Ano:
Mês:
article

Ministério de Minas e Energia volta a patrocinar discussão sobre gas release

O Ministério de Minas e Energia (MME) vai promover, no próximo dia 18 de março, um evento em Brasília para discutir práticas de gas release no mundo. A pasta foi uma das apoiadoras da criação de um programa de desconcentração do mercado de gás natural, nos trabalhos do Congresso em 2024, e volta a patrocinar o debate sobre o assunto. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentará um estudo sobre experiências internacionais em programas de desconcentração de mercado; e abrirá, na mesma data, a consulta pública da metodologia do Plano Integrado de Infraestruturas de Gás Natural e Biometano endash; o objetivo é entregar a 1ª edição do planejamento em setembro. O evento estava inicialmente marcado para dezembro, mas acabou sendo adiado na ocasião, na reta final da tramitação do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) endash; que, ao fim, foi aprovado no Congresso sem o capítulo dedicado ao gas release, contrariando as articulações do MME. Há uma expectativa, no entanto, de que o tema da concentração de mercado volte ao debate este ano no Congresso. O senador Laércio Oliveira (PP/SE) anunciou recentemente, durante o aquecimento gas week 2025, que pretende apresentar um projeto para criar um programa de gas release, o Progás, depois da tentativa frustrada de emplacar uma política do tipo no Paten. Oliveira tem mantido contato com os agentes do mercado, para colher contribuições ao projeto, e conta com o apoio do MME. Em 2024, logo após perder queda de braço dentro do governo em torno da inclusão do assunto no relatório do Paten, o ministro Alexandre Silveira (PSD) chegou a pedir que a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) priorize o tema do gas release em sua agenda regulatória. Petrobras perde market share No ano passado, a Petrobras voltou a perder participação de mercado na comercialização de gás natural, com reflexos sobre a rentabilidade de seu negócio. A chegada de novos concorrentes levou a um novo movimento de desconcentração, ainda que não o suficiente para mudar estruturalmente o setor e ameaçar a posição de agente dominante da estatal endash; que, aliás, partiu para o contra-ataque. Na tramitação do Paten, em 2024, Laércio Oliveira propôs a redução compulsória da participação de mercado de qualquer agente que detenha mais de 50% da oferta de gás emdash; o que direcionava a política para a Petrobras. A proposta original, contudo, enfrentou resistências e, após alinhamento com o MME e negociações com a própria estatal, o senador alterou o texto para acomodar interesses de diferentes agentes (consumidores, produtores e Petrobras): preservou o gás produzido pela companhia e o gás natural liquefeito (GNL) importado da proposta de criação de uma política de desconcentração do mercado. O foco passou, então, a ser impedir a estatal de comprar gás de outros produtores nacionais, além de impor limites à Petrobras na importação da Bolívia endash; e, futuramente, da Argentina. As lições da Europa A criação de um programa de gas release é uma bandeira levantada por entidades ligadas a grandes consumidores industriais, como a Abrace e a CNI endash; associações como a Abpip (produtores independentes) e a Abegás (distribuidoras) também são defensores de uma política de redução da concentração de mercado. Em 2023, a consultoria internacional Brattle Group chegou a publicar um estudo, encomendado por um grupo liderado pela Abrace, que recomendou a adoção de um programa de gas release para que a Petrobras passasse a responder por, no máximo, 25% das vendas de gás natural no Brasil. Na ocasião, a Brattle analisou lições aprendidas de experiências de gas release na Itália, Alemanha, Espanha, dentre outros países na Europa. Com a ressalva de que o Brasil precisa de um pacote mais abrangente de medidas para abertura do mercado, a consultoria sugeriu, dentre outros pontos: que não fossem adotados limites legais à participação do agente dominante; que o programa de gas release deve ser gradual, mas não pode ser pequeno; e que a sua duração não pode ser muito curta.

article

Petrobras testa coprocessamento com bio-óleo de eucalipto

A Refinaria Riograndense, em Rio Grande (RS), conduziu um teste de coprocessamento de 5% de bio-óleo com produtos fósseis, informou a Petrobras em comunicado. Com isso, a refinaria é a primeira do país em condições de produzir combustíveis com conteúdo celulósico. O teste ocorreu no processo de craqueamento catalítico, técnica que consiste na quebra de moléculas de petróleo para gerar derivados. Após o coprocessamento, foram geradas frações de gás liquefeito de petróleo (GLP), gás combustível e componentes da gasolina e de combustível marinho com conteúdo renovável. O catalisador utilizado foi fornecido pela Fábrica Carioca de Catalisadores, enquanto o bio-óleo veio da Vallourec Unidade Florestal. eldquo;O recente teste representa um avanço significativo para o biorrefino global, pois pode viabilizar a transformação de madeira e de outros resíduos agroflorestais, amplamente disponíveis, em derivados típicos do refino de petróleoerdquo;, afirmou a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, em nota. A iniciativa faz parte do Programa BioRefino da petroleira, que tem investimentos de US$ 1,5 bilhão previstos no Plano de Negócios 2025-29. De acordo com a presidente da estatal, Magda Chambriard, o objetivo da Petrobras é transformar a Refinaria Riograndense em sua primeira unidade a fabricar produtos 100% renováveis, com matéria-prima de óleos vegetais. A refinaria tem participação societária da Petrobras, Ultra e Braskem.

