os aumentos de tributos começarem a valer endash; o que já foi feito anteriormente, em fevereiro deste ano (quando houve aumento de impostos federais). Mudanças no ICMS em junho No início de junho, os estados promoverão alterações no formato de cobrança do ICMS sobre gasolina. O tributo estadual, até então calculado em porcentagem do preço (de 17% a 23%, dependendo do estado), passará a incidir com uma alíquota fixa, em reais, de R$ 1,22 por litro. "A média das alíquotas dos estados [atualmente, no Brasil] fica em torno de 19%, o que representa R$ 1,0599/litro. Com a vigência do valor ad rem, de R$ 1,22/litro, a partir de 1º de junho, um aumento médio de R$ 0,16/litro, o que representa um aumento médio de 22% no preço final ao consumidor, na média Brasil", estimou o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Tributos federais em julho Já no começo de julho, o governo federal retomará a tributação com alíquota cheia do PIS/Cofins sobre gasolina e etanol. A expectativa, com isso, é que o preço suba cerca de R$ 0,22 por litro no caso dos dois combustíveis, segundo cálculos do governo. Em fevereiro, o governo anunciou a volta dos impostos federais sobre gasolina e álcool. Na ocasião, foi feita uma "reoneração" parcial. Para compensar o aumento apenas parcial dos tributos, foi instituído um imposto sobre exportação de óleo cru endash; este com validade de quatro meses. Ao fim desse período, no começo de julho, haverá um novo aumento dos tributos sobre gasolina e álcool. Governo pode atuar, indica Haddad Em meados de maio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que a Petrobras pode reduzir os preços dos combustíveis nos próximos meses para compensar o aumento dos tributos federais previstos para julho. "Com o aumento [de tributos] previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração", declarou, ele na ocasião. Com ações listadas em bolsa, a Petrobras divulgou um fato relevante no mesmo dia. "A Petrobras não antecipa decisões de reajustes e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado", informou a empresa, em 17 de maio. Haddad não citou especificamente a alteração no ICMS, com impacto nos preços, que acontecerá na próxima semana. De acordo com ele, essa redução prevista para julho, na gasolina e no álcool pela Petrobras, estaria em linha com os preços internacionais. "A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba", declarou Haddad. Ele também sinalizou que o mesmo procedimento deve ser feito com o diesel, cuja desoneração vale até o fim desse ano. "E tudo bem, como vai acontecer com o diesel no final do ano. Já deixou uma gordura para computar a reoneração", acrescentou. Política de preços da Petrobras Neste mês de maio, a Petrobras anunciou uma nova política para os combustíveis, que considerará usa duas referências de mercado: o "custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação", e o "valor marginal para a Petrobras". Especialistas ouvidos pelo g1 consideram que a nova política deve beneficiar o consumidor final no curto prazo, porque impede que oscilações muito drásticas no preço do dólar ou do petróleo sejam repassadas nos combustíveis. Após o anúncio da nova política, a estatal anunciou mais uma redução do preço do diesel e da gasolina para as distribuidoras. Em entrevista à GloboNews, em 17 de maio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, admitiu que a empresa poderá seguir orientações do governo para precificar os combustíveis. "A Petrobras do governo anterior é uma Petrobras que combinava esse jogo, mas a Petrobras que combinava jogo acabou e ela vai fazer o que é importante para o Brasil. E se tiver que seguir a orientação do governo, seguirá se fizer sentido para ela, para o consumidor e acionista", disse Prates, em meados de maio. Questionado na mesma entrevista se a Petrobras vai baixar os preços para compensar o aumento dos tributos, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que a companhia vai avaliar. "Não sei, vamos ver até lá, as circunstâncias vão dizer, se a gente estiver num ciclo de baixa [do preço do barril de petróleo]", respondeu. "Quando chegar lá, no dia, a gente vai dizer se cabe ou não cabe absorver o tanto de imposto que vai reentrar", completou.

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Petrobras apresenta novo pedido de licenciamento para explorar petróleo na foz do Amazonas

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na quinta-feira (25) que a companhia apresentou um novo pedido de concessão de licenciamento para explorar jazidas de petróleo na foz do Rio Amazonas, a 500 quilômetros da costa do Amapá. emdash; Reapresentamos há pouco pedido de retomada do processo de licenciamento da perfuração do poço Morpho 1-APS-57 no setor Amapá Águas Profundas emdash; disse. Prates divulgou nas redes sociais uma série de questões técnicas pontuadas pela Petrobras para reiterar o pedido de licenciamento. Dentre elas, o presidente afirma que a empresa "contratou uma sonda de perfuração marítima emdash; que foi posicionada no ponto da perfuração em aguardo ao processo de licenciamento". O primeiro pedido feito pela empresa foi indeferido pelo Ibama, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva. A questão gerou um embate com Minas e Energia, pasta de Alexandre Silveira, que declarou ver um "pseudorrisco" nos óbices à exploração de petróleo pretendida pela Petrobras. (Estadão Conteúdo)