article

Governo Lula cogita reduzir tarifa de importação do etanol como estratégia em negociações com os EUA

O governo federal estuda a possibilidade de reduzir a alíquota de importação do etanol, atualmente fixada em 18%. A proposta tem como objetivo facilitar a entrada do biocombustível norte-americano no mercado brasileiro e pode ser utilizada como instrumento de negociação comercial com os Estados Unidos. A discussão ocorre em meio à pressão gerada por declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que voltou a prometer tarifas recíprocas contra exportações brasileiras em sua campanha à presidência. A medida está sendo avaliada pela administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como forma de mitigar os efeitos de possíveis sanções e ampliar as possibilidades de diálogo com Washington. De acordo com informações divulgadas pela CNN Brasil, integrantes do governo consideram a hipótese de reduzir a tarifa de forma significativa, inclusive com a possibilidade de zerar a alíquota. Fontes ouvidas pela emissora afirmam que a medida atenderia a dois objetivos simultaneamente: ampliar o espaço para negociação com os Estados Unidos e contribuir para a redução de preços no mercado interno, especialmente dos combustíveis. Segundo relatos, a análise da equipe econômica é de que o aumento da oferta de etanol produzido a partir do milho, principal matéria-prima do produto norte-americano, poderia gerar impacto sobre os preços da gasolina no mercado interno. A estratégia é considerada relevante diante das dificuldades enfrentadas pelo governo na área econômica, em especial a alta de preços que tem afetado a popularidade da atual gestão. Apesar das discussões em curso, a proposta enfrenta resistência de setores da indústria sucroenergética nacional. Usineiros manifestam preocupação com a concorrência do produto importado, sobretudo em regiões onde os custos de produção são mais elevados. Durante o governo anterior, a tarifa de importação do etanol foi zerada temporariamente, como medida de contenção da inflação dos combustíveis durante o período eleitoral de 2022. O imposto foi restabelecido em 18% no início de 2023, já sob a atual administração. Atualmente, o governo considera que o setor nacional apresenta maior capacidade de adaptação à concorrência externa. No Nordeste, por exemplo, houve aumento na implantação de empreendimentos voltados à produção de etanol a partir de cereais, como milho e sorgo. No estado do Piauí, foram viabilizados projetos industriais com foco nesse segmento nos últimos anos. A discussão sobre a tarifa do etanol ocorre paralelamente a outra medida em análise: o aumento do percentual de etanol anidro misturado à gasolina no Brasil. A Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, autoriza a elevação da mistura de 27% para 30%. A medida está em fase de testes por parte das montadoras, que devem apresentar resultados técnicos nos próximos meses. Se não houver impacto no desempenho dos motores, a implementação pode ocorrer ainda no primeiro semestre. Estima-se que a elevação da mistura gere uma demanda adicional entre 1,2 bilhão e 1,4 bilhão de litros de etanol anidro por ano. Essa expansão de consumo interno pode funcionar como mecanismo de absorção da oferta adicional decorrente da abertura à importação. A possível redução da tarifa ocorre em um contexto de tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. O governo norte-americano anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, impactando diretamente as exportações brasileiras, que movimentam cerca de US$ 3 bilhões anuais. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, tem reunião marcada com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, nesta quinta-feira, 6. A pauta do encontro inclui a tentativa de reverter ou amenizar as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros. No âmbito do MDIC, a avaliação é de que a flexibilização da tarifa do etanol pode servir como contrapartida em negociações bilaterais. No Ministério da Agricultura, há expectativa de que a medida também contribua para avanços em outras áreas da pauta agrícola. Entre os pontos considerados prioritários estão o aumento do acesso do açúcar brasileiro ao mercado norte-americano, hoje limitado por cotas, e a reabertura das importações de limões do Brasil, suspensas há mais de duas décadas. Segundo fontes ouvidas pela CNN Brasil, há ainda uma leitura política sobre o impacto da decisão nos Estados Unidos. A redução da tarifa pode beneficiar produtores do Corn Belt, região responsável pela maior parte da produção de etanol de milho naquele país. Essa área inclui estados como Iowa, Nebraska, Missouri, Indiana, Kansas e Illinois, sendo considerada estratégica para as eleições presidenciais norte-americanas. Cinco dos seis estados do Corn Belt votaram no candidato republicano nas últimas eleições. A medida brasileira, nesse contexto, pode ser interpretada como uma sinalização diplomática com possíveis repercussões políticas no cenário eleitoral dos Estados Unidos. Com informações da CNN Brasil

article

Petróleo cai 1,5%, enquanto tarifas geram temores com demanda mais lenta

Os preços do petróleo caíram 1% nesta segunda-feira, devido a temores de que as tarifas dos Estados Unidos sobre o Canadá, México e China desacelerem as economias em todo o mundo e reduzam a demanda de energia, enquanto a Opep+ aumenta sua oferta. Os futuros do petróleo Brent fecharam a US$69,28 por barril, uma queda de US$1,08, ou 1,5%. Os futuros do West Texas Intermediate dos EUA ficaram em $66,03 por barril, com queda de US$1,01, ou 1,5%. A semana passada marcou a sétima queda semanal consecutiva do WTI, a mais longa série de perdas desde novembro de 2023, enquanto o Brent caiu pela terceira semana consecutiva. As políticas protecionistas do presidente dos EUA, Donald Trump, agitaram os mercados em todo o mundo, com Trump impondo e depois adiando as tarifas sobre os maiores fornecedores de petróleo de seu país endash; Canadá e México endash; e também aumentando as tarifas sobre os produtos chineses. A China e o Canadá responderam com suas próprias tarifas. eldquo;Este mercado está em suspense e há muito a ser processado à medida que avançamoserdquo;, disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York. eldquo;Há rumores de recessão para os EUA e isso é muito preocupante para o quadro macroeconômico.erdquo; No fim de semana, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que Trump não diminuiria a pressão sobre as tarifas do México, Canadá e China. Os investidores agora estão preocupados com uma possível desaceleração econômica que poderia reduzir a demanda por petróleo. As ações, que são frequentemente acompanhadas pelos preços do petróleo, continuaram em queda acentuada em meio às preocupações com as tarifas, com o índice de referência Seamp;P 500 caindo 2% no meio do dia e o Nasdaq Composite caindo mais de 3%. Na sexta-feira, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, disse que o grupo Opep+ concordou em começar a aumentar a produção de petróleo a partir de abril, mas poderia reverter a decisão posteriormente se houver desequilíbrios no mercado. Também no que diz respeito à oferta, Trump está tentando sufocar as exportações de petróleo do Irã como parte dos esforços para pressionar Teerã a controlar seu programa nuclear. O líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, disse no sábado que seu país não será intimidado a entrar em negociações. (Reuters)

article

Petrobras perde participação no mercado de gás natural e sente efeitos nas finanças

A Petrobras voltou a perder participação de mercado na comercialização de gás natural em 2024, com reflexos sobre a rentabilidade de seu negócio. A chegada de novos concorrentes (Edge, Eneva e MGás são exemplos) levou a um novo movimento de desconcentração, ainda que não o suficiente para mudar estruturalmente o setor e ameaçar a posição de agente dominante da estatal endash; que, aliás, partiu para o contra-ataque. Levantamento da agência eixos, com base em dados (preliminares) da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o market share da Petrobras caiu para menos de 70% do gás firme contratado pelas distribuidoras no Brasil. A participação do gás privado no mercado cativo (que encolheu) está em 33%. Há um ano atrás, ela era de 29%. A realidade é diferente em cada região. Por exemplo: no Nordeste, onde o mercado vive, de fato, uma desconcentração, a fatia do gás privado é de 71% (relativamente estável); e no Sudeste, a desconcentração avançou de 20% para cerca de 25%. No mercado livre, faltam dados públicos sobre o volume comercializado, mas fato é que por lá a Petrobras, embora dê sinais de reação, tem um market share menor. A seguir, a gas week mostra o impacto da abertura sobre os negócios da Petrobras e como ela dá sinais de que pretende reagir à investida da concorrência; e como o tema da desconcentração do mercado pode voltar à tona no Congresso, em meio à paralisia do assunto no campo regulatório. Os efeitos do aumento da concorrência sobre a Petrobras estão visíveis nos resultados da companhia de 2024. As vendas de gás natural da estatal recuaram 4% (ou 2 milhões de m3/dia) no ano passado, para 47 milhões de m3/dia endash; retomando, assim, patamares da década de 2000. Os indicadores financeiros da área de Gás e Energias de Baixo Carbono da petroleira seguiram o movimento: as receitas caíram 7,4% (para R$ 51,4 bilhões); o lucro bruto recuou 10,7% (R$ 24,159 bilhões); o indicador de geração de caixa (Ebitda ajustado) despencou 39,1% (R$ 8,2 bilhões); a margem Ebitda (lucratividade operacional) caiu de 24% para 16%; e o ROCE (Retorno sobre o Capital Empregado), que ajuda a medir o nível de eficiência no capital investido, baixou de 10,7% para 4,2%. Ao comentar os resultados, a estatal citou que a piora no desempenho reflete eldquo;menores volumes e preços de venda de gás, decorrentes da abertura do mercado de gás natural, da redução de market share e dos movimentos para preservação da competitividade da Petrobras, tais como o prêmio por performanceerdquo;, lançado em meados do ano passado. Petrobras promete reação No fim de 2024, a Petrobras anunciou mais uma resposta à concorrência. O prêmio de incentivo à demanda oferecerá, a partir deste ano, descontos no preço do gás para volumes acima do compromisso mínimo (take-or-pay). Promete, assim, recuperar as vendas, num momento em que a estatal se prepara para ofertar mais gás. A companhia espera iniciar, no primeiro trimestre, as operações do segundo módulo da unidade de processamento do Complexo Boaventura, em Itaboraí (RJ), com capacidade para 10,5 milhões de m3/dia. O primeiro trem da UPGN, de igual capacidade, começou a processar gás em novembro. O prêmio de incentivo à demanda introduzido pela Petrobras em sua política de preços em 2024 aumenta a competitividade da estatal frente ao gás importado endash; em especial ao gás natural liquefeito (GNL) e ao gás argentino spot, na avaliação da Rystad Energy. O reposicionamento comercial da petroleira não só estimula a retirada de volumes adicionais, como também protege a estatal da concorrência, já que oferece um desconto maior para o gás que ultrapassa o limite do take-or-pay endash; o volume mais sensível às arbitragens. A Rystad estima que o desconto oferecido pela Petrobras deve representar uma economia de US$ 132 milhões para as distribuidoras estaduais em 2025, no custo de aquisição de molécula. Dentre as concessionárias que já aderiram ao prêmio de incentivo da Petrobras estão a CEG (RJ), CEG Rio (RJ), Cegás (CE) e Copergás (PE).