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Anfavea prevê aumento de até 300 mil carros vendidos após implementação do pacote de incentivo

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, estima que o mercado deve consumir entre 200 mil a 300 mil veículos a mais neste ano em razão do pacote anunciado hoje, 25, pelo governo, dependendo de como as medidas serão implantadas. Pela manhã, o vice-presidente Geraldo Alckmin informou que os preços dos automóveis de até R$ 120 mil serão reduzidos de 1,5% a 10,96%, mas os detalhes de como serão aplicadas as medidas serão definidos ao longo das próximas duas semana. Para isso, as medidas de corte de impostos (IPI, Pis e Cofins) precisariam ter duração de pelo menos um ano. O prazo de validade ainda não foi definido pelo Ministério do Desenvolvimento, que está à frente desse processo. Segundo Leite, três montadoras que pretendiam anunciar paradas de produção nos próximos dias suspenderam as medidas. Uma delas é a Volkswagen, que cancelou férias coletivas antes agendadas para sua fábrica de Taubaté (SP). Segundo ele, só neste ano já ocorreram 14 paralisações de fábricas. As medidas, diz Leite, não incluem qualquer compromisso das montadoras e concessionárias em relação a redução de margens de lucro nem de manutenção de empregos, embora o tema tenha sido tratado com o presidente Lula. Em evento na sede da Fiesp na tarde de hoje, onde Leite falou com a imprensa, o presidente Lula voltou a dizer que eldquo;carro de R$ 80 mil não é popular, é carro para a classe médiaerdquo;. Na parte da manhã, em Brasília, ele se reuniu com montadoras mas quem fez o anúncio das medidas foi o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento (Mdic). O maior corte deve ocorrer nos preços dos modelos de entrada, os mais baratos à venda no País, hoje em R$ 69 mil. Carros de até R$ 80 mil também terão índices superiores de desconto, mas todos terão de atender metas sociais (preços mais baixos), eficiência (menos emissões) e nacionalização (maior conteúdo de peças fabricadas no Brasil). É provável que tenha modelos à venda por menos de R$ 60 mil, afirma o executivo, pois cada empresa poderá definir estratégias de preços. Ele também acredita que fabricantes que hoje não têm modelos na faixa de preço que será beneficiada, poderá se interessar em lançar produtos nessa linha. Além da redução tributária, as empresas poderão realizar vendas diretas, feitas pelas montadoras, sem a intermediação do concessionário, que fará a entrega do modelo e se responsabilizará pela manutenção. Leite informa que Banco do Brasil e possivelmente a Caixa estão avaliando formas de eldquo;facilitar o crédito para a compra de veículos de até R$ 120 milerdquo;. Uma das medidas sugeridas pela Anfavea, de uso de parte do FGTS para a compra de carros novos, não foi aceita. Também não há previsão de participação dos Estados com redução de ICMS. eldquo;Não haverá nenhuma alteração nos veículos para baratear custo no nível de tecnologia, segurança e questões ambientaiserdquo;, diz o executivo. Cada empresa, porém, poderá adotar medidas alternativas. O presidente da Stellantis, Antonio Filosa, citou recentemente como exemplo a substituição do tipo de tecido dos bancos para algum menos sofisticado. Leite diz ainda que as medidas podem contribuir com a recuperação da indústria. eldquo;As fabricantes operam hoje com 50% de ociosidade, seja por problemas globais mas também pelas taxas de juros altaserdquo;. Vendas estão paradas O presidente da Anfavea afirma que, nos últimos dias, as vendas de carros novos caíram bastante porque vários consumidores, principalmente as locadoras, suspenderam compras à espera do pacote. Para que a paralisação não se mantenha ao longo das próximas semanas, ele acredita que as concessionárias adotarão formas de efetivar negócios, como projetar os novos preços ou, eventualmente, aceitar encomendas. Em nota, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) informa que mas medidas são positivas, mas ainda existem pontos a serem definidos que permitirão melhor análise. eldquo;A Fenabrave acredita que uma provável redução dos preços dos carros a patamares abaixo de R$ 60 mil, se atrelada a um crédito mais farto e barato, possa alcançar os consumidores que hoje estão fora da faixa de consumo de automóveis zeroerdquo;, diz a nota. A entidade acrescenta, contudo, que eldquo;não se pode fazer projeções e estimativas de volumes e porcentuais , sem antes ter conhecimento do decreto a ser publicado em até 15 dias e sua efetiva aplicabilidade pelas montadoraserdquo;.

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