article

Economia brasileira cresce 3,4% em 2024, mas dá sinais de desaceleração no quarto trimestre

A economia brasileira colheu um bom crescimento no ano passado, mas deu sinais de desaceleração no quarto trimestre. Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 7. O resultado do PIB do ano passado ficou dentro do esperado pelos analistas consultados pelo Projeções Broadcast. As projeções variavam de alta de 3,3% a 3,6%, mas o número de 2024 veio um pouco abaixo da mediana das previsões, que era de avanço de 3,5%. eldquo;Se pegarmos o período pós-pandemia, fechamos (2024) com quatro anos consecutivos de crescimento expressivo em relação ao nosso histórico. É um crescimento importanteerdquo;, afirma Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia e análise setorial da Tendências Consultoria. No quarto trimestre, a economia brasileira avançou 0,2% na comparação com os três meses anteriores, num claro sinal de perda de fôlego. No período de julho a setembro, o País cresceu 0,7%. O resultado ficou abaixo da mediana das projeções (0,4%), mas dentro do intervalo das estimativas, que variava de alta de 0,2% a 0,8%. eldquo;Quando chega o quarto trimestre, temos a eleição do Trump e um pacote fiscal, que foi muito complicado. Em dezembro, começa a surgir uma sensação de que a desaceleração já apareceerdquo;, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos provocou um grande aumento da incerteza com as expectativas sobre as medidas protecionistas. Os juros subiram pelo mundo, e o dólar se fortaleceu em relação a outras moedas. No Brasil, o cenário foi agravado porque o pacote fiscal apresentado pelo governo foi considerado tímido.4 Em 2024, o roteiro da economia brasileira foi parecido com o de anos anteriores, com o crescimento surpreendendo positivamente. Em janeiro do ano passado, as projeções de alta para o PIB eram de apenas 2%. Uma parte do resultado mais forte do que o esperado pode ser explicado pelos estímulos fiscais. Desde o início da atual gestão, o governo conseguiu um espaço para ampliar os gastos com a aprovação da PEC da Transição. Na virada de 2023 para 2024, autorizou o pagamento de precatórios, para encerrar o calote dado pela administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. Houve ainda o impacto do reajuste real do salário mínimo. eldquo;Foi um ano de crescimento cíclico forte e claramente acima do potencial brasileiroerdquo;, afirma Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners. eldquo;A indústria cresceu forte, os serviços cresceram forte.erdquo; eldquo;Houve o pagamento de precatórios e aumento do salário mínimo. E numa época em que os juros estavam em queda. Essa combinação criou um momento positivo, que fez com que a taxa de desemprego caísse para os menores níveis da história e houvesse um crescimento real da rendaerdquo;, acrescenta. Pelo lado da oferta, a indústria avançou 3,3% no ano passado, e o setor de serviços cresceu 3,7%. A agropecuária recuou 3,2%.

Como posso te ajudar?